A acirrada eleição do Sindicato dos Bancários de Brasília ocorreu de 8 a 10 de março, com a apuração terminando no dia 11, sexta, na APCEF-DF, com a vitória da Chapa 2 – Sindicato Para Tod@s, inspirada na Frente Brasil Popular, unindo CUT, CTB, Causa Operária e lideranças prestistas, brizolistas, independentes, delegados sindicais e defensores da saúde do trabalhador.
A campanha foi marcada pela polarização política no país, pelo enfrentamento do discurso da direita, apropriado pela chapa 1 (Conlutas e Intersindical, PSOL e PSTU), que tradicionalmente nucleia a oposição. Desta vez, tendo ela perdido o apoio de parte expressiva de seus líderes históricos independentes, unimo-nos à chapa do Sindicato todos aqueles que repudiamos o golpismo e não aceitamos que se rasgue a CLT, nem a abertura do capital das estatais (PLS 555), que defendemos o BRB e somos contra o PL da terceirização. Essa aliança expressa a reação favorável da categoria ao fato de o Sindicato de Brasília ter ampliado sua independência no interior da CONTRAF (Confederação dos Trabalhadores do Ramo Financeiro), aproximando-se dos Bancários Classistas.
A unidade em Brasília segue a Frente Brasil Popular, e a vitória demonstra a justeza desse caminho para enfrentar a crise. Estamos juntos do povo para o que der e vier, resistiremos e defenderemos todas as conquistas. Mas isso só pode ser feito com a unidade do povo. Num contexto adverso e com o esperado desgaste de material da situação, enfrentamos uma campanha despolitizada e de direita, à base do antipetismo, de preconceitos e calúnias contra a militância sindical, com a reprodução de conteúdos da imprensa golpista. Em vez de um debate sobre sindicatos e as centrais, presenciamos calúnias que igualaram a solidariedade entre sindicatos e centrais à “corrupção”. Em vez de alertar para as ameaças da direita à democracia e aos trabalhadores(as), vimos a oposição se somar ao linchamento contra a esquerda e seus líderes. Enfrentamos a hipocrisia do discurso “apartidário” na boca de dirigentes partidários, visando a abastardar a esquerda de sua participação secular na luta dos trabalhadores, abrindo o flanco para posições fascistas que anseiam criminalizar a luta social. Até a tentativa de judicialização da eleição existiu, com ações para tumultuá-la e apelos ao Ministério Público. Lamentável. A CTB não se soma a quem jura de pé junto que não há golpe, e abre caminho à liquidação da democracia, dos direitos trabalhistas e dos bancos públicos. Mas nessa chapa já contamos com muitos bons companheiros de luta contra os verdadeiros inimigos da classe.
Foi decisivo o apoio da Coordenação do Ramo Financeiro da CTB e a presença de jovens cetebistas durante a eleição. Notável contribuição.
É preciso ter humildade para entender a margem tão apertada da vitória . Nós só temos a agradecer o voto de confiança da categoria na unidade do povo.
É preciso separar a crítica espúria expressa no oportunismo ultra-esquerdista das legítimas queixas da categoria sobre a qualidade da sua representação sindical. A categoria deseja renovação e uma representação mais próxima e uma tática compreensível de denúncia dos banqueiros e de defesa dos bancários(as). Nosso esforço, no sindicato será dar voz à categoria, ampliando a sua participação nos rumos da entidade. Vamos incorporar novas linguagens sob a mensagem sindical e classista. É possível avançar anda mais na qualidade de nosso movimento sindical, atender às críticas e renovar as esperanças e a prática sindical para fortalecer esta entidade que já conta com 55 anos, sendo uma das principais forças do povo na luta contra o neoliberalismo, em defesa da democracia e dos direitos da categoria.
A CTB e seus aliados se recusaram ao oportunismo e ao discurso de direita, propondo-se a pôr a mão na massa para ajudar o sindicato, único caminho para barrar as posições conservadoras, coniventes ou promotoras do golpismo”. Reconhecemos, ademais, a diversidade de interesses que se verifica no interior da categoria, o tema da filiação sindical, dos espaços de luta sindical e do formato das greves, e que demandam respostas inovadoras
É preciso renovar as práticas sindicais, recusar o hegemonismo que impede a unidade do povo, aproximar as organizações sindicais da parte mais jovem de suas bases e demonstrar a unidade da esquerda. Imediatamente, urge derrotar o golpe contra a democracia e o direito dos trabalhadores, defender o mandato da Presidenta Dilma. Temos ao mesmo tempo a luta pela Caixa Econômica Federal, contra a reestruturação e o PLS 555 de abertura do capital, a defesa do emprego dos bancários do HSBC, do Citbank. Denunciaremos a agenda neoliberal que arranca o couro do povo com os juros, e arranca o couro dos bancários com as metas e o assédio organizacional. Nosso desafio é ouvir os bancários(as) e dar respostas que possam unir o povo contra a ofensiva conservadora, afirmando nossa História, renovando e fortalecendo o Sindicato dos Bancários de Brasília.
Resultado:
Chapa 1 - Muda Sindicato - Oposição - 4.385 votos (49,04%)
Chapa 2 – Sindicato para Tod@s - 4.556 votos (50,96% dos válidos), venceu a eleição para o triênio 2016-2019.
SIGA O COLETIVIZANDO!
Páginas
Livro Kindle Textos de Combate - Venda Disponível
Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda
O livro Textos de Combate: sem perder a ternura, jamais! já está disponível!Não precisa ter kindle, basta baixar o aplicativo ou entrar no c...
Assinar:
Postar comentários (Atom)
-
Andei em busca da Cifra da Internacional, o hino mundial dos trabalhadores e trabalhadoras e não achei opções, excetuando-se a versão d...
-
E nossa história não estará pelo avesso, assim, sem final feliz: teremos coisas bonitas pra contar. E até lá, vamos viver, temos muito ainda...
-
A campanha nacional dos bancários termina com gosto amargo. Especialmente no BB, a revolta com a falta de ganho real significativo é imens...
Nenhum comentário:
Postar um comentário