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segunda-feira, 7 de janeiro de 2013

O sindicalismo classista, o feminismo emancipacionista e as jovens mulheres - Paulo Vinícius Silva

Texto originalmente publicado na revista Mulher d´Classe, da CTB. Baixe a revista completa aqui

Os trabalhadores, as trabalhadoras e o movimento sindical brasileiro têm se beneficiado de um contexto de recuperação do emprego formal, de democracia e avanço das forças de esquerda na cena política. Seu papel nesses avanços é muito anterior e foi decisivo para a vitória na eleição de 2002, marco dessa quadra
histórica para o Brasil. Está em nossas mãos fazer o que conquistamos até aqui avançar ainda mais. Por
isso é importante reconhecer que em cada batalha política e econômica do movimento sindical nesse
período, está a luta das mulheres.

Se não podemos pensar num país avançado sem que as mulheres tenham direito à igualdade, não podemos pensar no desenvolvimento do Brasil sem levar em conta que dois terços de sua força de trabalho ainda sofrem as consequências de mais de 20 anos de concentração de renda, ausência de crescimento econômico e ataques aos direitos do povo, fatos que caracterizaram o Brasil desde a crise do nacional-desenvolvimentismo a que se somou o neoliberalismo.

A retomada do crescimento econômico permite-nos divisar avanços que se expressam em vários indicadores atuais, que dão conta de as jovens mulheres terem escolaridade superior à dos homens, terem diante de si um horizonte mais amplo de direitos e perspectivas, serem contemporâneas da Lei Maria da Penha e das conquistas da Revolução Sexual dos anos 60, serem 41,7% da PEA e terem avançado muito quanto à sua independência financeira.

Todavia, os êxitos não podem nos fazer esquecer as inúmeras consequências do machismo e do
capitalismo sobre as mulheres. Assim, é preciso dizer que há uma imensa estrada ainda a percorrer,
que é ao mesmo tempo a estrada pela qual terá de transitar a nação brasileira no caminho da sua libertação.
Por isso mesmo é decisivo ao movimento sindical e ao movimento feminista compreender o papel que podem cumprir as jovens mulheres para a sua atualização e vigência, assim como para maiores avanços na luta emancipacionista.

Por outro lado, o movimento sindical é em muitos aspectos hostil ou pouco atrativo às mulheres. Afinal, o nosso formato de assembleias e protestos, os horários das atividades, a abordagem  na imprensa sindical, a concentração sexista dos cargos de direção, o pouco apoio dos sindicatos às famílias, o baixo investimento nas atividades políticas com acesso à maternagem, afora o próprio machismo e a baixa presença das mulheres nas direções, são problemas graves que precisam ser encarados com mais ousadia.

Por fim, é preciso que as jovens mulheres, por seu lado, aprendam uma importante lição do passado 
e que serve para os dias de hoje: devem lutar pelos seus direitos e também por seu protagonismo.
Direitos e espaços precisam ser conquistados, elas têm mais do que condições e méritos para brilhar na luta sindical, se decidirem fazê-lo. 

Paulo Vinícius S. da Silva é secretário da Juventude Trabalhadora da CTB

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