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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

O livro Textos de Combate: sem perder a ternura, jamais! já está disponível!Não precisa ter kindle, basta baixar o aplicativo ou entrar no c...

segunda-feira, 31 de maio de 2021

Sarau do Paulo Vinícius da Silva - 29/05 - aniversário - Paulo Renato canta Maculelê, de Pingo de Fortaleza e Guaracy Rodrigues

 
Foi lindo. Quem não foi, perdeu. Será que eu faço outros saraus? 
No dia do meu aniversário, o Brasil se levantou contra o genocídio, minha filha e minha família estavam comigo, minha mulher do meu lado, segurando o tranco das múltiplas responsabilidades, e vocês comigo, meus amigos, além de eu ver vários sobrinhos amados, vê-los todos bem. 
A gente lutou, amou, rezou, cantou, gritou, riu e declamou poesia durante o dia inteiro. Quem não recebeu uma msg minha nesse dia incrível? 
Laroiê, Sr. Exu. Maria Santíssima, abre os caminhos. Vamos varrer esse monstro das nossas vidas e livrar o nosso país do genocídio! Luta, união, vacina e solidariedade. #ForaBolsonaro Foi realmente lindo. Obrigado a todos e todas que gostam de mim. Eu também amo vocês, e sabem como isso é verdadeiro. Eu tive de me tornar alguém mais duro, mas sem perder a ternura jamais. 
Ouça agora uma composição de Pingo de Fortaleza, com o Paulo Renato, meu irmão de vida, talentosíssimo. Vejam a força e a beleza. Paulo renato canta Maculelê, de Pingo de Fortaleza. Que lindo aniversário eu tive .

 

Maculelê

Maracatu Solar

Autores: Guaracy Rodrigues e Pingo de Fortaleza


C#m
No batuque zumbi

É Xangô Quilombola

É rasteira que rola
 B         A         G#
Na areia, Congada, Nagô

 C#m
No bater do tantã
C#m7+          C#m7
Xapanã sai das trevas
 C#m6           F#m
São os filhos da terra
D#º  A  G#  A  G#
É a dança da guerra

 C#m
Maculelê
                 A
No jogo do teu ifá
                C#m
As linhas do teu axé
                A
Nas loas de Oxalá
 G#         C#m (A G#)
Renasce Obaluaê
 C#m (A G#)
Maculelê

 C#m
Obaluaê
C#m
Ganga Zumba gerou

Os guerreiros d'Angola

Tantos guetos afora
 B        A       G#
Candeia, Calunga, Kaô

 C#m
Salve Opanijé
C#m7+          C#m7
Xaxará vence as feras
C#m6           F#m
No cortejo das eras
D#º A G# A G#
O destino se altera

 C#m
Babalaô
                 A
No jogo do teu ifá
                 C#m
As linhas do meu axé
               A
Nas loas de Oxalá
 G#        C#m  (A G#)
Renasce Obaluaê
 C#m (A G#)
Maculelê
 C#m
Obaluaê
 
Fonte dos acordes: Cifra Club 

sábado, 29 de maio de 2021

Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

O livro Textos de Combate: sem perder a ternura, jamais! já está disponível!Não precisa ter kindle, basta baixar o aplicativo ou entrar no computador com senha.  É um ótimo leitor de PDF.

Ainda só na Versão E-book, ajudem a divulgar!

Prefaciado pela diretora do Sindicato dos Bancários de Brasília, Teresa Cristna Pujals, o livro reúne 21 textos, escritos, entre 1991 (a entrevista, com 14 anos) e 2021. Marca assim as efemérides do aniversário de 44 anos e de três décadas de militância comunista, desde o Liceu do Ceará, no Fora Collor, na UJS, até a luta sindical na CTB, como Bancário e, principalmente, Sociólogo. 

Nesse percurso, fui do grêmio do Salomé Bastos à Solidariedade Internacional, mas sempre com a juventude e a classe trabalhadora, tendo visitado 18 países nesse período, tendo encontros com líderes sociais dos 5 continentes, além de ter conhecido pessoalmente Lula, Dilma, Daniel Ortega, Hugo Chávez, Ramón Cardona, Renato Rabelo, Luciana Santos, Haroldo Lima, Aldo Arantes, Manuela D'ávila, lutando ao lado da nova geração que anseia ainda por um país melhor, democrático, justo, desenvolvido, em vez da tragédia que se abateu contra o Brasil, um capítulo sinistro  da Guerra Híbrida e das manipulações do Imperialismo e seus títeres.

Nesse período, busquei sempre refletir criteriosamente sobre o mundo e a nossa luta. Assim me construí como intelectual orgânico da classe trabalhadora, dedicado à polêmica e à luta, mas sem perder a ternura, jamais. É o primeiro de um conjunto de livros em elaboração e compilação, ainda para  ano de 2021.


Compre pelo link, ou abaixo:

sexta-feira, 28 de maio de 2021

Concepções Sindicais e Sindicalismo Classista



O que é sindicalismo classista?

Augusto César Petta - « CES Centro Nacional de Estudos Sindicais e do Trabalho

PRINCÍPIOS DA CTB




UNIDADE

A busca da mais ampla unidade da classe trabalhadora é um princípio basilar da CTB. Nossa classe se compõe de trabalhadoras e trabalhadores de diferentes categorias, ramos e setores da economia, jovens e idosos, ativos e aposentados,negros, brancos e índios, empregados e desempregados, formais e informais, rurais e urbanos, públicos e privados. A união das diferentes categorias contra a exploração capitalista quea todos aflige, no campo e nas cidades – independente da diversidade de profissões, qualificações, situação social, vínculo laboral, gênero, raça, etnia ou orientação sexual –, é fundamental para o êxito das lutas e conquista dos objetivos táticos e estratégicos do movimento sindical. Historicamente,a unicidade sindical, instituída em 1939 e consagrada no Artigo 8º da nossa Constituição, tem se revelado uma norma preciosa para garantir a unidade no âmbito dos sindicatos. A CTB defende com firmeza a unicidade, proclama a necessidade de união das centrais e combate, com vigor, todas as concepções e iniciativas que promovem a divisão das categorias e o desmembramento das bases.

DEMOCRACIA

A democracia, representativa e participativa, é essencial para a unidade e a luta da classe trabalhadora e do movimento sindical. A vida democrática que a CTB defende é fundamentada na participação ativa dos trabalhadores e trabalhadoras nos embates políticos e na vida das entidades sindicais,definição de suas reivindicações, mobilização para a luta, eleição dos órgãos dirigentes, revogação de mandatos, liberdade de expressão e debate, bem como o respeito às decisões da maioria. Uma democracia efetiva vem desde a base e busca transformar a todos e todas em sujeitos efetivos da história. Nossa central buscará ser exemplo e escola de democracia. Concebemos a democracia como um valor intrínseco à emancipação dos explorados, uma postura e uma forma de vida cotidiana, garantia do mais amplo processo de participação e diálogo. Entendemos, ao mesmo tempo, que democracia também pressupõe respeito e obediência às decisões e deliberações coletivas.

INDEPENDÊNCIA CLASSISTA

Defendemos a liberdade e autonomia sindical. Queremos nossas entidades livres e independentes dos patrões, governos, credos religiosos e partidos políticos na definição dos seus objetivos e campanhas e na luta pela transformação social. É fundamental que o reconhecimento de nossas entidades venha da representatividade efetiva e da confiança nelas depositadas pela base e pelo conjunto da classe trabalhadora.Não abriremos mão de direitos ou conquistas sociais arrancadas com muitas lutas ao longo da história. Lutaremos sempre para ampliar nossos direitos e melhorar a qualidade devida de todo o povo brasileiro.

SOLIDARIEDADE E INTERNACIONALISMO

A CTB deve promover os valores da solidariedade de classe, em âmbito local, nacional e internacional, em contraposição ao individualismo predatório propagado como suprema virtude pela concorrência capitalista e pelo neoliberalismo; deve contribuir para o fortalecimento e êxito das lutas dos trabalhadores e trabalhadoras, onde quer que se encontrem, contra todas as formas de injustiça, exploração e opressão social, política, econômica, religiosa ou cultural; deve fortalecer a idéia e a prática de que nossa força está na união e que somente unidos e organizados podemos enfrentar e vencer as forças neoliberais do capitalismo globalizado, imperialista, e seu neocolonialismo planetário.

A luta da classe trabalhadora é internacional. O capitalismo avança, constrói e destrói coisas belas em todos os continentes, mas revela-se insuportável e insustentável, pois promove um desenvolvimento desequilibrado, que em sua evolução histórica tem gerado guerra, morte, miséria, destruição, exclusão e injustiça econômica e social. Precisamos superar o corporativismo e unificar as lutas. Hoje mais que nunca é necessário fortalecer internacionalmente a luta daqueles que dependem única e exclusivamente de seu trabalho para sobreviver. É indispensável promover o internacionalismo proletário e defender projetos alternativos ao capitalismo e com orientação socialista.

ÉTICA NA POLÍTICA

A ação política deve ser guiada por princípios éticos,idéias e objetivos elevados. Nossa ética está embasada nos princípios do humanismo, do respeito e solidariedade entre os seres humanos e os povos, do compromisso com os interesses coletivos da classe trabalhadora, com a vida e o meio-ambiente, com a justiça social e com a paz e a fraternidade humana.

COMBATE À DISCRIMINAÇÃO

Não aceitamos os preconceitos, as discriminações e as intolerâncias, seja de cor, raça, etnia credo, origem, geração, classe social, gênero ou orientação sexual. Lutaremos com vigor por uma sociedade totalmente livre do machismo, da dominação de classe, do racismo e da homofobia, males estimulados pelo capitalismo que maculam e enfraquecem os ideais de igualdade e justiça social na sociedade brasileira.

EMANCIPAÇÃO DAS MULHERES E DOS NEGROS

Compartilhamos a convicção de que sem a emancipaçãodas mulheres, dos negros e outros segmentos oprimidos e discriminados da nossa sociedade não se poderá falar em libertação da classe trabalhadora e tampouco será aberto o caminho para uma nação justa, fraterna e igualitária.

SOCIALISMO

A razão de ser do movimento sindical é a luta já secular contra a exploração do trabalho pelo capital. A vitória completa do sindicalismo pressupõe, por conseqüência, o fim da exploração e de todo tipo de discriminação, a prevalência daigualdade, da justiça social, da fraternidade e da paz entre asnações. Isto só virá com a derrocada do capitalismo e a construção de um novo sistema social, o socialismo, caminho obrigatório para a superação da divisão da sociedade em classes sociais e o fim das desigualdades sociais e da exploração dohomem pelo homem. É preciso reconhecer de forma crítica e autocrítica os erros cometidos nas diferentes experiências socialistas do século XX para não repeti-los no século XXI, ainda que seja também necessário frisar a grandiosa contribuiçã oda revolução soviética para o avanço dos direitos sociais em todo o mundo. Defendemos um socialismo fundado na soberania e na valorização da classe trabalhadora, com as cores e a cara do Brasil. Entendemos que a idéia e o projeto de uma sociedade justa, fraterna, sustentável e equilibrada, fazem parte do espírito humano e é o coroamento da luta contra todas as formas de opressão e exploração. A CTB defende outro modo de produção, uma forma de produção solidária, não predatória, não consumista e não centrada nos valores do individualismo, concorrência, anarquia e destruição característicos da sociedade capitalista. Lutamos por uma sociedade ética, fraterna e a caminho de um mundo mais justo e sóbrio para todo o planeta e a humanidade. O socialismo é o ideal maior da classe trabalhadora.

DEFESA DOS DIREITOS SOCIAIS

Frente à feroz ofensiva do capitalismo neoliberal contraos direitos conquistados pela classe trabalhadora durante os últimos séculos, é indispensável defender com energia a manutenção e ampliação dos direitos sociais; o efetivo direito ao trabalho, à saúde, à segurança, à livre escolha da profissão; o livre, inalienável e irrestrito direito de greve; a redução progressiva da jornada de trabalho; a universalização dos direitos sociais e dos serviços públicos; o aumento da participação dos salários na renda nacional; a remuneração digna e igualitária.A CBT não aceita nenhum direito a menos, só direitos a mais.

TRANSPARÊNCIA

Os sindicatos e entidades sociais e populares não são empresas. Seu objetivo central não é o lucro e sim a luta por igualdade e justiça econômica, política e social. Nossos sindicatos precisam estimular a reeducação dos corpos, almas e mentalidades, contribuindo para a preparação dos novos homens e das novas mulheres para uma nova sociedade. Temos que desenvolver em nossa central, confederações, federações e sindicatos espaços de participação e de prestação de contas. Devemos zelar pela transparência, ética, seriedade, competência e profissionalismo. Nossas organizações devem ser exemplos de dignidade, fraternidade e solidariedade, individual e de classe.

DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Vivemos hoje uma séria e profunda crise ambiental, que coloca em risco a sobrevivência do planeta e da civilização humana. Defendemos uma sociedade que valorize o ser humano, a natureza e a vida. Mais que nunca, hoje é fundamental construir um amplo movimento ambientalista de cunho socialista e anticapitalista. Um movimento de defesa da vida e contra a forma de desenvolvimento degradante e excludente resultante da livre expansão do capital. A CTB, enquanto Central dos Trabalhadores e das Trabalhadoras do Brasil, luta poruma nação livre, soberana, próspera, justa, solidária, sustentável, democrática e progressista.

EDUCAÇÃO

A CTB concederá especial atenção à educação e formação da classe trabalhadora, indispensável à elevação da consciência social e consolidação de uma identidade classista, essencial à luta por uma sociedade sem explorados e/ou exploradores.


 

O Anarquismo - Concepções Sindicais - Centro de Estudos Sindicais

Concepções Sindicais - O Tradeunismo

ALTAMIRO BORGES

O trotskismo, corrente política contra-revolucionária (1984)

 João Amazonas

 

 

 

quinta-feira, 27 de maio de 2021

26/05 AUXLIO R$ 600 E CONTRA A FOME EM BRASÍLIA - DF

João Amazonas, bravo guerrilheiro, herói dos comunistas e do Povo Brasileiro - homenagem

 João Amazonas, bravo guerrilheiro, herói dos comunistas e do Povo Brasileiro - homenagem

 

MEMÓRIA POLÍTICA - JOÃO AMAZONAS - TV CÂMARA - A ÚLTIMA ENTREVISTA

O 8o. CONGRESSO DO PCdoB - Afirmação do Socialismo e informe histórico de João Amazonas

 

João Amazonas | #10 História e Memória do PC do Brasil - CDM

 

 

 

 

 

Capitalismo de Estado na Transição ao Socialismo - João Amazonas - Marxist Internet Archive

Capitalismo de Estado na Transição ao Socialismo - João Amazonas

1 de Maio de 1993


Fonte: Portal O Vermelho
HTML: Fernando A. S. Araújo.
Direitos de Reprodução: A cópia ou distribuição deste documento é livre e indefinidamente garantida nos termos da GNU Free Documentation License.


Pouco destaque tem-se dado à contribuição de Lênin em questões relativas ao período de transição para o socialismo. Ressalta nessas idéias a utilização do capitalismo de Estado.

A obra de Vladimir Ilitch Lênin no campo teórico e da política prática representa grandioso manancial de conhecimentos científicos sobre a revolução social e a construção da nova sociedade.

Em “Os Fundamentos do Leninismo”, Stálin sintetizou elementos essenciais do legado de Lênin à luta de classe do proletariado em seus distintos aspectos. Esse livro educou gerações de comunistas numa elevada compreensão do pensamento fecundo e revolucionário do continuador de Marx e Engels que dirigiu com sucesso a primeira grande revolução socialista da História.

Pouco destaque, entretanto, tem-se dado à contribuição de Lênin em questões relativas ao período da transição para o socialismo. Ele viveu somente seis anos após a vitória de 1917. Um período muito difícil e singular. Teoricamente, estavam já resolvidos os problemas da derrocada do capitalismo e da conquista do poder pela classe operária e seus aliados. Contudo, nada havia sido elaborado quanto à construção do regime que se implantara. Conheciam-se indicações genéricas dos clássicos, prudentes, e com razão, em avançar soluções de sentido abstrato. Ademais, a revolução ocorrera num país atrasado, onde predominavam diferentes tipos de economia, notadamente a produção de caráter pequeno-burguês.

Lênin elaborou toda uma teoria sobre a transição em seus primeiros passos, de valor universal, para a edificação da sociedade do futuro. Essa transição obedece a leis objetivas que se não forem compreendidas e respeitadas podem provocar o fracasso da revolução. Chegar ao poder, em certas circunstâncias, não é tão difícil. Difícil mesmo — a experiência o tem demonstrado — é construir o novo regime, identificar e agarrar um por um os elos de uma infinita cadeia de complicados problemas econômicos e sociais nos quais muitas vezes o novo aparece mesclado com o velho.

A teoria leninista da transição envolve questões de tempo, de métodos, de lugar, de dinâmica revolucionária. Além do posicionamento e ordenamento político, ressalta o aspecto econômico, onde toma forma marcante a reconstrução da economia baseada na indústria pesada, em mãos do proletariado, bem como a utilização do capitalismo de Estado.

Neste artigo se focaliza em particular o tema relativo ao capitalismo de Estado e, relacionado com ele, se faz observações sobre o significado das etapas na construção do socialismo.

Lênin, ao reconhecer que nem tudo o que se havia feito nos primeiros anos pós-revolução poder-se-ia considerar correto, afirmou categoricamente:

“Nós, a vanguarda, o destacamento avançado do proletariado, estamos passando diretamente ao socialismo; porém, o destacamento avançado é só uma pequena parte de todo o proletariado, que, por sua vez, é somente uma diminuta parcela de toda a população. E para que nós possamos resolver com êxito o problema do passo imediato ao socialismo, devemos compreender que caminhos, métodos, recursos e instrumentos intermediários são necessários para a passagem das relações pré-capitalistas ao socialismo.”

Reflexão profunda como essa, firmada na dialética materialista, levou-o à formulação de uma concepção original referente ao capitalismo de Estado nas condições de um país atrasado, onde o proletariado chegara ao poder.

Pronunciou-se mais de trinta vezes, a partir de setembro de 1917, através de artigos, intervenções, informes, teses, discursos, cartas, a respeito do assunto, a última em 4 de janeiro de 1923, quando começava a cessar a sua atividade intelectual devido ao agravamento da enfermidade que o acometera. Polemizou com Bukárin e Mártov, Shliapnikov e Preobrazhenski, Sokolov e o anarquista Gue, com os “comunistas de esquerda” e a “oposição obreira”, também com mencheviques e esserristas. Materialista convicto, insistiu sempre na opinião de que a busca do progresso exige, de certo modo, adaptação às condições existentes, como meio de avançar seguramente.

A idéia do capitalismo de Estado surgiu como necessidade imperiosa para vencer o atraso nas relações econômicas. Nos primeiros anos da revolução, a Rússia Soviética encontrava-se arruinada, o nível de suas forças produtivas era muito baixo. Não havia recursos destinados a desenvolver a economia. A desorganização do aparelho administrativo chegava às raias do absurdo. Os setores sociais que assumiram o poder não tinham experiência suficiente para fazer funcionar a contento a máquina produtiva, os meios de transporte e, menos ainda, o complicado sistema monetário. E se tornava premente introduzir o método de registro e controle de todos os materiais, imprescindível ao bom funcionamento das empresas socializadas.

O socialismo é um sistema mais avançado que o capitalismo. A Rússia deparava-se, porém, com séria defasagem no nível de suas forças produtivas em relação às dos países capitalistas mais desenvolvidos. A revolução havia assegurado o poder ao proletariado, mas não deu, nem podia ter dado, de imediato, os recursos, a experiência, a técnica indispensáveis ao crescimento econômico. Impunha-se criar condições favoráveis ao fortalecimento da base industrial socialista e fazer progredir o país.

Examinando a situação, Lênin concluiu que

“o capitalismo de Estado economicamente é incomparavelmente superior ao nosso sistema econômico atual.” “A realidade nos ensina” — disse ainda — “que o capitalismo de Estado seria para nós um passo adiante.”

Precisou, então, a idéia, com a qual já vinha trabalhando desde 1917, da utilização adequada do capitalismo na primeira fase da construção do socialismo num país empobrecido. O essencial era a manutenção e a consolidação do poder proletário, sem o qual a expansão do capitalismo tinha sentido reformista burguês, antioperário.

Em diferentes pronunciamentos delineou um programa de concessões que permitia variados tipos de investimento de capital estrangeiro aos quais se poderia “arrendar determinadas minas, áreas florestais, explorações petrolíferas etc.”, bem como admitir sociedades mistas e a instalação de empresas capitalistas de grande porte. O pagamento aos concessionários far-se-ia com a parte substancial dos produtos obtidos. Era, sem dúvida, pesado tributo que o Estado proletário pagava à burguesia mundial. Lênin não ocultava esse fato.

“Devemos compreender claramente que nos convém desembolsar esse tributo para acelerar a restauração da nossa grande indústria e melhorar essencialmente a situação dos operários e dos camponeses.”

Nada tinha de perigoso — declarou — entregar a concessionários certo número de fábricas, desde que a maior parte ficasse nas mãos do Estado socialista.

“Absurdo seria entregar a maioria das propriedades. Isso já não era concessão, mas um retorno ao capitalismo.”

E proclamava:

“Que a pequena indústria privada se desenvolva até certo grau, e que se desenvolva o capitalismo de Estado — o poder soviético não deve isso temer”.

Mas o capitalismo, num país onde triunfara a revolução, não podia operar sem nenhuma espécie de freio e, ainda menos, em concorrência desbragada com a economia de caráter social. Lênin estabeleceu condições:

“Não tememos o capitalismo de Estado porque depende de nós determinar a medida (dimensão) em que as concessões serão outorgadas.” Não há razão para temê-lo, “se tivermos o controle das fábricas, dos transportes e do comércio exterior.”

E aduzia:

“O Estado proletário pode, sem mudar sua natureza, admitir o livre comércio e o desenvolvimento do capitalismo somente em determinada medida e somente na condição de que o Estado regule (vigie, controle, determine as formas e os métodos) o comércio e o capitalismo privado.”

A condição primordial era, incontrastavelmente, a existência do poder nas mãos do proletariado.

Precisamente a incompreensão do novo que surgira — a advento do Estado socialista — determinava a posição errônea de alguns revolucionários. Estes apegavam-se a fórmulas livrescas que correspondiam à época anterior à revolução. “O capitalismo de Estado é capitalismo” — diziam — para contestar as idéias leninistas. Equivocavam-se. Afinal, que espécie de capitalismo defendia Lênin? Suas indicações a respeito revelavam aspectos importantes de uma nova teoria econômica.

“Capitalismo de Estado numa sociedade na qual o poder pertence ao capital e capitalismo de Estado num Estado proletário são dois conceitos diferentes”, assinalava Lênin.

“No Estado capitalista, o capitalismo de Estado serve à burguesia; no Estado socialista, ao contrário, ajuda a classe operária a se erguer frente à burguesia ainda poderosa e a lutar contra ela”.

Evidentemente, a existência do poder proletário dava novo conteúdo aos fenômenos sociais, inclusive à luta de classes. Desconhecer a mudança radical operada no caráter do Estado levava ao dogmatismo.

Assim opinava Lênin sobre as concessões na forma de capitalismo de Estado.

Do contexto leninista acerca da utilização do capital, ressaltam certas normas que se interligam e formam um todo único:

— É vantajoso e necessário nos países atrasados, onde o poder está em mãos do proletariado, utilizar o capitalismo, sempre que possível, a fim de incrementar as forças produtivas e acelerar o desenvolvimento do país;

— O aproveitamento do capitalismo de estado tem de ser regulado (vigiado) pelo poder socialista. Deve-se permitir seu crescimento, demarcando-se, porém, as áreas de sua atuação a fim de evitar que extrapole os limites admissíveis;

— Impõe-se garantir e fortalecer a economia de cunho socialista, base insubstituível do novo regime. Os principais meios de produção devem pertencer à classe operária. O capitalismo de Estado é acessório. Se não se tem em conta a prioridade e o constante fortalecimento da base socialista, a expansão desregrada do capitalismo resultará na formação de uma economia capitalista, em detrimento do socialismo;

— A vigência das concessões tem prazos determinados, ainda que elásticos, dependendo do ritmo da transição. As concessões deixam de ser necessárias, quando a economia socialista tiver adquirido capacidade suficiente para impulsionar, sem ajuda exterior, o efetivo progresso econômico;

— A luta de classes continua, sob formas distintas. Onde houver capitalismo, de qualquer natureza, haverá luta de classes. O capitalismo tentará sempre, de uma ou outra maneira, liquidar o socialismo.

As indicações de Lênin ajudam a prevenir tanto os equívocos de esquerda (refutar a utilização do capitalismo que facilita o avanço das forças produtivas), quanto os erros de direita (dar livre curso à difusão do capitalismo, descurando a criação e o reforçamento da economia socialista).

Na Rússia, entretanto, não foi possível pôr amplamente em prática a política leninista das concessões, devido a fatores conjunturais desfavoráveis. Isso não nega, porém, sua importância e validade.

A teoria de Lênin sobre o capitalismo de Estado não se limita às concessões. Ganha força e significado histórico com sua aplicação nas áreas rurais.

Depois da revolução, a Rússia vivia um duro período em que faltavam, literalmente, os alimentos indispensáveis ao povo, o que impedia o próprio funcionamento da indústria e do comércio. A fome estendia-se por todo o país. Tentando enfrentar a situação, aplicou-se a política de “comunismo de guerra” que forçava os kulaks e os camponeses em geral a entregar ao governo, a preço fixo, o pouco trigo produzido. Essa política, motivada pela guerra civil, gerava enorme descontentamento no campo, afetando inclusive a aliança operário-camponesa.

Lênin, baseado na concepção do capitalismo de Estado, elaborou a sua célebre Nova Política Econômica, a NEP. Nesta, propunha-se acabar com o sistema de requisição forçada e implantar o imposto em espécie. Isso significava que os camponeses, uma vez pago o tributo (em trigo), podiam vender livremente o que lhes restava da produção ou trocá-la por mercadorias de grande consumo.

Surgia, assim, o comércio capitalista, ainda que em áreas limitadas.

“Onde houver pequena empresa e liberdade de intercâmbio, aparecerá o capitalismo.”

Mas Lênin não se amedrontava.

“Desde que o sistema de transporte e a grande indústria continuem com o proletariado, isso não significa em absoluto perigo para o socialismo. Ao contrário, o desenvolvimento do capitalismo controlado e regulado pelo Estado proletário (isto é, do capitalismo de “Estado” no exato sentido da palavra) é vantajoso e necessário (dentro de certos limites) em um país de pequenos camponeses, extraordinariamente arruinado e atrasado, porque pode acelerar o restabelecimento imediato da agricultura camponesa.”

A política da NEP foi decisiva para vencer a crise de alimentos, dramática em 1921, e para permitir o soerguimento da economia bastante debilitada. A Nova Política Econômica salvou a revolução de um possível fracasso.

Com a NEP, melhorava sensivelmente a situação geral do país. Mas não estava ainda resolvido o futuro do socialismo no campo, as formas e os métodos que tomariam a organização dos camponeses excessivamente dispersos como produtores individuais.

Sob orientação de Lênin, começaram a ser criadas as explorações socialistas estatais, os sovkhozes, aproveitando as melhores terras. Surgiram, também, os primeiros artéis e comunas agrícolas que eram incentivadas pelo Estado, com subsídios e empréstimos. Todavia, não proporcionavam, ainda, experiência bastante para tirar conclusões definitivas.

A conclusão vem com o estudo do cooperativismo. Havia diferenças essenciais entre cooperativas no sistema capitalista e no sistema socialista.

“As cooperativas no Estado capitalista”, disse Lênin, “são instituições capitalistas coletivas.”

Observava, porém, que “sob o nosso sistema atual”, as cooperativas se distinguiam das empresas privadas, porque eram empresas coletivas. Não se diferenciavam, entretanto, das empresas socialistas, uma vez que a terra em que se encontravam e os meios de produção pertenciam ao Estado, ou seja, à classe operária.

Desse raciocínio, Lênin deduzia que, dados os traços peculiares do regime socialista

“as cooperativas camponesas tinham significação excepcional — coincidiam quase sempre, plenamente com o socialismo.”

E afirmava terminantemente:

“Agora temos o direito de dizer que, para nós, o simples desenvolvimento da cooperação (…) identifica-se com o desenvolvimento do socialismo.”

Resolvia-se desse modo, teoricamente, um dos mais delicados e complexos problemas da edificação socialista, qual seja, o da unificação das massas camponesas dispersas, que representam a maioria da população, e sua incorporação ao novo sistema produtivo do socialismo.

A concretização desse objetivo reclamava a organização de um amplo trabalho educativo entre os camponeses, ensinar-lhes a ler e lidar com os livros a fim de que assimilassem melhor os objetivos e as tarefas novas da atividade coletiva. De modo geral, tornava-se indispensável proceder à revolução cultural na Rússia, como coroamento da temerária batalha de implantação do socialismo num país precariamente culto.

Impunha-se, igualmente, prestar apoio econômico ao desenvolvimento das cooperativas. Esclarecendo dúvidas a respeito do capitalismo de Estado, Lênin afirmou:

“Há outro aspecto da questão, no qual poderíamos necessitar o capitalismo de Estado, ou, pelo menos, uma equiparação com ele — trata-se das cooperativas.”

Não era tão simples construir essa variante na economia socialista. “Todo regime social, no se início, contou com o substancioso apoio de determinada classe (…)”, asseverou Lênin, citando o exemplo do próprio capitalismo. O regime cooperativista, para alicerçar-se, também necessitava de uma ajuda, extraordinária, que só poderia vir da classe operária. “É preciso”, disse Lênin, “outorgar às cooperativas uma série de privilégios econômicos financeiros e bancários. Nisso consiste o apoio do Estado socialista ao novo princípio segundo o qual deve organizar-se a população."

Lênin revelava perspicaz visão estratégica, com as proposições que fazia.

“Se conseguirmos atrair todos os camponeses ao cooperativismo — manifestava ele — nos firmaríamos com os dois pés no terreno socialista.”

Tal aconteceu, profeticamente, no curso da década seguinte.

Não há dúvida, a concepção de Lênin quanto ao capitalismo de Estado em suas diversas modalidades, com o fim de levar a bom termo a transição do capitalismo ao socialismo, tem um valor inestimável, sobretudo para os países atrasados. É um avanço no campo da ciência social. Nunca antes fora tratado.

“Até agora” — reconhecia Lênin, refutando críticas infundadas — “ninguém pôde escrever um livro sobre o capitalismo desse tipo porque é a primeira vez na história da humanidade que vemos algo assim (…) nem mesmo a Marx ocorreu escrever uma só palavra sobre o tema, morreu sem deixar uma única citação ou indicações definidas.”

Com essa imensa contribuição Lênin desenvolvia criadoramente o marxismo, o pensamento revolucionário dialético que distingue em diferentes situações aquilo que envelheceu e o que de novo desponta.

A teoria leninista da transição do capitalismo ao socialismo, rica em ensinamentos, abrange toda uma série de questões a cerca da maneira de como conceber corretamente essa transição. Além do poder proletário, do capitalismo de estado, do fortalecimento da base socialista e do novo cooperativismo, destaca problemas fundamentais relativos aos ritmos, aos métodos e, particularmente, às etapas a serem consideradas no processo de avanço gradual das conquistas revolucionárias.

Algumas revoluções fracassaram ou se defrontaram com imensas dificuldades e incompreensões desse processo. Não é fácil consolidar e fazer avançar a revolução, particularmente nos países atrasados. Isso exige nítida percepção dos entraves em presença, domínio da realidade e conhecimento das leis objetivas em curso. A revolução não ocorre na Idade da Pedra, mas em estágio superior do desenvolvimento da sociedade. O capitalismo atingiu parâmetros elevados na produção dos bens materiais. O socialismo não pode ficar atrás. Tem de construir algo melhor e superior ao sistema capitalista. Contudo, não reúne inicialmente as condições necessárias para isso. Tampouco poderá fazê-lo arbitrariamente, fugindo às etapas que se impõe.

Lênin identificava defeitos na orientação predominante depois da revolução de 17:

“Levados pela onda de entusiasmo que havia despertado o povo, primeiro o entusiasmo político, depois o militar, acreditamos que poderíamos cumprir, apenas por meio desse entusiasmo, tarefas econômicas da mesma magnitude das tarefas políticas e militares. Considerávamos, ou talvez supúnhamos possível, sem haver estudado o suficiente, organizar em forma direta, pela só existência do Estado proletário, a produção estatal e distribuição estatal de produtos à moda comunista, num país de pequenos camponeses. A experiência mostrou nosso erro, fez-nos ver que são necessários umas série de etapas de transição.”

Detectado o erro, Lênin recomendava a abordagem fundamental dos problemas econômicos “tendo em conta que a etapa imediata não podia ser o transito direto à construção socialista.” Tinha-se que recorrer aos métodos de rodeio, ao capitalismo de Estado, etc. sem o que a revolução poderia estagnar ou mesmo sucumbir.

A questão das etapas, de enorme importância, já havia sido tratada por Engels, em 1874. Refutando os comuneiros blanquistas que pensavam atingir o objetivo maior “sem deter-se em etapas intermediárias e sem compromissos”. Engels dizia que as etapas e os compromissos são ditados pela marcha do desenvolvimento histórico e que é através desses meios que se perseguirá e alcançará o objetivo final.

As etapas correspondem a exigências objetivas do avanço da sociedade. Conhecer essas exigências e atuar em concordância com elas é fundamental. Não se pode saltar etapas ou simplesmente desconhecê-las. O que se pretende alcançar é fruto da acumulação nunca resultado de atividades voluntaristas. Tampouco se pode definir o número de etapas que haverá no processo socialista. Em março de 1918, no VII Congresso Extraordinário do PC (b) R, Lênin dizia que

“(…) estamos apenas na primeira etapa da transição do capitalismo ao socialismo.” E mais adiante: “Somente demos os primeiros passos para livrar-nos do capitalismo e começar a transição ao socialismo. Não sabemos e não podemos saber quantas etapas de transição ao socialismo haverá.” Isso ia depender de muitos fatores.

No socialismo as etapas diferem das do sistema capitalista. Neste, o desenvolvimento é espontâneo, empírico, o prazos de cada etapa são muito longos. No socialismo o processo é consciente. Pode-se acelerar o desenvolvimento e obter, em períodos menores, saltos qualitativos, jamais, porém, violando as leis objetivas em atuação.

Lástima que essa contribuição científica de Lênin a respeito da transição tenha caído no esquecimento. Trouxe prejuízos ao movimento revolucionário. Em seu lugar predominou a orientação rígida e esquemática adotada pela União Soviética durante largo tempo. Ali, a marcha do desenvolvimento da sociedade, em todos os campos, parecia depender principalmente da vontade dos homens, dos dirigentes, sem considerar que esse desenvolvimento tem raízes objetivas, envolve estágios determinados.

***

É indispensável dar maior atenção, nas obras de Lênin, aos ensinamentos referentes a transição do capitalismo ao socialismo. Não se trata de repetir mecanicamente as opiniões de Lênin daquela época ou as soluções então apontadas. O mundo evoluiu, surgiram novos problemas, outras são as exigências da realidade. O que se faz necessário é recolher os ensinamentos, assimilar a essência da teoria leninista da transição, que se incorpora, indubitavelmente, ao grande e valioso acervo do marxismo, abrindo largas perspectivas à edificação da sociedade avançada do futuro.


Notas:

Escritos de Lênin consultados na elaboração deste artigo:
1. “A catástrofe que nos ameaça” (setembro de 1917)
2. “Reunião do Comitê Executivo Central” (abril/1918
3. “O Infantilismo da Esquerda” (maio/1918)
4. “Reunião dos Militantes de Moscou” (novembro de 1920)
5. “Informe sobre as Concessões” (dezembro de 1920)
6. “Decreto sobre as Concessões” (novembro de 1920)
7. “Informe ao X Congresso do PC (b)R” (março/1921)
8. “Discussão do Encerramento do X Congresso” (março/1921)
9. “Informe sobre o Imposto em Espécie” (abril de 1921)
10. “Plano do Folheto do Imposto em Espécie” (abril de 1921)
11. “O Imposto em Espécie” (abril/1921)
12. “Reunião do Grupo Comunista do Conselho Central dos Sindicatos” (abril/1921)
13. “X Conferência do PC(b)R (maio de 1921)
14. Instruções do Conselho do Trabalho e Defesa” (maio de 1921)
15. “Carta a M.F.Sokolov”(maio/1921)
16. “Teses do Informe ao III Congresso da IC” (junho/1921)
17. “Novos Tempos e Velhos Erros” (agosto de 1921)
18. “Carta à Redação de Ekonon. Zhizn” (setembro de 1921)
19. “A Nova Política Econômica e as Tarefas das Comissões de Educação Política” (outubro de 1921)
20. “Sobre o IV Aniversário da Revolução” (outubro/1921)
21. “Informe à VII Conferência do Partido de Moscou” (outubro/1921)
22. “A Importância do Ouro” (novembro de 1921)
23. “Sobre o Papel e as Funções do Sindicato” (dezembro/1921)
24. “IX Congresso dos Sovietes” (dezembro/1921)
25. “Carta a D.I.Kurski” (fevereiro/1922)
26. “A Fraseologia Revolucionária”
27. “Informe ao XI Congresso do PC(b)R” (março/1922)
28. “Discurso de Encerramento do XI Congresso” (março/1922)
29. Entrevista com A.Ramsome (Manchester Guardian)” (novembro de 1922)
30. “Informe ao IV Congresso da IC” (novembro/1922)
31. “A Colônia Russa nos EUA.” (novembro/1922)
32. “Discurso no Pleno do Soviet de Moscou” (novembro/1922)
33. “Sobre o Cooperativismo” (04.01.1923)

sábado, 22 de maio de 2021

26/05 - Precarização do trabalho e desafios dos sindicatos - Ciclo de Debates da CTB na quarta-feira - Ricardo Antunes, Nivaldo Santana, Ma. Rosária Barbato





PANDEMIA: os laboratórios de precarização do trabalho e alguns desafios dos sindicatos é o tema do Ciclo de Debate da CTB na quarta-feira 26/05



Publicado 22/05/2021 - Atualizado 22/05/2021


Pandemia: os laboratórios de precarização do trabalho e alguns desafios dos sindicatos é o tema que será debatido no ciclo de debates do V Congresso da CTB na quarta-feira (26) às 10h.

A mesa será composta por Ricardo Antunes (Professor Titular de Sociologia do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da UNICAMP), Maria Rosaria Barbato (Doutora em Direito pela Universidade de Roma Tor Vergata, Professora associada do Direito do Trabalho da Faculdade de Direito da UFMG) e Nivaldo Santana (Secretário de Relações Internacionais da CTB Nacional). Para participar inscreva-se no link:

https://us02web.zoom.us/webinar/register/5216177435886/WN_Kv16KiY4TbyLbqMRQgTNKg
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Minha fala no Ciclo de debates do V Congresso da CTB - SAÚDE E DEFESA DO SUS - Paulo Vinícius da Silva

 

quinta-feira, 20 de maio de 2021

A importância do SUS - Ciclo de debates do V Congresso da CTB

 


Hoje 20/05 às 9:30 Debates da CTB: A importância do SUS p/o Brasil e os trabalhadores(as)

Inscreva-se no link

https://us02web.zoom.us/webinar/register/6716177433989/WN_F_5GYRZvQbuvB1zN2RJSCA

Jorge Venâncio- CGTB

Ronald Santos- Pres. da FENAFAR

Elgiane Lago- Sec. de Saúde e Segurança no Trabalho da CTB

Maurício Sarmento

 Pres. SINDAS/AL

sábado, 15 de maio de 2021

Nova TV Grabois estreia dia 17 com diversidade e irreverência - Fundação Maurício Grabois



Quer saber mais sobre a China? Está procurando informações sobre América Latina e política internacional? E debates sobre cultura e comunicação? Que tal um bate papo sobre gênero, raça e classe. Isso e muito mais você vai encontrar na nova TV Grabois.


A partir do dia 17 de maio, o canal do Youtube da Fundação Maurício Grabois vai ter programação diária e inédita sobre temas importantes da atualidade. A FMG selecionou um time de primeira para falar sobre esses assuntos:

Às segundas-feiras Elias Jabbour vai comandar o “Meia noite em Shangai”, para falar sobre a China, um dos países que mais crescem no mundo. Elias é professor da Faculdade de Ciências Econômicas da Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Autor de diversos livros e artigos sobre a China publicados dentro e fora do Brasil.

Ana Prestes trará análises e informações sobre política internacional e sobre a América Latina todas as terças-feiras no “Miramundo”. Ana é socióloga, mestre e doutora em Ciência Política. Analista Internacional, autora de livros infantis e pesquisadora da história das mulheres brasileiras na política.

"Cabeça Feita" será o programa das quartas-feiras com a primeira mulher negra deputada na Assembleia Legislativa da Bahia, Olívia Santana (PCdoB), que vai discutir gênero, raça e classe. Olívia é pedagoga e foi vereadora de Salvador por 10 anos.

Cultura e Comunicação de Massas serão os temas tratados por Fábio Palácio, no quadro "Cultura em Movimento". Fábio é jornalista, doutor em Ciências da Comunicação (ECA-USP) e professor da Universidade Federal do Maranhão (UFMA). Editor da revista Princípios.

Para encerrar a semana, o sextou da TV Grabois será com a Dani Balbi e a Manuela D’Ávila, que vão fazer comentários sobre os principais fatos da semana no “Sexta contragolpe”. Dani é doutora em Ciência da Literatura pela UFRJ, pesquisadora de dramaturgia, teatro e cinema, além de Professora de Roteiro da Escola de Comunicação Social da UFRJ. Manuela D’Ávila é jornalista, escritora e mestre em políticas públicas. É presidente do Instituto E Se Fosse Você?, de combate à Fake News. Foi a vereadora, deputada federal, deputada estadual, sendo a mais bem votada em todas as eleições, candidata à vice-presidência da República em 2018 e candidata à prefeita de Porto Alegre em 2020.

Acompanhe na próxima segunda-feira, 17/05, as lives de lançamento da TV Grabois, às 18 horas, simultaneamente pelos perfis dos nossos youtubers. A agitação continua na terça-feira, 18 horas, pelo Facebook e YouTube da Fundação.

Obrigado, camarada Haroldo Lima, exemplo a seguir, havemos de cobrar tantas vidas perdidas! #ForaBolsonaroGenocida

 

NAKBA: o povo palestino continuará resistindo. Por Sayid Marcos Tenório - Portal Desacato


Por Sayid Marcos Tenório, para Desacato.info.


Estamos assistindo estarrecidos a escalada de violência, bombardeios com destruição e mortes por parte de Israel nos territórios palestinos ocupados. As agressões do ocupante sionista que vêm ocorrendo neste mês maio de 2021 é parte da Nakba, palavra árabe que significa tragédia, para designar os eventos sinistros que se sucederam após a fundação do chamado estado judeu de Israel, em 15 de maio de 1949.

Nos dias que se seguiram ao anúncio da criação do “Estado judeu”, mais de 700 mil palestinos foram expulsos de suas casas, mais de 200 vilarejos foram ocupados, saqueados e destruídos e inúmeras cidades esvaziadas.

Quando a primeira Nakba foi concluída pelas forças sionistas, o novo estado de Israel compreendia 78% da Palestina histórica, restando apenas a Cisjordânia, incluindo Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza, que estavam sob o controle da Jordânia e do Egito, respectivamente. Na agressão de 1967, Israel avançou sobre os 22% restantes e a colonização começou logo em seguida e não parou mais e o seu objetivo final e? a completa desenraização e destruição da Palestina.

É gritante a simetria dos acontecimentos de 1948 com o que estamos assistindo atualmente na cidade sagrada de Jerusalém, onde colonos judeus-sionistas de extrema-direita, apoiados pelas forças militares da ocupação estão atacando o Bairro Sheikh Jarrah, e praticando invasões, saques, incendiando terras agrícolas, violência e apropriações ilegais de propriedades.

Uma das cenas mais dantescas foi a dos colonos judeus-sionistas racistas atacando e jogando bombas no interior da sala de oração lotada de palestinos na Mesquita Al-Aqsa, um local sagrado para mais de 2 bilhões de muçulmanos em todo o mundo e em pleno período do sagrado mês do Ramadã.

Nesta situação de permanente agressões, o povo palestino não tem escolha a não ser resistir a? ocupação e as investidas opressivas contra a terra palestina, seu povo, recursos e lugares sagrados. Porém, esperança dos palestinos na vitória cresce a cada agressão. Já é possível notar que o equilíbrio de forças mudou. Houve um dia em que o jovem palestino se defendia atirando pedras. Hoje, responde ao inimigo lançando mísseis de precisão, como o Ayyash 250-K, desenvolvidos e fabricados pela resistência graças a assistência do chamado eixo da resistência, frente de luta anti-imperialista formado pelo Irã, Hezbollah libanês, Síria e forças da resistência iraquiana.

Apesar das diferenças de condições militares com a enorme superioridade israelense, o inimigo sionista fica mais fraco a cada ano. Hoje sabe-se que o exército que se apresentava como um “exército nunca derrotado”, não passa de um exército que não verá mais a cor de vitória. Sobretudo após as experiências da Guerra dos 33 Dias no Líbano e das guerras recentes com enfrentamentos diretos da resistência em Gaza.

Como é notório, os crimes de Israel são acobertados pelos Estados Unidos, que lhes fornecem apoio político, dinheiro e armas para matar palestinos. Nos Estados Unidos entra governo e sai governo e a política em relação a Israel é sempre a mesma. Após as recentes agressões o “democrata” Joe Biden, como fiel representante do lobby judaico das armas e bancos, apressou-se em declarar que Israel tem o direito de se defender. Certamente sugerindo que os palestinos não têm o mesmo direito, porque para o imperialismo os palestinos não têm direito algum.


No entanto, e apesar das constantes agressões e violações de Israel e mesmo sabendo que resistir ao imperialismo e ao sionismo tem um elevado custo do ponto de vista humano, social e econômico, o povo palestino continua resistindo bravamente para proteger suas terras e seus ancestrais. A luta por Jerusalém será até a vitória definitiva, que é a conquista da Palestina Livre, do Rio ao Mar.

O povo palestino tem o direito legítimo de existir e de resistir a ocupação sionista, ao apartheid e a? limpeza ética, com todas as medidas e métodos possíveis. É legítima a reação da resistência de Gaza, tendo à frente o Movimento de Resistência Islâmica – HAMAS e a Jihad Islâmica diante das agressões de Israel. Essa reação nada mais é do que a aplicação prática da Carta das Nações Unidas e do direito internacional que asseguram os povos oprimidos reagir por todos os meios. Assim foi no Vietnam, assim está sendo na Palestina, na Síria, no Iraque e no Iêmen.

O respeito a? justiça exige que se cumpra com o direito ao Estado palestino totalmente soberano e independente, com Jerusalém sua capital eterna e ecumênica. Só haverá paz quando estes preceitos forem atendidos, com o direito de regresso dos refugiados, a compensação e a permanência de todos na terra palestina, pondo fim a doença do sionismo que ceifou a vida, as terras, as casas e os sonhos de milhões de homens e mulheres na Palestina.

Seria louvável que as pessoas que se manifestaram estarrecidas nas redes sociais com os crimes de ódio racista nos Estados Unidos e as manifestações do

"Black Lives Matter"
(Vidas Negras Importam), e igualmente com a deplorável operação policial na Favela do Jacarezinho, que resultou no assassinato de 28 pessoas, observassem as muitas semelhanças entre o cotidiano das favelas do Rio de Janeiro com a Palestina, por exemplo, na forma dos assassinatos, nas escolas fechadas, no desemprego, no medo, nas invasões e demolições de casas, na negação do direito de ir e vir, além de tantos outros problemas.


Sayid Marcos Tenório é historiador e Vice-presidente do Instituto Brasil-Palestina (IBRASPAL). É autor do livro Palestina: do mito da terra prometida à terra da resistência (Anita Garibaldi/Ibraspal, 2019)



sábado, 8 de maio de 2021

Fala no Seminário da Fundação Maurício Grabois sobre o Projeto Nacional de Desenvolvimento - Paulo Vinícius da Silva

 

Parar o genocídio é uma tarefa política - In memorian de Leonardo Caverna e Júlio Salas - Paulo Vinícius da Silva

Perdemos mais um veterano da UJS para o genocídio. Outro dia, o Júlio Salas, grande líder secundarista do Amazonas da minha geração. Hoje, Leonardo Caverna. Quem será o(a) próximo(a). E é um problema político. A culpa é do Bolsonaro. 

Leonardo Caverna, lembro de você arrombando o portão do 7 de Setembro no dia da manifestação que reuniu 70 mil pessoas no Fora Collor, a maior de todas. Não sei se eu estava ao carro de som, 1992, e vejo ele, a barriguinha, de chinela havaiana, pendurado na marquise e as pernas como um aríete, de calça jeans e sem camisa. Pou! E a estudantada do 7 saiu às ruas (nunca saía). 

Leonardo caverna, sempre feliz e na luta. Segura a bandeira da CTB.

 

Ele era o mais animado dos estudantes das escolas privadas do Corredor da Av. Imperador. Sua energia e combatividade foram centrais para desenhar o mapa das passeatas de Fortaleza, ele e nossa galera  (Andrea, Zizia, Paulinha, Huston, Cristóvão, Pádua, Rogério, Aírton, Paulo Henrique, Flávio Arruda, Saulo, Johnson, etc) e todas as correntes do ME alencarino, nós desenhamos aquele mapa. E ele arrastava a Imperador, aonde era sua escola, o Anglo. Por três caminhos (Liceu do Ceará - Adauto Bezerra-ETFCE e Justiniano de Serpa) dirigiam-se milhares de estudantes ao Centro de Fortaleza. 

O cabelo grande e desalinhado, um cordão de osso no pescoço, nem sempre de camisa. Caverna foi consequência, como apelido - pra nós Caverninha. Depois, Leonardo Leite. Era um dos mais ensandecidos membros da terrível comissão de vacilos, até o Marcelo Nogueira, reitor da URBI -universidade regional dos brutos e ignorantes -tinha medo de levar uns sabacús, se vacilasse... Não era raro o Caverna surpreender a mim ou a outro amigo com- literalmente - uma mordida na bunda. Vinha ardiloso, com um sorriso moleque, vc tava em pé conversando, e, do nada, surgia o Caverna dando uma mordida de varar calça jeans! Como doía, mas, como não rir?! 


 

Era uma força da vida, meu amigo Leonardo Leite. Era combativo, teimoso, socialista do PSB de raiz desde o leite materno, militante da UJS que me ensinou na prática como levávamos a sério a UJS ser maior que o Partido, reunindo a juventude socialista. Era um cara que era povo. No meio dos secundaristas, dos trabalhadores, da massa, ele era peixe dentro d'água. Torcedor Tricolor (Fortaleza) fanático, puxador de palavra de ordem, lembro dos pulinhos dele, com os pés unidos, cantando as mais fuleiras palavras de ordem que eu já ouvira. Formiguinha, vovó, elefante, todo tipo de loucura e todo os gritos da TUF. Dirigente sindical da CTB Ceará, pai, meu amigo, mais um da minha geração que tomba diante de o Brasil ter se tornado uma ameaça à vida, à saúde pública global. 

Caverna não morreu só de COVID, ele não sobreviveu ao governo Bolsonaro. Você, que me lê, sabe se nós sobreviveremos?! 

Não é uma questão teórica, mas político-prática. Não foi individual. As pessoas morrem por falta de vacina, por projeto, por corrupção descarada, pelo culto à ignorância, à burrice, ao crime. Nós estamos perdendo pessoas, inteligências, amores e isso é um problema político. Nos EUA, lembrou-me um amigo, a saída foi pelas ruas e com a eleição, e é verdade. O PCUSA resumiu, à época: tem de votar no Biden e mudar a política. Não podia vacilar. E deu certo. 

No Brasil, mudaram bastante as coisas nos últimos dois meses e Lula retoma um digno protagonismo.  A hora é de apostar na unidade, na ousadia, na esperança, na iniciativa política. Vislumbra o povo brasileiro retomar o governo? Sim, nós podemos. 

Que fazer? No curso da CPI, o que fazer? Qual a unidade, quais as ações que possam parar o genocídio? Responder é o nosso compromisso com cada um que perdemos, com o nosso futuro, com a vida, com o Brasil. 

Temos de lutar muito mais, unir muito mais, mudar o jogo! Retomar a vida, a democracia, o Brasil, cobrar tantos crimes contra o povo brasileiro, é nosso compromisso, é a saída, é como sobreviveremos! Leonardo Caverna, presente! Fora Bolsonaro Genocida!

NOTA DE PESAR - Leonardo Caverna, Presente, Hoje e Sempre - CTB-CE

E nossa história não estará pelo avesso
Assim, sem final feliz
Teremos coisas bonitas pra contar (...)
Apenas começamos.
Legião Urbana
 
A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Ceará - CTB-CE chora lado a lado com o povo cearense, no cotidiano luto da Nação Brasileira, que sangra com a morte diária de milhares de seus filhos e filhas, nesta que é a maior tragédia da História do Brasil, o Genocídio durante a COVID pelo governo de Jair Bolsonaro. 

Hoje, dentre as milhares de vítimas que não podemos normalizar, perdemos o nosso querido Leonardo Andrade Leite, o Leonardo Caverna, dirigente estadual da CTB-CE, um jovem pai, e destacado militante do PSB, filho dos dirigentes sindicais cetebistas e históricos socialistas, Maria Andrade e Joacy Leite a quem estendemos nosso solidário abraço nessa hora de dor.


Leonardo foi um dos líderes do Fora Collor em Fortaleza, ainda no movimento estudantil secundarista e era o principal militante do PSB na UJS na década de 1990. Foi diretor do DCE Unifor, onde cursou Ciências Sociais. Desde sempre uma força de alegria, sinceridade. Leonardo Caverna jamais se retirou da luta.

Leonardo e cada um(a) que perdemos, nós, que estamos todos ameaçados, sabemos que se está a morrer por uma doença que tem vacina. Não é um problema individual de saúde que o Brasil tenha se tornado um lugar impossível de se sobreviver, uma ameaça sanitária global. É preciso deter o genocídio pois a morte é resultado direto da politica de Bolsonaro. É ele ou nós.


Leonardo, nosso amigo, nosso irmão, pai, filho, companheiro, essa pessoa e todas as centenas de milhares que perdemos, não sobreviveram ao governo Bolsonaro. Perdemos mais um brasileiro por conta da negligência deste governo negacionista irresponsável.

Transformaremos toda nossa dor e indignação em luta em defesa da vida do nosso povo:
Vacina, Pão, SUS e Educação!
Fora Bolsonaro!
Leonardo Caverna, Presente, Hoje e Sempre.
 

NOTA DE PESAR E nossa história não estará pelo avesso Assim, sem final feliz Teremos coisas bonitas pra contar...

Publicado por CTB Ceará em Sábado, 8 de maio de 2021

Colômbia 10 días del paro, decenas de mortos y desaparecidos y centenas de heridos - Russia Today - 07/05/2021

 

sexta-feira, 7 de maio de 2021

A Comuna de Paris e quatro verdades que soam - Paulo Vinícius da silva

Comuna de Paris - 1871
 

queridos, 

queridas, 

Dias tão tristes, tem hora que a gente soçobra...
haverá a hora inclusive que cairemos, tanto quanto o levante é inevitável, essa é a dialética na vida;
recebi de outrem, dou a alguém e seguimos esse fio de ariadne que os communards soltaram quando pela primeira vez na história os trabalhadores e trabalhadoras ousaram tomar o céu de assalto
e o céu era a terra, Paris, a força de trabalho, o fuzil, a liberdade, a propria vida.

Um silêncio então ecoou,
e de dentro das casas-grandes sobre senzalas,
de cima das coroas e das repúblicas burguesas
do alto dos grandes oligopólios que apenas começavam
de dentro de cada família de banqueiro que financiou o colonialismo e o genocídio
do seio pútrido de toda a justificação do racismo e do extermínio, do saque, do estupro, da guerra, da partilha colonial...
de lá, ouviu-se não um grito, mas um serpentino sibilo:

Morte aos comunistas!


E juntaram-se os senhores do mundo, e aniquilaram a Paris Operária que apenas ousara o que será o futuro.

Milhares, muito milhares, incontáveis mortos, porque mortos operários, em Paris, no Jacarezinho do Rio de Janeiro, no Chile, no Haiti, em Cali, aonde for, são milhares que morrem, mas é como se não contassem
Porque no capitalismo o que conta não são as vidas humanas,
No capitalismo só conta o lucro,

E a morte dá lucro.


Mas, ainda assim, três verdades escaparam do extermínio da Comuna de Paris
Não houve banho de sangue, bombardeio, mentira, exconjuro, exorcismo que as calassem:


Somos do povo os ativos
Trabalhador forte e fecundo
Pertence a terra aos produtivos, ó, parasita, deixa o Mundo!


De pé, ó vitimas da fome!
De pé, famélicos(as) da terra!
Cortai o mal bem pelo fundo!
De pé, de pé, não mais senhores(as)!
Se nada somos em tal mundo
Sejamos tudo, ó produtores(as)!
 

Bem unido façamos
Nesta luta final
Uma terra sem amos
A internacional.
 

Por isso segue perseguida a palavra que o capitalismo amaldiçoou com tanta violência e crueldade na Comuna de Paris
Por isso esse xingamento é ainda a insígnia mais nobre do futuro da fraternidade humana
Filha do pão e do aço, do suor e do sangue, feita toda de trabalho, feita de operários e operárias, mães e crianças, um monumento da esperança de uma nova vida
Uma visão utópica, sim, utopia numa época de tragédias


Somos seres humanos, todos, e assim devemos ser tratados, humanamente-


vede que perigo,
vede que louca esperança -


"os comunistas guardavam sonhos"
E seguimos.

A quarta verdade é nossa, e a apanhamos do chão,

aquela bandeira vermelha chamuscada, 

e nós a escrevemos até hoje.

É uma promessa, uma opção cotidiana, 

uma marca que reconhecemos e a entoamos olho no olho, ao dizer, simplesmente: 

camarada, 

a luta continua!

Caetano Veloso - Haiti - #Jacarezinho #massacre




Quando você for convidado pra subir ao adro
Da fundação Casa de Jorge Amado
Pra ver do alto a fila de soldados quase todos pretos
Dando porrada na nuca de malandros pretos
De ladrões mulatos e outros quase brancos
Tratados como pretos
Só pra mostrar aos outro quase pretos
(e são quase todos pretos)
E aos quase brancos, pobres como pretos
Como é que pretos, pobres e mulatos
E quase brancos, quase pretos, de tão pobres, são tratados
E não importa se olhos do mundo inteiro
Possam estar por um momento voltados para o largo
Onde os escravos eram castigados
E hoje um batuque
Com a pureza de meninos uniformizados de escola secundária
Em dia de parada
E a grandeza épica de um povo em formação
Nos atrai, nos deslumbra e estimula
Não importa nada: nem o traço do soldado
Nem a lente do Fantástico, nem o disco de Paul Simon
Ninguém, ninguém é cidadão
Se você for à festa do pelô
E se você não for

Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui o Haiti não é aqui

 
Na TV se você ver um deputado em pânico mal dissimulado
Diante de qualquer, mas qualquer mesmo, qualquer qualquer
Plano de educação que pareça fácil
Que pareça fácil e rápido
E vá representar uma ameaça de democratização do ensino
De primeiro grau
Se esse mesmo deputado defender a adoção de pena capital
E o venerável cardeal disser que vê tanto espírito no feto
E nenhum no marginal
E se, ao furar o sinal, o velho sinal vermelho habitual
Notar um homen mijando na esquina da rua
Sobre um saco brilhante de lixo do Leblon
E quando ouvir o silêncio sorridente de São Paulo
Diante da chacina
111 presos indefesos, mas presos são quase todos ou
Quase pretos
Ou quase brancos, quase pretos de tão pobres
E pobres são como podres e todos sabem como se tratam os pretos
E quando você for dar uma volta no Caribe
E quando for trepar sem camisinha
E apresentar sua participação inteligente no bloqueio a Cuba

Pense no Haiti, reze pelo Haiti
O Haiti é aqui o Haiti não é aqui


Chacina do Jacarezinho é responsabilidade do Governador Claudio Castro - CTB Rio de Janeiro - Nota Oficial

 Nota Oficial: Chacina do Jacarezinho é responsabilidade do Governador Claudio Castro

Nota Oficial: Chacina do Jacarezinho é responsabilidade do Governador Claudio Castro

Mais uma vez, a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil – Rio de Janeiro vem a público para manifestar seu total repúdio com a política de segurança pública do Estado do Rio de Janeiro. Após o afastamento em definitivo de Witzel, Cláudio Castro apresenta seu cartão de visitas e deixa claro quem manda no Estado do Rio. A necropolítica de Bolsonaro agora tem seu representante direto no comando das polícias civil e militar, declara guerra aos pobres e, em especial, aos negros e negras que vivem nas comunidades do Rio de Janeiro.

O alvo da Necropolítica, dessa vez, foi a Comunidade do Jacarezinho. Em desastrosa operação da Polícia Civil, 25 vidas foram ceifadas, em um novo bizarro recorde de mortes em operações policiais em nosso Estado. As mesmas polícias que há 20 anos atrás mostrava que era possível prender um chefe do Tráfico do Complexo do Alemão sem disparar um tiro; as mesmas polícias que apreenderam mais de 100 fuzis em condomínio de luxo na Barra da Tijuca sem disparar um tiro sequer, sobem o morro em pleno horário que trabalhadores e estudantes tomam as ruas para ir à suas escolas e locais de trabalho, e espalham um cenário de terror. Operações desse tipo jamais acontecerão em um bairro como Ipanema ou Barra da Tijuca em virtude da natureza do governo e da orientação da própria polícia, ambos consideram a classe trabalhadora e os moradores das favelas como inimigos e alvos a serem abatidos.

Até mesmo passageiros do Metrô, dessa vez, foram vitimados pela ação policial, totalmente ineficaz. É inadmissível que nossas comunidades virem praça de guerra e que trabalhadores tenham que arriscar a vida para chegar a seus locais de trabalho. Não podemos aceitar que famílias inteiras corram riscos dentro de suas casas e as tenham invadidas em atos bárbaros que relembram os piores momentos da Ditadura Militar. Mesmo com a decisão do STF de proibir operações policiais durante a pandemia, a Polícia de Cláudio Castro segue mostrando seu descompromisso com a democracia e com a ordem institucional, usando de pretextos diversos para levar o terror às comunidades do Rio de Janeiro.

É preciso dar um basta na necropolítica de Segurança Pública! Precisamos de mais inteligência, de uma polícia mais bem preparada equipada e com capacidade para lidar com o povo, que em sua maioria, dentro das comunidades, não tem qualquer ligação com o crime organizado.

Chega de Racismo Institucional! A ação policial merece ser chamada pelo seu nome de direito, mais uma chacina bárbara que acontece em nosso Estado. A CTB e sua base social acreditam numa lógica de segurança pública que privilegie a inteligência e a proteção à vida dos cidadãos e cidadãs de nosso Estado.

Total repúdio à Chacina do Jacarezinho! Total Repúdio à polícia de (in)segurança pública do Governador Cláudio Castro!

Rio de Janeiro, 06 de Maio de 2021

Paulo Sérgio Farias
Presidente da CTB-RJ

 

 

quinta-feira, 6 de maio de 2021

O que restou das manifestações da juventude de 2013 no Brasil? Paulo Vinícius da Silva

 O que restou das manifestações da juventude de 2013 no Brasil? 


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As marchas de 2013 foram um dos episódios da “Primavera da Guerra Híbrida”, que começou nos países árabes e se espalhou pelo mundo, aproveitando-se de um justo sentimento da juventude, que não encontrava espaço no nosso projeto de Brasil. 


Essa percepção ocorria a despeito dos avanços dos governos de Lula e Dilma. Problemas estruturais no ciclo mudancista latino-americano não deram conta de desafios econômicos centrais para a plena incorporação da juventude no projeto nacional de desenvolvimento, em articulação com a economia mundial e a partir das características da nossa América Latina. Foram eles, a mim me parece:


1) A desindustrialização associada ao extrativismo e à ditadura do capital especulativo-financeiro-rentístico;


2) As baixas taxas de crescimento e a involução das economias que se primarizam, ou ampliam sua dependência das commodities, com exponencial passivo ambiental, privatizações, grandes oligopólios financeiros a se apropriarem das empresas públicas em favor de interesses privados rentísticos e de curto prazo;


3) A Juventude teve ampliado seu acesso aos bens de consumo, à cultura digital, à internet e aos smartfones, mas persiste sendo desde então o maior percentual etário da população que acumula os mais graves indicadores sociais: Informalidade, precariedade, superexploração, evasão escolar, ausência de acesso à internet e aos equipamentos de informática, falta de aposentadoria, de casa própria, sem assistência à saúde e com falta de trabalho decente;


4) A Juventude também não teve acesso a uma nova política de Reforma Agrária, ampliando-se os efeitos da não consecução da sucessão rural na agricultura familiar, o que em perspectiva compromete a nossa soberania alimentar e nacional.


5) A notável ampliação do acesso à educação entre 2003 e 2014, inclusive no Ensino Superior para a população trabalhadora, com a ampliação do ensino técnico e da Pós-graduação. Mas não bastou, sem desenvolvimento.


6) A persistência de chagas de nossa formação que vem ainda do escravismo, mas se renovam, como o racismo, e a violência contra as mulheres e contra as pessoas LGBTQ.


O que houve depois foi  esse apocalipse golpista-bolsonarista-guerra híbrida-entreguista-misógino-transfóbico-covid-fundamentalista-negacionista e genocida . Ou seja, o que tava muito ruim lá em 2013, piorou em proporções brasileiras.


 A destruição da economia em seus setores mais dinâmicos pela Lava-jato a mando dos EUA, o monopólio nas comunicações em mão oligárquicas e do setor financeiro, o desmonte das intituições nacionais, MEC, Universidades, Pesquisa CeT e a Pandemia/Bolsonaro, causando uma verdadeira tragédia na nossa geração, que a gente ainda não mediu, mas dá pra ver em cada Uber, em cada entrega, em cada jovem sem emprego, sem escola, sem perspectiva. E nossos filhos e filhas perpetuarão esse desalento. 


Assim, precisamos reagir e assumir um lugar de protagonismo e de responsabilidade na condução desse enredo que se mostra macabro. Era inimaginável que chegaríamos tão no fundo do poço. E a nossa derrota em conduzir aquele processo social nos trouxe até aqui. Não podemos ter soberba. Não foi uma atuação exemplar. Quem é derrotado, se não souber o por quê disso ter acontecido, vencerá?


Para a juventude brasileira, retomar o projeto nacional de desenvolvimento é uma opção entre a vida e a morte. Diante do que houve nos últimos 9 anos, estamos arriscados a ter a perda de uma geração. É a mesma crise do meio ambiente, da violência, das desilusões do consumo e do capitalismo, é o desperdício da nossa vida, da nossa juventude.


Esse fenômeno ocorreu em paralelo à destruição do movimento sindical e da CLT, da crise econômica mais assustadora desde os anos 80. Desse modo, galera, as soluções do passado parece que não deram certo, não. A impressão que eu tenho é de um grande envelhecimento geracional, infelizmente, e de um grande empobrecimento e desespero da juventude brasileira que não vê futuro no Brasil nem tem esperanças.


Isso, gente, é PROJETO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO. O projeto da direita, do neoliberalismo, do rentismo, da direita é esse que estamos vivendo. Eles conseguiram em 2013 polarizar um movimento que poderia ter ajudado a mudar o país, mas como a Lava a Jato, foi manipulado para destruir o nosso próprio país.


E agora, é a nossa juventude que ocupa as UTIs do Brasil, que se tornou uma ameaça à vida e à saúde, foi isso que a direita e os rentistas, junto com os EUA, fizeram ao Brasil. Morreram de capitalismo centenas de milhares, e até quado?


Sem lugar para juventude no Projeto nacional, no movimento sindical e na política será impossível salvar o nosso Brasil. 


 Um sindicalismo de base com a juventude é mais necessário que nunca, que chegue aos precarizados, que se abra democraticamente à base, fugindo do isolamento das bases quando se impõe o distanciamento social. Mais do que nunca precisamos do diálogo com as bases, a juventude e os estudantes para construir o Brasil em que a juventude tenha futuro, em vez de ser abandonada, assassinada, discriminada e violentada todos os dias. Não podemos concordar com o Brasil do ferro gusa, da soja e do desmatamento…


A juventude e os adultos de hoje podem alavancar o desenvolvimento, ou será a nossa vida o perpetuar da tragédia, doravante. A juventude é a saída para reesperançar o Brasil. Falar às bases, reorganizar o povo, reocupar os espaços da democracia, unir o povo, tudo isso precisa da nossa juventude como protagonista do seu próprio futuro. A UJS não pode ser só estudante. A CTB não pode ser só a direção do Sindicato. Estudantes, jovens e trabalhadores(as), com a cara do nosso povo, esse deve ser o presente do nosso movimento se quisermos que ele tenha futuro. E por saber que o capitalismo não pode nos dar nem a democracia, nem a soberania nem o futuro que sonhamos, sei que o futuro brilhante para o Brasil e sua Juventude, é o Socialismo.