Que diferença da TV Globo dos anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações sobre a Campanha das Diretas-Já
24/10/2011
Beto Almeida
A farsa da oligarquia da mídia contra a corrupção está em marcha. No feriado do dia 12, a TV Globo fez até plantão, com repórter na Esplanada, em Brasília, interrompendo a programação normal, para falar de toda a sua grande esperança e torcida para que a denominada Marcha contra a Corrupção fosse massiva.
Que diferença da TV Globo dos anos de 1980 quando sonegou ao povo, até não poder mais, informações sobre a Campanha das Diretas-Já, quando milhões de cidadãos foram às ruas para conquistar, finalmente, o voto direto e enterrar a ditadura, defendida pela emissora!
Há uma tentativa de “teorização vulgar”, quando jornalistas tucanos, como Eliane Cantânhede – que chegou a considerar um comício do PSDB como uma “manifestação de massa cheirosa” – esforçam-se por argumentar que algo inédito estaria ocorrendo nestas manifestações porque não registram presença de partidos, sindicatos, movimento estudantil ou social. Segundo dizem, esta característica conferiria um novo conteúdo à manifestação, de modernidade, espontaneísmo, sem contaminação político-partidária, como a negar o papel da liberdade partidária e sindical, conquistada pelo povo após o funeral da ditadura. Há uma dose de farsa nisto tudo, primeiro porque alguém pagou pelas vassouras (que lembram Jânio Quadros) da manifestação, que também contou com convocação da juventude do PSDB.
As greves de várias categorias por melhor remuneração e condição de trabalho, a luta que continua pela reforma agrária, pelo direito a moradia, mostram claramente que partidos, sindicatos e movimentos sociais não estão cooptados. Ao contrário, estão arrancando conquistas legítimas. Esta é uma conclusão importante. Outra, é sobre a aliança que determinados segmentos da esquerda estão realizando com a TV Globo, terminando por reforçar, involuntariamente, o discurso conservador de que a corrupção foi inventada por Lula-Dilma. Isto sim deve ser motivo de preocupação, sobretudo após a assustadora aliança de setores da esquerda com a OTAN em sua agressão imperialista à Líbia.
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