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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

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sábado, 6 de novembro de 2010

O Nordeste é o Brasil (e em todo lugar). Paulo Vinícius Silva (2010)

Paulo Vinícius Silva

Dilma previu que o ódio e a calúnia - turbinas da campanha de José Serra – não ganhariam o Brasil. Venceu Dilma, venceu o Brasil, mas ilude-se quem crê que as palavras doces e pouco sinceras da Veja extraordinária posterior à vitória serão o diapasão a afinar a sintonia da oposição ante o mandato da nossa primeira presidenta.

Ilustrativo disso é o mais recente capítulo: a imbecilidade dessa juventude de direita, elitista, preconceituosa e – para espanto geral da nacionalidade – anti-nordestina, que, partidária de Serra, vocifera contra o Nordeste, atribuindo-lhe a responsabilidade pela eleição de Dilma. Esgrimem calúnias, ao atribuir à maioria acachapante em favor de Dilma outra motivação que não a consciência cidadã. Confundem riqueza com consciência, o que bem ilustra sua mendicância intelectual e a sensação de cerco ante a ampliação da classe média. Seu melhor – e divertido - retrato foi feito pelos estudantes da UnB, no YouYube. Se você não viu, não perca: http://www.youtube.com/watch?v=LA0JL7yVcSM

Reivindico sim, para o Nordeste a eleição de Dilma.
Mas em uma coisa eles não erraram. E já que fomos tão ofendidos, permitam-me essa reflexão sem demérito para os(as) compatriotas que – votando ou não na Dilma – jamais conciliariam com esse tipo de preconceito contra o Nordeste. Afinal, independente de região, o povo brasileiro se quer muito bem. Confiando nessa tolerância, vou “puxar a sardinha” sim; acho que a realidade dá algum direito de o fazer. De fato, nós, nordestinos(as) somos muito responsáveis pela eleição de Dilma.

É verdade, e eu adoro que essa direitazinha machista, racista, homofóbica, lambe-botas, gringa, descambe para um “juris sperneandi” desesperado. Faturam o repúdio nacional e processos do Ministério Público, assim como a ação impetrada pela OAB-PE contra o símbolo dessa vilania, Mayara Petruso. Em minha opinião, há que dar o devido combate a essa parcela juvenil, bem minoritária ainda naquela classe média que até já posou de progressista e democrática e, de repente se viu cercada pela TFP, Opus Dei, a extrema direita e, é claro, essa minoria anti-nordestina. Que companhias, hein, PSDB, DEM e PPS!? Digo mais: a direita necessariamente investirá mais e mais na juventude e não devemos subestimá-la.

Argumenta-se que a tese dos filhotes de Mr. Burns é falsa porque - excluindo-se o Nordeste do mapa eleitoral – mais de 1 milhão e trezentos mil eleitores(as) manteriam a vantagem de Dilma, assims e esconjuraria a tese do perigo nordestino. A conta está pela metade, no entanto. Sou pelo papel decisivo do Nordeste brasileiro para a eleição de Dilma, protagonismo que segue inúmeros movimentos revolucionários, progressistas e democráticos da História do Brasil. O berço das revoluções brasileiras não precisa se defender de seguir sua tradição e eleger Dilma. Contem os votos havidos nos Estados que compõem a região, mas também contem os nordestinos que votaram por todo o país. O Nordeste, cimento da unidade nacional, entranhado no Brasil, foi decisivo na eleição de Dilma.

Nordestino sim, Nordestinado não (Patativa do Assaré)
Afinal, nós somos os paus-de-arara, não é mesmo? Como diz a canção de Zé Geraldo:“Tá vendo aquele edifício alto, moço?” Pois é, foi o nordestino que ajudou a levantar. Se formos cada um atrás das histórias, na casa da gente, encontraremos sagas em nossas famílias, entrelaçadas com esse Brasil do futuro que se levanta. Meu pai e meu avô ajudaram a construir Brasília. Por isso, em vez de ir aos números, peço que se contabilize nessa vitória tudo o que erguemos de progresso pelo país e que nos trouxe até aqui.

O Brasil começou no litoral. Recordemo-nos da ocupação do Norte brasileiro e do protagonismo cearense no desenho do mapa nacional a partir da conquista do Acre. Para que não seja em vão, invoquemos o martírio e a morte de incontáveis tangidos pela seca, que malgrado tamanha opressão, espremidos entre a natureza e a injustiça dos homens, ergueram as belezas e os arranha-céus desta pátria tropical e industrializada, fato raríssimo feito em imensa medida com trabalho, sangue, suor e lágrimas nordestinos.

Berço de Revoluções
Invoquemos Canudos de Conselheiro, nascido no Quixeramobim-CE, e ao Beato José Lourenço no Caldeirão do Juazeiro do Norte. Recordem-se também as revoluções de 1817 e 1824, Frei Caneca e Padre Mororó, Pernambuco e Ceará de mãos dadas. Abreu e Lima, general de Bolívar e prócer latino-americano. A primeira presa política do Brasil, Bárbara de Alencar, avó de José de Alencar, criador do romance brasileiro e um dos grandes intérpretes do Brasil. O Dois de Julho, os Malês e Castro Alves, poeta dos escravos e da juventude.

Ressuscitemos dos desvãos da memória a greve dos jangadeiros contra a escravidão sob a liderança de Dragão do Mar, em 1881, a preparar caminho para que, em Redenção, o Ceará abolisse a escravidão ainda em 1884. Mencionemos a expulsão dos holandeses e franceses do solo pátrio. E Zumbi, comandante guerreiro, no Vaza Barris das Alagoas de Graciliano Ramos. Até no extremo Sul, Antônio Pinto da Silva ensinar a técnica das charqueadas, a indústria saladeril, desenvolvida pelos indígenas no Piauí, no Rio Grande do Norte e no Ceará ainda para alimentar a produção açucareira pernambucana.

Somos nordestinos em qualquer parte do país, sempre saudosos de nossa terra, sempre desejosos de voltar, sem que isso nos tire a alegria de viver e de lutar, construindo a grandeza do Brasil onde quer que estejamos, fazendo rir e dançar, enchendo de alegria e poesia a vida do nosso povo. E nossos filhos e netos, embora nascidos em qualquer Estado, tem inúmeras razões para orgulhar-se dessa origem tão bonita e importante para o Brasil.

Não, eu não sou do lugar dos esquecidos/
Não sou da nação dos condenados/
Não sou do lugar dos esquecidos./
Você sabe bem: conheço o meu lugar.” Belchior

O Nordeste prospera, vejam e surpreendam-se, chega de estereótipos. O Brasil está mudando. Mas se há algo perene é que é impossível separar o Nordeste do Brasil, ou o Brasil do Nordeste. Nós fomos, somos e seremos imprescindíveis à construção do Brasil. E, com esse histórico, vivendo no Nordeste ou pelo Brasil, é até óbvio que sejamos parte destacada das forças da mudança.

Lula é nordestino, saiu menino de Pernambuco, e passará a faixa à mineira Dilma, que refez sua vida no Sul. Os nordestinos e nordestinas achamos isso tão bonito! Amamos tanto nosso país que entendemos que o caminho do tucanato é a desagregação nacional e não a admitimos, por isso fomos Lula e somos Dilma. Lutamos pelo Brasil com sangue e trabalho, com muita esperança que dê certo, para entregar isso na mão dos vende-pátria. Sacrificamos tanto para que o Brasil chegasse aqui, que eu não posso deixar de me orgulhar do nosso papel nessa quadra histórica, e o reivindico: é verdade sim, o Nordeste das Revoluções foi imprescindível para eleger a primeira mulher presidente do Brasil.

Essa minoria elitista - que vocifera impropérios ao ponto de chegar ao crime - merece desprezo e cadeia. Eles não representam o Sul ou o Sudeste. Não. Essas toupeiras malparidas pela doentia campanha de José Serra e sua aliança representam apenas mais uma das mil cabeças dessa medusa anti-Brasil. E há que lhes dar combate! Sua utilidade, no entanto, é inegável. Eviscera-se o valhacouto de podridões que por alguns dias iludiu milhões de brasileiros e brasileiras. Não nos faremos pedra ao olhar de frente essa ignomínia. É preciso entender a dimensão da batalha para jamais subestimar esses confessos inimigos do Brasil, afinal, quem mais senão os inimigos da nacionalidade estimularia conflitos regionais e religiosos num país como o nosso? O Brasil é terra de querer bem, de união. Esses filhinho de papai são a turma de Miami. Não nos definimos apenas pelos amigos, mas pelos adversários também, e o Nordeste estará sempre a favor do Brasil.

3 comentários:

  1. Puta que pariu, Paulo!!! Estou aqui de cabelos em pé!!! Teu ceclado deve ter derretido com o fogo de teus dedos!!! Que teu gesto seja sempre o de um amigo, pois sei que, se um dia fores meu inimigo, farei questão que me derrotes!!! Ficarei orgulhoso de sucumbir ao fio da espada de um inimigo tão capaz!!!

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  2. Carta de um “negro revoltoso”, Henrique Dias, ao corsário Maurício de Nassau

    Senhores holandeses: Saibam vossas mercês, tenho poucas letras e muita espada. Respondo sempre, e minhas respostas são sempre dadas. Vossas mercês podem senti-las no cheiro de pólvora do meu bacamarte.
    Meu camarada Camarão não está aqui, porém, eu respondo por ele. Saibam, vossas mercês, que Pernambuco é pátria dele e minha, e já não podemos suportar a ausência dela. Aqui haveremos de perder as vidas ou haveremos de deitar vossas mercês fora dela; e ainda que o governador-geral, e sua majestade mesmo, nos mandem retirar, primeiro que o façamos, lhe haveremos de responder e dar as razões que temos para não desistir desta guerra.

    O lamento de um “príncipe” vencido

    - Perdemos a guerra. A vitória coube aos pernambucanos. Terão uma pátria. Um negro analfabeto e um bugre já conhecem o significado deste nome. Eu, um príncipe de sangue, careço desse conforto. Fiz de mim um corsário. Um soldado de armas e brasão vendidos ao uma companhia de comerciantes incumbida de saquear e sugar até a exaustão uma terra defendida por quem luta pelo direito de nela deitar suas raízes.
    Foi essa ancestral e arraigada idéia de pátria, insuperavelmente bela, que arruinou meus projetos de uma Cidade Maurícia livre e universal. Uma nova Amsterdam!
    - Venceu o modo antigo, Até, ou sobretudo, dentro de mim mesmo. A semente dos Albuquerque frutificou. Eles perderam sua terra e suas fazendas, mas criaram uma pátria para seus descendentes mamelucos.

    (Maurício de Nassau / 1654)


    Felipe Camarão

    O reconhecimento de Tiradentes como um herói nacional é facilitado e até estimulado pelo fato de existir uma data nacional dedicada a ele.
    Há, também nos calendários, inúmeras referências a guerrilhas e batalhas nas quais o Brasil esteve envolvido, porém com menos destaque para os seus personagens. A história fica parecendo algo distante e meramente didático.

    http://opiniaoenoticia.com.br/opiniao/biografias/felipe-camarao/

    Henrique Dias

    Foi um Guerrilheiro, nasceu (??) em Recife, onde veio a falecer em 08/06/1662, na sua cidade de nascimento.
    Negro liberto, mestre-de-campo, Henrique Dias participou com bravura dos 24 anos de guerra contra a invasão holandesa no século 17, sendo ferido oito vezes em combate. É venerado pelos militares brasileiros como um dos fundadores da Forças Armadas, por sua atuação nas duas batalhas de Guararapes.

    http://www.netsaber.com.br/biografias/ver_biografia_c_295.html

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  3. O eterno racistas MONTEIRO LOBATO e MÁRIO de ANDRADE.

    CARTA CAPITAL: O espírito que não descansa
    Marco Cabral dos Santos
    10 de setembro de 2010

    As comemorações da Revolução de 1932 revelam o quanto São Paulo ainda se acha diferente do resto do Brasil

    Entre julho e outubro de 1932, a Região Sudeste foi palco do maior conflito armado da história republicana brasileira. De maneira geral, os livros didáticos reservam poucas linhas para aquele episódio, mas, em 1997, o governo do estado de São Paulo decidiu dedicar-lhe um feriado: o “Dia da Revolução Constitucionalista”. Mas teria sido mesmo o anseio por uma Constituição o fator que levou tantos homens a darem suas vidas nas trincheiras paulistas? E a vitória de São Paulo, que consequencias traria?

    http://www.cartacapital.com.br/carta-na-escola/o-espirito-que-nao-descansa

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