Paulo Vinícius
No último dia 10 de junho, em Salvador, no Auditório José Mutti de Carvalho, tomou posse a nova direção do Sindicato dos Bancários da Bahia para o triênio 2011-2014.
A nova direção tem a marca da composição unitária entre os bancários classistas da CTB - liderados pelo histórico dirigente e memorialista sindical baiano, Euclides Fagundes - e a adesão de militantes da CUT e independentes. Também nesse caso, confirma-se a correção da criação da central classista como elemento de unidade dos trabalhadores, pois a CTB abriu caminho para o retorno da CUT ao histórico Sindicato baiano.
A expressão desse momento ficou clara na representativa mesa e na presença de sindicalistas de Sergipe, Ceará, Rio de Janeiro, São Paulo, Distrito Federal, de várias forças políticas, das centrais sindicais e até mesmo a representação de bancos. A importância nacional da atividade ficou clara na presença do presidente da CONTRAF, Clarlos Cordeiro. O SEEB-BA é o mais importante sindicato do ramo financeiro da CTB, que não participa mais da direção da CONTRAF, em face do hegemonismo cutista nessa confederação, o que impede sua ampliação.
Isso não impediu que a CTB mantivesse seus sindicatos no comando nacional dos bancários e a firmar o acordo da CONTRAF, resguardando-se à central a independência e a crítica aos limites dos avanços dos bancários nas negociações salariais a partir da eleição de Lula. Dado o exponencial crescimento dos lucros dos bancos, a força dos bancários, sua exploração brutal e o parasitismo do capital financeiro no Brasil, anseiam os classistas por ampliar ainda mais as conquistas e a unidade dos bancários, o que tem gerado uma dinâmica de unidade e luta entre CTB e CUT e o fortalecimento dos classistas no movimento bancário nacional.
Nesse contexto é que o Presidente da CONTRAF aproveitou sua fala para convidar os classistas a reingressar na entidade. Como resposta, várias foram as menções feitas por Eduardo Navarro (Coordenador do ramo Financeiro da CTB), Emanoel de Jesus (Presidente da Federação dos Bancários de Bahia e Sergipe), Álvaro Gomes (Dep. estadual do PCdoB e ex-Presidente do SEEB-BA) e de Everaldo Augusto (Ex-Presidente) quanto à centralidade da Agenda Nacional da Classe Trabalhadora aprovada em 2010 na II CONCLAT, como base para a unificação crescente das centrais.
O fato é que a campanha salarial dos bancários de 2011 está na ordem do dia e as movimentações sindicais podem contribuir para a definição do resultado.
O peso da especulação sobre o povo
A aposta dos classistas é a mesma nos bancários e no movimento sindical. Defendem o programa da CONCLAT, que unifica a sociedade contra o capital fiinanceiro. Só em 2010, 44,93% do Orçamento da União, 635 bilhões de reais, foram para os especuladores que vampirizam a Nação. A CTB propõe uma disputa mais clara dos rumos do governo Dilma, submetido a uma política econômica conservadora, carente do apoio e da pressão populares para avançar nas mudanças.
Na campanha salarial de 2011 é evidente a necessidade de uma sólida unidade para enfrentar a agenda regressiva de aumento de juros, encarecimento do crédito, de matar a pauladas o crescimento econômico, enquanto os banqueiros seguem a lucrar de modo imoral e a chantagear o Brasil. A unidade mais ampla dos bancários em grande medida dependerá da disposição da CONTRAF enfrentar de modo amplo e firme os especuladores, em defesa da categoria bancária. Já a CTB, é autônoma e dialoga com todas as centrais sindicais e entidades bancárias.
Experiência e renovação
Outra importante marca na posse foi a importância dada à juventude na presente etapa da luta sindical bancária baiana, expressa nas falas e na ascensão de uma promissora liderança à vice-presidência da entidade, o bancário da Caixa Econômica Federal, advogado, professor universitário e ex-diretor da UNE, Augusto Vasconcelos.
Eduardo Navarro conduziu os trabalhos sendo ladeado por Euclides Fagundes e Augusto Vasconcelos. A sinalização desse simples gesto é clara: enfatiza a importância da juventude bancária para a luta sindical e a renovação nas direções sindicais. Também o deputado estadual Álvaro Gomes realçou o "imenso potencial" do novo vice-presidente do Sindicato e as suas qualidades para no futuro contribuir ainda mais com a entidade.
Ao final, a fala de Augusto Vasconcelos trouxe importante reflexão acerca do parasitismo dos especuladores, da necessidade de mudar o Brasil e do protagonismo dos bancários. E o encerramento feito pelo Presidente reeleito Euclides Fagundes apontou para os importantes desafios da entidade, os investimentos em sua infraestrutura, a construção de seu centro de memória e para a força da categoria diante dos desafios do presente e do futuro. Fica a certeza que o SEEB-BA tem História, bases e futuro.
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