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quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

Juventude da CTB debateu Crise do Capitalismo no Acampamento da Juventude do FST



A juventude trabalhadora da CTB proporcionou um belo debate, na tarde da quarta-feira (25), na tenda central do acampamento, no Parque da Harmonia, quando dezenas de militantes estiveram presentes no evento marcante do Fórum Social Temático.

Com a coordenação de Vitor Espinoza, da Executiva Nacional e Secretário de Juventude da CTB-RS, palestraram o economista e professor da UFRGS, Pedro Fonseca; o membro da executiva nacional da PIT-CNT uruguaia e Coordenador da Comissão de Jovens da Coordenadoria das Centrais Sindicais do CONESUL, Martín Pereyra; e o sociólogo e Secretário Nacional de Juventude Trabalhadora da CTB, Paulo Vinícius Silva.



O Professor Pedro Fonseca avaliou que o governo mantém uma política econômica ortodoxa, mas com políticas sociais, principalmente o Bolsa Família e a Política de Valorização do Salário Mínimo, que este ano injetará 65 bilhões de reais na economia. Estas duas medidas, ao contrário de gerarem inflação, se mostraram os principais pilares de o Brasil resistir à crise, contrariando a previsões recorrentes de economistas liberais. Ele identificou como bases fundamentais para o Projeto Nacional de Desenvolvimento de esquerda para o Brasil: mais Igualdade Social, o combate às desigualdades; Democracia; e a Questão Nacional.

Martin Pereyra ressaltou o papel da luta unitária da juventude para enfrentar a realidade da crise do capitalismo, citando que as lutas nacionais na América do Sul são lutas de todos. É necessário para o dirigente sindical uruguaio combater o afastamento da juventude das questões políticas. Colocou a importância do espaço da Coordenação de Centrais do Cone Sul como espaço de articulação da juventude sindicalista.



Com base nas leis do Valor e da tendência à queda da taxa média de lucro em Marx, e do Desenvolvimento Desigual e Combinado e do imperialismo, em Lênin, Paulo Vinícius avaliou que desde os anos 70 terminou a “prosperidade” capitalista, inédita, e que só se iniciou em 1945, com o fim da II Guerra Mundial. Este fato único na História do Capitalismo decorreu da destruição de toda a Europa, de mais de 40 milhões de mortos. Segundo ele, a resposta capitalista às crises sempre passa pela guerra, com a destruição de imensas forças materiais, para tentar reverter momentaneamente a queda da taxa média de lucro, inevitável pela própria expropriação dos trabalhadores e o maciço investimento em capital fixo e inovações, que geram abundância mas não permite que se as possa consumir e assim retomar o ciclo de acumulação do capital. Destacou que o capitalismo tem crises em meio à abundância, que exatamente quando poderia haver dignidade para todos é que campeia a fome.

A crise se detém quando se destrói uma imensa quantidade de forças produtivas. E qual é a força mais produtiva? O homem e a mulher. Por isso, ao final das crises ocorrem guerras terríveis. Para ele, o capitalismo, amparado na anarquia na produção, na liberdade de mercado, é na verdade a ausência de qualquer direito, a exploração sem fronteiras.

“Tem uma economia aí que dá as cartas mas está fora do mundo real, com suas regras próprias e um potencial de desestabilização terrível. Essa é a realidade do neoliberalismo em crise nesse momento. Sua saída é emitir moeda, jogar bombas e atacar os direitos dos trabalhadores e trabalhadoras. É o que sabem fazer. Mas o fazem também de modo muito sutil, na disputa das consciências. Mas existe um fenômeno nessa crise: as manifestações dos indignados de todo o mundo, a juventude que se levanta”, afirmou.

Lembrou que no relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) de 2009 sobre emprego para a juventude, apontava-se 19,9% de desemprego juvenil na Europa e que no Oriente Médio e norte da África não havia sequer a perspectiva da retomada dos empregos. Foi exatamente ali que explodiu a ‘primavera árabe’. Havia a esperança de a Europa se recuperar, o que não aconteceu e também houve revolta”, afirmou. “Os EUA são a maior das ditaduras, a ditadura do capital financeiro, das petrolíferas e da indústria militar, e usam a desculpa “democrática” para atacar países e governos que se opõem à sua política e que questionam os interesses desses, que são os setores dinâmicos - junto com a informação - da economia estadunidense.

Afirmou que há inimigos ocultos nessa batalha, entre os quais os que negam o desenvolvimento aos países pobre. “Há um direito inalienável dos povos da América do Sul que nunca nos foi dado, o direito ao desenvolvimento. Não somos os culpados pela catástrofe ambiental. É mentira. A catástrofe ambiental e a crise capitalista são obras da burguesia financeira, militarista e petrolífera. Eles é que são os culpados”, denunciou. “Não vai ser matando os chineses de fome, não vai ser o povo brasileiro sem emprego e direito ao desenvolvimento, à indústria, à tecnologia, a usar as riquezas do país para construir o seu futuro, que nós ajudaremos a humanidade a sair do impasse ambiental que ela enfrenta”.

E advertiu: “Estamos vivendo um momento de mudança, de declínio da Europa e dos Estados Unidos. E por outro lado já surgem polos geopolíticos: a civilização chinesa, a África do Sul e a América Latina se levantam. Nós hoje temos como lutar e sair desse processo ainda mais unidos. Os governos progressistas da América Latina podem nos dar uma perspectiva de um lugar digno no mundo. E nós não faremos isso sem energia. Não faremos isso tendo o Pré-Sal e a Amazônia sem ter forças armadas que possam defendê-las. Não faremos isso com a juventude desempregada, sem o massivo investimento em educação ou se aceitarmos que organizações financiadas pelo imperialismo venham aqui dizer como é que nós devemos desenvolver o país. É uma armadilha que visa a fazer o que houve na Líbia. E aí quando chegarem as tropas da OTAN, quem nos defenderá? Serão os teco-tecos que a gente tem? Quem defenderá o Pré-Sal diante da IV Frota?”, questionou.

“Temos um problema gravíssimo. Estamos sobre verdadeiras minas de ouro, declarou, referindo-se ao Pré-Sal e à Amazônia. E o imperialismo está à espreita e já mostrou do que é capaz para conquistar as riquezas alheias. São capazes de matar entre 450 mil a 1 milhão iraquianos para se apropriarem de seu petróleo. O que não serão capazes de fazer para se apropriar do Pré-Sal e da Amazônia brasileira?”, advertiu o dirigente da CTB. “É muito importante defender o meio ambiente, mas se a gente não puder defender a soberania do Brasil, eles, que destruíram todo seu meio ambiente por dinheiro, virão fazer o mesmo aqui. Muito ao contrário, nós preservamos mais do que o mundo inteiro, e eles não podem nos dar ordens nesse momento em que o país pode dar um salto de crescimento econômico”, assinalou.





“Outro inimigo oculto é o caráter venenoso das relações do nosso governo com o capital financeiro. É preciso que o povo entenda quanto custa isso. Não contribuiremos para a superação da crise do capitalismo pagando 47% do Orçamento da União para os especuladores da dívida pública. É preciso um novo pacto que reúna quem produz e quem trabalha, isolar o setor rentista, o principal responsável pela crise que a humanidade vive hoje”, encerrou Paulo Vinícius.

Participação da juventude é fundamental para o debate da CTB

Guimar Vidor, Presidente da CTB-RS prestigiou o debate (Foto: Lílian Baptista)
O debate foi prestigiado por importantes lideranças juvenis, como André Tokarski, Presidente da UJS, Ticiana Alvarez, Presidente da UJS-RS, Lúcia Stumpf, da UBM e dirigentes da UNE e da UBES, além de lideranças sindicais argentinas, reunindo cerca de 100 jovens.

André Tokarski pontuou que o muro que caiu há três anos foi o de Wall Street e que o capitalismo se mostra um sistema ultrapassado, e que "um outro mundo não é só possível, é necessário, e esse mundo é socialista, é a superação do capitalismo".

 Também o Presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor prestigiou a atividade:

“ A CTB defende um novo projeto nacional de desenvolvimento com a valorização do trabalho, distribuição de renda e inclusão social. E observamos que a grande maioria da mão de obra em todos os setores da sociedade, é composta por jovens. Então, para a CTB é essencial que a juventude participe cada vez mais de forma ativa na organização da luta dos trabalhadores. Desta forma, estaremos cada vez mais inseridos na consciência das pessoas para as transformações sociais que queremos para a sociedade brasileira e mundial na construção da sociedade socialista. Por isso, temos orgulho de ver nossos jovens trabalhadores como lutadores sociais empenhados com vontade em construir uma nova sociedade aglutinadora e inclusiva, que é a sociedade socialista”, finalizou Guiomar Vidor.

Paulo Vinícius Silva, baseado na matéria do jornalista Emanuel Mattos – CTB-RS

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