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quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Movimento Sindical realiza ato e exige redução da taxa de juros - Portal Vermelho

Movimento Sindical realiza ato e exige redução da taxa de juros - Portal Vermelho


“Não queremos importar a crise para o Brasil, queremos aumentar as exportações, ampliar o número de empregos e fortalecer a indústria nacional”. Foi com esse grito que a Centrais Sindicais (CTB, Força Sindical, CUT, NCST, CGTB e UGT), com o apoio dos movimentos sociais e do movimento estudantil, realizaram nesta quarta-feira (18), em São Paulo, ato pela redução da taxa de juros em frente à sede local do Banco Central.


De acordo com o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Wagner Gomes, as Centrais não concordam com a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) de reduzir os juros em apenas 0,5%, como está sendo anunciado. Ele disse que a mobilização é resultado de uma agenda deliberada pelas Centrais desde 2011, que busca combater os juros e retomar do crescimento do país.

“Essa bandeira pela redução dos juros foi definida em 1° de junho de 2010, durante a Conclat. Em 2011, as Centrais afinaram o coro e deliberaram que todas as vezes que o Banco Central se reunisse, o movimento sindical faria manifestação em frente às sedes do banco em todo o país com o objetivo de pressionar a redução do juros e intervir na taxa de câmbio”, explica Wagner.

Segundo ele, “é preciso baixar os juros, mudar a política cambial, barrar o processo em curso de desindustrialização e de desaceleração da economia. Assim, garantiremos o crescimento estável, com fortalecimento da indústria, com a valorização do trabalho”, finaliza.

O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira, diz que essa mobilização é apenas uma prévia da agenda de ações das Centrais e informou que a partir de março o movimento sindical irá intensificar a pressão junto ao governo. Ele acrescenta que “em 2011 o governo encontrou uma economia a 7% e hoje leva a 0%. Essa situação só gera recessão e desemprego e os trabalhadores, com seus sindicatos, estão engajados nessa luta”.

“Em março as Centrais irão apertar o cerco frente à atual política econômica. Além disso, iremos fortalecer as frentes contra o processo de desindustrialização, que se alimenta dos juros altos e do câmbio desvalorizado”, esclarece Paulinho da Força.





União das Centrais

Ubiraci Dantas, presidente da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), afirmou que a pedra de toque para vencer a luta pela redução da taxa de juros, bem com outras bandeiras defendidas pelas Centrais, é a união das entidades. Além disso, o apoio dos movimentos sociais e do movimento estudantil reflete o novo cenário que vem sendo construído no Brasil. Segundo ele, a mobilização ocorrida nesta terça-feira (17) no Rio de Janeiro só demonstra que o brasileiro está se conscientizando de que é através da luta que conseguiremos desenvolvimento com valorização do trabalho.

“Nossa luta é por uma política industrial que privilegie o desenvolvimento do Brasil, que privilegie os trabalhadores, a classe operária, os estudantes e a indústria nacional. E a unidade dos trabalhadores e trabalhadoras ampliará as frentes de luta pela valorização do trabalho, além de garantir uma economia segura e mais igual para a sociedade brasileira”, finaliza Ubiraci.

Outras frentes

Como no Rio de Janeiro, a União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) esteve presente e declarou seu apoio às bandeiras levantadas pelas Centrais.

“A executiva nacional da Ubes reitera o apoio à luta do movimento sindical, pois a opressão sofrida pelo trabalhador também atinge os estudantes. A alta dos juros, além de precarizar o emprego, reduz os investimentos em outras áreas, como educação, ciência e tecnologia e saúde, o que impacta diretamente no processo de desenvolvimento do país”, declara Lucas Chequetti, diretor de assistência estudantil da Ubes

Daniel Iliescu, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), diz que 2012 será um ano de intensa luta pelos rumos do Brasil. Ele frisa que “o momento agora é de união dos movimentos sociais, para assim pressionar o governo e o Congresso Nacional. Precisamos levar essa discussão para a sociedade brasileira e assim conquistar avanços democráticos já em 2012. A Une se junta ao movimento sindical na briga pela aceleração da queda da taxa de juros, para que assim possamos liderar investimos e desenvolver o pais”.

De São Paulo, Joanne Mota

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