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segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

“Acordo é uma vergonha”, diz militante histórico da esquerda grega - Portal Vermelho



“Acordo é uma vergonha”, diz militante histórico da esquerda grega - Portal Vermelho
Manolis Glezos, um veterano guerrilheiro grego de 91 anos, ícone do Syriza, de cujo Comitê Central é membro, criticou duramente o primeiro-ministro Alexis Tsipras, líder do partido, afirmando que “o acordo feito no Eurogrupo é uma vergonha”.


O dirigente afirmou que o governo não está cumprindo as promessas feitas na campanha. “Fizemos promessas e não as estamos mantendo. Peço desculpas ao povo grego. Devemos reagir logo. Entre a liberdade e a opressão, escolho a liberdade”.

A crítica de Glezos atinge em cheio o primeiro-ministro Tsipras, que agora se empenha para conter a raiva que cresce em seu partido devido ao acordo feito na sexta-feira (20) em Bruxelas.

O decano do Syriza representa uma parte importante da história da Grécia. Ele iniciou sua vida política em 1941, quando com apenas 18 anos, escalou a Acrópole durante a madrugada para arrancar a bandeira nazista ali içada pelos invasores do Terceiro Reich, num gesto que deu vida à resistência grega contra os nazistas alemães. Seu carisma é um ponto de referência para a esquerda grega. Entre 2010 e 2014, participou nas manifestações contra a austeridade. Por isso tem impacto a nota que emitiu, conclamando os militantes do Syriza a “reagirem antes que seja tarde”. .

O posicionamento de Glezos é um claro sinal das dificuldades que Tsipras enfrenta no atual momento, pois não se trata de uma voz isolada. Panagiotis Lafazanis, ministro do desenvolvimento econômico e líder da Plataforma de Esquerda, o grupo mais radical no interior do Syriza, afirmou que “a linha vermelha traçada antes das negociações não pode ser superada, ou não se chamaria de vermelha”. Um subsecretário da economia anunciou que está pronto para demitir-se se as propostas de reforma que serão apresentadas em Bruxelas não contiverem as medidas humanitárias apresentadas aos eleitores.

Para o primeiro-ministro Alexis Tsipras ficou claro que foi aberto um conflito interno, que pode ser tão ou mais complicado do que os problemas que deverá enfrentar em Bruxelas.

“Nem carne nem peixe”

Sob este título, o Partido Comunista Grego, que não integra o governo liderado pelo Syriza, publicou um artigo crítico alertando que como partido de oposição, o Syriza prometera “romper” com os memorandos que os governos anteriores tinham assinado com os credores estrangeiros (a União Europeia, o Banco Central Europeu e o Fundo Monetário Internacional) e que continham as medidas contrárias aos trabalhadores. Mas, como partido governante, “o Syriza revelou que concorda com 70% das ‘reformas’ previstas nos memorandos e discorda de 30% delas, que descreve como ‘tóxicas’.

Para além disso, prossegue o artigo do Partido Comunista, o governo “declara que não tomará medidas unilaterais mas que procura um novo acordo com os credores que desta vez não se chamará ‘memorando’, mas ‘programa’, ‘acordo’ ou ‘ponte’.

Os comunistas gregos conclamam o povo à luta para “exigir a recuperação das perdas nos seus rendimentos e nos seus direitos”, ressaltando que devem “colocar objetivos de luta no sentido da solução dos problemas dos trabalhadores e do povo de acordo com as suas necessidades contemporâneas; lutar pelo caminho que conduz à esperança: a socialização dos monopólios, romper as amarras com organismos imperialistas como a União Europeia e a Otan”.

Repercussão em Portugal

O Gabinete de Imprensa do Partido Comunista Português emitiu nota sobre o acordo pactuado pelo governo grego no Eurogrupo, assinalando que o partido “denuncia todo o processo de chantagem, pressão e imposição que rodeia o acordo agora anunciado, em que fica bem patente a hipocrisia da União Europeia e dos seus principais responsáveis”.

De acordo com os comunistas portugueses, “independentemente de ulterior análise ao conteúdo e consequências deste acordo, o que sobressai neste processo é que as orientações e limites impostos pela União Europeia e pela União Económica e Monetária constituem inaceitáveis constrangimentos ao desenvolvimento de políticas em favor dos legítimos interesses e aspirações dos povos, respeitadoras da sua vontade e soberania”.

Na nota, o PCP solidariza-se com a luta dos trabalhadores e do povo grego e valoriza a luta dos demais povos da Europa, “na defesa e conquista de direitos e da melhoria das suas condições de vida que, como o acordo agora anunciado vem mais uma vez comprovar, são sistematicamente negados pelos pilares e natureza do processo de integração capitalista na Europa”.

Redação do Vermelho, com agências e página do PCP na internet

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