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quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

Salário mínimo: mobilização para conseguir um reajuste digno


Esgotada a negociação com o governo federal pelo salário mínimo de R$ 580,00, a CTB e as demais centrais sindicais adotarão outra tática durante as próximas semanas. Com mobilizações em Brasília e em todo o país, os dirigentes pretendem conquistar um reajuste mais digno no Congresso Nacional, junto à nova Legislatura.
O deputado federal Assis Melo (PCdoB-RS) já tomou as primeiras medidas para reafirmar a pauta dos trabalhadores, por meio de uma emenda modificativa individual à Medida Provisória (MP) elaborada pelo governo, defendendo o mínimo de R$ 580,00, conforme defendem as centrais sindicais. “A emenda tem o objetivo de ampliar o poder aquisitivo da população por meio de uma política de valorização do salário mínimo, que garanta, além da correção anual, o aumento real”, sustenta.
Para o presidente da CTB no Rio Grande do Sul, Guiomar Vidor, a proposta apresentada pelo governo está na contramão do que vem dando certo e é algo contraditório em relação ao que pretende a presidenta Dilma Rousseff. “Essa política não está em acordo com o que foi tratado durante a campanha eleitoral. Além disso, em sua posse a presidenta falou em priorizar o combate à pobreza, mas a questão do salário mínimo está
umbilicalmente ligada a isso”, afirmou.

Realidade diferente
Para o presidente da CTB na Bahia, Adilson Araújo, a fórmula de reajuste acordada entre o governo e as centrais não precisa ser seguida à risca, sem a devida análise da conjuntura vivida pelo Brasil neste momento.
Por esse acordo, a reposição do mínimo se dá pela inflação anual e a variação do Produto Interno Bruto (PIB). Em função da crise econômica mundial de 2009, o PIB não teve variação positiva.
Apesar desse dado, a proposta do governo encaminhada à Câmara dos Deputados considera somente a correção da inflação, ignorando o processo de valorização do benefício.
“Como o crescimento do PIB em 2009 não foi satisfatório, podemos quebrar essa regra. Os grandes bancos e empresários têm conquistado grandes resultados. O país pavimentou uma condição diferente, numa perspectiva de franco crescimento”, argumenta o dirigente baiano.
Diante das dificuldades encontradas, o presidente da CTB em Minas Gerais, Gilson Reis, entende
que a mobilização daqui para frente precisa englobar diversos interesses da classe trabalhadora,
tendo o salário mínimo como carro-chefe dessas reivindicações. “Será preciso pressionar o governo,
os parlamentares e, sobretudo, organizar uma grande luta popular nos estados. Sem isso teremos muita dificuldade”, afirmou.
Para Gilson Reis, tratar apenas do salário mínimo diminui a abrangência da demanda dos trabalhadores.
“Se ampliarmos nossas ações, incluindo o reajuste dos aposentados, a correção da tabela do Imposto de Renda, o fim do fator previdenciário e algumas demandas dos trabalhadores do setor público, sem deixar de focar na questão do salário mínimo, conseguiremos ampliar nossas articulações”, disse.
Guiomar Vidor entende que as centrais devem liderar uma grande mobilização nacional nas próximas
semanas, de modo a sinalizar para o Congresso o que realmente deseja a classe trabalhadora.
“Temos que deixar nossa posição bem clara sobre o reajuste que consideramos necessário, sem
esquecermos a questão dos aposentados. Precisamos trabalhar em todos os estados, de forma que
a unidade prevaleça”, afirmou.

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