"Jurômetro"da Fiesp evidencia os males dos juros altos - Portal Vermelho
A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) lançou nesta terça-feira (29) o Jurômetro, uma ferramenta online que calcula quanto o governo brasileiro pagou em juros da dívida no acumulado do ano. Além disso, o instrumento permite comparar o que o governo poderia fazer com o dinheiro em relação à educação, habitação, renda e transportes; quantas escolas ou casas populares poderiam ser construídas, quantas cestas básicas poderiam compradas ou quantos novos aeroportos inaugurados.
De acordo com o Jurômetro, o País já pagou cerca de R$ 216 bilhões em juros no acumulado de 2011, montante suficiente para construir 332 aeroportos. Toda esta dinheirama é desviada pelo governo dos investimentos em saúde, educação, infraestrutura e outras áreas para o pagamento de juros.
896 milhões de Bolsa Família
Ainda no transporte, o dinheiro poderia ser destinado à construção de 90 mil km de ferrovias e 166 km de rodovias. Caso fosse destinado à renda, daria para pagar 397 milhões de salários mínimos, ou 896 milhões de benefícios do Bolsa Família. O montante poderia arcar com os custos de 667 milhões de cestas básicas.
Na educação, o total pago daria para manter cerca de 104 milhões de crianças estudando, além de equipar 527 mil escolas e construir outras 234 mil. Já na habitação, os R$ 216 bilhões poderiam ser destinados à constução de cerca de 3 milhões de casas populares, 100 milhões de novas ligações de água e 64 milhões de ligações de esgoto.
Conscientização
A ferramenta utiliza dados oficiais do Banco Central (BC), corrigidos com base em mudanças na meta da taxa básica de juros (Selic) e do número de dias. Segundo o BC, a dívida pública líquida do País é de 37,2% do Produto Interno Bruto (PIB) acumulado em 12 meses. De acordo com o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, o objetivo é mostrar para a população o que ocorre quando a taxa de juros aumenta ou diminui.
"Quantos sabem o que representa 1 ponto percentual nos juros? Além disso, o objetivo é haver mais conscientização por parte da sociedade, e talvez lembrar as pessoas do BC que aqueles valores são muito elevados", afirmou Skaf. A Fiesp está construindo paineis do Jurômetro para serem colocados diante da sede da instituição, na avenida Paulista em SP, e próximo ao BC em Brasilia.
Agiotagem
A Fiesp acredita que se a Selic for mantida em 11,5% até o fim do ano serão pagos pelo governo R$ 240 bilhões em juros da dívida pública. A média de juros reais no mundo é de 0,04%, enquanto no Brasil é quase de 6%, segundo a entidade. Ou seja, pagamos juros de agiota.
O Comitê de Política Monetária (Copom) inicia nesta terça-feira à tarde e termina amanhã a última reunião de 2011. A expectativa dos analistas financeiros da iniciativa privada é de redução de 0,5%, o que reduziria a Selic a 11% ao ano. Ainda assim o Brasil continuaria pagando os mais altos juros reais do mundo.
Uma redistribuição perversa da renda
O que se dá na prática é uma escandalosa redistribuição de riquezas que o Estado recolhe de toda sociedade para um reduzido grupo de credores. A DRU (Desvinculação das Receitas da União) viabiliza o negócio que beneficia os rentistas, possibilitando o desvio de recursos que a Constituição destina à saúde e outras áreas essenciais. O chamado superávit primário, que neste ano deve ultrapassar a casa dos R$ 100 bilhões, é o realizado precisamente para garantir o pagamento dos juros.
Além de prejudicar a saúde e educação do povo, a agiotagem praticada com dinheiro público impede o Brasil de crescer a taxas mais altas, como fazem a China e Argentina, entre outros, uma vez que quase todo o superávit primário é feito à custa dos investimentos públicos, como mostra recente estudo do Ipea, e o dinheiro pago aos credores geralmente não é reciclado para atividades produtivas.
Com agências
Recém-eleita presidente do Diretório Municipal do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), a vereadora Karla Trindade apresentou os rumos do partido na capital sergipana, durante a sessão desta quarta-feira, 23/11, na Câmara Municipal de Aracaju (CMA). A parlamentar destacou a atuação do prefeito Edvaldo Nogueira, como um exemplo de administração que deve ter continuidade, e comentou as escolhas do partido para as eleições 2012.
No discurso, foram relatadas as principais definições da 14ª Conferência do PCdoB, que reuniu cerca 300 militantes e lideranças comunistas no Sindicato dos Bancários de Sergipe, no último sábado, 19. Na ocasião o nome de Karla foi escolhido por unanimidade e aclamação para dirigir o PCdoB nos próximos dois anos em Aracaju. “Assumo esta tarefa com alegria e muita vontade de contribuir com o fortalecimento do PCdoB”, afirmou a vereadora.
De acordo com Karla, a administração de cinco anos do prefeito Edvaldo é motivo de orgulho para os comunistas, pois tem colocado Aracaju no rumo do crescimento e da modernidade. “A gestão do PCdoB na capital sergipana é marcada pela ética e pelo zelo ao dinheiro público. Edvaldo tem desenvolvido um trabalho que reafirma nossa capital como referência de qualidade de vida e de desenvolvimento econômico”, destacou.
Dentre as conquistas da Prefeitura de Aracaju, Karla destacou as ações inclusivas como a política habitacional, com a entrega de mais de 1000 casas populares. Na área de infraestrutura, citou a construção da ponte do conjunto Inácio Barbosa, que ligará a Zona Sul ao Centro, além da reforma do calçadão da avenida Beira Mar, um dos cartões postais da cidade. A parlamentar também lembrou que, atualmente, Aracaju é referência nacional na geração de emprego e renda.
Continuidade
“Entendendo que é preciso dar continuidade a esse processo, o PCdoB aprovou a indicação dos nomes de Jéferson Passos, secretário municipal de Finanças, e Tânia Soares, secretária de Governo de Aracaju, como pré-candidatos a prefeito do PCdoB nas eleições de 2012 na capital sergipana”, ressaltou.
A parlamentar também destacou o aumento da influência do PCdoB junto à sociedade aracajuana e do ingresso de novas lideranças ao partido. Ela informou que o partido disputará as eleições de vereador em Aracaju com chapa própria, com o objetivo de aumentar para três ou quatro cadeiras a representatividade na Casa.
Durante os apartes, a maioria dos vereadores parabenizou a vereadora Karla Trindade pelo novo desafio e, principalmente, pela sua atuação marcada pela humildade e compromisso com o povo aracajuano. Além de agradecer às manifestações de incentivo dos colegas parlamentares, a vereadora agradeceu pela confiança dos companheiros comunistas. “Eu dedicarei o máximo de mim para que o PCdoB continue protagonizando os rumos políticos de nossa capital”, finalizou.