Publicado em Quinta, 25 Abril 2013 10:36 Escrito por Jussara Seixas

Claudio Guerra, ex-agente da repressão, que publicou o livro "Memórias da Guerra Suja", denuncia a Folha de S. Paulo à Comissão da Verdade a afirma que o empresário Octavio Frias de Oliveira visitava frequentemente o Dops, um centro de torturas; jornal publicou a denúncia em sua edição de hoje, negando ter colaborado com o regime militar de 1964
247 - Autor do livro "Memórias da Guerra Suja", o ex-delegado Cláudio Guerra, um dos principais agentes da repressão política durante o regime militar de 1964, responsável direto pela morte de diversos militantes políticos, fez revelações constrangedoras para a Folha de S. Paulo. Em depoimento à Comissão da Verdade na Câmara Municipal de São Paulo, ele afirmou que o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha, visitava frequentemente o Dops e era amigo do torturador Sérgio Fleury.
A Folha noticiou o caso, negando sua participação na ditadura. Leia abaixo: Ex-agente acusa Folha de ter colaborado com a repressão Direção do jornal nega que empresa tenha ajudado ditadura a perseguir opositores DE SÃO PAULO O ex-delegado da Polícia Civil Cláudio Guerra disse que o empresário Octavio Frias de Oliveira (1912-2007), publisher da Folha, visitou frequentemente na ditadura militar dependências do Dops (Departamento de Ordem Política e Social) de São Paulo, um dos principais centros da repressão a opositores do regime. Em depoimento ao vereador Gilberto Natalini, presidente da Comissão da Verdade da Câmara Municipal de São Paulo, ele disse ainda que a Folha emprestou carros e ajudou a financiar os órgãos da repressão na época. "O Frias visitava o Dops constantemente", afirmou. "Isso está registrado." Guerra disse também que o publisher da Folha era "amigo pessoal" do delegado Sérgio Paranhos Fleury, um dos mais ativos agentes da repressão. Guerra, que publicou no ano passado o livro "Memórias de uma Guerra Suja", trabalhou para o SNI (Serviço Nacional de Informações) e diz que participou da repressão executando militantes que combateram o regime. Seu depoimento foi gravado neste mês em Cariacica, no Espírito Santo, onde ele mora atualmente, e foi exibido na terça-feira em sessão pública da Comissão da Verdade da Câmara Municipal. A direção da Folha nega que a empresa tenha colaborado com a repressão política e que Octavio Frias de Oliveira tenha mantido relações com o delegado Fleury.
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