SIGA O COLETIVIZANDO!

Livro Kindle Textos de Combate - Venda Disponível

Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

O livro Textos de Combate: sem perder a ternura, jamais! já está disponível!Não precisa ter kindle, basta baixar o aplicativo ou entrar no c...

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2025

José Reinaldo Carvalho: a conjuntura, o PCdoB e os 177 anos do Manifesto do Partido Comunista

Conjuntura internacional, com homenagem ao Manifesto Comunista e à Refundação do PCdoB em 18 de fevereiro de 1962


https://www.youtube.com/live/kemdXxzuQmc?si=hg2yiZGjC3eDOPf1

José Reinaldo comenta a cúpula de Riad entre EUA e Rússia



Breve história do Manifesto do Partido Comunista, por Augusto Buonicore - Portal Vermelho - 177 anos do Manifesto - Audiolivro


Audiolivro - Manifesto do Partido Comunista (1848)

Manifesto do Partido Comunista - Marxist Internet Archive - Texto e Prefácios


Saudades das luzes de Buonicore.  Vede como ainda brilham! Paulo Vinícius da SIlva


    Breve história do Manifesto do Partido Comunista, por Augusto Buonicore - Portal Vermelho


Este mês estamos comemorando os 160 anos da publicação do Manifesto do Partido Comunista. Esta foi, sem dúvida, a obra mais famosa de Marx e Engels. Podemos dizer que, quer pelo seu conteúdo, quer por sua forma didática, ele foi o respons


por Augusto Buonicore

Publicado 20/02/2008 16:19


Do socialismo utópico ao científico


O Manifesto do Partido Comunista de Marx e Engels é considerado, pela maioria dos estudiosos, como a primeira obra pública do chamado socialismo científico. Mas, por que socialismo científico?

Antes de Marx e Engels vários teóricos socialistas já faziam duras críticas à situação dos trabalhadores sob o capitalismo, denunciavam as injustiças criadas pela sociedade burguesa e até mesmo pressentiam que estas injustiças tinham por base o monopólio da propriedade privada dos meios de produção. Mas eles não compreendiam e nem podiam compreender a dinâmica do desenvolvimento da sociedade capitalista, que não havia desenvolvido todas as suas potencialidades. Não compreendiam a determinação, em última instância, da esfera econômica (inter-relação dinâmica entre forças produtivas e relações de produção) sobre a superestrutura político-jurídica e ideológica da sociedade.

O socialistas pré-marxistas, ou utópicos, não entendiam que a sociedade socialista só poderia nascer a partir de um certo grau de desenvolvimento das forças produtivas, propiciado pelo avanço do próprio capitalismo. Ou seja, o socialismo só seria possível na relativa abundância propiciada pela sociedade industrial moderna. Não seria possível o socialismo na escassez inerente aos modos de produção pré-capitalistas: escravista e feudal.

O desenvolvimento das forças produtivas modernas criava as condições materiais para superar a escassez e realizar as necessidades humanas essenciais. Mas, por que isso não acontecia? Porque as relações de produção estavam assentadas na propriedade privada dos meios de produção. Esta era a contradição fundamental do capitalismo e a base de sua desagregação. A possibilidade da realização das necessidades humanas abertas com o desenvolvimento da grande indústria só poderia ser realizada plenamente com a socialização dos meios de produção e o aumento ainda maior das forças produtivas.

Ao não compreenderem a dinâmica real do desenvolvimento da sociedade humana em geral e do capitalismo em particular, os “utópicos” apresentavam propostas irreais para superar o capitalismo e instaurar a sociedade socialista.

Não reconheciam o papel determinante da luta de classe no processo de transformação social. Nem o papel fundamental que deveria ser desempenhado pelo proletariado moderno. E, por isso, acabavam priorizando métodos centrados no convencimento das classes dominantes e dos seus respectivos governos. Imploravam para que eles ajudassem a realizar os seus projetos mirabolantes – embora generosos – de sociedades alternativas. Os principais socialistas utópicos foram Saint-Simon, Charles Fourier e Robert Owen.

Ao contrário, Marx e Engels compreendiam que a história da sociedade humana tinha sido a história da luta de classes. Estudando o desenvolvimento da sociedade capitalista e de suas contradições, haviam chegado à conclusão de que no capitalismo a classe revolucionária era o proletariado, filho legítimo da industrialização capitalista. O proletariado estava chamado a cumprir o papel de coveiro da sociedade burguesa.

O capitalismo só poderia ser superado com a organização e a luta dos proletários e não através de concessões graduais das classes dominantes, feudais ou burguesas. Mas eles não chegaram a esta conclusão a partir do nada, construíram a sua teoria a partir do estudo da realidade concreta, da sociedade do seu tempo.

O proletariado já tinha mostrado toda sua força nas insurreições dos tecelões de Lyon (França) em 1831 e 1834 e na dos tecelões da Silésia (Alemanha) em 1844. A maior demonstração de organização e de politização do proletariado europeu havia sido o movimento cartista na Inglaterra. Em 1842 milhões de trabalhadores haviam se declarado em greve geral em defesa da “Carta Popular”, na qual exigiam direitos políticos e sociais dos quais eles estavam excluídos. Portanto, o Manifesto também foi fruto da evolução do movimento e da consciência política do proletariado. Sem isto o Manifesto jamais poderia ter sido escrito.

Qualquer observador atento a partir da terceira década do século 19 poderia constatar o nascimento de uma nova força social, destinada a cumprir um grande papel na história moderna. O socialista-reformista francês Louis Blanc, em 1846, afirmaria: “Na pujança do movimento desses escravos dos tempos modernos resulta fácil prever as tempestades que levam em suas entranhas o século 19”. Até um ideólogo burguês como Monfalcon, um observador das rebeliões operárias em Lyon, constataria aterrorizado: “Uma das próximas conseqüências fatais desses eventos será que os operários (…) se convertam em uma classe política (…) Se apresentarão homens que dirão aos operários 'vosso suor só beneficia aos ricos; os fabricantes são seus inimigos naturais. Queixais de que sois desgraçados e, entretanto, sois os mais numerosos e os mais forte. Uni-vos!”. Uma conclusão premonitória.

A parceria de Marx e Engels

Marx e Engels iniciaram sua parceria teórica e política em agosto de 1844 quando, juntos, começaram a redigir o livro “A Sagrada Família”. Em polêmica acesa com os jovens hegelianos Bruno e Oto Bauer, eles apresentaram as conclusões que haviam chegado através de seus estudos de filosofia, história e economia política.

Defenderam, na forma de polêmica anti-idealista, a tese de que a história dos homens só poderia ser plenamente compreendida mediante a análise do desenvolvimento da produção material. O mundo das idéias e o próprio Estado eram condicionados pelo nível de desenvolvimento dessa mesma produção material.

Apresentaram, também, a sua tese sobre o papel revolucionário do proletariado moderno e da necessidade histórica da revolução comunista. Afirmaram Marx e Engels: “Não se trata do que este ou aquele proletário, ou inclusive o proletariado em seu conjunto, possa apresentar-se de vez como meta. Trata-se de o que o proletariado é e de o que está obrigado historicamente a fazer, de acordo com o seu ser”.

Ainda em 1845 foi publicado o livro “A situação da classe trabalhadora na Inglaterra”, escrito por Engels. Nesta obra analisou as condições em que vivia a classe operária inglesa, constatou que o crescimento da riqueza social se dava à custa da crescente miséria e exploração do trabalho dos operários. E essa contradição desembocaria em uma nova e radical revolução social: a revolução comunista. O agente dessa revolução seria o proletariado.

No mesmo ano, Marx e Engels resolveram expor de maneira mais sistemática a suas divergências com a escola neo-hegeliana. Nasceu assim “A Ideologia Alemã”. Em 1846 a obra já estava pronta, mas não conseguiram um editor para publicá-la. Esta era uma exposição sistemática do materialismo histórico e da teoria socialista desenvolvidos por eles.

Nessa obra desenvolveram a idéia presente no Manifesto de que o socialismo só poderia se constituir a partir de um certo grau de desenvolvimento das forças produtivas e, conseqüentemente, com o surgimento e a ampliação incessante do proletariado moderno. Escreveram: “No capitalismo surge uma classe condenada a suportar todos os inconvenientes da sociedade sem gozar de suas vantagens (…) e disso nasce a consciência de que é necessária uma revolução radical, a consciência comunista.” A missão histórica colocada para esta nova classe deveria ser a conquista do poder político das mãos da burguesia e a gradual expropriação dos meios de produção fundamentais, abrindo assim o caminho para a sociedade sem Estado e sem classes: a sociedade comunista.

A partir daí o movimento operário e socialista poderia contar com uma teoria mais adequada, assentada no estudo profundo da sociedade capitalista, de suas contradições e tendências objetivas. O projeto socialista não se assentava mais nos protótipos de sociedades perfeitas (ideais) nascidas da cabeça de algum sonhador genial. Os trabalhadores e suas organizações poderiam contar agora com um poderoso instrumento teórico, que lhe permitiria construírem táticas e estratégias políticas mais condizentes com os seus objetivos de superação do capitalismo.

Marx e a Liga Comunista

A Liga dos Justos foi criada em 1836 e era formada, majoritariamente, pelos representantes mais radicais da emigração alemã que residiam na França. Seus membros eram, em geral, operários artesanais: ferreiros, carpinteiros, sapateiros, alfaiates. Embora o seu centro político ficasse em Paris, a organização se ramificava em seções por vários países europeus.

Ela tinha estreitas relações com a “Sociedade das Estações” francesa, organização secreta dirigida por Augusto Blanqui, líder revolucionário republicano e socialista. Quando os blanquistas organizaram um levante em 1839, os membros da Liga se uniram a eles. A revolta foi rapidamente sufocada e parte dos dirigentes foi aprisionada e outra teve que fugir para a Inglaterra e Suíça. O centro da organização teve que se transferir para Londres, onde havia maior liberdade política.

Com a derrota, muitos membros se desencantaram com os métodos conspirativos dos blanquistas. Alguns acabaram se aproximando da ala reformista do movimento socialista europeu, especialmente das teses do comunismo-utópico de Cabet. Este acreditava que o comunismo poderia ser conquistado através da propaganda, do exemplo positivo e defendia a formação de colônias comunistas nas Américas. Algumas experiências foram tentadas e fracassaram.

Portanto, as concepções políticas predominantes na Liga dos Justos eram instáveis e confusas. Isto se devia à sua composição social de operários artesãos, classe em transição entre a pequena-burguesia e o proletariado moderno. Um dos elementos mais ativos da ala esquerda da Liga era Wilhelm Weitling, alfaiate alemão. Em 1842 ele publicou Garantias da harmonia e da liberdade, que obteve grande repercussão no movimento operário e socialista europeu. O próprio Marx o saldou como “uma estréia literária inigualável e brilhante dos operários alemães”.

Weitling anunciou que a chegada do comunismo era iminente. Defendeu, contra os reformistas, que este só poderia ser conquistado pela luta sem tréguas entre os oprimidos e os opressores. Estas idéias particularmente agradaram ao Marx daquela época.

Mas, ao contrário de Marx, Weitling não compreendia o papel especial a ser desempenhado pela classe operária moderna, ainda em formação. Ele defendia que o elemento mais revolucionário da sociedade capitalista era o lumpen-proletariado, “as classes marginais”. Chegou mesmo a apresentar para a direção da Liga um plano detalhado de revolução social, que se resumia à formação imediata de um exército de 20 a 40 mil miseráveis e à deflagração de uma guerra de guerrilhas contra a ordem existente. A concepção de Weitling também se caracterizava pelo anti-teoricismo – negação do papel da teoria – e pela rejeição da importância da atuação política. Estes eram dois outros aspectos do seu pensamento terminantemente rejeitados por Marx e Engels.

Engels foi o primeiro a entrar em contato com a Liga dos Justos, entre 1842 e 1844, quando da sua estada na Inglaterra. Ele ficou bastante impressionado e afirmou que estes teriam sido os primeiros proletários revolucionários que havia conhecido. Mas, mesmo assim, ele não se convenceu a entrar para a organização. Existiam ainda muitos pontos de discordâncias.

Marx só veio a entrar em contato com a Liga em meados de 1845, quando viajou para a Inglaterra com o objetivo de estudar os economistas ingleses e estabelecer contato com o movimento operário que se desenvolvia rapidamente. Durante este período ajudou a estabelecer relações entre a ala esquerda do cartismo e a Liga dos Justos. Nasceu, assim, a idéia de se criar uma organização revolucionária de caráter internacional.

Em novembro de 1846 a direção da Liga dos Justos propôs a convocação de um congresso internacional de todas as suas seções para maio de 1847. Um dos objetivos era a elaboração de um novo programa socialista, mais adequado à suas recentes experiências. Neste processo de re-elaboração teórica e estratégica decidiram procurar novamente Marx e Engels.

Estes estavam envolvidos no processo de formação dos chamados Comitês de Correspondência Comunista, que procurava também ser um embrião de um partido operário-revolucionário internacional. Comitês foram organizados na Bélgica, Paris e Londres. Existia uma interseção entre as diversas organizações operárias internacionais; em Londres, os principais membros do Comitê de Correspondência eram membros da Liga dos Justos e do movimento cartista. Eram tentativas embrionárias de formação de uma Internacional.

Neste período de formação dos comitês de correspondência Marx travou importantes disputas políticas contra outras correntes socialistas. Apesar da afinidade inicial, desenvolveu uma dura luta de idéias com Weitling. Eram inadmissíveis suas posições contra a participação dos operários na luta política e, especialmente, seu preconceito contra a teoria e os intelectuais revolucionários. Em março de 1846 se daria a ruptura definitiva entre eles.

Marx e Engels travaram também uma luta contra os chamados “verdadeiros socialistas”. O principal documento desta contenda foi a Circular sobre Kriege. Nela afirmaram: “A idéia de converter todos os homens em proprietários privados é absolutamente irreal e, mais ainda reacionária”. O último grande confronto teórico-político antes da elaboração do Manifesto Comunista foi travado contra Proudhon, um dos pais do anarquismo, e sua obra Filosofia de Miséria. A crítica de Marx seria publicada em julho de 1847 e intitulava-se A Miséria de filosofia.

As posições teóricas e políticas de Marx e Engels chamaram a atenção dos principais membros da direção da Liga dos Justos e por isso propuseram para que eles apresentassem uma proposta de estatuto e de programa. Não sem certa relutância os dois revolucionários ingressaram na Liga e aceitaram a tarefa.

No dia 2 de junho de 1847 teve início aquele que seria o último congresso da Liga dos Justos e o primeiro da Liga dos Comunistas. Engels estava presente representando a organização parisiense. Marx não pôde comparecer ao encontro internacional. Neste evento aprovou-se o novo estatuto proposto por Engels e que era assentado na mais ampla democracia interna. O Congresso passou a ser o órgão supremo da nova organização. O Comitê Central desempenharia apenas o poder executivo no período entre congressos. Rompia-se com a concepção de seita clandestina e pouco democrática.

A carta-circular aprovada justificou a alteração do nome da organização sugerida por Engels: “Nós nos distinguimos não por propugnar a justiça em geral (…) mas sim por repudiar o regime social existente e a propriedade privada, propugnamos a comunidade de bens, somos comunistas”. A divisa também foi alterada para se adequar aos novos princípios da organização. Em lugar da antiga divisa “Todos os homens são irmãos” foi colocada a nova consigna “Proletários de todos os países uni-vos!”.

O Primeiro Congresso aprovou um projeto de programa (provisório), elaborado por Engels denominado Símbolo da Fé Comunista. Baseado nesse texto, Engels elaborou ainda uma outra proposta de programa que foi denominada Princípios do Comunismo. Os dois projetos foram redigidos didaticamente na forma de perguntas e respostas.

Mas, a forma não agradou ao próprio Engels. Ele escreveu a Marx: “Pensa no Símbolo da Fé. Creio que o melhor seria abandonar a forma de catecismo e chamar o trabalho de Manifesto Comunista. Nele tem que se analisar em uma ou outra medida a história da questão e para isso a forma atual não serve em absoluto”.

No segundo Congresso Marx recebeu o encargo de elaborar o novo programa teórico e prático da organização. Ele não se apressou para realizar o seu trabalho o que lhe acarretou uma advertência da direção da Liga. Colaborava para o relativo atraso o seu afastamento de Engels e o seu método de trabalho. Como afirmou Riazov: “Elaborava sempre longamente suas obras, sobretudo se se tratasse de um documento importante. Neste caso, o queria perfeitamente redigido”.

Para Marx e Engels o Manifesto deveria ser, nas palavras de Mehring, “uma obra perene e não um escrito polêmico de leitura fugaz”. Continuou ele: “Foi a sua forma clássica que assegurou ao Manifesto Comunista o posto perdurável que ocupa na literatura universal”. Marx, utilizando o esboço de Engels, terminou a sua tarefa no final de janeiro de 1848 e no início de fevereiro era publicado o Manifesto do Partido Comunista. Tinha apenas 23 páginas, mas revolucionaria o mundo todo. Como disse Lênin: “Este pequeno livrinho valeria por tomos inteiros”.

O Manifesto foi publicado poucos dias antes de eclosão da revolução na França que derrubou o rei Louis Felipe e instaurou a república. Logo em seguida, a revolução democrática se espalharia por todo o continente europeu, inclusive a Alemanha, conforme previu o Manifesto. Era a chamada Primavera dos Povos. Marx e Engels voltaram a sua terra natal e se envolveram diretamente na revolução em curso.

Em junho de 1848 estourou a revolução operária em Paris, derrotada pelas forças coligadas da burguesia. Esta foi a primeira revolução política operária e causou profunda impressão nas classes proprietárias européias e teria reflexo na elaboração teórica de Marx e Engels. Os artigos de Marx analisando a revolução francesa entre 1848 e 1850 foram publicados no livro “As Lutas de Classes em França”.

A derrota da revolução de junho e o refluxo das revoluções democráticas e populares na Europa foram acompanhados por um acirramento da repressão ao movimento operário e socialista. Um dos marcos dessa repressão foi a instauração do processo de Colônia contra os membros do Comitê Central da Liga Comunista na Alemanha. Oito dirigentes da liga foram condenados. A Liga acabou sendo oficialmente dissolvida. Uma nova organização internacional dos operários e socialistas só seria construída em 1864, a Associação Internacional dos Trabalhadores.

Desde a sua publicação o destino do Manifesto do Partido Comunista sempre esteve ligado ao destino do movimento socialista e operário e internacional. Acompanhou seus avanços e sofreu com suas derrotas.

Notas
Este artigo já foi ao ar no próprio Vermelho há cinco anos atrás. Resolvi republicá-lo em homenagem à data.

Clique para ter uma apresentação do Manifesto “O manifesto Comunista como Programa

Clique para ter acesso ao artigo “Retificação e atualidade de um manifesto de 150 anos

terça-feira, 18 de fevereiro de 2025

HASTA SIEMPRE COMPAÑERO Y AMIGO JACOBO TORRES LEON!!

 !!HASTA SIEMPRE COMPAÑERO Y AMIGO JACOBO TORRES LEON!!

Secretario de Relaciones Internacionales de la Centra Bolivariana Socialista de Trabajadores de la Ciudad  el Campo y la Pesca -CBSTCCP-de VENEZUELA

sorpresivamente ha tomado la ruta sin retorno, no tuvo tiempo de despedirse de sus compañeros de lucha, a la familia del movimiento sindical latinoamericano e internacional.  Mis sentidas condolencias a su familia y a la central sindical CBSTCCP.

Con Jacobo desarrollamos las vinculaciones y coordinaciones de los sindicatos bolivarianos y la Federación Sindical Mundial- FSM- en condiciones complejas fue un proceso muchas veces discrepamos pero se fueron superando; hoy en día las principales organizaciones sindícales estratégicas son afiliadas a la FSM.

Con Jacobo si bien discrepábamos en varios aspectos pero nos unía que ambos éramos antiimperialistas, la FSM apoyó y apoya el proceso imiciada por el comandante antiimperialista Hugo Chávez Frías

 Valoro los aciertos, la trayectoria  y los aportes de Jacobo Torres le decíamos el Canciller sus errores juzgara la historia a eso nos sometemos los dirigentes sindicales.

Lo recordaré siempre a Jacobo con el aprecio y respeto que ambos nos teníamos.

Estoy seguro nos volveremos encontrar no se donde pero nos encontraremos


DESCANSA EN PAZ JACOBO

Tu amigo

Valentín Pacho

Ex secretario general adjunto de la Federación Sindical Mindial - FSM


A reorganização do PCdoB - A Conferência de Fevereiro de 1962 - João Amazonas, a última entrevista



No dia 18 de fevereiro de 1962 teve lugar, na rua do Manifesto, bairro do Ipiranga, na cidade operária de São Paulo, uma conferência extraordinária do Partido Comunista do Brasil. Participaram dela delegados de vários estados. Entre eles estavam dirigentes históricos do Partido como João Amazonas, Maurício Grabois, Pedro Pomar, Kalil Chade, Lincoln Oest, Carlos Danielli, Ângelo Arroyo, Elza Monnerat, entre outros.

Por Augusto Buonicore*
Publicado em 18/02/2020
O evento aparentemente modesto revestiu-se de uma grande importância histórica para o povo e os trabalhadores brasileiros. Tratava-se naquela ocasião de reorganizar o Partido Comunista do Brasil, que estava sendo ameaçado em sua existência por um surto revisionista de direita. Poucos ainda tinham consciência da importância daquele “ato fundador”.


O dia 18 de fevereiro é aniversário da Conferência Nacional Extraordinária do Partido Comunista do Brasil (PCdoB), que decidiu reorganizar o antigo Partido fundado em 1922, após longa e aturada luta interna. A conferência de 1962 na prática refundou o Partido Comunista do Brasil sobre bases revolucionárias e deu início a um esforço, que se estende até os nossos dias, de formação e consolidação de um núcleo marxista-leninista no Brasil.

Publicado em 19/02/2017
José Reinaldo Carvalho: Conferência de 1962: vitória da luta contra o oportunismo de direita

A Reorganização do PCdoB em 18 de fevereiro de 1962

O programa Democracia no Ar desta terça-feira (18/02) recebe o presidente do Partido Comunista do Brasil (CE), Luís Carlos Paes, para falar sobre a reorganização da agremiação a partir de 1962 e revisitar o momento histórico pelo qual passava a conjuntura brasileira.

Apresentado por Sara Goes e comentado por Antonio Ibiapino, o programa vai ar das 10h às 11h, através do Youtube e demais redes vizinhas:

http://www.youtube.com/@TVAtitudePopular
https://www.instagram.com/atitudepopular
https://www.facebook.com/atitudepopular


Participe!





terça-feira, 11 de fevereiro de 2025

“O presente é tão grande, não nos afastemos” (Drummond)* - Paulo Vinícius da Silva

 


“Numa noite muito fria, o jovem preso tentava dormir quando sentiu algo e, discretamente, abriu os olhos. Era Arruda que, silenciosamente, o tinha coberto com seu único cobertor. Nada de estranho se aquele garoto não fosse um militante da Ala Vermelha, um racha do PCdoB. O nome dele era Alípio Freire.” Diógenes Arruda: o guerreiro sem repouso (2) - Diógenes Arruda: O guerreiro sem repouso (2) - Vermelho



O terceiro governo Lula sofre um cerco semelhante ao promovido contra a Presidenta Dilma, e que possibilitou o Golpe de 2016. 
Primeiro, através do poder de veto do Congresso sobre a agenda do país e a apropriação do poder do Executivo de controlar boa parte de seu orçamento. Segundo, pelo veto dos “mercados”, que atuam para a sabotagem do próprio Arcabouço Fiscal, o que se viu quanto à especulação para aumentar o dólar, os juros e o preço dos alimentos. Terceiro, pelo cerco da mídia empresarial que é, ela mesma, parte dos conglomerados do sistema financeiro, representando investidores, em vez do jornalismo. 
A despeito do maciço apoio ao agronegócio brasileiro, beneficiário das importações da República Popular da China e dos generosos créditos subsidiados do gigantesco Plano Safra 2024/2025 (R$ 400,59 bilhões para agricultura empresarial), o setor segue alinhado à extrema direita brasileira. Para terminar, Trump assumiu o governo sob a saudação nazista de Elon Musk… Durma-se com um barulho desses.

Como o governo Lula e o Brasil poderão sobreviver a essa tempestade perfeita? Certamente, muito cabe ao próprio governo e a Lula, mas não apenas. Há que turbinar  a Frente Ampla  e construir em seu seio uma sólida e sincera aliança de todos que sabemos o que está em jogo: o Brasil, a Democracia, os direitos do povo. É preciso unidade e ação para retomar a iniciativa política.

O desenlace dessa encruzilhada histórica depende de inserir na batalha as nossas forças e potencialidades, para romper o cerco, recuperar a iniciativa política, forjando uma unidade sólida e não meramente eleitoral. Trata-se de nos reconhecermos. Se está contra o fascismo, já é bom. Mas se for uma pessoa boa, de esquerda, solidária, então temos de nos encontrar, fortalecer, para atuar contra a extrema direita e defender o Brasil e até a nós mesmos. Ninguém soltar a mão de ninguém faz mais sentido que nunca. Não adianta fugir para as montanhas. Se perdemos esses caras vêm babando atrás de nós. Aqui não pode ter derrotismo, tem de ter vitória, ir pra cima!

É preciso baixar o batente para o povo conseguir participar, e apostar na renovação, na juventude, nas mulheres, na luta antirracista como parte da classe trabalhadora precarizada e desorganizada. A desconstrução dos laços de trabalho pela precarização, a deforma trabalhista e o trabalho em plataformas, mudaram as relações sociais entre os trabalhadores. A COVID marcou as famílias, comprometeu os negócios, ceifou centenas de milhares de vidas e levou à perda de renda e trabalho. Os laços básicos que  uniam grande parte dos trabalhadores aos sindicatos - o vínculo trabalhista, a filiação e a contribuição sindical - acabaram. E só em poucos casos houve alguma ação de organização sindical ou assistencial a esses trabalhadores. É um golpe terrível na perspectiva da organização coletiva. O que temos para oferecer em troca disso? Em que lugares estamos nos reunindo para construir a luta?




Seleção das notícias: Socióloga Paula Reisdorf. Dieese - Bancários DF


Reconstruir o Brasil passa por apostar no trabalho com direitos e na educação, e ambas as coisas dependem de tempo. Nesse quesito, o governo mostra resultados inquestionáveis, e há uma guerra no sentido de ocultar os fatos. Mas, destaco, mesmo com alta no preço dos alimentos, o nível da atividade econômica impede, na prática, a tragédia social do Bolsonarismo. A insegurança alimentar severa decresceu em 85% em 2023, com 8,7 milhões de pessoas deixando a extrema pobreza no mesmo período.O Brasil atingiu recordes de empregos formais em 2024, e o desemprego recuou para 6,2% em outubro de 2024. A persistir esse crescimento do emprego e da recuperação da renda e a diminuição da fome no país, teremos uma melhora substancial na vida do povo. A direita sabota a economia para impedir o crescimento do emprego formal que o governo Lula bombou. 

O fato de as organizações políticas e sindicais e boa parte do movimento social estarmos pouco capacitados para a solidariedade concreta, abriu o campo para o protagonismo de outros atores - e de uma nova geração, que não encontrou espaço nos nossos movimentos. É preciso ter espaços de solidariedade, além dos espaços políticos. Mesmo um olhar superficial, mas atento, permite notar a presença de organizações não governamentais, igrejas, coletivos, parte dos movimentos sociais, alguns sindicatos, o MST, que aprofundaram práticas de distribuição de cestas básicas, trabalho comunitário, zeladoria, incubadoras, microcrédito comunitário, hortas e cozinhas comunitárias, produção de alimentos, a economia solidária, os bazares comunitários, as vaquinhas, rifas, a promoção de acesso às políticas públicas, políticas afirmativas, atividade cultural regular nas periferias, apoio às pessoas em adiccão e situação de rua, apoio às pessoas no sistema prisional. É preciso aprender com eles. Mas existem esses encontros que permitam o diálogo, o aprendizado, a ação comum?

Por outro lado, a retomada do emprego formal para milhões de trabalhadores e trabalhadoras é uma oportunidade para um grande movimento de organização sindical de base e nas redes, colocando à prova nossa condição de vanguarda. Dirigir-se ao povo, tornar o sindicato uma central de lutas na região, lutar contra o cupulismo, o burocratismo, a pirâmide invertida, combater a autonomização dos representantes face aos representados. Afirmar os valores, as boas práticas com as ferramentas atuais, com o foco de organizar o povo. E com o emprego formal em crescimento, a incoerência da Deforma Trabalhista virá à luz, se lutarmos com a classe em busca de seus direitos. O debate sobre a organização do precariado e da juventude deveria ocupar um lugar central no debate sindical atual.

É uma realidade muito mais sinistra a que foi instituída após o Golpe de 2016, a COVID e Bolsonaro, tragédias demais para um período tão curto.. Para não sermos derrotados, é preciso sentir o custo do retrocesso em vidas, sonhos, em uma geração e no futuro da Nação brasileira. Temos de mudar tudo que deve ser mudado, como disse o Fidel. Há ainda uma distância imensa entre nós, desde a COVID, e a proximidade é mediada por  máquinas, e agora, somos instados a nos relacionar com as máquinas. No final, como única “saída”, sobrou um smartphone e os aplicativos que se conectam com a nossa alma, e a lêem, e dizem-nos como ser, sutilmente, prevendo nosso comportamento, moldando-o, balanceando jatos de dopamina e serotonina, dando nexos ao desfazimento dos laços de solidariedade do trabalho, dispersos e controlados, agora, pelo big data, pelas big techs e pelos 1% mais ricos.

É fundamental a Ciência e a tecnologia se unir na juventude brasileira para criarmos nossas plataformas digitais brasileiras para o emprego com direitos e a sociabilidade. Certamente, devemos priorizar a qualidade da comunicação, mas também é preciso combater a visão deslumbrada do usuário diante da tecnologia ou do vício. É preciso proximidade para separar a verdade da mentira, pois as redes não são nossas, mas o povo é. Ao processo de mudança do trabalho e retirada dos direitos que destroi a solidariedade e a consciência de classe, é preciso opor a recuperação econômica e o trabalho com direitos, mas não apenas.É insuficiente o nosso enraizamento junto ao povo, é preciso enxergar os  seus desafios para disputá-lo. É muito mais que contar com um bom governo ou melhorar o PIB, mas recuperar a confiança de uma classe trabalhadora muito judiada e descrente. Essa é uma tarefa que exige um amplo chamado à renovação e à luta. 

Fica a reflexão de Paulo Freire: “É fundamental diminuir a distância entre o que se diz e o que se faz, de tal forma que, num dado momento, a tua fala seja a tua prática.” Há muitas distâncias a superar, dentre elas, a artificial separação entre todos os que lutamos verdadeiramente pelo Brasil, pelos Direitos do Povo e pela Democracia. O presente é tão grande, não nos afastemos. O fim dessa distância entre nós é o que chamo de Frente Popular.


* Carlos Drummond de Andrade Mãos dadas https://www.jornaldepoesia.jor.br/drumm3.html#maos


Em defesa da PREVI - CTB Bancários DF - informações para o debate

 I - A PREVI https://www.previ.com.br/portal-previ/a-previ/estrutura-organizacional/


II - Prestação de contas

Informações para os Participantes 

https://www.previ.com.br/portal-previ/prestacao-de-contas/informacoes-para-os-participantes/relatorios/



III - Relatórios

https://www.previ.com.br/portal-previ/prestacao-de-contas/informacoes-para-os-participantes/relatorios/


IV - Enfrentando o debate

Previ se posiciona: https://www.previ.com.br/portal-previ/fique-por-dentro/noticias/previ-se-posiciona-sobre-noticias-de-auditoria-do-tcu.htm

Coube à matemática dar resposta ao preconceito 

https://coletivizando.blogspot.com/2025/02/previ-coube-matematica-dar-resposta-ao.html

PREVIC - Nota à imprensa com informações sobre a fiscalização realizada na PREVI-BB https://www.gov.br/previc/pt-br/noticias/nota-a-imprensa-com-informacoes-sobre-a-fiscalizacao-realizada-na-previ-bb


Nota de esclarecimento sobre os fatos envolvendo o TCU na auditoria à Previ https://contrafcut.com.br/noticias/nota-de-esclarecimento-sobre-os-fatos-envolvendo-o-tcu-na-auditoria-a-previ/


TCU abre auditoria para investigar suposto prejuízo na Previ https://www.cartacapital.com.br/justica/tcu-abre-auditoria-para-investigar-suposto-prejuizo-na-previ/


A postura curiosa do TCU com a Previ, por Luís Nassif - O estratagema: ministro analisou o comportamento do fundo em um período específico e constatou um prejuízo… naquele período. 

https://jornalggn.com.br/coluna-economica/a-postura-curiosa-do-tcu-com-a-previ-por-luis-nassif/


Os bambuzais de Brasília e a volta do arco conservador, por Luís Nassif

https://jornalggn.com.br/coluna-economica/a-volta-do-arco-conservador-judicial-da-lava-jato-por-luis-nassif/


A ação aberta pelo TCU contra a Previ - o fundo de pensão dos funcionários do BB - é tão extravagante que suscitou desconfianças imediatas.


A guerra econômica e a luta política - Paulo Vinícius da Silva https://coletivizando.blogspot.com/2025/02/a-guerra-economica-e-luta-politica.html?m=1


PREVI - Coube à matemática dar resposta ao preconceito - Carlos Vasco - Bancário aposentado do BB

Neste triste episódio de ataques à reputação da PREVI, impulsionado por alguns líderes da política interna e externa ao nosso ambiente, fios condutores do quanto pior melhor, ironicamente, a matemática se encarregou de dar uma resposta ao preconceito.


Tudo isso ocorreu em um ano em que os associados do Plano 1 têm motivos para comemorar uma melhora nos fundamentos de segurança e liquidez, evidenciada por uma carteira de investimentos com menor exposição a risco e melhores retornos futuros; e os colegas do PREVI Futuro têm razões ainda maiores para celebrar a vitória na luta pelo fim das regras que obrigavam a marcação a mercado na maior parte dos títulos em carteira, o que influenciará no saldo da sua reserva e no benefício de aposentadoria, para aqueles ainda na ativa.


*O preconceito contra um representante sindical dirigindo o Fundo, presente em parte da sociedade, foi confrontado depois que técnicos e especialistas em finanças não encontraram justificativas para o rendimento da renda fixa — investimentos que representam cerca de 70% dos planos — ter ficado abaixo do CDI e da poupança, o que se explica pela influência das regras de marcação a mercado.*


Primeiro, é preciso ter a compreensão de que planos previdenciários com perfil BD e CV possuem investimentos em renda fixa não indexados ao CDI, mas atrelados a papéis defensivos contra a inflação (NTNBs), num paradigma que se propõe a preservar os salários da fase laboral. Segundo, porque a marcação a mercado de títulos de fundos de pensão é uma matéria controvertida no mundo, pois apesar de ser uma regra de transparência transforma uma renda fixa em variável. Terceiro, porque não se administra um Fundo de Pensão nos moldes de uma carteira de pessoa física, que permite migrar aplicações num curto prazo.


A marcação a mercado significa que, todos os dias, o fundo verifica o preço desse título no mercado (quanto outros investidores estão dispostos a pagar por ele) e ajusta seu valor no balanço para refletir esse preço atual. Por exemplo, se o título foi inicialmente comprado por R$ 1.000, mas, devido a uma mudança nas condições do mercado, passa a ser negociado por R$ 950, o fundo ajusta o valor desse título no seu balanço para R$ 950. Esse ajuste é feito para garantir que o fundo sempre tenha uma visão atualizada e precisa de quanto realmente possui.


Nesse cenário, o efeito da marcação a mercado tanto na rentabilidade quanto no saldo é "meramente gerencial", pois não resulta em uma realização efetiva de lucro ou perda. O valor do título marcado a mercado reflete as flutuações do mercado, mas o fundo só realizará esses ganhos ou perdas se decidir vender os papéis antes do vencimento. Esse não é o caso da PREVI, cujas premissas de caixa asseguram a ausência de necessidade de desfazimento dos títulos antes do prazo.

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2025

É preciso de uma Frente Popular dentro da Frente Ampla - Breno Altman - Cortes Brasil 247

 

A guerra econômica e a luta política - Paulo Vinícius da Silva


"A unidade é a bandeira da esperança" - João Amazonas

"E quem me vê apanhando da vida/ Duvida que eu vá revidar
Tô me guardando pra quando o carnaval chegar"
Chico Buarque - Quando o carnaval chegar.

Um espectro ronda a América Latina, o espectro do golpismo. Com mais provas que as páginas da Bíblia Etíope, Bolsonaro tem passaporte carimbado para uma prisão em sala de estado maior, longe dos maus tratos e sevícias a que seu ídolo Brilhante Ustra reservava às suas vítimas, muitas ainda insepultas. É uma conquista democrática do Brasil a prisão em condições normais para Bolsonaro, assegurar-lhe os direitos humanos negados em inúmeras prisões em todo o Brasil. A despeito do júbilo, isso não soluciona nossos problemas. O céu é de ventos e trovoadas, e há que ser bom navegador e ter boa embarcação para ultrapassar as tempestades que a volta de Trump prometem. 

Eles promovem a sabotagem econômica aberta desde abril de 2023, com resolutos movimentos especulativos contra o Brasil e o governo Lula. Em conluio, deram-se dicas valiosas para o "mercado" amigo: a)  No dólar não se mexe, deixa subir, foi uma delas; b) Se a instabilidade aumentar, podemos reduzir o ritmo da queda dos juros, foi a outra. Desde então, o Real sofre com a especulação face ao dólar e os juros sobem. Para que? Para diminuir o crescimento do emprego, para ampliar o preço dos alimentos e limitar a distribuição de renda. 

Seleção das notícias: Socióloga Paula Reisdorf. Dieese - Bancários DF

Os especuladores aumentam os juros por trás dos empréstimos e da produção, aumentam o preço do dólar que afeta vários produtos, mas dizem que o mal é o crescimento do emprego. Amigos da onça, os governadores aumentam unilateralmente o ICMS que incide sobre a gasolina, e a culpa fica para o governo federal. a guerra econômica, as sanções e a guerra comercial são ferramentas preferenciais para judiar da população e voltá-la para derrubar o governo. Agora, vemos isso no Brasil.

Isso é um jogo do tigrinho ampliado, o jogo da democracia burguesa cercada pelo fascismo, pelo poder absoluto dos ricos contra os trabalhadores e trabalhadoras. Pode-se até jogar bem, mas o game over é certo. É preciso mudar o jogo. 

A democracia neoliberal representativa já tinha sido expurgada da participação popular. Sucessivos poderes entraram para impedir o exercício da soberania popular. A independência do BACEN, o orçamento impositivo ou não e, agora, as bigtechs. O povo precisa entrar no jogo.

A unificação da comunicação sob a liderança de lula é parte importante da batalha, mas há muito o que fazer no sentido de organizar o povo, e é para isso que serve uma frente popular. A liderança de Lula ultrapassa seu governo e o PT, é fruto das mais profundas e titânicas forças do povo brasileiro, mas o povo que subiu a rampa precisa agir politicamente para fazer cumprir o seu programa, para desmascarar as tramas golpistas que não cessaram em 8/1/2023 e não cessarão até a prisão de Jair Bolsonaro e sua familícia. É uma tarefa maior que qualquer partido, é preciso construir a unidade capaz de a cumprir.

Urge organizar nas comunidades, escolas, nas ruas e nas redes, a dispersa militância progressista e de esquerda, a vanguarda no seio da Frente Ampla que se ensaiou, mas que não se consolidou, ainda. É preciso baixar o degrau para o povo poder ampliar sua participação política. 

Ao contrário, empareda-se o presidente Lula. Os aumentos artificiais absurdos de preços, a sabotagem do orçamento do governo, a voracidade dos especuladores, as mentiras da mídia prometem fortes emoções ao  longo desse semestre que verá os procedimentos judiciais definidores do destino de Bolsonaro. Até lá, não haverá descanso, muito ao contrário, será justiça de um lado e  pedido de anistia de outro.  Quem comandará as ruas e as redes?

Também o povo deve se unir e mobilizar. Tradicionalmente, o carnaval, 8 de Março, o 28 de Março e o Primeiro de Maio dão o tom do nosso povo, quando é para a luta crescer. O carnaval abre os caminhos das mais deliciosas manifestações das multidões em festa, e sempre teve conteúdo político. O 8 de Março é a força da maioria das pessoas, as mulheres, por sua vida e dignidade, luta de gerações e fortes tradições socialistas. O 28 de março marca o dia do assassinato do estudante secundarista Edson Luís de Lima e Souto, de Belém do Pará, aos 14 anos, no restaurante Calabouço, no Rio, em 1968, é uma data lembrada até hoje em manifestações estudantis, maiores até que o Dia do Estudante, aniversário da UNE, 11 de Agosto. 

Há uma grande expectativa esse ano sobre o Primeiro de Maio, Dia Internacional da Classe Trabalhadora. As centrais sindicais devem uma jornada de desagravo aos trabalhadores face ao golpismo, um ato à altura de São Paulo e por todo o Brasil. Por sua natureza estratégica, Brasília necessita de um Primeiro de Maio unificado e que abranja todo o Distrito Federal. Nesse roteiro do primeiro semestre poderemos, na luta, avançar com povo nas ruas e ações organizadas,  uma só voz para defender o desenvolvimento e a democracia e exorcizar o golpismo.



domingo, 2 de fevereiro de 2025

Breno Altman entrevista Nicolás Maduro - Opera Mundi

Parte da campanha do imperialismo estadunidense passa por demonizar as lideranças que questionam a sua hegemonia. O cancelamento e a cacofonia que não permitam saber quem são esses líderes, nem o que dizem, o apoio que conquistaram de milhões de pessoas organizadas, enfrentando a guerra híbrida e a guerra aberta.

Tal como Lula, Maduro foi alvo de uma campanha de demonização e infâmias, inclusive com o desdém e o desprezo pela capacidade intelectual desses líderes de extração proletária. Afinal, Maduro era um motorista de ônibus. Lula era um torneiro mecânico. O pobre e o trabalhador não teriam como pensar. Maduro fala por si, é preciso ouvi-lo.

Afinal, a regra de ouro da mídia empresarial hegemônica é jamais escutar esses(as) líderes. Aqui se aplicam com requintes de crueldade os princípios da propaganda nazista que se fixaram na figura de Goebbels. Maduro é alvo de uma campanha orquestrada que o reduz e simplifica, colocando-o como inimigo. Transpõem-se todos os males para a sua exclusiva responsabilidade, com o fito de tirar o líder e dispersar o povo. Para isso, ele é desfigurado, seus traços são exagerados para impedir a empatia e o reconhecimento do outro. Silenciá-lo, torná-lo odioso, impedir que o vejamos e escutemos. Vulgarizar a pessoa e tudo o que diz, o mesmo tempo que lhe atribui poderes mágicos de supermanipulação. Avoca-se um suposto consenso universal com as mesmas fontes, e oculta-se qualquer progresso, qualquer notícia positiva. 

É preciso reconhecer que o bloqueio informativo contra a Venezuela é uma pista valiosa de que eles podem estar vencendo. Mais que pedir atas, deve preocupar ao Lula e ao Brasil como os estadunidenses e a oposição de extrema direita inviabilizaram em grande medida a eleição na Venezuela, pois é esse o risco que corremos em 2022 e novamente correremos em 2026. Tentaram melar as eleições e perderam no plano interno, o essencial. Precisamos saber por nós mesmos como enfrentar esse tipo de golpe. Os venezuelanos são donos de seu destino, e enfrentam vencendo inimigos que nos derrotaram mais de uma vez. Deveríamos aprender mais com eles.

Por tudo isso, é didática a entrevista do impávido Breno Altman a Nicolás Maduro. 

 Paulo Vinícius da Silva 

*[EXCLUSIVO] Breno Altman entrevista Nicolás Maduro - programa 20 Minutos



sábado, 1 de fevereiro de 2025

Portal Vermelho - Filme “Doutor Araguaia” é exibido no Recife e em Natal - João Carlos Haas Sobrinho, o jovem médico da Guerrilha do Araguaia contra a Ditadura



Cultura

Filme “Doutor Araguaia” é exibido no Recife e em Natal

Documentário conta a trajetória de João Carlos Haas Sobrinho, jovem médico sanitarista militante do PCdoB na Guerrilha do Araguaia, executado aos 31 anos por agentes da ditadura militar.




por André Cintra

https://vermelho.org.br/2025/01/29/documentario-doutor-araguaia-e-exibido-no-recife-em-natal/
por André Cintra

Publicado 29/01/2025 16:15 | Editado 29/01/2025 17:29


O documentário Doutor Araguaia – que conta a trajetória do médico gaúcho João Carlos Haas Sobrinho (1941-1972), militante do PCdoB – será exibido em duas capitais nordestinas. Conhecido como “Doutor Juca”, Haas participou da Guerrilha do Araguaia, onde foi preso e executado por agentes da ditadura militar aos 31 anos. Seu corpo jamais foi localizado.

Nesta quinta-feira (30), o filme terá uma sessão especial no Recife (PE), em meio à programação da 14ª Bienal da UNE (União Nacional dos Estudantes). Após a exibição, haverá debate com o diretor de Doutor Araguaia, Edson Cabral, e com a roteirista, Sonia Hass.

Já na sexta-feira (31), a pré-estreia será no Espaço Rampa, em Natal, também com a presença de Sonia, que é irmã de Hass. O evento será organizado pelo Comitê Estadual de Memória, Verdade e Justiça do Rio Grande do Norte e pelo Conselho Estadual dos Direitos Humanos e Cidadania (COEDHUCI).

Doutor Araguaia foi selecionado no edital Audiovisual Tocantins 2023, lançado pelo governo estadual, com recursos da Lei Paulo Gustavo. A Fundação Maurício Grabois foi uma das colaboradoras do projeto.

As primeiras exibições do filme ocorreram em novembro, nas cidades de São Leopoldo (RS), Porto Alegre (RS) e Porto Franco (MA). O lançamento em circuito comercial está prevista pata março e abril, em Palmas, Brasília e São Paulo.

“Enxergo essa minha busca pelo João Carlos, pela história dele e pelo resgate de sua dignidade, como uma missão. Então, lançar esse documentário é parte dessa missão, uma parte muito importante, simbólica, que vai registrar toda a caminhada dele”, declarou Sonia Haas numa das pré-estreias do filme.