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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

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terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Quadras para Pinheirinho, São José dos Campos - Paulo Vinícius Silva

Onde dormirão essa noite,
os pobres do Pinheirinho?
Pobreza tangida a açoite -
Idoso, mulher e meninos!

Como Caldeirão e Canudos,
O roteiro é conhecido:
Os pobres viram bandidos
Na imprensa dos graúdos.

E o frio que vence o colo
Em que dorme uma criança,
Tem  na justiça o dolo
Defensor da abundância!

E a polícia com seus tiros,
Que não respeitam criança.
E o indefeso, o esquecido
Traz-me Jesus à lembrança.

Sem teto ele foi igual,
Porque tangidos seus pais,
Por armas também demais,
Eis a origem do Natal!

Seu pai era José,
Vejam só, que ironia,
Ser o nome da cidade
O do esposo da Maria.

Pinheiro nenhum havia...
E o presente, de verdade,
Que sob a estrela luzia
Era a solidariedade.

Onde viverão doravante,
Os pobres de Pinheirinho?
Como seguirão adiante,
Qual será o seu caminho?

Que ameaça ofertavam?
Quanto mentem os jornais?
Tão torpes que nos enojam:
Cínicos, sujos, venais!

Porrete para o mais fraco,
Justiça para o patrão
Essa é a lei em São Paulo.
Pode dizer: lei de cão!

Mas a verdade, quem diria,
Sempre acha defensores.
Pois o poder da maioria
Está com os trabalhadores.

Suas mãos produzem tudo.
E suas vozes, se estão unidas,
Podem sim mudar o mundo,
E São Paulo e suas vidas.

Como chispa que se espalha,
Como lava de um vulcão,
Pinheirinho ao peito fala,
E cresce a indignação.

Vede povo brasileiro,
Não esquecais esse dia:
É esse o tratamento
Ao estilo privataria!

Toda cidade é cenário
Dessa luta sem igual:
O povo a receber salário
A lutar contra o capital.

"Toda noite tem aurora"
Castro Alves já sabia
E mesmo quando demora,
Há de chegar esse dia!

Em que São Paulo, liberado,
Poderá ser de esperança,
Sem que o policial armado
Se volte contra crianças.


Sem governo repugnante,
Cuja força do Estado
Tem endereço certo:
Inimiga do mais fraco.

Valente com o viciado,
O estudante e o pobre,
Defensora de engomados
De banqueiros e de "nobres".


Expulsa trabalhadores,
De barracos miseráveis,
E apoia especuladores
Pra sociedade imprestáveis!


Por isso, de mãos dadas,
Vamos! Vozes levantadas,
Gritando pelo caminho:
#SomosTodosPinheirinho!

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