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segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

No al intervencionismo. Por la paz y el diálogo en Venezuela - CLACSO

A la Comunidad Internacional.


Hoy Venezuela vive una grave situación, que va prefigurando la posibilidad de una invasión o una guerra civil, vulnerando los principios de soberanía de la República Bolivariana de Venezuela.

El enfrentamiento político entre el proceso bolivariano y sus opositores, aliados a intereses extranjeros, responsables de los sucesos acontecidos, que lleva años de profunda polarización, se ha agravado con la intervención de gobiernos de la región y de fuera de ésta, que han tomado posiciones de franca beligerancia e injerencia en los asuntos y decisiones de Venezuela. Es especialmente evidente el papel del gobierno de los Estados Unidos en los acontecimientos más recientes.

Las guerras e invasiones, bajo el eufemismo de “intervenciones humanitarias” nunca han sido solución para ninguna crisis. Por el contrario, siempre han empeorado los hechos, con pérdidas humanas, materiales y heridas que persisten durante mucho tiempo.

Nuestro continente tradicionalmente se ha caracterizado por la búsqueda afanosa de la paz y ha aportado doctrina importante sobre el no-uso de la fuerza, la no intervención en los asuntos internos de los Estados, el respeto por la soberanía y la igualdad jurídica de ellos. A fines de enero de 2014 en La Habana, la Comunidad de Estados Latinoamericanos y Caribeños (CELAC) declaró a la región como una Zona de Paz.

Sabemos que, desde principios de 2019, la agudización de los conflictos ha generado más dificultades y sufrimientos al pueblo venezolano, en el contexto de graves obstáculos para el abastecimiento alimentario, la atención e insumos médicos, la inflación y deterioro del salario real de las y los trabajadores, la falta de transporte y problemas generales de los servicios. La crisis, como siempre ocurre, se ensaña especialmente con las y los más débiles y a ellas y ellos arrasará en primer lugar cualquier tipo de violencia que ocurra.

Hemos decidido hacer un llamado a la Comunidad Internacional para que, honrando el principio de no intervención, apoyen la paz, el diálogo y la negociación como solución para la situación actual en Venezuela.

Tenemos la convicción de que venezolanas y venezolanos tienen la responsabilidad, integridad y capacidad suficientes para poder resolver sus propios problemas y conflictos. Respaldamos la puesta en práctica de un mecanismo de diálogo como una alternativa pacífica y democrática que privilegie la paz para lograr una salida integral, comprensiva y duradera.

CLACSO, se solidariza con las fuerzas democráticas, entidades académicas y movimientos populares de Nuestramérica y el mundo que luchan por el principio de no intervención, apoyan la paz, el diálogo y la negociación en la República hermana de Venezuela.












sábado, 16 de fevereiro de 2019

PCdoB: Novo ciclo em defesa da democracia, do Brasil e do povo - Portal Vermelho



PCdoB: Novo ciclo em defesa da democracia, do Brasil e do povo - Portal Vermelho:
O PCdoB anunciou nesta sexta-feira (15) um documento em que avalia o novo ciclo político resultante das eleições de 2018 que provocaram a ascensão à presidência da República da extrema-direita. O ciclo que se inicia no Brasil é parte do crescimento de forças de ultradireita no redor do mundo. Para os comunistas, o desafio posto é unir “amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais, do campo democrático, patriótico e popular”, para se opor e derrotar a agenda do governo Bolsonaro.

O documento do PCdoB é assinado pela Comissão Política Nacional e defende que a resistência ao governo direitista de Jair Bolsonaro deve se dar nas ruas, no parlamento e na luta de ideias visando reverter as atuais adversidades, acumular forças e descortinar perspectivas de vitórias vindouras. O partido chama atenção para o caráter autoritário, antipovo e entreguista do governo Bolsonaro expresso nas suas primeiras iniciativas. Entre estas destaca a profunda reorientação da política externa, a venda da Embraer por um valor irrisório e o chamado “Pacote Anticrime” definido como “expressão de uma concepção autoritária, punitivista, que usa da violência para combater a violência”.

Para o PCdoB “esquerda se destaca como principal núcleo de oposição a Bolsonaro, e no curso da jornada oposicionista está chamada a desempenhar papel de destaque na construção da frente ampla. Todavia, a divisão que a debilitou na campanha eleitoral persiste. Ela está desafiada a construir sua convergência num quadro em que já não há uma força hegemônica em seu âmbito. Sua necessária unidade poderá ser construída dentro e fora do parlamento a partir de composições e formas distintas às do ciclo anterior”.

Os comunistas consideram que pressão popular, a luta política nas ruas, será um elemento de grande relevância na resistência ao governo direitista. “Uma ampla e forte oposição necessita do protagonismo do povo, da classe trabalhadora, da mobilização das massas, da ascendente ação dos movimentos sociais e entidades classistas”, afirma a direção nacionl do PCdoB.

O PCdoB, com base em sua quase centenária trajetória, “transmite ao povo brasileiro a certeza e a confiança de que, apesar das graves ameaças que pairam sobre o país, não será fácil a Bolsonaro realizar a obsessão de sepultar a democracia brasileira”. O partido “está convicto que no curso das mobilizações e da resistência, uma maioria progressivamente se levantará para defender a democracia, os interesses do Brasil e os direitos do povo e da classe trabalhadora”.

Leia a íntegra do documento:



Um novo ciclo de lutas em defesa da democracia, do Brasil e dos direitos do povo
1 – Uma viragem política de grande envergadura
A eleição de Jair Bolsonaro representa o término do ciclo político iniciado em 1985, com o fim da ditadura militar, que teve na Constituição de 1988 um marco da consolidação da redemocratização do país, da conquista de direitos ao povo brasileiro, passando pela resistência ao neoliberalismo na década de 1990, pelos avanços protagonizados pelos governos progressistas desde 2003 até o golpe jurídico-parlamentar de agosto de 2016.

Com o resultado da disputa político-eleitoral de 2018, abre-se um novo período político, marcado pelo ineditismo da ascensão, desde 1985, de uma força de extrema-direita à presidência da República. Um governo determinado a realizar, a ferro e fogo, uma agenda ultraliberal, neocolonial e anticivilizacional. Tal feito representa uma derrota política, ideológica e estratégica para o conjunto das forças progressistas, patrióticas e democráticas, em especial as forças da esquerda política e social.

A eleição de Bolsonaro é resultante de múltiplas causas. Faz parte, como se explicitará adiante, de um fenômeno mundial; além disso, sua vitória foi respaldada pelo imperialismo estadunidense. No âmbito interno, deriva de uma frente constituída pela ampla maioria das classes dominantes, pelos monopólios econômicos e financeiros, e por um arranjo político que coesionou a direita com setores do centro do espectro político nacional. Sua campanha milionária mobilizou recursos materiais, ideológicos e midiáticos, fazendo intensa “guerra digital”. A massiva distribuição de fake news criou factoides e tirou do centro do debate eleitoral as propostas e os projetos para o Brasil, manipulando a opinião pública e o eleitorado. Eleitorado que por longo período foi alvo de intensa campanha midiática que demonizou a política como um todo e desmoralizou sobretudo a esquerda com o estigma da corrupção.

Teve ainda importante destaque no desfecho da disputa eleitoral a participação ativa – e partidarizada – de expoentes do Poder Judiciário e do aparato policial que, a partir da operação Lava Jato, tem interferido intensamente nos rumos da política nacional.

Entretanto, apesar da derrota, na reta final da disputa eleitoral formou-se em torno da chapa Fernando Haddad e Manuela D’Ávila um amplo movimento cívico e democrático contra a candidatura de Bolsonaro que obteve 47 milhões de votos.

Não se trata de um fenômeno isolado

A ascensão ao poder como a de Bolsonaro não é um fato isolado, é a expressão brasileira desse fenômeno maior do crescimento de forças de ultradireita ao redor do mundo. Este fato se desenvolve em um complexo e intricado quadro de transformações do cenário internacional, onde a crise do liberalismo e a questão nacional emergem com força.

Deste quadro se sobressaem a continuidade da crise capitalista, as transformações no processo produtivo com a chamada 4ª revolução tecnológica e uma luta intensa em torno do reordenamento do sistema internacional.

O velho liberalismo político e econômico se encontra em crise. O modelo de globalização neoliberal, regido pelo prisma da financeirização, as medidas de austeridade implantadas como resposta à crise do capitalismo, somadas às transformações produtivas decorrentes das inovações tecnológicas, têm ampliado o fosso entre o capital e o trabalho, produzindo a retirada de direitos e a desvalorização do trabalho e gerado uma enorme massa de desempregados.

Em busca de saídas para enfrentar a crise e o descarte da massa crescente dos deserdados – tidos como “imprestáveis” ao capital nesta atual etapa –, as classes dominantes se encontram divididas. De um lado, os que querem enfrentar a situação mantendo os fundamentos do liberalismo político, ainda que enfraquecidos pela incompatibilidade crescente entre neoliberalismo e democracia. De outro, o robusto número de países, onde forças da extrema-direita já exercem o poder, ou parcela dele, revelando que frações relevantes das classes dominantes aderiram ao extremismo de direita. Há, ainda, outro polo, que apresentam como perspectiva para o enfrentamento do atual quadro de crise da globalização liberal o fortalecimento de seus projetos nacionais autônomos, como China e Rússia, e colocam no centro a luta pelo desenvolvimento soberano e compartilhado e a defesa da paz.

É neste contexto de disputa em torno do reordenamento do cenário internacional, que as potências imperialistas se movimentam para conter a emergência de novos polos de poder. E, dentro dessa chave, pode-se compreender a chamada guerra comercial deflagrada pelos EUA contra a China.
De igual modo, é o que se observa com a adesão de parcelas significativas das classes dominantes brasileiras ao projeto de Bolsonaro. Para elas, se impõe a necessidade de um governo autoritário para tornar realidade seu programa ultraliberal e neocolonial. Nesta mesma ótica, somente um governo deste naipe seria capaz de produzir um novo alinhamento do Brasil aos interesses dos Estados Unidos na arena internacional, contribuindo para conter o processo de transição em curso.
A moldura internacional que contribuiu para a vitória de Bolsonaro se completa com um contexto regional, no qual a América Latina se transformou em um laboratório de experimento do imperialismo, do uso do poder Judiciário com fins políticos, com vistas a conter processos políticos direcionados a promover a democracia, o desenvolvimento soberano e os direitos sociais.

2 – O caráter do governo Bolsonaro


A eleição de Bolsonaro instaura um novo ciclo político no país. E os traços iniciais de sua gestão comprovam que seu governo é de caráter autoritário na política, ultraliberal na economia, retrógrado nos costumes e com forte viés neocolonialista.

Trata-se de uma aliança entre reacionários, conservadores e liberais de direita, corporações do Estado que, sob a égide direta dos setores rentistas, buscam consolidar a nova ordem política, econômica e social, para alterar o regime político democrático garantido pela Constituição.

Tal aliança possui raízes na história política brasileira e construiu a vitória de Bolsonaro com base em um trabalho sistemático, de folêgo, de caráter ideológico-político-cultural. As forças progressistas não perceberam ou menosprezaram esse trabalho que resultou na vitória do que se convencionou chamar de “nova direita”, que nada mais é que a extrema-direita.

O discurso desta nova direita expressa a exacerbação de um falso nacionalismo, de um engodo de que o corte de direitos é capaz de alavancar o desenvolvimento, e de um moralismo com traços inquisitoriais, e faz da intolerância e do ódio contra a esquerda, contra a população LGBT, contra os negros, uma de suas marcas. Dissemina a intolerância religiosa, manipula a religiosidade do povo, exalta a negação da política, e o individual sobre o social.

O discurso e o programa de Bolsonaro são marcados por uma ação corrosiva, destrutiva até de conquistas civilizatórias, como o elenco de direitos sociais, o conjunto de políticas públicas e as instituições focadas nos direitos e no bem-estar do povo que o país constrói desde a década de 1930.
Bolsonaro tem buscado se apresentar como um governo de ruptura com a política. Segue midiaticamente satanizando “a velha política”, mantém os partidos relativamente à margem da constituição de seu ministério; mas, aos poucos, é impelido a dialogar com sua base parlamentar, sobretudo em relação aos cargos federais nos estados.

Apesar dos desgastes iniciais, como as crises envolvendo os filhos do presidente, as graves denúncias envolvendo o senador Flávio Bolsonaro, e dirigentes do PSL, os desencontros no núcleo do governo e na sua base de sustentação, o governo tem força e não pode ser subestimado. Saiu das eleições com um capital político grande, com amplo respaldo dos setores econômicos e financeiros, de parcela expressiva do poder Judiciário, com a complacência de grande parte dos meios de comunicação, além de ter todas as condições para formar uma forte base parlamentar.

O resultado eleitoral não dá carta branca a Bolsonaro
No entanto, é necessário pontuarmos que, apesar dessa vitória, o eleitorado brasileiro não é largamente de direita. Muito menos de extrema-direita. Ele assiste ao desgaste da política, não vê solução para seus problemas, sente os impactos da crise, encontrou uma força, com um discurso mobilizador, que promete colocar as coisas no lugar e impor certa ordem no caos.

Do mesmo modo, não é possível afirmar que os votos dados a Bolsonaro sejam um referendo ao projeto de privatizações e de desmonte do Estado. Dados do Datafolha confirmam esta afirmação, ao indicar que 60% dos brasileiros se dizem contrários às privatizações e 57% rejeitam a redução das leis trabalhistas.

Os polos de poder do governo
A coalizão de Bolsonaro abriga em si distintos núcleos, polos de poder não homogêneos, com agenda própria e em disputa pelos rumos e a visão do governo. Apesar de não possuírem consenso em torno de um projeto de país, tais polos se unificam em torno da agenda econômica ultraliberal – que opera sem intermediários – sob o prisma do rentismo.

a) O Clã

É o círculo ideológico que expressa o pensamento de fundo do presidente e de seu entorno político. É composto pelo núcleo familiar (filhos), lideranças evangélicas e expoentes da bancada da bala. E conta ainda com Olavo de Carvalho e Steven Bannon como ideólogos e estrategistas do neoconservadorismo. Buscam incidir de fato no governo, indicando nomes para ministérios, como o de Relações Exteriores, da Educação, da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. É dele a responsabilidade de manter mobilizado o setor mais extremista da base social e política de apoio do governo. Embora expresse força, o Clã, enquanto núcleo político, é também o mais vulnerável e se tornou o alvo predileto da imprensa.

b) A Farda

É o núcleo composto por expoentes das Forças Armadas que, após 34 anos, retornaram à vida política do país com a eleição do capitão da reserva, Jair Bolsonaro, e do vice-presidente, general Hamilton Mourão. Desde a redemocratização, não se produziu um momento com a presença tão extensiva de militares em funções de governo, com destaque para o Exército.

Até o momento, já há 45 militares de alta patente no governo, com destaque para a presença do Exército, com 18 generais e 11 coronéis da reserva, entre tantos outros. Um dos motivos para tamanha presença é a completa falta de quadros políticos no entorno de Bolsonaro que, sem alternativa, teve de se apoiar na expertise de quadros das Forças.

As Forças Armadas, em que pese não homogêneas, possuem uma visão estratégica de país, mesmo que predominantemente na história tenham desvinculado a dimensão democrática de seu projeto nacional. Nesta nova realidade resta saber como irão se posicionar diante de um projeto ultraliberal, de privatizações e de um alinhamento aos EUA que se acerca a vassalagem.

O vice-presidente, general Mourão, criticado abertamente por expoentes do Clã, mantém intensa agenda de encontros, entre os quais se destaca o recebimento de expoentes da Central Única dos Trabalhadores, CUT, para debater a reforma da Presidência.

c) A Toga

Trata-se do expoente jurídico e policial do governo. Envolve, em essência, setores do Judiciário de primeira e segunda instâncias e Ministério Público, e da Polícia Federal, que ganharam protagonismo na Operação Lava Jato, e possuem como referência principal o ex-juiz e atual ministro, Sergio Moro.
Entre os pontos da agenda de Moro, destacam-se o Pacote Anticrime e a aprovação das Dez Medidas de combate à corrupção, que no fundo buscam revisar a dimensão garantista de nossa Constituição, como presunção de inocência, limite do uso do habeas corpus e ampliação de penas. E ainda manterá sob mira “inimigos internos”, tendendo a atuar na criminalização de movimentos, lideranças e partidos políticos, sobretudo da esquerda.

A participação de Sergio Moro é um trunfo importante para o governo Bolsonaro. Contudo, será o mais cobrado pelos deslizes de membros do governo e terá de apresentar resultados para além do combate à corrupção. Até o momento tem havido um silêncio ensurdecedor sobre as sérias acusações contra um dos filhos do presidente.

d) O Mercado

Os agentes do mercado financeiro já não atuam por intermediários. Escalaram para postos-chave do governo, sobretudo da Fazenda, um time dos sonhos do rentismo: agentes do próprio mercado, como se vê na nomeação de um funcionário do Santander para presidente do Banco Central.

Sob a batuta de Paulo Guedes, o fiador da aliança de Bolsonaro com os círculos financeiros internacionais e nacionais, a agenda econômica a ser implementada consiste em: dar uma guinada ultraliberal na orientação econômica brasileira, direcionar o Orçamento Federal para assegurar os ganhos fabulosos da banca, implementar um ambicioso projeto de privatização, reduzir impostos, zerar o déficit público e realizar reformas consideradas regressivas e de caráter conservador – como a da Previdência, prioridade número um do novo governo.

É o núcleo com maior nitidez de objetivos em torno de sua agenda, conta com vasto apoio entre os setores econômicos, a grande mídia e as elites do país. O ministro da Economia tem atuado de forma independente do articulador político do Congresso, o que tem criado atrito com o ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

e) Forças que atuam no Congresso

Entre os parlamentares e partidos que apoiam o governo Bolsonaro, estão núcleos que representam expoentes da política tradicional, notadamente da direita e extrema-direita. Não é um bloco coeso, mas um agrupamento de matizes políticos diversos, distintos interesses corporativos que atuam no Congresso por intermédio de frentes parlamentares, como a ruralista, a evangélica e a da bala.

3 – As primeiras ações do governo Bolsonaro confirmam seu caráter
Apesar de desencontros e improvisações, o caráter autoritário, antipovo e entreguista do governo Bolsonaro se expressa nas primeiras iniciativas adotadas pelo presidente e os principais núcleos do governo.

A política externa do governo Bolsonaro realiza uma profunda reorientação diplomática do Itamaraty, levando o país a se afastar de diretrizes como a não ingerência em assuntos internos, a autodeterminação e a busca da solução mediada dos conflitos, preceitos caros à tradição diplomática brasileira. Essa nova orientação visa a estabelecer um alinhamento automático do Brasil com as ações dos EUA, distanciando-o do movimento de desconcentração de poder na arena internacional. São expressões práticas disto o envolvimento ativo do Brasil na desestabilização do governo da Venezuela, e a promessa de mudança da embaixada de Tel Aviv para Jerusalém – ambas com graves repercussões geopolíticas para o país.

O caso da Embraer merece destaque por seu papel estratégico para o país e pelos projetos na esfera da defesa que estão associados à empresa. A empresa de maior valor agregado no Brasil será vendida por uma pechincha de pouco mais de U$ 4 bilhões, que correspondem à parte de suas encomendas. Segundo Bolsonaro, a proposta “preserva a soberania e os interesses nacionais”, por mais que, após dez anos, a Boeing possa comprar os 20% restantes de ações, nas mãos dos acionistas controladores da Embraer. Chama a atenção a anuência dos militares para a realização desta venda, pois a operação pode comprometer o projeto KC-390, avião de transporte militar.

O Pacote Anticrime apresentado pelo ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, é a expressão de uma concepção autoritária, punitivista, que usa da violência para combater a violência. Tal medida é um remendo ao arcabouço legal do país, violando preceitos constitucionais, como a presunção de inocência, ao defender a prisão em segunda instância. No conjunto das propostas, não há indicações sobre a realização de investimentos em inteligência e infraestrutura de segurança, em valorização e capacitação dos profissionais da área. Tais medidas ampliarão a população carcerária e darão licença para matar – o que atingirá a população mais pobre e jovens em situação de vulnerabilidade. Em essência, essas medidas ficam longe de responder às demandas efetivas da sociedade, que exige o direito à paz, à segurança, num país que na última década perdeu 553 mil vidas por mortes violentas – ou 153 pessoas por dia.

Por sua ineficácia, por conter elementos que uma vez mais atacam o Estado Democrático de Direito, a jornada dentro e fora do Parlamento para se contrapor a este pacote pode aglutinar amplos setores da sociedade, do mundo jurídico, do movimento de direitos humanos.

4 – Nova tática: união de amplas forças tendo a democracia como bandeira central
Para o PCdoB, a tática deve emanar da nova realidade imposta pelo resultado das eleições de 2018. Diante do vasto reagrupamento das forças reacionárias no país, a questão principal é a união de amplas forças políticas, sociais, econômicas e culturais, do campo democrático, patriótico e popular, para se opor ao governo Bolsonaro, impor derrotas e reveses à sua agenda. É no caminhar de uma ativa resistência nas ruas, no parlamento, na luta de ideias, que se reverterá as atuais adversidades, acumulando forças e descortinando perspectivas de vitórias vindouras.

Deve reger a constituição dessa frente a união de todas as forças possíveis de serem unidas, com o objetivo de isolar e derrotar o governo da extrema-direita. Essa é a tática geral da luta atual.
O objetivo estratégico de derrotar a hegemonia política dessas forças reacionárias e conquistar a hegemonia das forças democráticas, populares e progressistas, se encontra, diante dessa nova realidade, num horizonte distante. Dessa análise se conclui que o campo da nação e da classe trabalhadora se encontra num período de defensiva estratégica.

Essa nova tática tem como foco emergencial: a defesa da democracia ameaçada. Isto decorre das ameaças explícitas à liberdade política e às liberdades básicas, ao Estado democrático de direito, por ação de um governo com ímpeto saliente de autoritarismo e tendência fascistizante. O fato de o Estado democrático de direito ter sido mutilado por inúmeras violações abre caminho e expõe o país a um grave risco: a mudança do regime político democrático instituído pela Constituição de 1988.
Essa flexão que aponta a democracia como foco emergencial da tática não desdiz, nem colide, o Programa do PCdoB que concebe como vértice a questão nacional (soberania nacional) da luta por um novo projeto de nacional de desenvolvimento, relacionando-a com a causa democrática e o progresso social. Conjunturalmente, ganha centralidade a bandeira democrática, visto que as liberdades definem as circunstâncias e as condições nas quais se realizará a resistência.

Trata-se, então, de formar uma frente de perfil democrático marcante, de características antifascistas, podendo assim combinar uma relação de ação comum desde a esquerda, centro-esquerda, setores populares, personalidades liberais e do centro político. Exemplos da prática política recente demonstram a possibilidade desse tipo de convergência, como alianças no Nordeste nas eleições presidenciais de 2018, o arquivamento da proposta do execrável projeto que institui a Escola Sem Partido, e a aliança pela restauração do Estado Democrático de Direito.

A aplicação da tática geral para alcançar essa união ampla requer uma conduta política que escolha e direcione as lutas que sejam capazes de acumular forças, tendo em conta o quadro muito desfavorável ao campo progressista. Seria errado, portanto, num momento político com tais características, ter como centro a radicalização de posições; ao contrário, é preciso ter presente quais ações, quais combates, proporcionam a ampliação de forças.

Para ser efetivamente combativa, o pressuposto é ser uma tática ampla, flexível, capaz de reunir um leque vasto de forças e pô-las em movimento na ação oposicionista. A radicalização eficaz e consequente virá do grau dessa ampliação e de uma viragem na correlação de forças que seja favorável à oposição.

O papel da esquerda política e social
A esquerda se destaca como principal núcleo de oposição a Bolsonaro, e no curso da jornada oposicionista está chamada a desempenhar papel de destaque na construção da frente ampla. Todavia, a divisão que a debilitou na campanha eleitoral persiste. Ela está desafiada a construir sua convergência num quadro em que já não há uma força hegemônica em seu âmbito. Sua necessária unidade poderá ser construída dentro e fora do parlamento a partir de composições e formas distintas às do ciclo anterior.

Têm surgido diferenças e divergências entre os partidos de esquerda, como é comum quando emergem ciclos políticos novos. Exemplo disto se deu na eleição à presidência da Câmara dos Deputados. Para o PCdoB, tais discordâncias devem ser superadas pelo debate, pelo exame crítico e respeitoso das diferenças e sem que nenhuma legenda se arrogue detentora do monopólio da oposição. Iniciativas como o Observatório da Democracia, projeto conformado pelas Fundações do PT, PCdoB, PSB, PDT, PSOL, contribuem para a gestação de entendimento em outras esferas da vida política.

É falsa a contraposição entre “frente ampla” e “frente de esquerda”. Uma ampla e forte oposição necessita do protagonismo do povo, da classe trabalhadora, da mobilização das massas, da ascendente ação dos movimentos sociais e entidades classistas.

A pressão popular, a luta política nas ruas, será um elemento de grande relevância. Outra tarefa de grande importância é conseguir, a partir do diálogo, construir convergência com entidades de representação como OAB, setores da igreja católica e de outras religiões, juristas, acadêmicos, artistas, em torno da defesa da democracia, do Estado de direito e das conquistas históricas do nosso povo. A Frente Brasil Popular, a Frente Povo Sem Medo e o Fórum das Centrais sindicais, entre outras articulações, atuam no campo da frente ampla oposicionista com sua autonomia e bandeiras – buscando sempre, é claro, convergências que resultem em massivas mobilizações respaldadas por amplas forças. Sempre que amplas coalizões políticas e sociais ganharam as ruas, o Brasil e sua gente saíram vencedores.

Resistência, Amplitude e Sagacidade
Com amplitude, sagacidade e flexibilidade, o campo da oposição pode explorar as tensões e contradições de interesses e ideias que existem no governo Bolsonaro e na sua base de sustentação no Congresso Nacional e na sociedade. Na base de sustentação, há quem respalde integralmente a pauta da agenda ultraliberal e neocolonial, mas tem restrições ao crescente sufocamento do Estado Democrático de Direito pelo Estado de exceção. Neste cenário, manobras, alianças pontuais e passageiras podem ocorrer para explorar fissuras no campo adversário, como fator de reforço da jornada oposicionista.

A dinâmica da atuação da frente, por sua heterogeneidade e composição policlassista, rege-se pelo binômio unidade e luta; sobretudo agora, no seu nascedouro, se a ênfase for na luta, isto é, na exacerbação das divergências e na demarcação de posições, sua constituição terá enorme dificuldade. Essa disparidade de matizes das oposições – que abarca forças resolutas no enfrentamento ao governo, forças intermediárias e mesmo vacilantes – demanda coesão da esquerda e das forças populares para que a frente tenha uma direção política consequente, cumpra sua missão de isolar e impor derrotas ao governo.

As principais bandeiras
Para o PCdoB, a frente ampla se constituirá, no percurso das batalhas, em torno destas bandeiras: Defesa da democracia, da soberania nacional e do patrimônio público, dos direitos do povo e da classe trabalhadora. Como já destacado, a bandeira democrática ganha centralidade.

a) A defesa da democracia se materializa nas jornadas em defesa das liberdades, dos direitos civis e sociais contidos na Constituição; do Estado Democrático de Direito, contra o Estado de exceção; da autonomia das universidades, da existência da Justiça do Trabalho, seriamente ameaçadas; da liberdade de imprensa e de expressão, alvos de restrições, chantagens e ameaças. Além disso, se somam às batalhas para restabelecer o equilíbrio entres os Poderes da República, notadamente recompondo prerrogativas do Legislativo; contra a censura às manifestações artísticas; e o rechaço às ameaças autoritárias do presidente Bolsonaro no sentido de criminalizar, e mesmo banir, os partidos de esquerda e os movimentos sociais.

b) Defesa soberana do país e o patrimônio nacional. Ganham relevância as jornadas em defesa das empresas e dos bens estratégicos do país, em especial da Petrobras, do pré-sal e do regime de partilha, contra a entrega dessa riqueza às petroleiras estrangeiras; a oposição firme à política externa subserviente aos EUA; defesa dos princípios da diplomacia brasileira de respeito à soberania e à autodeterminação dos países, e não ingerência em assuntos internos; e busca de soluções pacíficas e negociadas para os conflitos.

c) A defesa dos direitos do povo e da classe trabalhadora. Com a política ultraliberal do ministro Paulo Guedes, os principais alvos serão saúde, educação, segurança, assistência social, direitos básicos, que seguirão sob ameaça de um processo crescente de cortes, de queda de qualidade e abrangência, em consequência do arrocho orçamentário advindo da Emenda do Teto do Gasto e outras medidas da chamada austeridade. Já foi anunciado que haverá um novo giro no corte dos direitos trabalhistas, inclusive aqueles assegurados pelo artigo 7º da Constituição (13º salário, FGTS, férias, repouso remunerado).

Defesa do direito à aposentadoria: grande batalha
A jornada contra a reforma da previdência, em andamento, apresenta-se como uma grande batalha em torno da concepção de Estado e da defesa dos direitos. Essa reforma está vinculada às imposições da Emenda do Teto do Gasto e encerra uma concepção de Estado nacional. Estado mínimo, fraco para impulsionar o desenvolvimento nacional e assegurar ao povo e aos trabalhadores os direitos conquistados em lutas ao longo dos últimos cem anos. E Estado “forte” para canalizar o grosso do Orçamento Federal para os rentistas, banqueiros e especuladores.

A defesa dos direitos dos trabalhadores, portanto, a uma aposentadoria justa e digna, se apresenta como a principal batalha a ser enfrentada neste primeiro semestre de governo. Ela será travada dentro do Congresso Nacional e ecoará nas demais Casas Legislativas, nas ruas com as mobilizações unitárias lideradas pelas centrais dos trabalhadores e trabalhadoras e pelo conjunto dos movimentos. É preciso desde agora engajamento e preparação para que se realize com êxito uma agenda de mobilização das centrais, com atos de rua, que se iniciam em 20 de fevereiro. Intensa luta de ideias deverá ser empreendida em todos os espaços possíveis, sobretudo nas redes.

Lula Livre
As forças reacionárias para vencer as eleições tiveram que, arbitrariamente, prender o ex-presidente Lula com o objetivo de excluí-lo da disputa presidencial de 2018. Em decorrência dessa afronta ao Estado Democrático de Direito, na esfera democrática, destaca-se, entre as tarefas das forças progressistas, uma campanha nacional e internacional pela libertação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que sofre uma prisão arbitrária e injusta.

6 – Preparar o PCdoB para um novo ciclo político

A construção partidária requer a compreensão pulsante da realidade da sociedade brasileira, e de suas transformações e implicações na vida partidária. A questão está em colocar o PCdoB à altura dos desafios que o novo ciclo político nos exige, traçando novas linhas de acumulação, novos caminhos, a partir da atualização da tática.

Construir o partido em conjunto com a resistência
A situação concreta exige resistência, amplitude e sagacidade, e, apesar dos ataques à esquerda, é possível crescer na luta pela democracia. Desse modo, tem lugar a necessidade de compactar a ação da direção partidária e promover a atuação das diferentes frentes em sincronia e com foco no planejado coletivamente.

Essa nova realidade exige um partido forte, coeso e influente nos parlamentos, nos movimentos sociais, nas lutas das mulheres, dos trabalhadores e da juventude. E, ainda, protagonizando o debate de ideias na sociedade, com condições de cumprir seu papel aglutinador das forças democráticas.
Além das formas tradicionais de mobilização, o uso adequado das novas tecnologias de comunicação e informação pode contribuir para fortalecer a organização partidária e a propaganda das nossas ideias, em diálogo direto com a sociedade, para mobilização e engajamento de filiados, militantes, simpatizantes, amigos e eleitores.

Fortalecer as direções partidárias
Na luta político-ideológica, é preciso persistir no desenvolvimento da teoria de Partido e na atualização da política de estruturação partidária. É estratégico o papel das direções partidárias em todos os níveis, com funcionamento regular e dinamismo para dar respostas aos desafios apresentados por essa nova realidade, além de serem o polo organizador de toda a nossa ação. É no âmbito das direções que o binômio ação política/estruturação partidária, alicerçado na ação planejada, ganha existência efetiva e, por isso, assume importância estratégica.
Só assim poderemos unir forças para alcançar êxitos políticos e eleitorais nas eleições municipais de 2020, preparando desde já os comitês municipais para esta batalha – a antessala de 2022 –, atraindo quadros políticos, lideranças do povo, trabalhadores, mobilizando militantes e filiados para enfrentar os desafios presentes.

A luta pela superação da cláusula de barreira e a incorporação do PPL


A adoção em 2016 da cláusula de barreira, um instrumento autoritário que cerceia a liberdade organizativa dos partidos políticos, constituiu importante obstáculo para a vida democrática. O não cumprimento desta cláusula pelo PCdoB, na eleição de 2018, representou um revés importante sobre o qual a direção nacional buscou atuar de forma efetiva.

Como resultado deste esforço, o PCdoB e o PPL desencadearam um elevado diálogo político programático, buscando uma solução política e jurídica para atender às exigências, na forma da lei, de superação da cláusula de desempenho e assim criar as condições para que sigam desempenhando um papel relevante na resistência democrática e na busca de soluções de fundo para que o Brasil se torne uma nação próspera, democrática, soberana e socialista.

Desse diálogo frutífero, veio a convicção de que as duas legendas possuem afinidades e convergências programáticas e, em face ao presidente eleito da extrema-direita, têm o entendimento comum: a visão tática confluente de que é preciso agregar um leque amplo de forças para empreender a resistência e a oposição democrática, anunciando assim a unificação do PCdoB e PPL.
Com a realização do nosso congresso extraordinário, novas tarefas surgiram no trabalho cotidiano das comissões de enlace, nos níveis nacional, estadual e municipal. A unidade entre PPL e PCdoB resultará no reforço ao enfrentamento das medidas autoritárias, antidemocráticas e de lesa-pátria em curso. De igual modo, reforça o papel das forças revolucionárias e patrióticas que lutam no Brasil por uma Pátria Livre, Democrática e Socialista.

Caminhamos para o Centenário do PCdoB, e as diretrizes aprovadas no 14º Congresso abordam com abrangência e atualidade as diferentes frentes da estruturação partidária.

6. A jornada da oposição se fortalecerá crescentemente


O Partido Comunista do Brasil, legenda quase centenária, desde a República Velha em conjunto com as demais forças progressistas do país, lutou contra todos os governos e regimes autoritários e tiranos que infestaram a história da República. Com base nessa experiência, transmite ao povo brasileiro a certeza e a confiança de que, apesar das graves ameaças que pairam sobre o país, não será fácil a Bolsonaro realizar a obsessão de sepultar a democracia brasileira. Ela deitou raízes profundas no solo pátrio, custou à nação muitas lutas e vidas.

A resistência rumo a uma oposição vigorosa realiza seus primeiros passos, e tem potencial para se efetivar no âmbito de toda a vida política e social do país, a começar pelo Congresso Nacional e outras casas legislativas, se estendendo para os movimentos sociais, as organizações da classe trabalhadora, segmentos do empresariado, o universo acadêmico, a intelectualidade, os artistas, o mundo jurídico, setores religiosos, e inclusive os integrantes de instituições da República. Os governadores e os prefeitos do campo democrático terão importante papel nesta empreitada, tal como tem atuado o Prefeito de Aracaju, Edvaldo Nogueira e o Governador do Maranhão Flávio Dino.

O PCdoB está convicto que no curso das mobilizações e da resistência, uma maioria progressivamente se levantará para defender a democracia, os interesses do Brasil e os direitos do povo e da classe trabalhadora.

Brasília, 15 de fevereiro de 2019
Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB)

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019

Bloco de oposição (PSB-PCdoB-PDT) na Câmara se reúne sindicalistas para barrar reforma da Previdência - Hora do Povo e Facebook Dep. André Figueiredo



Por Hora do Povo Publicado em 13 de fevereiro de 2019

Ato aconteceu na Câmara do Deputados

O governo Bolsonaro ainda não apresentou sua proposta de reforma da Previdência na Câmara, mas os trabalhadores, servidores públicos, aposentados, sindicalistas e diversas entidades da sociedade civil reuniram-se nesta quarta-feira (13) com parlamentares que integram o bloco de oposição liderado pelo PSB, PDT e PCdoB, na Câmara dos Deputados, para organizar ações contra a reforma da Previdência.

A reunião contou com a participação de entidades como a Confederação Brasileira de Aposentados, Pensionistas e Idosos (Cobap), a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), a Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), o Fórum Sindical dos Trabalhadores, a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, a Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), a Associação Nacional dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil (Anfip), a Confederação Brasileira de Trabalhadores Policiais Civis (Cobrapol), o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) e a Confederação da Mulheres do Brasil (CMB), entre outras.

Durante o ato, os parlamentares e lideranças das entidades debateram e deliberam estratégias de enfrentamento à reforma da Previdência, que deverá ser apresentada ao Congresso nos próximos dias pelo governo.

O deputado André Figueiredo, líder do PDT na Câmara, que dirigiu a reunião, afirmou que o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), garantiu que não haverá atropelo do regimento.

“A reforma da Previdência que será enviada ao Congresso possivelmente irá incluir uma alteração profunda no modelo trabalhista. As mudanças teriam como alvo os mais jovens, que devem ser enquadrados no modelo de capitalização, onde cada trabalhador contribui para sua própria aposentadoria. Não admitiremos nenhum tipo de precarização. A reforma é importante, mas não a proposta que está colocada pelo governo,” afirmou Figueiredo.

O líder do PCdoB na Câmara, deputado Orlando Silva (SP), destacou que “nosso desafio será ter capacidade de atrair novos partidos para se somar nesse movimento em defesa do Brasil e dos direitos dos trabalhadores”. O parlamentar lembrou que PT e PSOL devem se somar ao movimento, mesmo ausentes na reunião desta quarta-feira.

“Precisamos estabelecer parâmetros básicos que agreguem. Previdência é direito ou negócio? Essa é a estratégia do setor financeiro. Transformar direitos em negócios. Esse é um exemplo das unidades que devemos buscar, de modo que tenhamos um discurso consistente, capaz de influenciar a sociedade, o parlamento e alcançar os melhores resultados”, afirmou Orlando Silva.

O líder do PSB na Câmara, deputado Tadeu Alencar (PSB-PE), destacando que o PSB quer aprofundar o debate sobre a Previdência Social, disse: “Nós queremos fazer um debate profundo, largo e honesto. Sem atropelo, que não se admita o rolo compressor que muitas vezes se quer imprimir nesta Casa”, disse Alencar.

Também falaram no evento a deputadas Jandira Feghalli (PCdoB/RJ) e Alice Portugal (PCdoB – BA), e os deputados Mauro Benevides Filho (PDT/CE), Paulo Ramos (PDT – RJ) e Daniel Almeida (PCdoB-BA).

Durante o debate, a deputada Jandira Feghali (RJ) lembrou que “hoje temos um regime de repartição seguro, onde há o patronato, a União, a contribuição da sociedade e do empregado. [Com a capitalização] partiremos para um regime inseguro. Nosso problema é a economia. Estamos num regime econômico onde os trabalhadores estão em altíssima rotatividade, e um alto índice de desemprego. O problema da Previdência não é o que diz a Constituição, mas a economia. Vamos precisar fazer uma ampla resistência para evitar que essa proposta avance”, disse.

Paulo Vinicius da Silva, da CTB, destacou a necessidade de ampliação do grupo de parlamentares contrários à reforma. “Precisamos falar com todos os deputados para ampliar o número de votos. Vamos vencer essa luta com povo nas ruas”, disse.

O presidente da CGTB, Ubiraci Dantas de Oliveira destacou que deve ser desmascarada por completo a fabricação do déficit da Previdência e denunciou que a previdência está sendo roubada, através da Desvinculação de Receitas da União (DRU), desonerações e sonegação por parte da empresas. “Não tem déficit na Previdência, ela é superavitária. Eles querem dar dinheiro aos bancos, querem privatizar a Previdência”, destacou Bira.

Segundo o presidente da ANFIP, Floriano Martins de Sá Neto, “a reforma da Previdência não é para melhorá-la, para melhor geri-la, pois se fosse isto, era só usar a CPI da Previdência – que foi aprovada por unanimidade no Senado”.

ANTÔNIO ROSA

ACOMPANHE ALGUNS VÍDEOS DA AUDIÊNCIA - Facebook do Deputado André Figueiredo (PDT-CE)

Minha fala em nome da Secretaria de Relações do Trabalho da CTB Nacional

1a. parte  Abertura e Instalação - Fala dos Deputados(as) e Líderes



2a. parte - Deputados e Movimentos Sociais

quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

UNIDADE E LUTA SÃO DA VIDA - Paulo Vinícius Silva



Diante do cenário complexo, desafiador e incerto, com a grande força dos setores conservadores, o momento internacional marcado pela agressividade e a instabilidade, os comunistas do Brasil empreenderam consciente e publicamente um movimento tático importante, nesse momento da eleição da Câmara. É um movimento de ampliação do campo e de afirmação da autonomia política do PCdoB. Ninguém se espante. Unidade e luta são da vida, a unidade é conquista, e há luta e contradições.  quadro é nebuloso, é normal haver divergência e incompreensão. A despeito das confusões, o gesto do PCdoB se afirmará,  pois consistiu de um consciencioso movimento:
1) um "t á ligado" habilidoso no hegemonismo petista e a composição de um núcleo de esquerda mais amplo, que integra o PDT;
2) A antecipação prática do que se mostrou como um ataque à legalidade do PCdoB até pelos partidos aliados, que queriam toldar sua existência, ameaçada pela Cláusula de Barreira. Esse sim foi o PIOR MOMENTO DA ESQUERDA desde a prisão do Presidente Lula (#LulaLivre). Pior porque foi um ataque, não uma divergência, e foi um ataque a quem sempre os defendeu. Escancarou o protagonismo do PCdoB e seu papel numa construção mais ampla como estratégia de cerco ao bolsonarismo e o sectarismo de quem defende isolar a esquerda. O PCdoB fez um movimento defensivo. O ataque do PSOL, que lhe é natural - fizeram pior com Lula e Dilma -, não escondeu a autoria do discurso. Acabou por semear a confusão, derrotismo e o desespero no seio do povo, além da mágoa. Isso é insustentável e um atraso para a esquerda, porque é uma mentira, é o elogio da burrice tática, e porque o PCdoB segue na luta e cumprirá imenso papel. Esse ataque e essa mentira terão custo. Menor, no entanto, porque um movimento fracassado e desmoralizado, o que ilustra o peso e a efetividade da articulação políticas do PCdoB. Orlando Silva se agigantou - de novo. A dureza do ataque, no entanto, não apenas justifica o movimento ao centro liberal dos comunistas, mas deixa um sabor amargo que se soma a muitos outros. Não terá o PT como sustentar uma tática de tamanho isolamento e - assim, perderá seu discurso radical de quem nega alianças fazendo alianças, de quem tanto já "chamou o Meirelles", pra não ter de citar outros. A postura do PCdoB demonstra que lutará pela sua tese de Frente Ampla e que não será atacado de graça. O cansaço com o exclusivismo petista e as dificuldades não apenas tornarão letra morta os ataques - prevalecerá a unidade -, mas afirmarão a justeza do movimento tático dos comunistas para a retomada da iniciativa política e a construção de um amplo movimento, que supere o campo de foças do segundo turno;
3) o aumento do Protagonismo no legislativo do PCdoB a despeito do quadro alarmante da oposição na Câmara, aonde ainda assim há possibilidades de pressão organizada. Ao contrário dos jênils do "nenhum compromisso", "cair de pé", "que feio esse negócio de política, deixa isso pra lá", PCdoB e PDT lideraram a ocupação de espaço mais efetiva, constrangidos pelo PT, mas focados no resultado. Assim, ampliou-se o campo político para além do PSOL e do PT, situação mais suicida que poderia existir. Por que? Porque resultaria em aprovação de tudo pelo governo e maioria qualificada. No fim das contas, foi o respeito ao regimento, à proporcionalidade, ao direito da minoria e ao funcionamento do parlamento. Essa amplitude e essas regras são o melhor cenário para protagonismo dos(as) parlamentares comunistas que estarão no 220 V;
4) PCdoB liderou um movimento defensivo que, além de significar auto-preservação, significa uma trincheira;
5) Mas trincheira não é pra avançar, é pra resistir. Só a mobilização popular, e digo, da juventude em aliança com a classe trabalhadora pode completar a tática da resistência. Isso não nos exime de encontrara as saídas com um pé na institucionalidade. Sem um levante do povo brasileiro - muitas vezes liderados pela aliança dos estudantes e dos trabalhadores(as) - vai avançar enormemente agenda conservadora, ultra-liberal e fundamentalista. Os números são desanimadores. Não adiantava bater o pé no chão e fazer biquinho por ser minoria. Como no passado o campo já cercou a cidade, é preciso cercar o parlamento em defesa da Educação, da Previdência, da C&T e da Amazônia e de suas populações, dos direitos e da saúde dos trabalhadores(as).
6) A defesa da Pátria em perigo, da Democracia violada, dosDireitos Humanos ameaçados, dos Direitos Trabalhistas atacados, dos Direitos iguais negada, a luta pela vida da juventude negra assassinada e contra o racismo na sociedade e no estado,as lutas pelo corpo livre das mulheres e por seus direitos e vidas segadas, em defesa dos direitos LGBT discriminados, tudo isso são caminhos para unir o povo numa GRANDE AGENDA COMUM DE RESISTÊNCIA e é em torno dessa agenda que deve se construir a Frente Ampla. Às vezes, serão temas difusos ou situações espontâneas que definirão a importância das bandeiras, mas os momentos de embate devem servir a estreitar a relação numa Frente Ampla de resistência.
7) A aliança na Câmara não significou cedência de posições, nem deles, nem nossa, quanto à agenda. Tampouco esgota nossa tática. Foi uma manobra de autopreservação institucional e democrática, um dos momentos dessa luta longa, mas não o único. Esse dado da correlação de forças não foi inventado, existe, veio das urnas. Não podemos impedir uma situação de maioria, nem achar que essa aliança foi uma trégua. Foi mais o reconhecimento dos contendores, a delimitação de espaços e as regras da luta. Ainda que não possamos reverter nessa legislatura a condição de minoria, excluídos do Executivo, do Judiciário, derrotados no Senado e com a situação complexada Câmara, podemos fazer muito, dentro das Casas, nas ruas e nas redes, sobretudo impedir o quorum de mudanças na CF de 1988. Esse realismo e essa vontade de luta é que definirão os próximos acontecimentos e se convertem, em minha opinião, em uma grande contribuição do PCdoB e do PDT à busca de caminhos efetivos para a defesa do Brasil, da Democracia e dos Direitos do povo.
7) Os desgastes serão resolvidos na luta, com o que somos, fomos e seremos. Vamos pra cima, camaradas, frente ampla, sim, com respeito, sem hegemonizamos, sem histeria vã, com realismo e ousadia para virar o jogo.
8)O ataque à legalidade do PCdoB pelos partidos aliados que queriam toldar sua existência ameaçada pela Cláusula de Barreira, esse sim é o PIOR MOMENTO DA ESQUERDA desde a prisão do Presidente Lula (#LulaLivre). Pior porque escancarou o incômodo com o protagonismo do PCdoB e seu papel numa construção mais ampla como estratégia de cerco ao bolsonarismo. Em vez de ensinar que a luta será complexa, dura e não linear, criaram uma ilusão de pureza que é só burrice para o inimigo nos atacar. Mas a compreensão virá, e precisa vir, senão será sempre 7 a 1. O movimento de conter na marra o PCdoB foi fracassado e desmoralizado, o que ilustra o peso e a efetividade da articulação políticas do PCdoB. A dureza do ataque, no entanto, não apenas justifica o movimento ao centro liberal dos comunistas, mas deixa um sabor amargo que se soma a muitos outros. A postura do Partido demonstra que lutará pela sua tese de Frente Ampla e que não será atacado de graça. O cansaço com o exclusivismo petista e as dificuldades não apenas tornarão letra morta os ataques - prevalecerá a unidade -, mas afirmarão a justeza do movimento tático dos comunistas para a retomada da iniciativa política e a construção de um amplo movimento, que supere o campo de foças do segundo turno;
8) Esgotou-se todo um período de acumulação de forças que iniciou em 1985. Precisamos de uma nova linha de massas.

sábado, 2 de fevereiro de 2019

Câmara reconhece incorporação do PPL ao PCdoB - Portal Vermelho



Câmara reconhece incorporação do PPL ao PCdoB - Portal Vermelho:
O Psol questionou incorporações de partidos por ainda não terem sido formalizadas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em discurso na tribuna, o líder do PCdoB na Câmara, Orlando Silva (SP), rebateu as críticas que carecem de fundamento jurídico. Ele considerou um “erro infantil”.
Foto: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados Deputado Gonzaga Patriota preside a sessão da Câmara dos Deputados
Antes do discurso dos candidatos a presidente da Câmara dos Deputados, o líder do Psol, deputado Ivan Valente (SP), levantou uma questão de ordem na qual pediu a reversão da decisão da Presidência da Câmara de reconhecer como participantes de blocos parlamentares partidos que já se incorporaram e estão aguardando os trâmites administrativos no TSE. É o caso do PPL pelo PCdoB, do PRP pelo Patriota e do PHS pelo Podemos.

O deputado Gonzaga Patriota (PSB-PE), que preside os trabalhos, rejeitou a questão de ordem. Conforme despacho do presidente, a fusão será contabilizada “exclusivamente para fins de cálculo da proporcionalidade partidária e da definição de atendimento ou não à cláusula de desempenho, com a consequente delimitação da estrutura administrativa cabível às lideranças dos partidos incorporadores”.

O líder do PCdoB, deputado Orlando Silva (SP), contestou a questão de ordem e lamentou a crítica do Psol, amparada pelo PT. “Causa surpresa esses dois partidos com trajetória democrática buscarem violar a autonomia da organização partidária nos termos da Constituição Federal. PCdoB e PPL já decidiram pela fusão. O que está em curso é a formalização no TSE. O PT quer tutelar o PCdoB. Desta vez, não. As diferentes visões táticas sobre a eleição da Presidência da Câmara não podem contaminar a relação política. Depois de hoje, tem o amanhã. Vamos nos encontrar nas ruas em lutas contra o governo Bolsonaro”, afirmou Orlando Silva.

Para o líder do Podemos, deputado Bacelar (BA), a decisão da Presidência da Casa não interfere no trâmite do tribunal em referendar a incorporação do PHS. “Peço que a questão de ordem seja rejeitada”, disse.

Manuela D’Ávila: "Não soltem as mãos que sempre estão na luta" - Portal Vermelho



Manuela D’Ávila: "Não soltem as mãos que sempre estão na luta" - Portal Vermelho:
A ex-deputada Manuela D’Ávila (PCdoB-RS), candidata a vice-presidente nas eleições 2018, repudiou a tentativa do PT e do PSOL de impedir, “a partir de uma manobra regimental” na Câmara Federal, a incorporação do PPL ao PCdoB. Nesta sexta-feira (1/2), durante o processo de votação para a Mesa Diretora da Casa, o deputado Ivan Valente (PSOL) pediu a anulação da união entre as duas legendas, em retaliação ao fato de o PCdoB não compor o bloco PT-PSB-PSOL-Rede.
Foto: Karla Boughoff / UJS Brasil Para Manu, é preciso entender o que realmente significa "ninguém solta a mão de ninguém"
“A eleição da Câmara já passou. Nós seguiremos na rua, em oposição a Bolsonaro. Mas companheiros, companheiras, isso foi grave demais”, escreveu Manu, em sua página no Facebook. “O povo brasileiro precisa da nossa luta comum e da nossa unidade. Não soltem as mãos que SEMPRE – e não só de vez em quando – estão na luta.”

Confira abaixo a mensagem de Manuela:


Todos sabem – ou quase todos – que não sou deputada mais. Alguns também sabem que eu não participei das reuniões de meu Partido sobre a eleição na Câmara. Eu já havia dito que acho que todos os partidos erraram um pouco nesse processo. Para mim, com a minoria ABSOLUTA que temos na Câmara e com a tendência de aumento da PERSEGUIÇÃO e CRIMINALIZAÇÃO dos movimentos sociais e partidos de esquerda, o mais importante é garantir nossa existência para lutarmos na rua.

Isso para mim deveria significar a construção de uma candidatura comprometida com a democracia já que os 130 deputados de nosso campo JAMAIS chegariam ao 2º turno. Ou seja, serviria para demarcar, para alegrar, para discursar por uns dias mas não havia chance de vitória. Claro, sempre defendi que DEVERÍAMOS ter esgotado as conversas entre nós em primeiro lugar. Mas vejam bem, isso tudo acabou. E pela votação se percebe como muita gente discursava inflamado mas não garantiu o voto no segredo da urna, né?

Alguém tem dúvida de quem vai estar na rua lutando contra o governo Bolsonaro? Não, né?

Mas acreditem e falo sobre isso com os olhos marejados:

PSOL E PT tentaram impedir, a partir de uma manobra regimental, a fusão do PCdoB com PPL, mecanismo legal que construímos para superar a cláusula de barreira e seguirmos existindo legalmente. Ou seja, uma eleição da câmara que não estivemos juntos e nossos aliados há mais de 30 anos tentaram nos colocar na semilegalidade!!!!!

Nós, que retiramos a minha candidatura à Presidência para compor uma chapa quando tínhamos 3% nas pesquisas, os mesmos 3% de Haddad. E sabemos o quanto isso afetou nossa eleição de parlamentares!!!! Nós, que fomos para rua, mesmo com a invisibilidade machista imposta a mim na TV. Porque afinal “as fake news eram grandes” e eu prejudicava a chapa porque as pessoas acreditavam nas mentiras. Nós, que, ao contrário de tantos, somos defensores de Lula e de sua liberdade em todos os momentos. Nos, que engolimos a derrota na Câmara dos Deputados, quando o PT se aliou ao PMDB, para nos derrotar em 2006.

A eleição da Câmara já passou. Nós seguiremos na rua, em oposição a Bolsonaro. Mas companheiros, companheiras, isso foi grave demais. Ninguém solta a mão de ninguém não significa um monte de gente rezando a cartilha do pensamento de um único partido. Ninguém solta a mão de ninguém significa engolir em seco as diferenças (tipo eu fiz com a não aparição minha na TV, lembram?), discutir internamente , superar problemas e seguir na luta juntos.

O povo brasileiro precisa da nossa luta comum e da nossa unidade. Não soltem as mãos que SEMPRE – e não só de vez em quando – estão na luta.

PCdoB lamenta manobra para impedir sua liberdade de organização - Portal Vermelho



PCdoB lamenta manobra para impedir sua liberdade de organização - Portal Vermelho:
Nesta sexta-feira (1º), antes da eleição para Presidência da Câmara, o PSOL surpreendeu ao questionar o processo de incorporação dos partidos. A Questão de Ordem feita pelo deputado Ivan Valente (SP), líder daquela bancada, pedia a reversão da decisão da Presidência da Câmara de reconhecer como participantes de blocos parlamentares os partidos que já se incorporaram e ainda não tiveram finalizados os trâmites no TSE. Este é o caso do PPL pelo PCdoB, do PRP pelo Patriota e do PHS pelo Podemos.
Pablo Valadares/ Câmara dos Deputados
Em nota, a legenda lamentou a manobra regimental. “Esperávamos este ataque pela direita, pelos que não aceitam nossa história e ideologia, pelos que querem nos aniquilar, nos criminalizar, impedir nossa luta. Jamais daqueles que defendemos nas ruas e com quem ontem, hoje e amanhã cerramos e cerraremos fileiras contra o governo de extrema direita de Bolsonaro e todos que tentem ferir a liberdade, a democracia e os direitos do nosso povo!”, descreve a nota.

A legenda reiterou que a incorporação do PPL foi fundamental para garantir às bancadas menores a ampliação de suas forças e relações políticas.

Confira a íntegra do texto.

PCdoB EXIGE RESPEITO!

Os blocos parlamentares formados na Câmara na eleição da mesa duram 1 dia e independem da eleição da Presidência da Casa, servindo apenas para possibilitar os espaços políticos das bancadas na mesa diretora e comissões temáticas. Esses instrumentos servem à organização interna, mas também servem à luta do povo que precisa impedir reformas contra seus direitos e para aprovar projetos de seus interesses.

Bancadas menores buscam ampliar suas forças e suas relações políticas. Neste contexto o Partido Comunista do Brasil (PCdoB) encontrou uma dificuldade a mais, que foi uma possível restrição à sua liberdade de atuação e funcionamento parlamentar, ao não alcançar a cláusula de barreira no enfrentamento da onda fascista no processo eleitoral.

Para superar este obstáculo optamos e decidimos, em fórum partidário, pela incorporação de outra agremiação política, o Partido Pátria Livre (PPL), que tem história de luta e que de forma generosa e comprometida com a liberdade, decidiu em seu Congresso por esta incorporação.

Lamentavelmente, por uma visão pontual e casuística, por pura conta matemática de tamanho de blocos na casa, o PSOL, sustentado pelo PT e PSB, nossos aliados de 30 anos, tentou por manobra regimental atingir a nossa liberdade de organização e questionar a nossa decisão de incorporar o PPL, o que já foi reconhecido pela Câmara dos Deputados.

Expressamos a nossa indignada surpresa! Esperávamos este ataque pela direita, pelos que não aceitam nossa história e ideologia, pelos que querem nos aniquilar, nos criminalizar, impedir nossa luta. Jamais daqueles que defendemos nas ruas e com quem ontem, hoje e amanhã cerramos e cerraremos fileiras contra o governo de extrema direita de Bolsonaro e todos que tentem ferir a liberdade, a democracia e os direitos do nosso povo!

Bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados



Fonte: PCdoB na Câmara