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quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Quem ama não mata - Olgamir Amância*

Outra vez as mulheres da Capital Federal são abismadas pela notícia do assassinato de mais uma jovem, sob a argumentação do amor. Agora, o advogado e, também, professor universitário dispara três tiros contra a aluna, por não aceitar o fim do relacionamento. Há alguns dias, em frente a um restaurante da Asa Norte, outra jovem foi cruelmente assassinada, sob a mesma alegação.

A cultura machista, patriarcal, patrimonial, onde o homem não vê a mulher como ser de direitos e sim como coisa, como algo que o pertence, é o alicerce onde se ancora a violência doméstica. Trata-se da cultura da dominação que é fundamentada nas relações de poder, que busca nas diferenças sejam biológicas, de raça, de orientação sexual, etc. a justificativa para a desigualização, para a subjugação de uma pessoa à outra, trata-se, portanto, de uma relação de dominação construída socialmente.

Se é cultural, se é construção humana, pode e deve ser desconstruída. Vidas como as de inúmeras Suênias e Vanessas dependem de políticas públicas que contribuam para a construção de uma cultura de igualdade entre homens e mulheres, que rompam com a lógica da mulher como objeto, como propriedade, que superem todas as formas de intolerância às diferenças.

É nessa perspectiva que se inscreve a Secretaria de Estado da Mulher, órgão criado nessa gestão do GDF com a responsabilidade de propor e implementar políticas que assegurem direitos a todas as mulheres. Dentre as inúmeras ações da Secretaria destaque deve ser dado à política de fortalecimento dos instrumentos de proteção e acolhimento tais como os Núcleos de Atendimento às Famílias e Vítimas de violência , os Centros de Referência, a Casa Abrigo além da articulação com os outros órgãos de governo de forma a consolidar a rede de atendimento.

A implementação dessas políticas evidenciam o olhar cuidadoso do governo do DF sobre as questões que envolvem mais de 52% da população , indica também, que para o Governo do Novo Caminho a proteção e garantia de direitos das mulheres, o enfrentamento à violência é um desafio assumido pelo Estado que precisa em contrapartida que ocorra a denúncia por parte das mulheres. Nesse sentido, importa destacar que ao serem ameaçadas as mulheres devem procurar, com urgência, a delegacia mais próxima, pois a denúncia é fundamental para interromper o ciclo da violência. É a partir da denúncia que podemos agir e concretamente interferirmos sobre essa realidade impedindo que mais e mais mulheres morram.

Olgamir Amancia
Secretária de Estado da Mulher/DF

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