Lideranças da juventude trabalhadora ligadas a educação, cultura, sapateiros, comerciários, trabalhadores rurais se reuniram dia 25 de fevereiro na sede da FECOSUL em Porto Alegre/RS para discutir as ações da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Rio Grande do Sul na área da Juventude para o ano de 2011. A reunião do coletivo de Juventude trabalhadora da CTB gaucha teve a presença do dirigente estadual da CTB Henrique e ainda dos dirigentes nacionais Vicente Selistre e Vitor Espinoza.
O Coletivo de Juventude trabalhadora da CTB/RS aceitou o desafio estratégico que está colocado a CTB no próximo período: atrair a juventude gaúcha para o movimento sindical. Para isso, faz se necessária a tarefa de organizar um expressivo II Encontro estadual da Juventude Trabalhadora da CTB, que possa definir as principais bandeiras da juventude trabalhadora gaúcha e definir um programa unificado de luta da juventude da CTB no estado.
Trabalho, educação, cultura e lazer são direitos da juventude
Tal encontro, que deve ser propositivo para o II Encontro Nacional da Juventude Trabalhadora da CTB e II Conferência Nacional de Juventude, precisará discutir e propor políticas que possam garantir os direitos da juventude trabalhadora do campo e da cidade. Trabalho, educação, cultura e lazer são as principais preocupações dos jovens hoje, segundo institutos como o IBGE e o IBASE e IPEA. Conciliar trabalho e educação com acesso a produção e consumo do lazer e da cultura é uma dificuldade que se apresenta a juventude brasileira.
Como trabalhar e estudar ao mesmo tempo? Para o trabalhador estudante do campo, a dificuldade de responder a essa pergunta está na insuficiente oferta de educação no meio rural, bem como de crédito, assistência técnica e demais políticas de incentivo a permanência do jovem no campo. Tal carência de políticas acabam criando um cenário que dificulta a permanência do jovem no meio rural e a continuidade da agricultura familiar. Intensifica-se com isso a urbanização desordenada dos grandes centros.
Os jovens do meio urbano também encontram desafios. Conseguir um emprego acaba sendo o objetivo maior, mas deixar os estudos de lado é a senha para não conseguir melhores remunerações futuras. As longas jornadas de trabalho muitas vezes desestimulam o jovem a continuar estudando, produzindo altos níveis de evasão escolar desde o nível fundamental até a pós-graduação, mesmo que os últimos anos tenham sido marcado por aumento de vagas nos três níveis, em especial no nível superior. Tanto para os jovens que conseguem aliar trabalho e estudo, quanto para os que só estudam ou só trabalham, o acesso a cultura e lazer é dificultado, seja por falta de tempo, seja por falta de dinheiro.
Por tudo isso, é preciso formular um programa que unifique trabalhadores do campo e da cidade, da agricultura, indústria, comércio e serviços, em torno das especificidades do que é ser jovem hoje. O trabalhador e estudante precisa de políticas de garantia da conciliação dessas duas atividades, coibindo os abusos patronais como o trabalho aos domingos, ampliando a assistência para a mãe trabalhadora, ampliando políticas de estímulo a permanência do jovem no campo.
Vale-cultura: uma conquista que deve ser garantida
Como diz a canção dos Titãs, “a gente não quer só comida, a gente quer bebida diversão e arte”. Graças a luta dos trabalhadores e trabalhadoras, obteve-se o vale cultura, que é um vale de R$50 para trabalhadores com rendimento de até cinco salários mínimos, que poderá ser gasto em cinemas, teatros, shows, eventos esportivos, livrarias, etc. No entanto, para implementar a medida, os empresários precisam aderir ao benefício. É hora de colocar como pauta de negociação nas convenções coletivas a adesão ao vale-cultura tanto no serviço público como privado.
Não são poucas as demandas da juventude trabalhadora. A conquista de seus direitos contribui diretamente para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Brasil. Intensificar a mobilização e as lutas é o único caminho para construir um projeto de desenvolvimento que valorize os jovens trabalhadores, que na maioria das vezes estudam, e que não pode abrir mão de acessar e produzir cultura. O desafio do Coletivo da Juventude trabalhadora da CTB/RS está colocado. É hora de pisar no acelerador e fazer um 2011 cheio de lutas e realizações.
Vitor Espinoza
Diretor executivo da CTB
Presidente do Sindicato dos comerciários de Taquari
Secretário de jovens trabalhadores da UJS
Coordenador de jovens Trabalhadores CTB/RS
Josiane Einloft
Membro do Coletivo de jovens trabalhadores da CTB-RS
Secretária estadual de jovens trabalhadores da FETAG-RS
Igor Correa Pereira
Membro do Coletivo de jovens trabalhadores da CTB-RS
Secretário de jovens trabalhadores da UJS-RS
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