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sábado, 17 de junho de 2023

Ser Comunista: Organizar e crescer na Classe Trabalhadora, Salvar o Brasil e construir o Socialismo - Paulo Vinicius da Silva


Se a consciência e convicção revolucionárias e a ligação com a Classe Trabalhadora são essenciais, precisamos  perguntar que instrumento faz valer e organiza a consciência comunista no movimento sindical nas centrais, se ele assegura a qualidade, se traduz em crescimento, vitórias, se nos torna força impulsionadora da defesa do Brasil e da perspectiva Socialista.


No desenho atual, são quatro os instrumentos que deveriam fazê-lo:

1) a combinação Presidente CTB/Secretário Sindical/ Presidente e Tesoureiro de sindicatos âncoras;

2) as coordenações por ramo que se fecham entre representantes das frações nacionais, no meio do caminho entre CTB e PCdoB, porque restritas aos dirigentes liberados do Partido e porque voltados à agenda sindical, mas não amplia a organização partidária, não estrutura o crescimento em sua qualidade (mulheres, jovens, negros), obstrui a renovação e é expressão da incompreensão do papel das frações, que substituem nem dirigem a organização partidária, por definiçao. Expressa um desvio cupulista e o tamanho do buraco que ficou, sem bases e sem CSC;

3) isso também se expressa ao verificamos a inexistência da Fração Nacional da CTB, substituída pelo núcleo dos dirigentes da executiva em São Paulo.

4) a organização de bases e os encontros são marcados pela sazonalidade, pelo desprestígio junto ao dia-a-dia do Partido no atual cenário, e pela falta de poder para dirigir a nossa própria estrutura sindical.


Vendo o que temos, é fácil entender porque nao se aplicam decisões centrais dos encontros nacionais e nem há organização permanente, unificadora e formadora do Partido, comprometendo seu papel dirigente. Perde o processo de crítica, autocrítica, o caráter impositivo, corretivo da ação espontânea, ampliam-se os grupos de interesse, os desvios, e o beco sem saída da mescla de continuísmo/aparelhismo/ e a falta de renovação, a pirâmide invertida e o descolamento da classe trabalhadora real. 


A destruição da estrutura sindical, a mudança no perfil do trabalho e da Classe agravam esses problemas, deixando um vácuo. Nosso lugar, do Partido e da Classe, é ser o contraponto ao inimigo de classe, a burguesia lambe botas do imperialismo e o capital financeiro que ameaça a vida humana na Terra.


A primazia da consciência avançada, o Partido, a partir da Classe Trabalhadora, é que é a Escola do Socialismo, não é o sindicato ou qualquer movimento por melhor ou mais legítimo que seja. Isso é disputar a Hegemonia, libertar o Brasil e construir o Socialismo.


Os interesses particulares, a distância da Classe e a incapacidade de direção do todo torna impossível a realização do que importa. Também perdemos a chance de cravar um nicho social próprio junto à sociedade, o avanço eleitoral é inviabilizado, por  não ser sustentado numa mobilização dirigida pelo Partido, voltada a toda a Classe, e não só a uma pequena parcela da População Ocupada, os trabalhadores formais.


Na Bahia, pela escala, direção e caráter de classe do Partido, ainda dá para vencer. Mas Brasil afora, vê-se o agravar-se a dificuldade de falar ao povo vencer eleições. Esse foi o esteio de nossas recentes e graves derrotas.


Na prática, "ganha" o sindicalismo, perde o comunismo. Ganha o que detém os recursos, a constância, as liberações. Perdendo o comunismo, perdemos todos, não prevalece o interesse geral, partidário sobre o corporativismo, o cupulismo e os desvios naturais do movimento sindical. 


Ora, é exatamente a questão da consciência que Lênin desnuda como decisiva e que vem "de fora" do sindicalismo. Esse "de fora", na verdade é o interesse maior e  verdadeiro da Classe,  o papel de vanguarda, que só pode ser feito pelos comunistas na luta sindical. 


Por isso, a convicção revolucionária não se realiza, sem força para superar a tendência geral de dispersão, desarmada diante da luta de ideias no atual momento do capitalismo, incapaz de coordenar o sentido comum e uma política de quadros trabalhadores(as) que vá desde os "sem partido" até os "capas". Também por isso, fracassa a promoção de mulheres, jovens, negros, e o próprio caráter classista dos movimentos sociais face ao identitarismo. A teoria, na prática, passa a ser outra. 


Representamos cerca de 11% da população ocupada, mas sequer esses cabem nos sindicatos. A constatação da pirâmide invertida não basta, e ela é a mãe das derrotas da Classe e do Partido. Se não resistirmos à pressão comum e conhecida do sindicalismo, como venceremos a pressão da cooptação do Estado? Que tipo de Partido e para quem?


Como aqui se faz e aqui se paga, perdemos a condição de concentrar esforços para as batalhas gerais (luta na sociedade, representação político eleitoral). O rabo não pode jamais balançar o cachorro. Daí o sentimento comum de imensa solidão e abandono que marca o trabalho partidário e as candidaturas sindicais fora da Bahia, assim como as ilusões de que pragmatismo salva eleição. Mas o pragmatismo só promete, e não entrega.


Num Partido a serviço da institucionalidade, não é possível dar qualquer prioridade à Classe, à sua organização, à sua representação política ou à defesa do seu caráter geral/universal como principal interessado na defesa da Nação. 


Por isso o fascismo ganhou, por isso perdemos 2013. Mudar isso é assumir plenamente a condição de vanguarda e uní-la às organizações e frações mais avançadas da classe, na Cidade e no Campo, como coluna da Frente Popular, única garantia para o sentido avançado da Frente Ampla e para evitar qualquer retrocesso.


Acredito que essa questão não será suficientemente resolvida meramente com os instrumentos partidarios nos moldes atuais, nem com medidas repetidamente afirmadas, mas não cumpridas. Tampouco a "volta à CSC" poderá resolver. É preciso, uma nova formulação, um conjunto de medidas partidárias para moldar um instrumento que reúna o melhor de ambas as experiências, para organizar dos quadros do partido até os simpatizantes,   ultrapassar os interesses particulares naturais e o movimentismo, que também predominam no movimento sindical. 


São temas para uma Conferência que:

a) afirme o sentido estratégico da direção revolucionária e da recomposição da classe como desafio para a unidade nacional e a libertação do domínio do imperialismo estadunidense; 

b) mobilize a sinergia partidária para dar espaço real de poder à classe no seu Partido; 

c) estruture o trabalho partidário, fazendo fluir os ganhos obtidos no espaço sindical para o êxito do projeto partidário; 

d) dê real capacidade de direção para forjar uma unidade classista que dê combate ao fascismo, ao imperialismo e ao capital financeiro, e projete a partir dessa referência a nossa força Política e Eleitoral.


Acredito que o 9° Encontro pode reconhecer o problema e definir a centralidade desse instrumento, mas exigirá um processo mais amplo de debate, maior convicção partidária para que encontremos nosso lugar próprio no eleitorado, mas não tenho dúvida que esse nicho está na classe trabalhadora e na juventude que dela é filha.


 É esse o lugar que precisamos tornar nosso para aspirar à disputa da hegemonia, superando a "crise de realização" e ampliando o sentido de formulação, representação da classe e de comando para as grandes tarefas da classe trabalhadora, maior interessada na defesa da Nação Brasileira, sob gravíssimo risco.


Fortalecer o Brasil é o Caminho, o Socialismo é o Rumo. E a defesa do Brasil e o Socialismo dependem da Classe Trabalhadora!

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