O presidente do
BNDES, Luciano Coutinho, disse nesta terça-feira (15) que é preciso
implantar os ajustes para voltar a pensar a economia do país no curto e
médio prazos. “Acredito que para serem suplantadas [instabilidade
política e as dificuldades fiscais] é preciso concretizar os ajustes e
virar a página, voltar a pensar na economia brasileira no médio e curto
prazos e retomar a ideia do crescimento.”
Luciano Coutinho, presidente do BNDES
Ele participou, no Rio, da sessão especial do Fórum Nacional, na
sede do banco, que tem como tema O Brasil que Queremos – Nova grande
concepção: sair da crise e enfrentar os desafios do alto crescimento,
integrando-se à Nova Revolução Industrial para aproveitar a magia das
grandes oportunidades.
Pacote de medidas
Coutinho destacou que para o Brasil crescer e atingir taxa de 4,5% ao
ano, é preciso elevar a produtividade, que precisaria aumentar pelo
menos 3,9% ao ano. Para ele, entre os próximos desafios do país estão a
melhoria da qualidade dos serviços, com mais educação e qualificação do
trabalho. “Isso significa e exige mais qualificação e preparação do
trabalho para tecnologias avançadas de automação e de sofisticação
especialmente na prestação de serviços.”
“Essa seria uma taxa alta de crescimento que permitiria enriquecer a
sociedade em termos de qualidade de vida e de renda, antes de a
população envelhecer de forma mais irreversível, porque as transições
demográficas depois tendem a se estabilizar.”
“Ajuste fiscal ajuda a sociedade a buscar soluções”
As medidas de ajuste fiscal, anunciadas pelo governo, além de apontar
uma saída para crise econômica enfrentada pelo país, ajudam a sociedade
brasileira a considerar “suas responsabilidades” na busca de soluções,
disse Coutinho. Ele acrescentou que as medidas ajudam a sociedade
brasileira a considerar, como necessária, a implantação de reformas de
médio e longo prazo para que o país possa buscar o desenvolvimento
sustentado.
Segundo o presidente do BNDES, a alíquota de 0,2% para o retorno da
Contribuição Provisória sobre Movimentações Financeiras (CPMF), proposta
pelo governo, é moderada e minimiza um pouco os efeitos da
contribuição. “Ao mesmo tempo assegura uma receita importante”,
completou.
Infraestrutura
Luciano Coutinho reconheceu que é preciso investir mais em
infraestrutura. Segundo ele, o crescimento do país, entre 2004 e 2012,
não se traduziu no aumento ideal dos investimentos no setor. Para ele, o
maior resultado do crescimento econômico do país foi a inclusão social,
a distribuição de renda e o acesso e pressão sobre os serviços
públicos. Já o agronegócio continua sendo um vetor de crescimento para a
economia, apesar da piora dos preços internacionais.
“O investimento em infraestrutura aumentou, mas não o suficiente. O
investimento total sobre o PIB [Produto Interno Bruto] aumentou, mas não
tanto quanto gostaríamos. A taxa agregada de investimentos era de cerca
de 16% do PIB e ultrapassou os 20%. Ficamos neste patamar até
recentemente”, disse. “Acelerar os investimentos em infraestrutura é uma
fronteira em várias áreas, com possibilidade de desenvolver cadeias de
suprimentos de equipamentos, de engenharia, de bens de capital e de
serviços”, acrescentou.
Fonte: Agência Brasil
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