"A praça é do povo!
É o antro onde a liberdade
cria águias em seu calor.
Castro Alves
No dia 03 de agosto, em São Paulo, no estádio do Pacaembu, - o mesmo da II CONCLAT havida em 2010 - reúnem-se dezenas de milhares de pessoas mobilizadas por uma ampla coalizão de forças vivas da sociedade brasileira. Lá estão cinco centrais sindicais (CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central e CGTB), e não apenas, pois as centrais convidaram os movimentos sociais, e souberam incorporar à pauta com um carinho especial as bandeiras dos estudantes, o que permitiu integrar a UNE, a UBES e a ANPG, mas também UBM, CONAM, UNEGRO e o MST.
Inicia-se, assim, o AGOSTO VERDE-AMARELO. Esse mês, que marca os 51 anos do suicídio de Getúlio Vargas, verdadeiro martírio em favor do Brasil, pode ser uma inflexão da luta de massas no país diante dos dilemas que marcam o debate em torno dos rumos da mudança no Brasil. O ano de 2011 tem outra efeméride, o 50º aniversário da Cadeia da Legalidade, quando o Brasil, sob a liderança de Leonel Brizola, recusou submeter-se aos ditames de Washington e a seus lacaios. Há exemplos de sobra para nos impulsionar para adiante.
Trabalhadores e estudantes em São Paulo no dia 03 de agosto iniciam o calendário que se robustece com a multitudinária Marcha das Margaridas das mulheres camponesas da CONTAG, da CTB e da CUT, que tomarão Brasília no dia 16 de agosto. E agosto finalizará com a Jornada de Lutas dos estudantes, com suas entidades unitárias no dia 31. A pauta estudantil é também unitária de todo o movimento de educação, em defesa dos 10% do PIB, e dos 50% do Fundo Social do Pré-sal para a Educação; e a luta pela aprovação do Plano Nacional de Educação e de suas emendas, que fortalecerão a integração da educação com o trabalho em favor de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento.
Ontem e hoje, como dizia Vargas em sua Carta Testamento, "(...) os interesses contra o povo coordenaram-se (...)", "Não querem que o trabalhador seja livre. Não querem que o povo seja independente.". E, se no passado, os golpes de estado eram a arma preferencial do imperialismo ianque e seus lacaios, hoje a disputa também é terrível, encoberta sob uma fachada de economês que tenta ocultar a brutal espoliação da Nação Brasileira e toda sorte de constrangimento contra a agenda do desenvolvimento e da soberania, eleita com Dilma em 2010. E aqueles e aquelas que tomam as ruas nesse AGOSTO VERDE-AMARELO são os melhores, os mais fiéis amigos de Dilma, os que mais torcem pelo êxito de seu governo. Amigo não é o que apenas elogia, mas o que alerta diante dos perigos e que se movimenta para que as coisas dêem certo. É exatamente isso que está acontecendo agora.
A agenda dos trabalhadores do campo e da cidade, dos estudantes e das mulheres é a agenda do Novo Brasil, que luta numa cruenta batalha de opinião pública, denunciando a agiotagem financeira e seu conluio com a imprensa golpista.
O povo sai às ruas em defesa do Brasil. Mobiliza-se para que a Presidenta possa encontrar forças no eco das ruas para enfrentar as brutais pressões, abertas e ocultas que visam a apequenar seu programa transformador, que buscam constrangê-la sob uma agenda conservadora, de corrupção, corte de gastos e liberdade para a banca. É preciso mudar a agenda em favor do desenvolvimento e da valorização do trabalho!
O povo não se calará, e grita a plenos pulmões que outro caminho não é apenas possível, mas imprescindível para enfrentarmos a crise internacional que perigosamente se avizinha de nossa pátria, exportada pelos governos da Europa e EUA, para que os trabalhadores e o povo paguem a conta da crise. É preciso disputar o governo e a sociedade para a defesa do Brasil diante dos interesses da banca monopolista, do cassino da especulação. É preciso mudar a política monetária para defender o Brasil e valorizar o trabalho e a produção.
Só o protagonismo e a unidade do povo, em especial de trabalhadores e estudantes, homens e mulheres, podem fazer face a tal encruzilhada vivida pelo país. Que esse AGOSTO VERDE-AMARELO seja pleno de lutas, de propostas, de povo na rua, para denunciar os inimigos do Brasil, e unir os patriotas, democratas e a esquerda para a implantação plena do programa e da vitória que tivemos em 2010, que precisa ser defendida todo dia da direita, sempre à espreita e ativa.
Ganha a consciência do povo a certeza de que a educação, a reforma agrária e o trabalho devem ser os eixos a dirigir os esforços do Brasil na construção de seu futuro. Cresce a revolta diante dos obstáculos e limites deixados pelo neoliberalismo e que cobram altíssimo preço ao desenvolvimento nacional, adiando-o e arriscando comprometê-lo. O povo quer o Brasil a crescer e a valorizar o trabalho, para distribuir riqueza e impulsionar a produção. O povo quer um Brasil desenvolvido e sem miséria. E é cada vez mais claro que o parasitismo financeiro e a crise internacional por ele gerada demandam uma postura altiva e patriótica em defesa do Brasil, de suas riquezas, de nosso futuro.
Empolgante artigo, camarada!
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