A obra brasileira mais importante da Copa do Mundo só começará a ser conhecida daqui a 100 dias, a partir de 12 de junho. E ela será executada, em sete etapas de 90 e poucos minutos, por umas 40 pessoas que há muito se preparam arduamente para entregar aos brasileiros o que os torcedores do mundo inteiro mais sonham receber: o troféu de Campeão do Mundo.
Por Aldo Rebelo*

Esses críticos fecham os olhos aos empregos conquistados pelos brasileiros nas obras ligadas diretamente à preparação do país para a Copa – reforma e construção de 12 estádios, aumento da rede hoteleira, expansão da rede de prestação de serviços – ou naquelas já previstas e exigidas pelo crescimento das cidades, antecipadas e aceleradas para aproveitar as oportunidades criadas pelo evento, e se prendem a insinuações de que, para organizar a Copa, o Brasil reduz investimentos em saúde, educação, segurança.
Sinceramente... Só quem faz a critica pela crítica, tenta fazer crer que não sediar a Copa resolveria nossos problemas, O evento – o maior do mundo – tem um teto de investimentos de R$ 33 bilhões, que não deve ser alcançado. O custo total está estimado em R$ 25,6 bilhões. E nesse total estão incluídos os R$ 8 bilhões investidos nos 12 estádios onde será jogado o torneio.
É dinheiro emprestado pelo BNDES nas mesmas condições exigidas de qualquer outro setor da economia e que, portanto, voltará ao banco para continuar incentivando o desenvolvimento do Brasil. Consultorias independentes estimam que a Copa vai gerar 3,6 milhões de empregos e produzir uma ampliação de R$ 142 bilhões na economia nacional entre 2010 e 2014.
Temos problemas nas áreas de saúde, educação, segurança? É claro que temos. Estamos enfrentando e reduzindo esses problemas? É claro que estamos. Em junho do ano passado, um estudo da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) informou que, em uma década ( 2000 a 2010), o investimento do Brasil em educação subiu de 3,5% para 5,6% do Produto Interno Bruto (PIB) superando os Estados Unidos (5,1%) e alcançando a média da França (5,8%) e da Grã-Bretanha (5,9%).
Em 2013, só as 12 cidades-sede da Copa receberam R$ 49,4 bilhões do governo federal para educação. O investimento total do MEC, no ano passado, foi R$ 93,85 bilhões. Vale a pena repetir: o custo dos estádios é de R$ 8 bilhões, apenas 8,5% desse valor. Na Saúde, o orçamento da União para 2014, aumentou 31% em relação a 2011 e chegou aos R$ 106 bilhões. Nesse período, o governo federal investiu R$ 258 bilhões em obras e serviços na área de saúde.
O uso das dificuldades que ainda enfrentamos para criticar a decisão de sediarmos a Copa e executar obras de melhoria da infraestrutura de mobilidade, transporte e segurança é uma falácia. Como também não se sustenta a afirmação de que os atrasos em algumas obras provam que o torneio não deixará legado. As obras que não ficarem prontas até o início da Copa continuarão a ser executadas. E vão se juntar ao legado que não se pode medir em metros quadrados, aquele que virá da exposição ao mundo da nossa capacidade para organizar, sediar e vencer grandes desafios.
Depois da Copa, os brasileiros vão seguir usufruindo dos empregos gerados neste período e vivendo em cidades melhores. O país vai se beneficiar de novos negócios, do aumento na arrecadação de impostos. E passaremos a ser vistos, não apenas como exportadores de craques, mas como capazes de fornecer, também, serviços futebolísticos, com modernos centros de treinamento, que poderão receber times e seleções que pretendam aperfeiçoar seus atletas e trocar experiências em todas as áreas de esporte.
Não tenho dúvidas, daqui a 100 dias, quando começar o jogo Brasil x Croácia, na Arena Corinthians, começa, também, a Copa das Copas.
*Aldo Rebelo é ministro do Esporte
**Artigo do ministro publicado nesta quarta-feira (5) no Lance!Net
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