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Qui, 14/07/11 16h31 | |
Saiba mais sobre as propostas do movimento para a próxima gestão da UNE. Lançado pelo Transformar o Sonho em Realidade à disputa pela presidência da União Nacional dos Estudantes no 52º CONUNE, Daniel Iliescu tem longa trajetória e experiência no movimento estudantil. Conversamos com ele para saber sobre as principais propostas de sua campanha e quais os caminhos ele vislumbra para a entidade, caso seja escolhido até o próximo domingo como o representante de todos os estudantes brasileiros. Você foi lançado recentemente candidato a presidância da UNE. Como tem encarado esse desafio e por que quer ser presidente da UNE? A União Nacional dos Estudantes é um dos símbolos mais fortes da democracia no Brasil. Há décadas representa os estudantes de todo o país e interfere na vida política nacional. Este é o desafio de uma geração: ajudar o Brasil a percorrer os caminhos e as lutas para tornar-se uma nação mais justa e desenvolvida. O movimento estudantil brasileiro está muito amadurecido e se prepara para vôos maiores. Encaramos com muito entusiasmo, tanto o Congresso quanto os desafios que virão. Temos a confiança e o respeito de todos os que nos acompanham de perto e queremos muito ajudar o país a dar passos largos e ousados, em especial, na área da Educação. Ha uma tentantiva permanente da imprenssa em caraterizar a UNE de hoje como uma entidade de poucas lutas, chegando a fazer certas comparações grosseiras como utilizar das mobilizações juvenis da Europa e do mundo Árabe para dizer que aqui a juventude não se mobliza. O que você acha disso? Vejo que uma parte da mídia tem uma visão ultrapassada e caricata da UNE e da sociedade civil organizada. Outros veículos, no entanto e cada vez mais, têm valorizado o crescente protagonismo da juventude e dos estudantes em todas as esferas da vida pública. Dois claros exemplos de efervescência política: a 2ª Conferência Nacional de Juventude e o 52º Congresso da UNE, cada um deles com milhões de pessoas dando opinião e organizando campanhas e lutas. Em 2011, inúmeras manifestações de rua reforçaram esse protagonismo crescente, desde atos contra o aumento das tarifas de ônibus em várias capitais até a Jornada de Lutas de março deste ano, que levou a campanha "Educação tem que ser 10!" a cento e vinte universidades em mais de quarenta cidades. A UNE é chamada para dar opinião sobre todos os temas revlevantes para o país. O que você tem achado do governo de Dilma Roussef, quais são para você os principais obstáculos do atual governo na luta por construir um projeto de desenvolvimento? Dilma foi eleita pela maioria dos brasileiros para aprofundar um projeto de transformações para o Brasil. Somos, ainda, um país muito desigual. A superação destas desigualdades e o desenvolvimento do país devem ser, portanto, as prioridades do governo. O Brasil avançou muito nos últimos anos, mas ainda estamos muito distantes de ver consolidadas as transformações desejadas. É preciso, então, acelerar o passo! As principais dificuldades encontradas são de convicção e de correlação de forças. O governo fez algumas escolhas, no início do ano, com as quais discordamos, como o corte no orçamento e mais um aumento da taxa de juros. Essas medidas não jogam a favor do desenvolvimento, pelo contrário, desaceleram o crescimento e combinadas à sobrevalorização do dólar, o país pode correr o risco de desindustrialização. A UNE defende um projeto de desenvolvimento democrático e autossustentável, soberano e solidário, com distribuição de renda, valorização do trabalho e da produção para um povo e uma juventude mais feliz. Entendemos que nosso papel é pressionar os governos e dialogar com a sociedade para que o país avance. Qual você acha que deva ser o foco de atuação da UNE nos próximos dois anos? A UNE deve estar concentrada em interferir no debate educacional no Brasil, ajudando o país a investir 10% do PIB e 50% do Fundo Social do pré-sal na educação, a erradicar o analfabetismo e ampliar o acesso e a qualidade do ensino superior. A UNE deve convocar um grande debate do que há de melhor no pensamento brasileiro atual. Deve discutir com artistas, políticos, esportistas, jornalistas, acadêmicos sobre o Brasil da década que se inicia. Qual o projeto de país? Qual o papel do Desenvolvimento e da Educação? Assim, estará, lado a lado com o conjunto dos movimentos sociais brasileiros, mobilizando a população em torno de bandeiras unitárias e estratégicas para o país, como a redução da jornada de trabalho, as reformas agrária e urbana, entre outras. E estará decidida a estruturar-se e enraizar-se cada vez mais, lançando campanhas, organizando atividades, ampliando sua ação na internet, consolidando sua ouvidoria, avançando na construção de sua sede, mobilizando passeatas, percorrendo o Brasil. |
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