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domingo, 21 de abril de 2019

A Organização do Partido entre os Trabalhadores - 4° Encontro Sindical Nacional do PCdoB - 2011

O principal elo do Partido com as massas trabalhadoras deve ser os sindicatos. Por intermédio delesa política e a organização do Partido podem evoluir crescentemente. Duas questões essenciais servem de premissa para o debate a respeito da organização do Partido entre os trabalhadores:
1. A centralidade do trabalho; e
2. que a classe trabalhadora deva ser a força social mais avançada e numerosa na luta contra o capitalismo e pela edificação do socialismo. Essa realidade coloca no topo da agenda do Partido
a necessidade de avançar em sua organização entre os trabalhadores.


O Programa Socialista do PCdoB destaca a luta por um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento (NPND). Acumular forças para conquistar a hegemonia na sociedade ocorre, fundamentalmente, em três áreas: na luta político-eleitoral, na luta de ideias e na luta social. Neste último aspecto,
os sindicatos são a principal e mais importante organização de massas dos trabalhadores. O crescimento dos comunistas na frente sindical é uma âncora essencial para elevar a influência do Partido entre os trabalhadores. O aprimoramento da ação sindical do PCdoB, por isso, deve ser tarefa prioritária. Como em outras áreas, também na frente sindical o Partido enfrenta problemas, dentro de um quadro geral de avanços. O êxito mais importante dos comunistas nos últimos anos foi, sem
dúvida alguma, a fundação da CTB e sua afirmação no cenário sindical brasileiro. Com a CTB, o sindicalismo brasileiro passou a contar com uma importante ferramenta paraconstruir sua unidade e difundir uma concepção classista. Os comunistas estão presentes em mais de 500 entidades sindicais em todos os níveis e em todos os estados do Brasil. A singularidade do atual período é o ingresso no Partido de importantes lideranças sindicais vinculadas a outras centrais sindicais – fato que pode contribuir para o avanço das nossas concepções classistas e para a unidade do movimento sindical brasileiro.

Este 4º Encontro Sindical Nacional deve aprovar medidas para fortalecer o trabalho intersindical do Partido. Ao lado disso, deve também priorizar nossas Organizações de Base (OB). Na esfera estritamente sindical, a OB é a estruturação do Partido nos locais de trabalho, embora haja um amplo campo a ser explorado, que é a organização dos trabalhadores também nos locais de estudo e moradia, organização a partir das relações de trabalho.

Uma primeira medida organizativa é a constituição, em todos os comitês estaduais e nos maiores comitês municipais, das secretarias sindicais. Estas precisam atuar em sintonia com a área política, de organização e de formação dos comitês partidários. O esforço conjugado do núcleo principal de direção no acompanhamento da frente sindical deve ser uma grande prioridade
do PCdoB.

O principal elo do Partido com as massas trabalhadoras deve ser os sindicatos. Por intermédio deles a política e a organização do Partido podem evoluir crescentemente. Mas outras ferramentas partidárias (parlamentares, membros de governo, intelectuais) precisam ser acionadas para multiplicar a capacidade de avanço do PCdoB nessa área estratégica.

Com relação aos sindicatos, surge a necessidade de enfrentar um problema que vimos chamando de “pirâmide invertida”. Trata-se de um desvio cupulista, um problema que afeta boa parte dos sindicatos em que os comunistas atuam. Essa debilidade se traduz na situação
anômala em que uma grande parte dos nossos camaradas se concentra na direção dos sindicatos, havendo poucos militantes intermediários e reduzida organização sindical e partidária na base.
Pouca organização nas bases, nos locais de trabalho e insuficiente renovação geram rebaixamento do funcionamento partidário. O resultado acaba sendo poucas novas filiações ao Partido, esgarçamento da vida militante e precarização do trabalho sindical. Quando a rotina se impõe, a tendência é a substituição das discussões políticas por intermináveis debates sobre a gestão do sindicato.

Muitos comunistas que têm a responsabilidade de dirigir sindicatos se consideram autossuficientes. Um aprimoramento nos critérios para a definição de seus papeis partidários constitui uma necessidade. A manutenção do comando das entidades, nessa falsa visão, dispensa um trabalho permanente de organização de base e ampliação do número de recrutamentos para o PCdoB. Com isso, novas filiações se realizam a conta-gotas. Registre- se também uma confusão organizativa: praticamente desaparecem as fronteiras entre a fração sindical e os comitês partidários. Formas organizativas improvisadas buscam mais equacionar os problemas sin- dicais do que tratar das demandas partidárias.

A pirâmide invertida (muitos militantes na cúpula sindical e poucos na base) acaba sendo o caldo de cultura para o burocratismo sindical, para o espírito de rotina e o rebaixamento do trabalho sindical. Esse engessamento da vida partidária e sindical afunila os espaços para o surgimento de novas lideranças e estimula a prática da reeleição indefinida dos mesmos dirigentes. Em alguns casos, esse fenômeno gera fadiga de material, desgaste na base e mesmo derrotas eleitorais.

Outra debilidade é a pouca participação de jovens e mulheres nas direções sindicais, em flagrante contradição com o aumento desses segmentos entre os trabalhadores.

São múltiplas as causas desse fenômeno. A atual juventude trabalhadora não se sente motivada para a
vida sindical e as mulheres enfrentam barreiras para potencializar sua participação. Pela importância
que tem a juventude – hoje (2011) cerca de 67 milhões de pessoas na PEA, com inegável presença em categorias fundamentais –, devemos ser ousados na incorporação do(a) jovem trabalhador(a), investindo na sua organização e no seu papel de ponte indispensável para o contato com a
classe trabalhadora.

Devemos ainda incentivar os jovens atuantes no movimento estudantil a atuarem na frente sindical quando de seu ingresso no mundo do trabalho. A CTB deverá fomentar o ingresso desses jovens, principalmente nas categorias de importância estratégica para a Central, lançando mão, inclusive, da realização de cursos preparatórios para concursos públicos para os jovens militantes comunistas e socialistas, com vistas a interromper o hiato entre o término da militância estudantil e o
início da militância sindical.

Em conjunto, esses sintomas negativos provocam rebaixamento da ação intersindical, falta de solidariedade entre os trabalhadores das diversas categorias e destas com o movimento social, negligência com o fortalecimento da central sindical e com o próprio Partido. Por isso,
os comunistas buscam, neste 4º Encontro, detectar esses fenômenos negativos e cuidar de sua superação.

As tarefas de estruturação partidária devem privilegiar a organização do Partido entre os trabalhadores. Embora sejam instâncias distintas, há uma relativa relação de causa e efeito entre o avanço sindical e partidário. Por isso, a questão sindical não pode ficar circunscrita às secretarias sindicais e aos militantes da frente sindical.


Leia a Revista do 4º Encontro Sindical Nacional do PCdoB (2011)

2 comentários:

  1. O fundo ta muito poluído, pelos menos do celular é quase impossível e agoniante ler o texto. No mais, estamos juntxs.

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    Respostas
    1. Amatec, muito obrigado pelo toque. Estou agora com uma equipe coletivamente melhorando o Blog e a sua crítica nos ajuda, é justa e correta. Tá melhor agora? Também tentamos deixar melhor a visibilidade pata o Celular e a mudança de fontes visa a deixar o texto mais ventilado. Obrigado!

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