Paulo Vinícius
A valorização do salário mínimo é uma bandeira justa. Afeta a economia de modo benéfico e aponta para o desenvolvimento.
Mas a direita e a imprensa se armam para a defesa de uma pauta econômica conservadora, e acuam o governo. O Comitê de Política Monetária aumenta em 0,5% a taxa de juros SELIC e aposta em jogar água fria na economia e aumentar o endividamento das famílias que fazem uso do crédito.
O FMI volta a dar palpites e os cortes para assegurar o famigerado superávit primário. Fala-se em ajuste fiscal, quando se disse durante a campanha que não se o faria.
Então, a luta pela valorização do salário é simplesmente a parte dos trabalhadores. Uma medida de desenvolvimento, de distribuição de renda, de recuperação de perdas históricas. O aumento do salário mínimo não é uma bandeira das centrais sindicais, é da maioria do povo brasileiro que se apresenta diante de Dilma.
O povo será mais uma vez penalizado para servir à fome dos banqueiros?
Quando poderemos sair do círculo dessa política macro-econômica composta de:
Regime de banda cambial (flutuante);
Regime de metas de inflação;
Superávits primários superiores a 3% do PIB!;
Os juros mais altos do mundo (SELIC), que remuneram os títulos públicos.
Nestas estreitas margens, ganham os rentistas uma parcela absurdamente desproporcional da riqueza nacional, em prejuízo dos trabalhadores.
E há mais medidas. A correção da tabela do IR. E a desoneração da cesta básica. As obras sociais e estruturantes, a Copa, as Olimpíadas. É preciso que seja um governo de desenvolvimento.
Mas há uma disputa pela agenda econômica do governo e as Centrais Sindicais apresentam uma das mais justas causas: a valorização do trabalho. Contra elas está aortodoxia em meio a uma guerra econômica com a desvalorização do dólar e a crise, cobrando dos trabalhadores brasileiros os custos de uma agenda que eles não cumprem em seus países. Digitam trilhões de dólares que são injetados em suas combalidas economias e desvalorizam o dólar, encobrindo sua ineficiência, e ainda com todas as barreiras protecionistas possíveis. Por que deveríamos adotar a agenda recessiva, e não o investimento no mercado interno para equilibrar ainda mais a economia brasileira?
O povo deve apresentar a sua agenda. Há uma clara disputa, e a mídia, feroz, está na ofensiva. É quase um terceiro turno! As forças do povo devem reforçar a capacidade de pautar a agenda pública em favor do interesse da maioria e para isso contam com a agenda da II CONCLAT e também com a luta pela Redução da Jornada de Trabalho.
Dilma concedeu muito já aos banqueiros. Não é um custo, mas um investimento combater a miséria e distribuir renda pelo salário, valorizando o trabalho. E cabe ao povo lutar por mais avanços sociais para derrotar a agenda do sistema financeiro, com altíssimos custos para a Nação.
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