Passado o impacto da delação de Delcídio, e de seus vazamentos
seletivos anteriores, fica claro que o maior estrago vai para Aécio e,
por extensão, seu PSDB.
Dilma, ao contrário do que o noticiário da mídia afirmava, é quem se
saiu melhor. Viralizou o trecho do depoimento de Delcídio em que ele
narrava o começo da guerra feroz movida pro Eduardo Cunha contra ela.
Dilma desmontou o esquema de corrupção em Furnas que saíra do
“controle”, contou Delcídio. Ao fazer isso, demitiu gente de Cunha que
estava em Furnas para roubar. Começaram então as retaliações.
Um amigo resumiu: “Será que a única honesta nesta história toda vai se estrepar?”
Baixada a poeira, parece que não.
Quem se estrepou definitivamente foi Aécio. A delação de Delcídio
encerra uma farsa da qual Aécio se beneficiou amplamente ao longo dos
anos, com a contribuição da mídia cúmplice e da PF igualmente cúmplice: a
de que a Lista de Furnas não existia.
Existe, sim, como provou Delcídio, e Aécio foi o principal beneficiário da fábrica de propinas instalada em Furnas.
Não é porque jornais e revistas fingiram que o escândalo de Furnas
era invenção, não é porque a PF jamais se dignou levar adiante o caso,
não é porque sucessivos promotores públicos fecharam os olhos — não é
por nada disso que a roubalheira não existiu e dela jorraram mensalões
generosos para Aécio.
A situação de Aécio, já precária, se complicou ainda mais depois que
emergiram, nesta quarta, detalhes da conta secreta de sua família num
paraíso fiscal.
Os dados foram revelados por uma revista da Globo, o que mostra que
Aécio tantas fez que até os Marinhos já não se sentem em condição de
protegê-lo mais.
É patético, vistas as coisas agora, relembrar a pregação moralista
com a qual um corrupto consagrado como Aécio comandou desde sua derrota
uma campanha criminosa para derrubar Dilma sob múltiplos argumentos
absurdos.
No meio do caminho, abraçou-se a Eduardo Cunha, e finalmente os brasileiros estão vendo quanto os dois têm em comum.
A desmoralização de Aécio é um problema dramático para os que defendem, por interesses escusos, o impeachment.
Um elemento essencial da justificativa do impeachment era a montagem
de um enredo fictício que dividia a política entre os corruptos e os
puros. Você tira os corruptos para que os puros possam governar o país.
Foi pelos ares este enredo. Onde os puros? Aécio era a grande
esperança dos orquestradores do golpe. Antes dele, Cunha. A esta altura,
Aécio terá sorte se não for cassado por suas delinquências variadas.
Ficará difícil até para FHC fazer suas prédicas de carola daqui por
diante: seu pupilo está exposto como jamais esteve, e ele deve torcer
para que casos como o da sua compra do segundo mandato não irrompam no
meio das denúncias e delações.
Sobra Mercadante: a mídia tentou transferir para ele os holofotes
para poupar Aécio, mas foi inútil. A despeito de tudo, parece que é hora
de Dilma se livrar de um sujeito que é amplamente detestado à direita, à
esquerda e ao centro.
Uma coisa é certa: a delação de Delcídio não foi exatamente o que os golpistas queriam.
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