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quarta-feira, 10 de setembro de 2014

O meu Luiz Aparecido - Rogério Siqueira

O meu Luiz Aparecido, "...OU NÃO ! COMO DIRIA O CAETANO !"

Eis que o nosso Luiz Aparecido, "partiu fora do combinado", como diria o Rolando Boldrin. Nos despedimos dele justamente num 07 de setembro, que prá mim, doravante, será o feriado de Luiz Aparecido, sim, porque entre ele e Dom Pedro I, sou mais o meu amigo highlander !!!
 

Militante comunista, cangaceiro judeu, revolucionário até o último fio de cabelo, sociólogo, compositor e poeta bissexto, bombeiro ( isso mesmo, ele também manjava muito de bombas... ), e maior especialista em capivaras de toda a "Grande Penápolis", que prá quem não sabe, e ele vivia explicando: vai de Três Lagoas-MS até Bauru-SP.

Pai de quem quisesse ser seu filho, meu camarada e amigo Aparecidinho não tombou nem à tortura, que lhe ceifou um dos rins,nem às balas da ditadura militar, uma das quais mora até hoje em seu crânio, e deve ter permanecido lá para que nunca nos esqueçamos deste período nefasto da história brasileira. Sim, amigos, se hoje estamos aqui em liberdade, também é graças ao nosso Luiz Aparecido e tantos outros militantes que deram seu sangue, sua saúde e muitos a própria vida.

Numa certa manhã, quando trabalhávamos juntos aqui em Brasília, vindo do Aeroporto, Aparecido adentra nossa sala, abre um enorme sorriso e diz : "Acabei de dar de cara com um japa que foi um dos meus torturadores !". Perguntei por que ele estava dizendo isso com tanta leveza e sorrindo, se o sujeito foi um dos que quase o mataram. Ainda com ar sorridente ele respondeu " Nos cinco segundos em que paramos frente a frente, vi o desespero no olhar dele, desespero que nunca tive quando ele me torturou !"

Dizia que era "highlander" e não iria morrer nunca... Assim como seus camaradas Cloves Wonder e Arthur De La Meza. E só hoje podemos constatar que é a pura verdade, não morrerá mesmo, e vivo está por sua trajetória revolucionária, pelo sentimento de amizade que cultivou do seu jeito, pelo seu humor ácido e certeiro.

 


Semana passada ao visitá-lo no San Marcos, me despedí dizendo que ele sairia dessa, pois já havia vencido embates piores. Ele me respondeu que iria se reerguer mesmo, e quando eu já me afastava ele completou : "ou não, como diria o Caetano".

Cada um tem o seu...Este é, e será sempre o meu Luiz Aparecido.

Rogério Siqueira 07/07/14

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