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08/04/2009 18h28
Banco do Brasil: Lima Neto nega pressão política
08/04/2009 - 13:18
Luis Nassif On Line: As mudanças no BB
Por Roberto São Paulo/SP
da Agência Brasil , Última modificação em 8 de Abril de 2009 - 13h05
Funcionário de carreira do Banco do Brasil é o novo presidente da instituição
Daniel Lima e Kelly Oliveira \Repórteres da Agência Brasil
Brasília - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, informou há pouco que Aldemir Bendine é o novo presidente do Banco do Brasil. Ele substitui Antônio Francisco de Lima Neto, que assumiu o cargo em dezembro de 2006. Bendine é funcionário de carreira do BB há 30 anos, e, até então, era vice-presidente de Cartões e Novos Negócios de Varejo da instituição.
Neste momento, Mantega concede entrevista sobre a saída de Lima Neto da presidência do Banco do Brasil. Pela manhã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia confirmado que ele deixaria o cargo, mas o nome do substituto não tinha sido anunciado…………………………………
Comentário
O Banco do Brasil tem essa dupla personalidade, de banco público e banco com capital em Bolsa, disputando mercado com bancos privados.
Tem vantagens de ser banco público, como acesso a depósitos públicos, repasse de recursos públicos, folha de pagamentos dos funcionários e o aval do Tesouro. Quando eclodiu a crise, por exemplo, o BB foi amplamente beneficiado por depósitos que fugiram de outros bancos.
A contrapartida é ser um instrumento de políticas públicas. É evidente que há limites para essa utilização do banco. Não se pode afetar seu desempenho, tem que se mensurar o custo de qualquer pedido que fira sua lógica econômica.
Mas não há nenhuma incompatibilidade entre cumprir a função pública e a privada.
Por exemplo, o governo definiu como prioritária a consolidação da agricultura familiar como fornecedora de biodiesel. O BB tem o Pronaf, para financiamento da agricultura familiar. Montou uma área social, importante para a imagem do banco e importante para a inclusão de novos clientes. Portanto, pode casar atuação social com busca de resultados.
Quando recebe a ordem de reduzir os juros, não há nada que fira seus interesses. Pelo contrário, o banco foi beneficiário de aumento de depósito e, com a redução, poderia avançar na conquista de market-share.
Os problemas do BB foram de outra ordem. No primeiro governo Lula, houve ampla infiltração política no banco, que causou enormes dissabores à corporação BB. Depois dos escândalos - que culminaram com a demissão do Diretor de Marketing, da diretoria da Cobra Informática, entre outros - a corporação sentiu-se fortalecida. E aí o corporativismo falou mais alto que a interlocução com a área econômica.
Deixou-se de lado a visão estratégica, a busca de market share e falou mais alto a competição com o setor privado - especialmente nos indicadores de rentabilidade. O banco se fechou em si, como se tivesse se sentido humilhado pela perda da liderança histórica do mercado bancário brasileiro, após a fusão Itau-Unibanco.
O banco manteve a rentabilidade, mas sua participação, na luta contra a crise, acabou sendo ofuscada pela Caixa Econômica Federal.
Aparentemente, a mudança irá promover ajustes de conduta que seguramente serão benéficas ao país, e provavelmente benéficas para o banco.
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