Em discurso no Plenário, nesta sexta-feira (2), a senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) fez uma análise da reforma ministerial promovida pela presidenta Dilma Rousseff. De acordo com a parlamentar, as novas nomeações ajudarão na resolução da crise política e dos conflitos entre parlamentares da base governista e o Executivo.
O novo ministro da Defesa, Aldo Rebelo, fez coro com as parlamentares, destacando que a composição da nova equipe fortalecerá o governo
Para a líder do PCdoB na Câmara, deputada Jandira Feghali (RJ), a recomposição é estratégica: ”A reforma, longe de ser um ‘toma lá, dá cá’, veio ao encontro da necessidade de cortar gastos e recompor a base de apoio. A presidenta Dilma não se elegeu sozinha, desde que o mundo é mundo as pessoas governam com quem os elegeu”, avalia a parlamentar.O novo ministro da Defesa, Aldo Rebelo, que deixou a pasta da Ciência e Tecnologia, fez coro com as parlamentares, destacando que a composição da nova equipe fortalecerá o governo. “Agora os partidos da base passam a participar mais do governo, o que é a lei geral de sustentação dos governos democráticos.” Para Aldo Rebelo, a reforma aponta para a ampliação e consolidação da governabilidade, que é fundamental para a estabilidade social e a estabilidade econômica.
Jandira Feghali afastou a polêmica sobre a relação entre a reforma ministerial e os pedidos de impeachment. “Num governo de coalizão, isso é normal, natural. A reforma, portanto, não tem relação com o debate sobre o impeachment, e sim para a aprovação de uma agenda positiva no Congresso Nacional à sociedade”, afirma.
Para Vanessa Grazziotin, a reforma deve tornar possível, a partir de agora, o trabalho conjunto para mitigar a crise econômica. “O desafio da presidenta Dilma é fenomenal. Espero que a partir dessa nova composição, praticamente um novo governo, a gente tenha condição de enfrentar esse problema”, disse.
Ambiente produtivo
“O Congresso deve se voltar para a superação da crise e a criação de um ambiente mais propício à produção, ao conjunto da população e dos trabalhadores”, conclamou a senadora, criticando os distúrbios de ordem política produzida pela postura do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Nesta semana, observou a senadora, Cunha inviabilizou a sessão do Congresso para votação dos vetos presidenciais porque queria que o Senado votasse o restabelecimento do financiamento empresarial nas campanhas eleitorais. A postura foi fortemente criticada pela parlamentar.
O Senado e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), ao contrário, têm adotado uma atitude madura e responsável para com o Brasil, frisou Vanessa. A Agenda Brasil está sendo debatida e avançando para auxiliar o país num momento em que “não podemos criar ainda mais dificuldades”.
As medidas fiscais a serem aprovadas, como a volta da Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) não devem mirar apenas o lado mais fraco da sociedade, os trabalhadores. É necessário preservá-los e buscar a colaboração dos que ganham mais, disse a senadora.
De Brasília
Márcia Xavier, com agências
Márcia Xavier, com agências
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