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terça-feira, 23 de outubro de 2012

Biografia de Maurício Grabois, centenário de um heroi brasileiro.

Do sítio TORTURA NUNCA MAIS-RJ 


Dirigente do PARTIDO COMUNISTA DO BRASIL (PC do B).

Nasceu em Salvador, BA, no dia 2 de outubro de 1912, filho do comerciante Agostim Grabois e de Dora Grabois, ambos judeus de nacionalidade russa.

Maurício teve um casal de filhos: André Grabois, também militante do PC do B e morto no Araguaia, provavelmente em outubro de 1973, e Vitória Lavínia Grabois Olímpio.

Desaparecido aos 61 anos em 1973, no Araguaia.
Maurício Grabois Deputado e Aparício Torelli, o Barão de Itararé
Fez o curso primário em vários colégios devido às inúmeras viagens e mudanças de seu pai. Em 1920, quando sua família regressou a Salvador, concluiu a escola primária. Em 1925 ingressou no Ginásio da Bahia, passando a sentir interesse pela política por influência de seu diretor, Bernardino José de Sousa.

Também nessa época conheceu e tornou-se amigo de Carlos Marighella (morto em 1969), que freqüentava o mesmo colégio. Formou-se em 1929. No início do ano seguinte foi para o Rio de Janeiro, então Distrito Federal, onde passou a freqüentar o curso preparatório para a Escola Militar de Realengo, nela ingressando em 1931, mas não concluiu o curso por ter sido expulso em 1933.

Foi então para a Escola de Agronomia, onde cursou até o 2° ano, abandonando definitivamente os estudos para dedicar-se à vida política.

No início da década de 30, Grabois foi um dos primeiros organizadores do PCB nas Forças Armadas, quando aluno da Escola Militar. Logo após sua entrada para o PCB, passou também a atuar na Juventude Comunista e, em 1934, foi encarregado do setor nacional de agitação e propaganda da Federação da Juventude Comunista do Brasil. Em 1935, Maurício Grabois integrou-se nas ações desenvolvidas pela Aliança Nacional Libertadora (ANL).

Durante o período do Estado Novo (1937-1945), foi condenado à revelia, em 1940, num processo em Minas Gerais. No início de 1941, Grabois foi preso no Rio de Janeiro. Libertado no início de 1942, formou no Rio, ao lado de Amarílio Vasconcelos, a Comissão Nacional de Organização Provisória (CNOP).
Trabalhou na empresa de aviação Panair do Brasil e participou da fundação e da direção da editora Horizonte, do PCB, com sede no Rio de Janeiro. Em maio de 1945 dirigiu o jornal "A Classe Operária", função que manteria até 1949, quando o jornal foi fechado.

Nas eleições de 2 de dezembro de 1945 para a Assembléia Nacional Constituinte, o PCB elegeu um senador e 14 deputados, entre os quais Grabois, pelo antigo Distrito Federal. Assumindo seu mandato em fevereiro de 1946, foi designado líder da bancada comunista. O período da legalidade do PCB chegou ao fim em 7 de maio de 1947, quando o TSE cancelou o seu registro e Grabois teve o seu mandato cassado.

Devido à repressão policial aos comunistas, a partir de 1948 Grabois passou a atuar na clandestinidade.
Em agosto de 1957 rejeitou a política soviética de coexistência pacífica, explicitando suas divergências com a orientação do PCB. Em fevereiro de 1962, juntamente com João Amazonas, Pedro Pomar, Carlos Danielli e outros, reorganizou o Partido Comunista do Brasil (PC do B), relançando o antigo nome e preservando o projeto político-partidário anterior ao XX Congresso do PCUS. Em março de 1962 foi relançado o jornal A Classe Operária, órgão central do PC do B, dirigido por Grabois e Pomar.

Após o golpe militar de 1° de abril de 1964, voltou a viver na clandestinidade. Por força do AI-2 (27/10/1965), teve seus direitos políticos cassados. Foi condenado pela 2ª Auditoria do Exército - 1ª CJM nos Processos n° 7512, a 2 anos de reclusão, e 7478, a 10 anos de reclusão. Também foi condenado pela 1ª Auditoria a 5 anos de reclusão e pela 2ª Auditoria a 2 anos de reclusão.
Grabois e Pedro Pomar

Em 1967, iniciou os preparativos de um movimento de guerrilha na região do Araguaia, no sul do Pará, onde passou a viver, estabelecendo-se na localidade de Faveira. Em 1972, o Exército descobriu o núcleo guerrilheiro no Araguaia. As tropas enviadas à região, estimadas em 20 mil homens, eliminaram 59 guerrilheiros do PC do B, entre os quais Maurício Grabois.

O jornal "O Estado de São Paulo", do dia 10/10/82, diz que Maurício morreu com um tiro de FAL na cabeça que arrancou-lhe o cérebro e outro na perna que provocou fratura exposta. A revista "Isto É", de 04/09/85, em entrevista com um paraquedista que não quis identificar-se diz que a foto publicada em 10/10/82 pelo Jornal "O Estado de São Paulo" não é de Maurício Grabois porque não mostra sinais de destruição da caixa craniana, os mortos estão descalços e o grupo que foi morto em combate, no dia 25/12/73, estava calçado. Diz também que os 4 mortos da foto estão com as pernas amarradas, sinal de que foram presos e torturados e que Maurício e mais outros quatro, foram mortos em combate, não tendo sido presos. Reconhece, no entanto, que se trata de fotos de guerrilheiros.

Em comentário do colunista Castello Branco do "Jornal do Brasil", de 17/10/82, o General Hugo de Abreu lhe dissera que na Serra das Andorinhas estava enterrado Maurício Grabois. Segundo o "Jornal do Brasil", de 23 e 24/03/92, no dia 25/12/73 foram mortos Paulo Mendes Rodrigues, Guilherme Lund e Gilberto Olímpio junto com Grabois e que a operação militar contra o grupo foi comandada pelo Major Curió.

O último contato com sua mulher, Alzira da Costa Reis, foi em janeiro de 1972 e, de acordo com informações de sobreviventes da guerrilha, sua morte ocorreu em dezembro de 1973. Até hoje, entretanto, Grabois não foi dado oficialmente como morto, sendo considerado desaparecido.

O Relatório do Ministério da Exército faz referências à reportagem de "O Estado de São Paulo", de 10/10/82, concluindo que não há "dados que confirmem essa versão", mostrando clara a intenção de manter oculta a morte de Maurício à família e à sociedade, visto que para "uso interno" dos serviços de informação sua morte já era conhecida pelo ´inf. 965/82 do II Exército´, encontrado nos arquivos do DOPS/SP. No Relatório do Ministério da Marinha consta que Maurício foi morto em 25 de dezembro de 1973, em Xambioá.

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