O campo democrático sairá às ruas nesta quarta-feira (16) para denunciar o pedido de impeachment inconstitucional, o ajuste fiscal e pelo Fora Cunha. Convocada pela Frente Brasil Popular, a mobilização nacional tem como princípio reunir setores progressistas contra a persistência da direita em promover um golpe já em andamento, com intuito de derrubar a presidenta Dilma e ignorando o recado legítimo das urnas, o que provoca um cenário de caos e ingovernabilidade,
A Frente Brasil Popular, criada em setembro em Belo Horizonte e que reúne um vasto campo progressista, entre eles, artistas, intelectuais, políticos, movimentos sociais e a sociedade civil organizada, é a maior organização do campo democrático criada após o impeachment de Collor, em 1992.
Confira abaixo onde será a manifestação em sua cidade:
Região Sul
Rio Grande do Sul – Porto Alegre
Concentração 17h, em frente à Prefeitura
Santa Catarina - Florianópolis
Concentração: 16 horas: Largo da Alfandega
Paraná - Curitiba
Concentração: 18 horas: Praça Santos Andrade
Região Sudeste
São Paulo – São Paulo
Concentração: 17 horas: Masp
Rio de Janeiro – Rio de Janeiro
Concentração: 16 horas: Cinelândia
Minas Gerais – Belo Horizonte
Concentração: 16 horas: Praça Afonso Arinos
Espírito Santo – Vitória
Concentração: 16 horas: Praça Costa Pereira
Região Nordeste
Bahia – Salvador
Concentração: 14 horas: Praça da Piedade
Sergipe – Aracaju
Concentração: 16 horas: Praça Falso Cardoso
Pernambuco – Recife
Concentração: 15 horas: Praça do Derby
Ceará – Fortaleza
Concentração: 16 horas: Praça da Bandeira
Maranhão – São Luís
Concentração: 15 horas: Praça João Lisboa
Percurso: João Lisboa-Rua Grande-Praça Deodoro.
Rio Grande do Norte – Natal
Concentração: 15 horas: Av. Salgado Filho (Em frente à Fiern). Percurso: Passeata até o shopping Midway - Ato Público.
Piauí – Teresina
Concentração: 16 horas: Praça Pedro II
Paraíba – João Pessoa
Concentração: 12 horas: Largo de João Pessoa
Região Norte
Amazonas – Manaus
Concentração: 16 horas: Teatro Amazonas
Amapá – Macapá
Concentração: 9 horas: Praça da Bandeira
Acre – Rio Branco
Debate sobre democracia: 9 horas: Teatro Plácido de Castro
Pará – Belém
Concentração: 9 horas: 14 de Março (Próximo ao Posto de Urgência e Emergência)
Roraima – Boa Vista
Concentração: 15 horas na Praça do Centro Cívico.
Região Centro-Oeste
Goiás – Goiânia
Concentração: 17 horas: Praça Bandeirantes
Mato Grosso – Cuiabá
Concentração: 16 horas: Rua Barão do Rio Branco (Bar do Zé)
Mato Grosso do Sul – Campo Grande
Concentração: 9 horas: Calçadão da Barão
DF – Brasília
Concentração: 15h: Mané Garrincha
Membros da Frente Brasil Popular convocam a população para sair às ruas contra o golpe, confira o vídeo abaixo:
“Nosso papel como ator da história é barrar a marcha liderada pelos setores mais reacionários, enfrentar a chamada mídia conservadora e defender a institucionalidade, o mandato da presidenta Dilma Rousseff. Precisamos estar unidos e firmes para enfrentar essa onda golpista", avisa Renato Rabelo, presidente Nacional do PCdoB, ao convocar toda a militância para cobrir as ruas dia 13 de março em defesa do Brasil.
“PCdoB reafirma sua posição de defesa do mandato da presidenta Dilma Rousseff, da Petrobras, do combate à corrupção e dos direitos até aqui conquistados”, declara o líder comunista.
Movimento social convoca população para sair às ruas contra o golpe
“Contra o golpismo e fora Cunha!” essa é a palavra de ordem que vem unificando o movimento social em defesa da Constituição e pela democracia, movimentação essa que denuncia um golpe da direita em curso no país, que pretende tirar o mandado legítimo da presidenta Dilma Rousseff e promove o quadro de ingovernabilidade.
No vídeo abaixo, lideranças políticas e sociais, que compõe a Frente Brasil Popular, convocam a população para saír às ruas no próximo dia 16, dia de mobilização nacional contra o impeachment da presidenta, o ajueste fiscal e pelo fora Cunha.
En la lucha de clases todas las armas son buenas - versos, noches, poemas.
Paulo Leminski (sic, pq de memória)
Estamos diante do assalto da Direita neoliberal, dos achacadores, dos abutres do capital financeiro e do Partido da Imprensa Golpista ao poder. Tamanha violência, que um tipo como Cunha se esquiva de ser punido, atacando a democracia e a soberania popular, tudo para depor uma Presidenta honesta.
O locaute, o bloqueio e massacre midiático, a cooptação - vide Temer e sua traição - e até a pusilanimidade de setores da esquerda colaboram para um soturno horizonte que só poderá ser detido com ampla união e mobilização popular.
Nessa quadra é que a vacilação e o oportunismo aparecem e confundem gente bem intencionada, mas desapontada pelos erros do nosso projeto, pela fanfarronice da ultra-esquerda quinta-coluna e pela guerra midiática em curso. É preciso paciência e diálogo com todos para deixar claro o que pode advir e para unir o povo em torno da Frente Brasil Popular e da rede em defesa da legalidade lançada pelo Governador comunista maranhense Flávio Dino, Ciro Gomes e Carlos Lupi, presidente do PDT.
Dilma enfrenta toda essa pressão por que? Dilma - mulher corajosa e honesta - encarna nessa hora decisiva da Nação a firme defesa do legado de 13 anos de mudança e o futuro:
1) Defender Dilma é defender a democracia conquistada e ampliada. A agenda da direita é clara: estuprar a soberania popular (voto), criminalizar a luta do povo (lei "anti-terror" e o que pode virar) e impedir que o povo possa decidir por um presidente(a) que não seja da direita em 2018;
2) Defender Dilma é defender o Pré-Sal e a PETROBRAS. A direita quer voltar ao regime de concessões de FHC, abrir o Pré-Sal aos gringos com perdas para o Brasil, abrir mão de 30% de conteúdo nacional nos equipamentos, excluir as empreiteiras nacionais e quebrá-las e fatiar e vender a PETROBRAS. O que fariam com o Banco do Brasil, com a Caixa, o BNDES e o Banco Central. Isso é destruir as possibilidades de desenvolvimento do Brasil e da América Latina. A direita é pau-mandada dos EUA e está a serviço do imperialismo.
3) Destruir as conquistas e o bem estar da classe trabalhadora. a) "desindexar"
Salário Mínimo, desvinculá-lo dos benefícios sociais; b) rasgar a CLT com a terceirização sem limites e colocar acordos entre patrões e empregados ACIMA da CLT. Ou seja: fim do aumento do salário mínimo acima da inflação, fim da CLT e dos direitos dos trabalhadores(as).
4) Derrotar os avanços em direitos humanos, conferindo a seitas caça-níqueis da teologia da prosperidade a potestade moral para uma agenda de machismo, homofobia, racismo, intolerância religiosa. Dilma é massacrada simbolicamente todos os dias por ser essa mulher admirável e com ela padecem aqueles e aquelas que vivem os horrores da discriminação e da violência covarde e da pobreza, geração após geração.
É essa mulher que nos separa de um retrocesso intolerável. Democratas, Patriotas, Trabalhadores(as), seres humanos, defendamos essa guerreira, defendamos a Presidenta Dilma, porque sobre seus ombros, nessa hora, repousa a defesa da democracia, do Brasil e das conquistas do povo!
Jean Wyllys faz homenagem às mulheres públicas do PCdoB
Em seu perfil nas redes sociais, o deputado Jean Wyllys (Psol-RJ) publicou uma avaliação da atuação das mulheres nos últimos meses. Em sua análise, o deputado destaca o protagonismo das mulheres públicas do PCdoB, a quem presta homenagem, dizendo que “o PCdoB tem o inegável mérito de empoderar suas mulheres. Aliás, antes de a Rede Sustentabilidade se construir, o PCdoB era o único partido presidido por uma mulher, a deputada Luciana Santos, de Pernambuco”.
A seguir, leia a íntegra do post:
A primavera brasileira foi, em se tratando da cena política, sem dúvida, protagonizada pelas mulheres (representantes de diferentes e até conflitantes expressões do feminismo). Das bem-sucedidas (re) ações nas redes sociais com impactos indiretos na chamada “grande mídia” – a campanha-resposta #meuprimeiroassédio ao machismo mais abjeto que se seguiu à exposição de uma menina num programa de tevê e o movimento #Agoraéquesãoelas para que colunistas e blogueiros de expressão cedessem suas tribunas para que mulheres falassem por e sobre si mesmas – à ocupação das ruas pedindo a saída do corrupto Eduardo Cunha, que pretende, por meio de projeto de lei, retirar direitos sexuais e reprodutivos garantidos desde 1949, passando pelo debate acerca da citação de Simone de Beauvoir no Enem, eram as mulheres que estavam à frente.
Mesmo no novíssimo movimento estudantil que ocupou as escolas de São Paulo, impedindo que o governo do PSDB as fechassem, as meninas foram relevantes, inclusive na resistência à força bruta e desmedida usada pela Polícia Militar tucana contra a ocupação.
Mas é importante que se diga que esse protagonismo é resultado de um trabalho histórico de mulheres (a maioria se reconhecendo e se apresentando como feministas; outras não) e de homens que vieram antes dessas protagonistas (alguns ainda aqui, na luta) e que deram, ao seu modo e em seu campo de atuação, contribuições para a equidade de gênero.
Nesse sentido, quero fazer uma justa homenagem às mulheres públicas do PCdoB – Partido Comunista do Brasil e ao partido como um todo. Eu estou deputado federal pelo Psol – Partido Socialismo e Liberdade, partido ao qual escolhi me filiar por afinidade ideológica e programática; esta identidade partidária, porém, não me impede de reconhecer méritos e conquistas de e em outros partidos [logo, não façam dessa postagem motivos para especulações maldosas; o Psol é o meu partido!].
Se o Psol tem a primazia e o mérito de abrigar o primeiro deputado federal homossexual assumido, orgulhoso de sua orientação sexual e porta-voz das reivindicações da comunidade LGBT e das pessoas sexo-diversas, articulando claramente essa agenda com outras importantes dos direitos humanos de minorias; se o Psol tem o mérito de ter apresentado o primeiro beijo gay num programa eleitoral, o primeiro candidato a prefeito assumidamente gay, Renan Palmeira II (e também o primeiro candidato a governador, Ailton Lopes, no Ceará) e de hoje ter uma mulher transexual, Samara Braga, como pré-candidata à prefeitura de Alagoinhas, bem como o mérito de contar com um bem-estruturado setorial de mulheres que construiu comigo o projeto de lei que legaliza e regulamenta a interrupção segura da gravidez indesejada, o PCdoB tem o inegável mérito de empoderar suas mulheres. Aliás, antes de a Rede Sustentabilidade se construir, o PCdoB era o único partido presidido por uma mulher, a deputada Luciana Santos, de Pernambuco (o Psol já foi o único partido presidido por uma mulher, Heloísa Helena, que hoje está na Rede Sustentabilidade).
Todas as mulheres públicas do PCdoB são admiráveis e a maioria é minha amiga. Com todas elas, estabeleço excelente diálogo, mesmo não concordando com todas as suas posições no que diz respeito às outras questões políticas – isso é ser democrata! E sinto muita falta de Manuela D'Ávila na Câmara Federal. Não que o Psol não busque empoderar suas mulheres públicas – Luciana Genro é um exemplo – mas ainda faltam mais mulheres entre as figuras públicas do partido.
Apesar dessas diferenças entre os partidos citados (e levando em conta também o tamanho da bancada feminina do PT e o fato de a presidenta da República pertencer a este partido), eles mostram que, em que pese alguma resistência interna, fruto da histórica dominação masculina que forja nossas subjetividades (dos homens, mas também das mulheres), as mulheres sempre gozaram de mais oportunidades entre comunistas e socialistas (não estou querendo dizer, com isso, que não haja espaço para mulheres entre liberais e capitalistas; há, sim, independentemente da qualidade desse espaço).
Se parte da obra de Marx é cega à questão de gênero, por razões óbvias que dizem respeito ao tempo e ao espaço em que ele a produziu, isso não quer dizer que não se possa vislumbrar abertura à questão em outras partes dessa mesma obra nem que os marxistas fecharam os olhos para ela; ao contrário, e a história é clara nesse sentido: os bolchevistas levaram a questão feminina a sério e os protestos em massa que resultaram na queda do czar foram detonados no Dia Internacional da Mulher em 1917. Uma vez no poder, o partido priorizou a igualdade para as mulheres e criou o Secretariado Internacional da Mulher. Este, por sua vez, convocou o Primeiro Congresso Internacional de Mulheres Operárias, para o qual foram delegadas de vinte países e que pressupunha que as metas do socialismo e da liberação feminina estavam intimamente ligadas.
O historiador Robert J.C. Young diz que “até o ressurgimento dos movimentos femininos na década de 1960, é impressionante constatar como apenas os homens das searas socialista ou comunista encaravam a questão da igualdade feminina como intrínseca a outras formas de liberação política”. No início do século 20, os ambientes comunistas e o socialistas eram os únicos em que as questões de gênero e do colonialismo eram debatidas de forma sistemática.
Aliás, esses dados históricos servem também para mostrar que sempre existiram homens que se aliaram ao feminismo sem querer “roubar o protagonismo das mulheres”, essa cantilena repetida hoje à exaustão por certas “feministas” que têm um prazer estranho em desqualificar publicamente os homens que se apresentam como aliados de suas causas, mas curiosamente silenciam em relação aos reais adversários ou inimigos. Aliás, a impressão que eu tenho dessas “feministas” é que desconhecem a história e a solidariedade.
Contudo, se as mulheres encontraram, nas searas comunistas e socialistas, espaço para se expressar, por outro, muitas delas estreitaram sua leitura do mundo, passando a interpretar certas expressões da liberação feminina como “subprodutos do capitalismo opressor”. Ora, em primeiro lugar o patriarcado é anterior ao capitalismo (o que não quer dizer que eles não tenham se aliado nem que o capitalismo não enseje liberdades em nome de novas forças de trabalho e mercados consumidores); em segundo, em que pesem as boas intenções de intelectuais e revolucionários socialistas, em muitos governos ditos “socialistas” as mulheres permaneceram oprimidas ou com menos oportunidades. E, por fim, no caso específico da prostituição feminina (favor não confundir com exploração sexual nem com tráfico de mulheres para esse fim abjeto), este é um exercício de liberdade feminina anterior ao patriarcado e apesar dele – liberdade que muitas mulheres socialistas não engolem e à qual se opõem (algumas com um nível insuportável de desonestidade intelectual e violência verbal) porque suas subjetividades estão igualmente eivadas do moralismo do patriarcado judaico-cristão ao qual se opõem. São as contradições da vida e nossas com as quais temos de lidar!
Bom, mas este post é mesmo uma homenagem às mulheres que fizeram a primavera e que não sairão de cena e às mulheres públicas do PCdoB. Obrigado a todas vocês! Como homem gay vítima da prima-irmã do sexismo, a homofobia, tenho orgulho de ser seu parceiro!
Desculpem a franqueza, mas essa nota do PSOL eh um "apoio moral" e um chamado à militância pra ficar em casa? Nem defesa do governo, nem defesa do Impeachment? Marinaram!
Ah, História...
A crise e o impeachment – Nota do Diretório Nacional do PSOL
O Diretório Nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), diante dos últimos acontecimentos que agravam a crise política, considera que:
1- Os efeitos da crise econômica e política, aprofundadas pelas medidas do governo federal, pesam especialmente sobre os trabalhadores e o povo, que sofrem a violência do desemprego e da perda do poder de compra dos salários, enquanto os grandes rentistas e os bancos ampliam seus lucros. Nosso modelo neoliberal periférico se aprofunda com a política de “ajuste” do governo Dilma. Os governos estaduais do PSDB, PMDB, PT e outros agem na mesma direção.
2- Vivemos a mais aguda degradação do nosso sistema político, com o crescente desencanto da população em relação aos parlamentos e aos partidos, quase todos capturados pelas grandes corporações econômicas e corrompidos pelo assalto aos cofres públicos, o eleitoralismo, o clientelismo, a demagogia e a rebaixada disputa por nacos do Orçamento Público.
3- Processo de impeachment, que pode culminar no ato mais extremo da dinâmica política legal – a destituição do governante -, tem previsão constitucional (arts. 85 e 86 da CF). Mas este, decidido por Eduardo Cunha, o ilegítimo presidente da Câmara dos Deputados, construído num ambiente de chantagens mútuas e posições oportunistas de todos os grandes partidos, foi descarada retaliação, no marco de barganha que o deputado pratica permanentemente, dentro do Legislativo e fora dele. Cunha abusa de suas prerrogativas para salvar seu mandato, atingido por denúncias robustas de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas, ocultação de bens e outros crimes. As ruas, em especial as mobilizações das mulheres e da juventude, clamam por sua cassação. Ele carece, portanto, de legitimidade, em especial para tomar decisão de tamanho impacto. O PSOL já advoga há tempos o afastamento de Cunha e não reconhece a validade de suas iniciativas.
4- O mérito da denúncia que embasaria o afastamento da presidente da República – as chamadas “pedaladas fiscais” – não tem, a nosso juízo, substância para promover destituição de quem detém mandato eletivo. Governos estaduais de diversos partidos também as praticaram, o que é questionado pelos que se vinculam à concepção neoliberal do ajuste fiscal contra o povo, com supressão de direitos. Para nós, no plano fiscal e orçamentário, é imperativa a auditoria da dívida e o fim do superávit primário.
5- Destituir Dilma, a cujo governo antipopular nos opomos, para colocar em seu lugar Michel Temer (PMDB), significaria aprofundar “uma ponte para o futuro” que é mera continuidade do presente, pavimentada pelos materiais do privatismo puro e duro.
6- Para nós do PSOL, as saídas da crise só virão com ampla mobilização popular em torno de reformas profundas, que instituam um novo modelo econômico, soberano, igualitário e ambientalmente sustentável. Além de um modelo político, livre do financiamento empresarial, que aprofunde a democratização do país, através do qual as maiorias sociais possam se tornar as maiorias políticas, e a transparência republicana, melhor antídoto à corrupção sistêmica. Reforçamos nossa luta frontal contra Cunha e todos os corruptos, e de oposição programática e de esquerda ao governo Dilma. O PSOL não participará de manifestações que tenham como finalidade defesa do governo ou de defesa do impeachment.
Diretório Nacional do PSOL Brasília, 4 de dezembro de 2015
Dilma: “Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim”
Em
pronunciamento em rede nacional, a presidenta Dilma Rousseff falou sobre
a abertura do processo de impeachment. “Tenho convicção e absoluta
tranquilidade quanto à improcedência desse pedido, bem como quanto o seu
justo arquivamento”, declarou. Dilma disse ainda que jamais aceitaria
“barganhas” para impedir a abertura do processo.
“Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro
público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento
público a existência de bens pessoais”, disse a presidenta, numa
referência às acusações de que Eduardo Cunha mantém dinheiro desviado
da Petrobras em contas na Suíça.
“Nos últimos dias, a imprensa noticiou que haveria interesse na barganha
de votos de membros da base governista no Conselho de Ética da Câmara.
Em, troca, haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais
aceitaria ou concordaria com qualquer tipo de barganha, muito menos
aquelas que atentam contra o funcionamento livre das instituições
democráticas do meu país, bloqueiam a justiça ou ofendem os princípios
morais e éticos que devem governar a vida pública”, disse a presidenta.
A presidenta disse ainda que não “podemos deixar as conveniências e os
interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade de nosso
país”.
“Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no estado democrático de direito”, encerrou.
Confira a íntegra:
Pronunciamento de Dilma
Dirijo uma palavra de esclarecimento a todas as brasileiras e brasileiros. No dia de hoje, foi aprovado pelo Congresso Nacional o projeto de lei
que atualiza a meta fiscal, permitindo a continuidade da prestação dos
serviços públicos fundamentais para todos os brasileiros. Ainda hoje, recebi com indignação a decisão do Sr. Presidente da Câmara
dos Deputados de processar pedido de impeachment contra mandato
democraticamente conferido a mim pelo povo brasileiro. São inconsistentes e improcedentes as razões que fundamentam este pedido. Não existe nenhum ato ilícito praticado por mim. Não paira contra mim nenhuma suspeita de desvio de dinheiro público. Não possuo conta no exterior, nem ocultei do conhecimento público a existência de bens pessoais. Nunca coagi ou tentei coagir instituições ou pessoas na busca de satisfazer meus interesses. Meu passado e meu presente atestam a minha idoneidade e meu inquestionável compromisso com as leis e a coisa pública. Nos últimos tempos, e em especial, nos últimos dias, a imprensa noticiou
que haveria interesse na barganha dos votos de membros da base
governista no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados. Em troca,
haveria o arquivamento dos pedidos de impeachment. Eu jamais aceitaria ou concordaria com quaisquer tipos de barganha. Muito menos aquelas que atentam contra o livre funcionamento das
instituições democráticas, bloqueiam a justiça ou ofendam os princípios
morais e éticos que devem governar a vida pública. Tenho convicção e absoluta tranqüilidade quanto à improcedência deste pedido, bem como quanto ao seu justo arquivamento. Não podemos deixar as conveniências e interesses indefensáveis abalarem a democracia e a estabilidade do nosso país. Devemos ter tranquilidade e confiar nas nossas instituições e no Estado Democrático de Direito. Obrigada e Boa Noite!
O documentário sobre a vida do guerrilheiro que lutou pelo fim da ditadura militar na região do Araguaia, Osvaldão, entra em circuito nacional no próximo dia 10 de dezembro, mas nesta segunda-feira (30) acontece uma pré-estreia na capital paulista. Uma das diretoras do filme, Ana Petta, fala sobre a história que “infelizmente não foi superada” da luta pela democracia e liberdade.
Por Mariana Serafini
Divulgação Cena do filme Osvaldão resgatada do documentário da Checoslováquia Osvaldão traz a história de Osvaldo Orlando da Costa, o jovem da cidade de Passa-Quatro, no interior de Minas Gerais, membro do PCdoB que dedicou sua vida a lutar pelo fim da ditadura militar no Brasil. O filme estreia num período em que o Brasil sofre tentativas de desestabilização por parte dos setores mais reacionários da política nacional, e sobre isso Ana lamenta que “a discussão ainda não foi superada porque existem grupos que defendem a volta da ditadura militar”.
Para a diretora, em momentos como este é importante resgatar a história para não repeti-la. Com esta responsabilidade os diretores – André Lorenz Michiles, Fábio Bardella e Vandré Fernandes, além de Ana – estão fazendo exibições gratuitas da obra nas escolas ocupadas pelos estudantes em São Paulo.
Cada luta ao seu tempo. Os alunos hoje empenhados em proteger suas escolas da reorganização proposta pelo governador Geraldo Alckmin, que vai prejudicar milhares de estudantes em todo o estado, têm contato, por meio do filme, com a história do também jovem Osvaldão que lutou pela liberdade do país. “Eles ficam curiosos, querem saber mais, fazem muitas perguntas, é muito interessante esse contato, é importante que eles conheçam essa história e quem são seus heróis nacionais”, conta Ana.
Cartaz de "pré-estreia" de Osvaldão em uma escola ocupada em São Paulo
Ana defende que a históriada ditadura militar como um todo e especificamente o episódio da Guerrilha do Araguaia devem fazer parte do projeto curricular das escolas, de forma a resgatar a esclarecer o que realmente aconteceu. Um dos objetivos do filme é este, manter as histórias de Osvaldão, e dos militantes que deram a vida pela democracia, vivas.
A produção do filme durou dois anos, período este em que os diretores fizeram um levantamento da história de Osvaldão em Passa-Quatro, onde ele nasceu e viveu boa parte da vida; no Rio de Janeiro, onde foi campeão de boxe pelo Club de Regatas Vasco da Gama; na Checoslováquia, onde viveu e estudou por alguns anos e, por fim, na região do Araguaia, onde foi um dos principais militantes da guerrilha que mobilizou a maior expedição do exército brasileiro desde a 2ª Guerra Mundial.
Em meio à pesquisa sobre a vida de Osvaldão, os diretores descobriram um documentário feito com vários estudantes da Checoslováquia, onde ele era um dos destaques, e usam imagens deste material no filme atual. O cantor Criolo empresa sua voz ao personagem principal, enquanto outros artistas, entre eles, Leci Brandão, Antônio Pitanga, Flávio Renegado e Fernando Szegeri narram trechos da história.
Ana conta que foi fascinante conversar com as pessoas que conheceram Osvaldão na região do Araguaia onde até hoje ele é muito querido. “O filme mostra que o Osvaldão ainda é muito presente na região, ele se tornou uma espécie de mito lá”.
Os depoimentos dos moradores da região do Araguaia dão conta de que Osvaldão “se transformava em pedra” ou “em árvore” e por isso não era encontrado pelos oficiais do exército. Há ainda quem acredite que ele era abençoado por uma proteção mágica que o fazia desaparecer. “Além de ser valente, ele era invisível”, relata um morador. Uma verdadeira lenda.
Segundo a diretora, a família de Osvaldão foi receptiva com a ideia do filme e gostou muito de descobrir fatos que mesmo para os parentes mais próximos eram novos. “Um sobrinho dele nos agradeceu porque hoje ele conhece mais sobre o Osvaldão, então o filme também conseguiu aproximar mais o Osvaldão da família dele”, conta.
Financiamento coletivo
Em dezembro o filme estreia em sete cidades do Brasil no circuito de cinema comercial. Dia 10 entra em cartaz em cinemas no Rio de Janeiro e na capital paulista. Este projeto foi possível graças a um projeto de financiamento coletivo que arrecadou os recursos necessários para a exibição.
A campanha de financiamento coletivo durou 40 dias e possibilitou que o filme entre em cartaz nos cinemas de Porto Alegre (RS), São Paulo(SP), Rio de Janeiro (RJ), Belo Horizonte (MG), Salvador (BA), Recife (PE) e Fortaleza (CE).
Nesta segunda-feira (30) a pré-estreia de Osvaldão é no Espaço Itaú de Cinema Frei Caneca às 21 horas.
Assista ao trailer:
Fonte: Portal Vermelho
Cultura
30 de novembro de 2015 - 16h46 - “Infelizmente uma história atual”, diz diretora de Osvaldão
Ramila Moura
Marcha das Mulheres Negras leva música e cor para Brasília
As mulheres
negras encheram as ruas de Brasília-DF, nesta terça-feira (18), com cor,
música e discursos contra a violência e o racismo. Até chegar em frente
ao prédio do Congresso Nacional, a marcha, que saiu do Ginásio Nilson
Nelson, percorreu o Eixo Monumental e a Esplanada dos Ministérios com
faixas, cartazes e palavras de ordem “contra o racismo, contra a
violência, pelo bem estar”. E receberam de parlamentares, ao longo da
marcha, palavras de apoio.
Com um disparo de arma de fogo e vários rojões, um manifestante do
acampamento que pede o impeachment da presidenta Dilma e a volta do
regime militar tentou provocar tumulto na Marcha das Mulheres Negras. A
correria das mulheres, inclusive idosas, não foi o suficiente para
dispersar a marcha.
As palavras de apoio foram novamente ouvidas durante a sessão do
Congresso Nacional, que acontecia no mesmo momento em que houve o
tumulto provocando pelos manifestantes golpistas. Foi a senadora Vanessa
Grazziotin (PCdoB-AM), quem pediu ao senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
que presidia a sessão, que fosse feita uma revista no acampamento dos
manifestantes golpistas. Na semana passada, a polícia prendeu um
sargento reformado da polícia que participava do acampamento com uma
pistola e várias armas brancas.
Luciana Santos, presidenta do PCdoB e deputada federal por Pernambuco,
presenciou estarrecida a “cena de horror” e relatou: “Eu estava vindo
com a Marcha das Mulheres Negras em direção ao Congresso Nacional quando
um manifestante pró-impeachment atirou para cima no meio da marcha.
Foram 3 tiros! Uma manifestação de ódio e intolerância que nós não
podemos aceitar. O PCdoB vai reagir à altura e solicitar à mesa diretora
da Câmara e do Senado que não permita esse acampamento com pessoas
armadas, perto do Congresso Nacional. Isso vai de encontro a qualquer
tipo de manifestação plural e democrática”.
Luciana contou ainda que depois do susto inicial “e vendo que todas
estávamos bem, consegui registrar o momento da prisão. Um absurdo que o
rancor e a intolerância tentem tomar o lugar da coragem, da força, da
alegria e da combatividade que marcaram esta linda Marcha das Mulheres
Negras 2015”, desabafou.
Durante a Marcha das Mulheres Negras, em cima do carro de som, a líder
do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali, declarou: “Nós não podemos permitir
que as mulheres sejam assassinadas no aborto ilegal. Nós não podemos
permitir que os homens entendam as mulheres negras como algo que possa
ser descartado da vida com violência familiar”.
Jandira Feghali na Marcha das Mulheres Negras
“Nós não podemos permitir que as mulheres sejam assassinadas no
aborto ilegal. Nós não podemos permitir que os homens entendam as
mulheres negras como algo que possa ser descartado da vida com violência
familiar” declara a líder do PCdoB na Câmara, Jandira Feghali, durante a
2015 - Marcha das Mulheres Negras que ruma ao Congresso Nacional do
Brasil.
Posted by PCdoB na Câmara on Quarta, 18 de novembro de 2015
Movimento de luta
Com roupas e turbantes coloridos, com música e dança, cartazes e
discursos, cerca de 25 mil mulheres negras percorreram as ruas
anunciando que marchariam “até que todas as mulheres sejam livres”.
A presidenta da Unegro no Distrito Federal, Santa Alves, considerou a
marcha um grande sucesso pela força demonstrada pelas mulheres negras,
reforçando o desejo das mulheres negras de combater o racismo que as
oprime, para garantir a construção de uma sociedade de bem-estar. E
acrescentou que as mulheres negras não vão permitir que o Congresso
aprove matérias que aumente a opressão contra as mulheres.
Um grupo de mulheres do Quilombo Quingoma, de Lauro de Freitas, na
Bahia, aproveitaram a marcha para denunciar as ameaças à comunidade
remanescente de quilombolas com a construção da Via Metropolitana
Camaçari-Lauro de Freitas, que vai passar dentro da terra delas.
A marcha alegre que chegou em frente ao prédio do Congresso Nacional,
parada tradicional das manifestações públicas, foi recebida com tiros
por um sargento da polícia que foi preso em seguida. Ele alegou que se
sentiu “ameaçado” pela presença das mulheres negras no espaço público.
Após os tiros, seguido de rojões, houve correria e dispersão. As
mulheres ocuparam o gramado onde estão acampados os golpistas, que as
ameaçaram e expulsaram do local. A polícia legislativa, que fez um cerco
na entrada do prédio do Congresso, a tudo assistiu sem nenhuma
interferência.
Do alto do carro de som, as organizadoras da marcha pediam as mulheres
que não aceitassem provocação, saíssem do gramado e seguissem a marcha,
que continuou pelo outro lado da Esplanada dos Ministérios, após a
prisão do golpista.
Un proyecto de Nación o la vuelta a los 90
o la vhttp://www.pcce.com.ar/247_edit.htmla a los ‘90
Transitamos un momento político cuyo desenlace será decisivo para el futuro de nuestro pueblo y de nuestra Nación. Frente al desafío que tenemos por delante, hacemos nuestras las palabras de la compañera Cristina respecto a que no existe el más mínimo margen para cavilaciones ni internismos que debiliten nuestras posiciones de cara a la confrontación de fondo que se expresará en el balotaje. Los esfuerzos debemos dirigirlos exclusivamente a forjar una nueva victoria del proyecto nacional que nos permita asegurar la continuidad de las conquistas alcanzadas durante los últimos 12 años. Esto significa consagrar a la fórmula del FpV compuesta por Daniel Scioli y Carlos Zannini el próximo 22 de noviembre.
En la previa al 25 de octubre, el poderoso complejo mediático logró desdibujar parcialmente los ejes principales de la campaña trasladando la atención hacia las formas o modales de los candidatos. Esto les permitió (al tiempo que defenestraron metódicamente al compañero Aníbal Fernández) que un personaje aparentemente insustancial como María Eugenia Vidal, construido íntegramente por los monopolios de la comunicación, se haya impuesto en la determinante Provincia de Buenos Aires. Eso posibilitó en definitiva estrechar la diferencia conquistada en las PASO y forzar una segunda vuelta en el orden nacional. Esa misma cobertura comunicacional fue la que hizo posible que Mauricio Macri llegue hasta estas instancias.
Cuando Cristina convoca a una profunda reflexión nacional que permita identificar con nitidez qué es lo que está en juego hoy en la Argentina, desata una respuesta inmediata y masiva de miles y miles en todo el país que ganan la calle para explicar y esclarecer sobre los riesgos objetivos de un retorno al neoliberalismo. El casa por casa es la única forma de revertir el daño producido por el accionar permanente de los generales multimediáticos. Ellos sí que han impulsado una colosal campaña sucia, de miedo, mentiras, odio y desánimo durante más de una década, y son capaces de lograr que una parte del pueblo termine conspirando contra sus propios intereses. Debemos apelar a la memoria, ser predicadores de los logros alcanzados y tener la capacidad de confrontar ideas y proyectos para no caer en el laberinto de los nombres propios o simpatías personales.
La Presidenta (la única que podía hacerlo) situó a la campaña en sus cauces correspondientes. Macri sintió el golpe, pero reforzó su táctica de confusión del electorado, de no hablar sobre lo que piensan hacer y de victimizarse cuando no les alcanza con el escudo de Clarín y su constelación monopólica. Pero sus patrones les exigen definiciones. Por eso Vidal evaluó voltear de un saque 50 mil becas estudiantiles, Michetti anticipó una quita masiva de subsidios y elevar la edad jubilatoria, y el inefable Melconian prometió un ajuste sobre salarios y jubilaciones y llevar el dólar a 16 pesos. Eso es neoliberalismo, liso y llano.
Este 5 de noviembre se cumplieron 10 años de la derrota del ALCA. En aquellas circunstancias el compañero Fidel habló de la “gloriosísima batalla de Mar de Plata”, donde Néstor Kirchner (según palabras de Chávez) fue el D’Artagnan latinoamericano. Vale preguntarnos qué sería de América Latina si se hubiese impuesto el proyecto de anexión del imperialismo. Otro sería el escenario actual. Lo que sí podemos advertir, sin riesgo a equivocarnos, es sobre el enorme impacto que significaría para todo el continente un retroceso político en la Argentina. En particular para dos pilares como Brasil y Venezuela. Por eso el 22 la confrontación trasciende a nuestro país, tanto como lo trascendió la batalla de Mar del Plata.
Dos proyectos en disputa, unidad del campo popular y frentismo para la construcción política. Ese fue el camino que trazó Cristina para afrontar el balotaje y también de cara a los desafíos futuros. Debemos asegurar la victoria y al mismo tiempo producir un salto en la conciencia y organización de nuestro pueblo para que lo conquistado sea verdaderamente irreversible.
O Secretariado nacional do Partido Comunista do Brasil (PCdoB) lança nota em que condena com veemência os atentados terroristas. No documento, os comunistas combatem também o terrorismo de Estado, praticado pelas potências imperialistas. Leia a íntegra.
1 - O Partido Comunista do Brasil condena energicamente a escalada de atentados terroristas dos últimos dias. A carnificina perpetrada em Paris na última sexta-feira (13), com fuzilamentos de civis e explosões de bombas em locais de lazer, resultando na morte e ferimento grave de centenas de pessoas, é crime abominável de lesa-humanidade, uma horrenda expressão do banditismo político. Já na véspera, atentados mataram mais de 40 pessoas na capital libanesa, Beirute, uma ação terrorista que também é da nossa condenação.
2 – Juntamo-nos ao luto que encobre as nações e os povos golpeados pela matança, à dor dos familiares das vítimas. Expressamos profundo sentimento de pesar e a integral solidariedade dos comunistas brasileiros.
3 – Estes fatos estão ligados ao agravamento da crise no Oriente Médio, nomeadamente na Síria, que há quatro anos ininterruptos é vítima da ação diuturna de bandos terroristas, muitos dos quais financiados e armados pelas potências ocidentais, nomeadamente os Estados Unidos, a França, outros países da União Europeia, Israel, Turquia e monarquias reacionárias árabes.
4 – Igualmente, não estão desligados do terrorismo de Estado, praticado por essas potências, que também deve ser condenado com veemência. As guerras e intervenções militares, tais como no Iraque, Afeganistão, Líbia e Mali, e a escalada militarista do Estado sionista contra o povo palestino, além de serem em si atos terroristas, criam o caldo de cultura para o desenvolvimento de grupos como Al Qaeda, ISIS (Estado Islâmico do Iraque e da Síria, na sigla em inglês) e outros.
5 - A sequência de atos terroristas nos últimos dias, sobretudo a carnificina em Paris, é reveladora de como não só os povos do Oriente Médio e outras regiões de conflitos, mas também as populações dos próprios países da Europa e demais continentes, podem ser vitimadas pela instabilidade, as crises e as guerras provocadas por seus governos. E demonstra os perigos a que está exposta a humanidade numa ordem mundial marcada pela violação sistemática do direito internacional, o militarismo, o intervencionismo, a guerra como meio de política externa e o desrespeito à soberania nacional. O combate ao terrorismo – seja de grupos ou de Estado – requer a mobilização dos povos, dos amantes da paz e da democracia, dos que lutam por uma sociedade livre da ingerência imperialista e por soluções justas para os conflitos internacionais.
São Paulo, 15 de novembro de 2015 O Secretariado Nacional do Partido Comunista do Brasil
This article was first published in November 2014.
Recent developments confirm what is known and documented:
Washington is behind the Islamic State (ISIS) and at the same time it is
behind the moderate Al Qaeda terrorists, which the Obama administration
is supporting as part of America’s campaign against the Islamic State
(ISIS). And they expect us to believe that they are committed to waging a campaign against terrorists. The Islamic State (ISIS) was until 2014 called al Qaeda in Iraq (AQI).
Al Nusra is an al Qaeda affiliate which has committed countless
atrocities in Syria. It is now considered by the Obama administration
as the “Moderate Opposition”. America’s “anti-terrorist campaign’ consists in supporting a
so-called “moderate” Al Qaeda entity (Al Nusra) with a view to going
after another al Qaeda entity entitled The Islamic State, formerly
designated as Al Qaeda in Iraq. “Al Qaeda is going after Al Qaeda”, and both wings of al Qaeda are supported covertly by US intelligence. Both ISIS and Al Nusra are protected by the Western military
alliance. Both Al Qaeda entities are used to destroy Syria and Iraq. The
air campaign allegedly against ISIS does not target ISIS, it targets
Syria and Iraq, schools, hospitals, factories, residential areas,
government buildings, roads, bridges, etc. Both Al Qaeda affiliated entities are being used to destroy Iraq and Syria as nation states. The terrorists are the foot-soldiers of the Western military alliance. US-NATO-Israel are state sponsors of terrorism, providing training, weapons and money to various terrorist formations. The endgame is “regime change” in Syria and the fragmentation of Iraq.
Michel Chossudovsky, September 03, 2015
The US led war against the Islamic State is a big lie. Going after ” Islamic terrorists”, carrying out a worldwide
pre-emptive war to “Protect the American Homeland” are used to justify a
military agenda. The Islamic State of Iraq and the Levant (ISIL) is a creation of US intelligence. Washington’s “Counter-terrorism Agenda” in Iraq and Syria consists in Supporting the Terrorists. The incursion of the Islamic State (IS) brigades into Iraq
starting in June 2014 was part of a carefully planned
military-intelligence operation supported covertly by the US, NATO and
Israel. The counter-terrorism mandate is a fiction. America is the Number One “State Sponsor of Terrorism” The Islamic State is protected by the US and its allies. If they had wanted to eliminate the Islamic State brigades, they could have “carpet” bombed their convoys of Toyota pickup trucks when they crossed the desert from Syria into Iraq in June.
\
The Syro-Arabian Desert is open territory (see map below). With
state of the art jet fighter aircraft (F15, F22 Raptor, CF-18) it would
have been -from a military standpoint- a rapid and expedient surgical operation
In this article, we address 26 concepts which refute the big lie. Portrayed by the media as a humanitarian undertaking, this large scale military operation directed against Syria and Iraq has resulted in countless civilian deaths. It could not have been undertaken without the unbending support
of the Western media which has upheld Obama’s initiative as a
counter-terrorism operation.
“Advertisements, paid for from CIA funds, were placed in
newspapers and newsletters around the world offering inducements and
motivations to join the Jihad.”
3. Since the Reagan Administration, Washington has supported the Islamic terror network.
Ronald Reagan called the terrorists “freedom
fighters”. The US supplied weapons to the Islamic brigades. It was all
for “a good cause”: fighting the Soviet Union and regime change, leading
to the demise of a secular government in Afghanistan.
Ronald Reagan meets Afghan Mujahideen Commanders at the White House in 1985 (Reagan Archives)
5. Osama bin Laden, America’s bogyman and founder of Al Qaedawas recruited by the CIA in 1979
at the very outset of the US sponsored jihadist war against Afghanistan
. He was 22 years old and was trained in a CIA sponsored guerilla
training camp. Al Qaeda was not behind the 9/11 Attacks. September
11, 2001 provided a justification for waging a war against Afghanistan
on the grounds that Afghanistan was a state sponsor of terrorism,
supportive of Al Qaeda. The 9/11 attacks were instrumental in the
formulation of the “Global War on Terrorism”. THE ISLAMIC STATE (ISIL)
6. The Islamic State (ISIL) was originally an Al Qaeda affiliated entity created by US intelligence with
the support of Britain’s MI6, Israel’s Mossad, Pakistan’s
Inter-Services Intelligence (ISI) and Saudi Arabia’s General
Intelligence Presidency (GIP), Ri’āsat Al-Istikhbārāt Al-’Āmah ( رئاسة
الاستخبارات العامة).
7. The ISIL brigades were involved in the US-NATO supported
insurgency in Syria directed against the government of Bashar al Assad.
8. NATO and the Turkish High Command were responsible for the recruitment of ISIL and Al Nusrah mercenaries
from the outset of the Syrian insurgency in March 2011. According to
Israeli intelligence sources, this initiative consisted in:
“a campaign to enlist thousands
of Muslim volunteers in Middle East countries and the Muslim world to
fight alongside the Syrian rebels. The Turkish army would house these
volunteers, train them and secure their passage into Syria. (DEBKAfile, NATO to give rebels anti-tank weapons, August 14, 2011.)
9.There are Western Special Forces and Western intelligence operatives within the ranks of the ISIL. British Special Forces and MI6 have been involved in training jihadist rebels in Syria.
10. Western military specialists on contract to the Pentagon have trained the terrorists in the use of chemical weapons.
“The United States and some European allies are using
defense contractors to train Syrian rebels on how to secure chemical
weapons stockpiles in Syria, a senior U.S. official and several senior
diplomats told CNN Sunday. ( CNN Report, December 9, 2012)
11. The ISIL’s practice of beheadings is part of the US sponsored terrorist training programs implemented in Saudi Arabia and Qatar.
“Israeli Prime Minister Benjamin Netanyahu and Defence Minister Moshe Ya’alon next to a wounded mercenary, Israeli military field hospital at the occupied Golan Heights’ border with Syria, 18 February 2014″
SYRIA AND IRAQ
14 The ISIL are the foot soldiers of the Western military
alliance. Their unspoken mandate is to wreck havoc and destruction in
Syria and Iraq, acting on behalf of their US sponsors.
15. US Senator John McCain has met up with jihadist terrorist leaders in Syria. (see picture right)
16 The Islamic State (IS) militia, which is currently
the alleged target of a US-NATO bombing campaign under a
“counter-terrorism” mandate, continues to be supported covertly by the
US. Washington and its allies continue to provide military aid to the Islamic State.
17. US and allied bombings are not targeting the ISIL, they are bombing the economic infrastructure of Iraq and Syria including factories and oil refineries.
18. The IS caliphate project is part of a longstanding US foreign policy agenda
to carve up Iraq and Syria into separate territories: A Sunni Islamist
Caliphate, an Arab Shia Republic, a Republic of Kurdistan.
THE GLOBAL WAR ON TERRORISM (GWOT)
19. “The Global War on Terrorism” (GWOT) is presented as a “Clash of
Civilizations”, a war between competing values and religions, when in
reality it is an outright war of conquest, guided by strategic and
economic objectives.
20 U.S. sponsored Al Qaeda terror brigades (covertly supported by
Western intelligence) have been deployed in Mali, Niger, Nigeria, the
Central African Republic, Somalia and Yemen.
These various affiliated Al Qaeda entities in the Middle East,
sub-Saharan Africa and Asia are CIA sponsored “intelligence assets”. They are used by Washington to wreck havoc, create internal conflicts and destabilize sovereign countries.
22. The US is also supporting Al Qaeda affiliated terrorist organizations in the Xinjiang Uighur autonomous region of China. The underlying objective is to trigger political instability in Western China.
Chinese jihadists are reported to have received “terrorist training” from the Islamic State
“in order to conduct attacks in China”. The declared objective of these
Chinese-based jihadist entities (which serves the interests of the US)
is to establish a Islamic caliphate extending into Western China. (Michel Chossudovsky, America’s War on Terrorism, Global Research, Montreal, 2005, Chapter 2).
HOMEGROWN TERRORISTS
23 The Terrorists R Us: While the US is the unspoken architect of the Islamic State, Obama’s holy mandate is to protect America against ISIL attacks.
24 The homegrown terrorist threat is a fabrication.
It is promoted by Western governments and the media with a view to
repealing civil liberties and installing a police state. The terror
attacks by alleged jihadists and terror warnings are invariably staged
events. They are used to create an atmosphere of fear and intimidation.
In turn, the arrests, trials and sentences of “Islamic terrorists”
sustain the legitimacy of America’s Homeland Security State and law
enforcement apparatus, which has become increasingly militarized.
The ultimate objective is to instill in the minds of millions of
Americans that the enemy is real and the U.S. Administration will
protect the lives of its citizens.
25. The “counter-terrorism” campaign against the Islamic State has contributed to the demonization of Muslims, who in the eyes of Western public opinion are increasingly associated with the jihadists.
26 Anybody who dares to question the validity of the “Global War on Terrorism” is branded a terrorist and subjected to the anti-terrorist laws.
The ultimate objective of
the “Global War on Terrorism” is to subdue the citizens, totally
depoliticize social life in America, prevent people from thinking and
conceptualizing, from analyzing facts and challenging the legitimacy of
the inquisitorial social order which rules America.
The Obama Administration has imposed a diabolical consensus with the
support of its allies, not to mention the complicit role of the United
Nations Security Council. The Western media has embraced the consensus;
it has described the Islamic State as an independent entity, an outside
enemy which threatens the Western World.
The Big Lie has become the Truth.
Say no to the “Big Lie”. Spread the message.
The truth is ultimately a powerful weapon.
Please help us continue. We rely on the support of our readers.
As bandeiras vermelhas estão a meio mastro, uma taça de vinho exige o momento... partiu um bom camarada, um bom militante, um bancário do BB e sindicalista, um militante respeitado e querido da CTB. Perdemos um querido amigo. Piqueteirozinho de greve fino, relata o Alvarenga. Tão querido, a conversa incrível, um vinho, uma cerveja amiga. E Paquetá uivava para a lua.
Faleceu nesta quinta feira, 05 de novembro de 2015, o companheiro bancário Paquetá.
José Proença
Duarte, 60 anos, conhecido como Paquetá, morador da ilha do mesmo nome,
torcedor apaixonado do América, foi militante do PCB e nos anos 90 se
filiou ao PCdoB. Militou na Corrente Sindical Classista (CSC) e
participou da fundação da CTB (Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras
do Brasil).
Funcionário do
Banco do Brasil há 35 anos, formou-se em História pela UFF onde fez
parte da resistência à ditadura militar. Participou nos seus mais de 30
anos como trabalhador bancário de todas as campanhas salariais e lutas
sindicais no Rio de Janeiro e nos outros locais onde esteve lotado, como
nas agências de Imperatriz (MA), Rio Grande (RS) e Manaus (AM). Como
diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro desde 1997, ocupou
a Diretoria de Políticas Sociais e a Secretaria Geral da entidade.
Militante
abnegado, defensor ferrenho do socialismo, polêmico, pai orgulhoso do
Pedro, participou ativamente da sua última batalha sindical, que foi a
greve nacional dos bancários no mês de outubro deste ano.
Paquetá deixa
uma lacuna difícil de ser preenchida no cotidiano das centenas de amigos
que fez pelo país, de todas correntes de pensamento.
A CTB-Bancários, consternada, presta solidariedade aos amigos e familiares na despedida desse lutador, amigo e camarada.
A Universidade
do Estado de Michigan, nos Estados Unidos, revelou nesta quinta-feira
(29) que seus alunos de medicina poderão fazer estágios e aulas da
disciplina em hospitais cubanos, a partir de abril de 2016.
Hospital Calixto Garcia, em Havana, durante reformas
Segundo a escola, o programa pretende fazer com que os americanos
“conheçam um sistema de saúde que tem sido líder na identificação dos
fatores sociais sobre as doenças e na prevenção quando se trata de saúde
pública”.
A Universidade de Michigan é "a primeira a acertar com as autoridades
cubanas o desenvolvimento de um novo curso para os nossos alunos, que
conta para seu currículo acadêmico”, anunciou em seu site oficial.
Os alunos deverão aprender medicina comunitária, obstetrícia, ginecologia, pediatria e cuidados geriátricos, explicou.
Em Cuba, os estudantes deverão frequentar o Hospital Calixto Garcia, o
hospital Central de Havana (especializado em pediatria) e o hospital
Ramón González Coro (dedicado à obstetrícia e ginecologia).
William Cunningham, da faculdade de medicina da MSU, disse que "é a
primeira vez que os estudantes de medicina dos Estados Unidos poderão
atuar nos corredores de três grandes hospitais de Havana e fazer cumprir
crédito acadêmico pela experiência". De acordo com a MSU, até o momento
30 alunos já fizeram a inscrição.
Carlos Luis Casabianca Bandeiras do PCdoB inclinadas em homenagem a Carlos Luis Casabianca
O Partido Comunista do Brasil (PCdoB) expressa profundo pesar pelo falecimento do camarada Carlos Luis Casabianca, presidente do Partido Comunista Paraguaio, ocorrido na madrugada desta quinta-feira (29).
Desde a juventude, Casabianca dedicou sua vida à luta pela justiça social, pela democracia e pelo socialismo.
Pagou por isso elevado preço. No entanto, nem a prisão, nem a tortura nem o exílio quebrantaram a fibra revolucionária deste heroico comunista.
Ao povo paraguaio, aos dirigentes e militantes do Partido Comunista Paraguaio, aos amigos e familiares de Carlos Luis Casabianca, nossa solidariedade.
O PCdoB inclina suas bandeiras vermelhas em reverente homenagem à memória deste valoroso dirigente proletário, cujo exemplo seguirá iluminando os passos das novas gerações de combatentes socialistas da América Latina.
São Paulo, 29 de novembro de 2015
Deputada Federal Luciana Santos
Presidenta do Partido Comunista do Brasil – PCdoB
José Reinaldo Carvalho
Secretário de Política e Relações Internacionais do PCdoB
Rubens Jr.: Sem rito definido, Cunha não pode analisar impeachment - Portal Vermelho O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), revogou, nesta quinta (29), o “manual do impeachment” que ele havia adotado para responder aos pedidos de afastamento de Dilma Rousseff. O rito já havia sido suspenso por liminares dos ministros Teori Zavascki e Rosa Weber, do Supremo Tribunal Federal (STF), que acolheram os argumentos de mandados de segurança propostos por deputados do PCdoB e do PT.
De acordo com o vice-líder do PCdoB na Câmara, deputado Rubens Pereira Jr (MA), Cunha “volta à estaca zero” com a revogação do procedimento. “Essa decisão mostra que ele se viu obrigado a voltar atrás por conta de uma decisão do STF. Com isso, não há um rito específico para processamento de qualquer crime de responsabilidade na Câmara. E, se não há rito, não pode haver processo”, afirma o parlamentar, que é autor de um dos mandados de segurança analisados pelo Supremo.
No entanto, Eduardo Cunha tem um entendimento diferente. Em entrevista, o presidente da Câmara afirmou que se balizará pela Constituição, pela Lei do Impeachment (Lei 1.079/50) e pelo Regimento Interno para analisar os pedidos de afastamento de Dilma que ainda aguardam análise. Segundo o parlamentar a decisão será “caso a caso”.
Na avaliação de Rubens Pereira Jr, o Parlamento deveria definir outro rito, antes de retomar a análise dos pedidos em curso. “No nosso entendimento, Cunha não pode decidir, analisar ou julgar nenhuma denúncia enquanto não houver rito pré-estabelecido. Se o presidente editar qualquer norma ou rito que vá ferir o que está previsto no artigo 85 da Constituição Federal, nós recorreremos de novo ao STF, que já deu indícios de que a palavra final será em defesa da Constituição. Não cabe a Cunha a decisão única e exclusiva”, analisa.
O Comitê de Política Monetária anuncia nesta quarta (21) sua decisão sobre a taxa básica de juros, a Selic. A expectativa é de que ela seja mantida em 14,25% ao ano, maior patamar em nove anos. Em entrevista ao Vermelho, o economista Paulo Kliass aponta os danos que uma taxa de juros tão alta provoca na economia: além de aumentar a despesa pública, reduz o investimento, prejudicando assim o desenvolvimento econômico e social. Para ele, o país precisa enfrentar a “hegemonia do rentismo parasita”.
Por Joana Rozowykwiat
Doutor em economia pela Universidade de Paris 10 e integrante da carreira de Especialistas em Políticas Públicas e Gestão Governamental, do governo federal, Kliass explica didaticamente a importância de reduzir a taxa de juros. De acordo com ele, a política monetária atual tem um custo fiscal muito alto e inibe o crescimento.
Se, em agosto, o estoque da dívida pública da União era de R$ 2,7 trilhões, grosso modo, pode-se calcular que cada ponto percentual da Selic tem então um impacto de R$ 27 bilhões nas contas da União. Desta maneira, manter a taxa de juros nas alturas não contribui para resolver o problema fiscal, ao contrário, pois significa manter elevado também o gasto público com o pagamento da dívida, alerta Kliass.
“Se você pega o Orçamento que o governo envia todo ano ao Congresso, 49% dele estão comprometidos com juros e rolagem da dívida pública. Ou seja, metade do recurso público vai para a esfera puramente financeira. Nos últimos 12 meses, de acordo com informações disponíveis no Banco Central e no Ministério da Fazenda, você tem R$ 484 bilhões que foram pagos [pelo governo] a título de juros. E a gente fica discutindo um bilhão aqui, um bilhão ali, corta na Saúde, na Educação, na Previdência”, compara.
Ditadura do superavit
Ele aponta que as despesas com juros “são consideradas intocáveis” e não fazem parte da pauta o “austericídio” – como ele chama a política de austeridade que representaria um suicídio coletivo imposto ao país.
Segundo Kliass, isso acontece por causa da “armadilha” da política de superavit primário, que é a economia feita pelo governo para o pagamento de juros da dívida. “Se discute toda a receita, com exceção da financeira. Então você precisa gerar um excedente fiscal cortando tudo, menos o financeiro. Ou seja, você está gerando uma excedente para garantir o pagamento de juros”, analisa.
Isso sinaliza uma inversão total de prioridades do gasto público. Pois todo o esforço fiscal promovido pelo país, no sentido de economizar, “é drenado para pagar juros da dívida”, em detrimento do investimento social e em infraestrutura, por exemplo.
De acordo com o economista, enquanto o governo não parar de perseguir a meta do superavit primário – que, ele aponta, vem da época do Plano Real, quando havia total hegemonia do neoliberalismo –, o país não conseguirá escapar dessa contradição.
Kliass resgata que o argumento por trás da decisão de manter taxas de juros tão elevadas é o de que isso estimula pessoas e empresas a pouparem, já que o retorno financeiro é alto. Desta forma, os recursos não seriam direcionados para o consumo e, consequentemente, sem a pressão da demanda, não haveria elevação de preços.
“O que acontece é que a realidade é muito mais complexa que isso. Estamos há muito tempo com uma política de juros agressiva. Há anos o Brasil ocupa a posição de líder mundial de taxa de juros. E nem por isso houve redução da inflação. A inflação foi contida, mas por outros fatores”, analisa. Investimentos na berlinda
Além de elevar a despesa pública, a política de juros altos tem impacto negativo ainda sobre a atividade econômica em geral. “O que ela provoca de fato é uma redução de investimentos. Com os juros altos, os empresários percebem que é muito mais fácil obter retorno financeiro assim do que se atrever a fazer investimento real, como comprar novos equipamentos, aumentar a capacidade instalada de uma empresa, etc.”
Nesse sentido, aumentar taxa de juros ou mantê-la elevada “inibe o investimento e o consumo, porque as pessoas terão menos capacidade de endividamento. Então você dá dois tiros contra a promoção do desenvolvimento econômico e social”, condena.
Lucro desmedido
Paulo Kliass chama a atenção ainda para o fato de a Selic ser apenas a taxa referencial para o conjunto da economia. Na prática, indivíduos, famílias e empresas lidam com taxas bem mais elevadas.
“O Brasil, além de ser o campeão mundial da taxa de juros referencial, é o campeão da taxa de juros praticados. Os bancos obtêm recursos por esta taxa [Selic], mas emprestam no balcão a taxas fenomenais. Se você pega, por exemplo, o cartão de crédito, [a taxa de juros cobrada] beira os 400% ao ano”, compara.
O economista defende que o Banco Central deveria regular o chamado spread bancário, que é justamente essa diferença entre os juros que o banco cobra ao emprestar e a taxa que ele mesmo paga ao captar dinheiro.
“Como autoridade monetária e órgão regulador e fiscalizador do mercado financeiro, o BC tem obrigação e fazer valer a lógica de defesa dos que são menos poderosos nessa relação, que são as empresas, as famílias e os indivíduos”, afirma.
Mas não é isso que acontece. Segundo ele, o BC deixa o spread ser praticado da maneira que os bancos bem entendem, “como se houvesse um mercado que pudesse se autorregular. Mas temos, de um lado, seis, sete, oito mastodontes do sistema financeiro e, do outro, centenas de milhões de pessoas e empresas como tomadores”, que terminam prejudicados nessa equação.
Vontade política
Kliass lebra que a presidenta Dilma Rousseff tentou controlar esta situação, no seu primeiro mandato, reduzindo o spread nos bancos públicos como uma forma de pressionar, pela concorrência, também as instituições privadas. A iniciativa da presidenta, contudo, não se sustentou.
“Dilma foi muito pressionada. Tem que ter disposição política para peitar esses interesses. Ela acabou recuando alguns meses depois, e essa política não voltou. Mas não quer dizer que seja equivocada ou impossível. Precisa é ter vontade política de dizer que a sociedade brasileira não suporta mais a hegemonia do rentismo parasita, que privilegia a atividade puramente especulativa, em detrimento da atividade produtiva. Isso tem que ser enfrentado”, declara.
De acordo com o economista, o país nutre uma espécie de vício na cultura especulativa. “Enfrentar isso não é uma atitude anticapitalista. Em qualquer outro país do mundo, as pessoas se surpreendem com o fato de que o Brasil tornou-se dependente químico em níveis elevados de retorno financeiro.”
Quem é o mercado?
As reuniões do Copom, que decidem sobre a Selic, acontecem a cada 45 dias. Kliass recorda que elas costumam ser sempre balizadas pela pesquisa Focus, realizada pelo próprio Banco Central, junto a dirigentes de instituições financeiras.
“Você abre o jornal e lá diz: ‘mercado estima’, ‘mercado avalia’. Mas quem é o mercado? São os operadores das instituições financeiras e dos bancos. As decisões do BC são balizadas para atender aos interesses do financismo, e não do país”, critica.
O economista questiona a razão pela qual outros atores não são ouvidos sobre a Selic. “Por que não bota [na sondagem] os industriais, os economistas ligados a instituições de pesquisa econômica, às universidades, os sindicatos, as centrais? Esses não são ouvidos. Só meia dúzia de pessoa ligadas às instituições financeiras, que têm todo o interesse em que a Selic suba, porque são os que mais ganham com a taxa de juros elevada”, condena.
Depósito compulsório
O economista lembra que política monetária não se faz apenas a partir da taxa de juros. “Embora seja pouco comentado, você pode ter os mesmos efeitos sobre essa lógica de redução da demanda sobre a oferta e, portanto, nessa preocupação com a inflação, sem aumentar a taxa de juros. Basta mexer no depósito compulsório, que no Brasil é pouco utilizado”, aponta.
O depósito compulsório é um depósito obrigatório feito pelos bancos comerciais junto ao Banco Central. Parte de todos depósitos que são efetuados à vista pela população junto aos bancos vão para o BC, responsável por fixar esta taxa de recolhimento, que é variável, de acordo com os interesses do governo em acelerar ou não a economia. Desta forma, o governo aumenta ou diminui a circulação de moeda no país.
“Então você pode reduzir a demanda não só através da taxa de juros, mas em função da capacidade de empréstimo dos bancos. E isso sem ter o custo fiscal. Mas isso também é um tabu no Brasil”, lamenta.
Cultura do rentismo
Para Kliass, houve no país um processo histórico, de natureza social e cultural, que fez com que não existisse muita resistência a essa estrutura que privilegia o mercado financeiro em detrimento da economia real.
De acordo com ele, “os interesses do sistema financeiro estão muito bem representados na nossa sociedade, no interior do aparelho do Estado. Eles conseguem, então, com uma hegemonia política, de formação nas escolas, nas faculdades, fazer com que esse tipo de visão de mundo seja hegemônica, e as pessoas terminam reproduzindo”, coloca.
Segundo o economista, houve um momento, após a crise desencadeada em 2008, que muitos dogmas foram questionados, “mas o conjunto do modelo econômico não foi colocado em questão”, encerra.