A campanha político-eleitoral de 2010 já está em andamento no País. A bomba atômica que caiu sobre o governador de Brasília, José Roberto Arruda, torna o chamado mensalão um mensalinho ou bombinha de São João. Agora, a oposição, com todos os recursos midiáticos que tem à sua disposição trata de vincular os dois acontecimentos para dar continuidade a uma mistificação, segundo a qual a verdadeira ética estaria instalada no governo de São Paulo.
O fantástico absurdo desta invenção se manifesta com um novo capítulo. As investigações, normais e necessárias, levadas à cabo pela Polícia Federal estão sendo utilizadas sistematicamente para levar adiante esta estratégia, o que determinou recente intervenção do Supremo Tribunal Federal, bloqueando tal procedimento.O modus operandi é extremamente perigoso, porque acaba colocando, no mesmo plano, corruptos assumidos e aqueles a quem se deseja imputar a nódoa da corrupção.
A infeliz intervenção do Ministério Público Federal de São Paulo aparentemente caminha nesta mesma direção, concertada para denegrir a esquerda e, principalmente, os que se aliam ao governo Lula. De forma maliciosa, sutil e subliminar utiliza a investigação da PF sobre a empreiteira Camargo Correa para apontar o dedo indicador duro, em riste, deixando a sutileza para que o leitor da nota preencha os brancos com os nomes que pretende enxovalhar.
É o caso, no Ceará, do Senador Inácio Arruda, cuja trajetória política não deixa nenhuma dúvida sobre sua honorabilidade, compromisso comunitário e fidelidade ao País. A nota do MPF-SP dá ensejo à tendenciosa interpretação de que os repasses da Camargo Correa ou de qualquer outra empreiteira para os partidos indicados seriam atos ilícitos, quando, na verdade, são legais. O problema do financiamento do processo eleitoral deve ser discutido com seriedade, porque a fronteira entre o que é permitido no mercado da política, vigente no Ocidente e no Brasil, confunde a cabeça do cidadão comum, que não consegue fazer a distinção entre a doação justa e a falcatrua. Por isso, a manipulação se torna bastante fácil quando se deseja incriminar alguém, basta alterar uma palavra no cabeçalho de uma notícia. Não creio que esta tenha sido a intenção da imprensa cearense, pois é sabedora da conduta ilibada do Senador Inácio Arruda. A nota do MPF-SP, que levou a interpretações injustas, além de contraditória, pode significar o envolvimento de uma instituição que, no seu conjunto, tem trabalhado de forma isenta e correta.
Valton Miranda Leitão.
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