Imperialistas em crise promovem escalada de guerra
Realizou-se nesta sexta-feira (25) em São Paulo a reunião da Comissão Política Nacional (CPN) do Partido Comunista do Brasil. Foi o primeiro encontro ordinário da direção partidária desde o desencadeamento da ofensiva política e midiática anticomunista das forças reacionárias, que teve como epicentro a crise envolvendo o Ministério do Esporte. Durante a crise, a CPN havia feito uma reunião extraordinária na qual adotou resoluções e medidas de defesa do partido e do ministro Orlando Silva.Como é habitual, o presidente do partido, Renato Rabelo, apresentou um informe de abertura, abordando diferentes aspectos da situação política internacional e nacional e indicando as tarefas imediatas do PCdoB.
Imperialismo: Crise e guerras
“O desenvolvimento da situação mundial mostra que o imperialismo norte-americano e as demais potências dos países capitalistas centrais, diante do desenrolar da crise, vão revelando a sua natureza de sistema agressivo, que escolheu a guerra como estratégia de sobrevivência, intensificando suas políticas belicistas e intervencionistas, abrindo novas frentes de guerra e fabricando novos armamentos”.
Ao detalhar sua opinião, Rabelo afirmou: “Estamos diante de uma escalada de guerra do imperialismo que corresponde a uma necessidade essencial do imperialismo. Na ofensiva atual, voltam suas baterias contra a Síria e o Irã”.
O dirigente do PCdoB chamou a atenção para a preparação política e ideológica que as forças imperialistas fazem, através dos meios de comunicação, para tornar suas ações agressivas “justificáveis” perante a opinião pública. “Trata-se de um cinismo atroz”, disse, “apresentar essas guerras criminosas como intervenções humanitárias, em defesa da paz, da democracia e dos direitos humanos”, enfatizou.
O dirigente comunista comentou sobre a crise do capitalismo, cujo epicentro encontra-se nos Estados Unidos e na Europa. Para ele, trata-se de uma crise “sistêmica que se aprofunda”. Rabelo advertiu que a situação se tornou “instável e imponderável”, sendo impossível prever o que pode acontecer, principalmente porque “o sistema não tem controle de nada e as forças políticas responsáveis pela crise continuam no comando”.
Trabalhadores em luta
Os dirigentes comunistas comentaram os efeitos políticos da crise, que já derrubou sucessivos governos de direita e sociais-democratas que praticaram políticas de direita, e saudaram o fato de que tanto nos Estados Unidos como nos países da União Europeia intensificam-se as lutas dos trabalhadores e dos povos, uma luta vasta, combativa e classista, com arraigado conteúdo anticapitalista.
Por nova política macroeconômica
Sobre o desenvolvimento da situação brasileira, Renato Rabelo disse que se bem orientado, o país pode aproveitar para contornar a crise mundial e transformá-la numa “oportunidade” para fomentar o desenvolvimento econômico do país. Para isso, diz Renato, é preciso mudar a política macroeconômica que em sua opinião “está superada”.
O dirigente do PCdoB avalia que no enfrentamento da crise e no desenvolvimento da situação política, o governo da presidente Dilma tem sido um governo “de avanços, mas também de limites, ambigüidades e alguns recuos”.
Ele ressaltou principalmente, como aspecto positivo, que a presidente Dilma tem dado passos adiante no enfrentamento da crise, tem buscado algumas saídas, como por exemplo, a “queda sistemática da taxa de juros”.
Renato Rabelo reafirmou a opinião já exposta em ocasiões anteriores de que o Brasil precisa de “um novo pacto político entre trabalhadores, empresários nacionais e empresários da produção, um pacto do trabalho e da produção”, que enfrente as turbulências da economia mundial fortalecendo a produção, a infraestrutura e o mercado interno.
Regulação da mídia
Ao analisar o quadro político, o presidente do PCdoB ressaltou que a oposição está frágil do ponto de vista político e partidário, isolada e sem bandeiras, por isso recorre ao udenismo como tábua de salvação.
O único ponto forte das forças conservadoras e reacionárias do país é sua hegemonia sobre os meios de comunicação, disse. Por isso, propôs a concertação de outra aliança política das forças progressistas para uma luta política e de massas contra o monopólio dos meios de comunicação e pela regulação da mídia. Rabelo foi enfático ao afirmar que “não é possível avançar na realização das mudanças progressistas no país se permanecer o monopólio dos meios de comunicação pelas forças conservadoras”.
Ofensiva anticomunista
A reunião da Comissão Política Nacional do PCdoB debruçou-se também sobre a ofensiva anticomunista desencadeada contra o PCdoB, durante a crise que resultou na substituição de Orlando Silva no Ministério do Esporte. Renato Rabelo destacou a honestidade, a competência e a liderança política de Orlando Silva, cujo comportamento foi exemplar. Ressaltou ainda o acerto da condução da direção partidária durante o episódio e enalteceu a unidade das fileiras de militantes, quadros e dirigentes na defesa do partido, do seu caráter, da sua identidade e das suas posições.
Rabelo considera que o PCdoB “está avançando e acumulando força” e distingue-se no cenário político como um partido com ideias e posições corretas, organizado , estruturado e permanente, o que não é aceito pelas forças conservadoras do país, que fazem contra ele uma campanha orquestrada.
Tirando lições de todo o episódio, o dirigente comunista afirmou que o partido “viveu um choque de realidade” e pôde constar na prática a dureza dos embates políticos e ideológicos.
Candidaturas próprias
Os dirigentes do PCdoB chegaram à conclusão de que no quadro atual, as tarefas imediatas são a ativação do movimento social pelas reivindicações do povo e a batalha eleitoral de 2012,
Os comunistas decidiram manter as candidaturas próprias nas capitais e cidades médias em que foram lançadas, principalmente as candidaturas de Manuela D´Ávila, em Porto Alegre, Ângela Albino, em Florianópolis, Netinho de Paula, em São Paulo, Alice Portugal, em Salvador, Inácio Arruda, em Fortaleza, Perpétua Almeida, em Rio Branco, Evandro Milhomen, em Macapá, Osmar Júnior, em Teresina, Renildo Calheiros, em Olinda e dezenas de outras candidaturas em cidades interioranas médias.
Da Redação
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