Vendo a entrevista do ministro da Educação, Fernando Haddad, em outros veículos fica impossível não fazer uma comparação com a que ele concedeu ao programa matinal Bom Dia Brasil da Rede Globo. Sem brincadeira, foi uma das coisas mais vergonhosas e ao mesmo tempo elucidativas que já vi na TV nos últimos tempos. Valeu a pena ver o que acontece quando jornalistas despreparados tentam dar uma “calça curta” em alguém que tem convicção sobre o que fala.
Por Adilson, para o Conversa Afiada
Jornalistas esses que considero até razoavelmente bons quando o propósito é entreter o público, mas absolutamente despreparados para a função principal a que se propõem. Não dá para fugir dessa verdade pois ela grita! Fazendo um esforço até dá para entender, já que quando o assunto é governo (ou melhor, esse governo) acredito que devam ser obrigados a lerem, às pressas, sobre o que vão falar, debaixo de uma pressão absurda do patrão para bater, bater e bater cegamente até ver se sangra alguma coisinha que seja do inimigo político-ideológico.
Só que esse foi mais um daqueles dias em que se deram muito, mas muito mal em seu propósito. Num certo momento, o ministro já meio cansado de perguntas impertinentes, responde a uma delas com um requinte de crueldade banhado de uma sofisticação que poucas vezes vi alguém fazer com eles:
“Vamos fazer o seguinte, façam um debate com os observadores externos ao Brasil..façam um debate com pessoas que entendem de educação, com o CDE, Banco Mundial , BID, Unesco, Unicef e OEI [...] vejam o quadro da educação brasileira na primeira década do século XXI em contraste com as décadas passadas, eu faço questão de participar.”
Silêncio no estúdio.
Meus amigos, a verdade é uma só: o Bom Dia Brasil convidou o Haddad para engoli-lo, só que seus jornalistas, despreparados e confusos, é que foram jantados pelo ministro da Educação, que não tomou nem conhecimento da turma do café da manhã.
A Globo não aprende.
Não aprende que o tipo de jornalismo que anda fazendo tem causado um estrago muito grande, pois além de emburrecer (essa é a palavra), desinforma o seu leitor. O camarada que vai lá e assina o jornal na maior boa vontade, assiste aos telejornais na expectativa de se informar e acaba dando com os burros n’água.
O consumidor diário do padrão Globo de dar a notícia está sendo submetido ao ridículo quando sai de suas rodas “de conforto” sociais. Se ele ainda não se deu conta, alguém precisa alertá-lo sobre isso. Do contrário, do jeito que a coisa vai, daqui a pouco eles vão ter que criar uma confraria para ficarem discutindo somente entre eles tudo o que lêem nas páginas e assistem na tela, já que a tendência é piorar daqui pro juízo final (2030?).
Ppois a Globo é contra a internet, a velocidade e a diversificação dos canais de informação. Ignora esse assunto tanto quanto o prefeito daquela cidadezinha do interior que, quando soube que a banda larga iria chegar à sua cidade, mandou rapidamente aumentar o coreto da praça.
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