Os trabalhadores amargaram nova derrota nesta quarta-feira (24) na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Após quatro horas e meia de intensa discussão, os parlamentares aprovaram, por 13 votos favoráveis a sete contrários, o relatório do deputado Sílvio Costa (PTB-PE), o projeto de lei que trata da Previdência Complementar dos Servidores Públicos.
Agência Câmara
A bancada do PCdoB votou contra o projeto. O deputado Assis Melo (PCdoB-RS) se manifestou contra as manobras da Mesa Diretora da comissão na condução da votação da matéria e levantou a necessidade de discussão mais aprofundada do projeto, com a participação dos servidores públicos que serão afetados diretamente pela proposta.
Daniel Almeida fez coro aos colegas do PCdoB que criticaram a pressa na votação.
A deputada Alice Portugal (PCdoB-BA) também criticou a forma açodada como foi apresentado o projeto em discussão e condenou o substitutivo apresentado pelo relator, deputado Sílvio Costa, alegando que a proposição deveria ser debatida por partes e por toda a sociedade, pois, da forma como está apresentada, coloca em risco a aposentadoria de servidores públicos.
Já o deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA), após reforçar as críticas contra a forma de condução da votação do projeto, alertou que os servidores não podem ser penalizados pelos problemas na economia nacional e mundial. Para ele, o projeto é nocivo não só aos servidores, mas também à sociedade.
Assis Melo acrescentou que a aprovação da matéria desestimula o ingresso de novos servidores nos órgãos públicos e o maior prejuízo é para o país, com o enfraquecimento das instituições que integram o estado brasileiro.
Melo afirmou que o maior interessado na aprovação da matéria são os bancos, que lucrarão com os planos de aposentadoria. "O governo vai pegar o dinheiro público e dos trabalhadores e entregar ao sistema financeiro", criticou.
A votação da matéria ainda precisa ser concluída na próxima reunião da comissão, já que restam oito destaques para serem apreciados. O encerramento da votação deve ocorrer na próxima quarta-feira (31).
De Brasília
Márcia Xavier
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