Professores do Setor Privado de Ensino e da Rede Municipal do Interior do Estado de Pernambuco encerraram, na manhã deste domingo (12), o VI Congresso Estadual Extraordinário do Sinpro PE – Consinpro, realizado em Garanhuns. Considerada a edição mais importante, delegados e delegadas presentes aprovaram, por aclamação, a desfiliação da entidade à CUT e Filiação a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – CTB, além da reforma estatutária e das prioridades da categoria sobre educação.
Foto: Paulo Carrera
Durante dois dias, professores de diversos setores participaram de palestras debates e grupos de trabalho, onde foram formuladas e sugeridas as propostas sobre educação, organização sindical e reforma estatutária, todas votadas na plenária final realizada nesta manhã.
Para o coordenador político da entidade, Jackson Bezerra, este congresso foi, sem dúvidas, histórico e importante para o avanço da democracia e para luta dos trabalhadores. “A filiação do Sinpro à CTB é um momento que vai ficar na memória de todos. Significa avanço na luta dos professores brasileiros”, disse.
“Nossa reforma estatutária vai transformar o Sinpro em uma entidade cada vez mais democrática e pautada na luta de classe, porque é assim que se constrói a democracia e o avanço dos movimentos sociais”, falou o coordenador Fábio Emmanuel.
Sobre educação, os professores debateram violência nas escolas, saúde do professor, universalização do ensino básico, além da luta por uma educação pública, de qualidade e laica, além da regulamentação do ensino privado. Na reforma estatutária, os docentes fizeram contribuições para construção de um novo modelo de estatuto da entidade, fortalecendo um movimento sindical mais democrático e participativo. No grupo de Organização Sindical, a unicidade sindical e a importância de combater o divisionismo de categorias foram os principais pontos.
Situação dos professores depois da greve
Por aclamação, professores do Setor Privado de Ensino suspenderam a greve e decidiram voltar às aulas nesta segunda-feira (13). Em assembléia realizada na sexta (10), na sede do Sinpro, a categoria votou e aprovou a proposta apresentada pelo Sinepe – Sindicato Patronal – considerada como o maior reajuste percentual de todo Nordeste do País dado à rede particular.
Em relação aos professores que ganham o piso, o reajuste aprovado foi de 10% retroativo a abril até dezembro de 2011, mais 2,86% de janeiro à março de 2012 para o Nível I(Infantil e Fundamental I), o que reajusta a hora aula de R$4,43 para R$5 até março. Para o Nível II (Fundamental II e Nível Médio), o reajuste foi de 10% retroativo de abril de 2011 até março de 2012, subindo de R$5,82 para R$6,40. Já os professores que ganham acima do piso terão reajuste e ganho real de 7% em cima do INPC de abril de 2011 até março de 2012 – antes o índice era de 6,31.
Além dos ganhos no piso, o Sinepe considerou 16 solicitações dos professores, entre elas, manutenção das cláusulas já existentes na Convenção Coletiva anterior, redução do desconto de vale transporte de 6% para 5%, participação no planejamento pedagógico escolar, proibição da alteração da caderneta escolar sem permissão do docente, regulamentação do CIPA, manutenção da bolsa de 50% para filhos de professores que estudem em escolas onde o docente não ensina, garantia de hora-extra para o educador que participar de atividades culturais e recreativas fora do seu horário, abono de falta para participação das assembleias sindicais ilimitado, dentre outros.
Para a coordenação do movimento, a categoria foi vitoriosa não apenas pelas cláusulas acatadas, mas pelo fortalecimento da categoria, que mostrou força e parou as principais escolas. “Mostramos que não somos invisíveis e debatemos com a sociedade como vivemos em sala de aula. Dentre muitos ganhos, este foi o maior de todos. Vamos continuar fortalecidos para garantirmos dignidade e respeito na nossa profissão”, disse Jackson Bezerra, coordenador político do Sinpro PE.
Fonte Site do Sinpro-pe
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