A Comissão Política Nacional do Partido Comunista do Brasil reúne-se nesta sexta-feira (8) em São Paulo para discutir a situação do país e as tarefas do Partido. Entre os temas em debate destaca-se o início da elaboração do plano eleitoral para 2012, quando haverá o pleito municipal.
O presidente do partido, Renato Rabelo referiu-se na intervenção de abertura à situação internacional, chamando a atenção para as ameaças que esta encerra. “Vivemos num mundo perigoso, marcado por crescentes intervenções do imperialismo”. São exemplos disso, na sua opinião, a guerra das potências imperialistas contra a Líbia e as provocações desestabilizadoras na Síria. Diante desse quadro, o dirigente do PCdoB defendeu que é necessário denúncia e mobilização.Partindo da constatação de que o governo da presidente Dilma tem um bom começo, com elevado índice de aceitação popular, segundo as pesquisas, o presidente do PCdoB fez críticas à política macroeconômica, que caracterizou como híbrida e para a qual é preciso buscar alternativas. Para Renato, a linha da política macroeconômica é o hibridismo, uma mescla de aspectos desenvolvimentistas com elementos da ortodoxia neoliberal.
Ele refutou, porém, o argumento de que tem havido retrocesso em relação ao governo Lula. Para Renato, trata-se ainda da continuidade, como demonstram as informações e argumentos apresentados pelo ministro da Fazenda Guido Mantega na última reunião do Conselho Político do governo, que reafirmou o objetivo de assegurar o crescimento econômico de 5% em 2011 e elevar a oferta por meio do incremento da taxa de investimento para cerca de 22 por cento.
Oposição em crise
Ao passar em revista o quadro político, Rabelo enfatizou a crise da oposição neoliberal e conservadora: “Está desbaratada, sem proposta, sem verve, sem ânimo e encontra-se dispersa”. O fato novo que poderia ter sido o pronunciamento do senador tucano Aécio Neves na última quarta-feira (6), não foi suficiente para animar a oposição. “Aécio posa de grande líder da oposição, mas em seu discurso não disse nada, mostrou que não tem proposta nenhuma”, disse o líder comunista.
Mais audácia
O grau de dificuldade da oposição deveria, na opinião do presidente do PCdoB levar a presidente Dilma a ser mais ofensiva, seu governo devia ser mais ousado e preparar reformas estruturais democráticas.
Destacou que o papel do PCdoB é seguir apoiando o governo da presidente Dilma, sempre impulsionando-o a tomar medidas audaciosas e empreender as reformas necessárias. Citou, entre outras, a reforma tributária, para promover a distribuição de renda, a reforma urbana e a reforma do sistema financeiro.
Sobre a reforma política, chamou os comunistas e seus aliados a resistirem à ofensiva conservadora. Defendeu o voto proporcional em listas pré-ordenadas, com direito à coligação, e o financiamento público das campanhas eleitorais.
O presidente do PCdoB também abordou a questão das alterações no Código Florestal, cuja relatoria está a cargo do deputado comunista Aldo Rebelo (SP). Para Renato, o que está em jogo é a definição de um modelo de produção agrícola e de estruturação urbana.
Por isso, opina, a proposta do deputado Aldo Rebelo favorece milhões de pequenos e médios proprietários.
Rabelo encerrou a sua intervenção destacando a importância das eleições municipais de 2012. Conclamou a direção do partido e as instâncias intermediárias a se organizarem para essa grande batalha política, que pode representar uma nova fase na acumulação eleitoral do partido. Destacou a relação existente entre a elaboração do plano eleitoral de 2012 com a realização na próxima semana (15 a 17 de abril) do Encontro Nacional sobre Questões de Partido. O PCdoB – disse – vai fazer um plano eleitoral audacioso e viável, que assegure a eleição de prefeitos em capitais, cidades do interior e de numerosos vereadores em centenas de municípios.
Da Redação, com informações da Secretaria Nacional de Comunicação
Nenhum comentário:
Postar um comentário