A reunião foi convocada pelo governo e teve a coordenação do ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência. Participaram também os ministros, do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Fernando Pimentel, da Fazenda, Guido Mantega, da Previdência, Garibaldi Alves, e da Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante. O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, também esteve no encontro.
Nesta segunda-feira (01/08), na véspera de lançar um programa para ajudar o setor industrial, o governo tentou acalmar os ânimos dos sindicalistas. Os dirigentes das centrais sindicais, CTB, CGTB, CUT, Força Sindical, NCST, e UGT, ficaram descontentes por não terem sido convocados para opinar e participar da elaboração do Plano Brasil Maior de Política Industrial.
Presente na reunião, Nivaldo Santana, vice-presidente da CTB, declarou que as centrais protestaram e estranharam muito e registraram duas reclamações básicas. A primeira grande reclamação, é que não houve um debate e sim uma comunicação aos 40 minutos do 2º tempo, isso não é debate de propostas, é uma comunicação sem debate, sem ouvir o movimento sindical, diz Nivaldo.
A segunda grande reclamação dos sindicalistas é que o plano prevê alterar a folha de pagamento das indústrias mexendo no recolhimento da previdência social. Nivaldo ainda acrescenta: “A desoneração da folha não ficou muita clara, e precisamos saber em detalhe o que o plano proposto pelo governo pode alterar no caixa da previdência e se isso vai criar uma defasagem para o trabalhador lá na frente”
Outra preocupação das centrais é que se medidas anunciadas vão frear o encolhimento da indústria nacional, que vem sofrendo com a invasão de produtos importados. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Gaged) do Ministério do Trabalho, em julho ocorreram 58 mil demissões no setor de manufaturados e estima-se que em agosto elas cheguem a 100 mil.
Para o governo a reunião não surtiu efeito esperado aos convocar as centrais sindicais e os representantes das centrais saíram do Palácio do Planalto dizendo que, em protesto, não vão ao lançamento do programa, marcado para hoje, (02/08). A presidenta Dilma, na tarde desta terça-feira, deve anunciar detalhes do plano de proteção à indústria brasileira.
Wagner Gomes, presidente da CTB, afirmou "que as centrais não aceitam essa condição, uma vez que o plano já estava pronto, e que as centrais foram chamadas para opinar e não participar dos debates como deveria". O dirigente também estranhou que o plano não é claro quanto ao valor dos juros cobrados atualmente e quais serão as medidas para conter o valor do câmbio. Wagner disse ainda que a CTB aguarda o pronunciamento da presidenta Dilma sobre os detalhes do plano para se posicionar.
Celso Jardim – Portal CTB
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