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quarta-feira, 6 de fevereiro de 2019

UNIDADE E LUTA SÃO DA VIDA - Paulo Vinícius Silva



Diante do cenário complexo, desafiador e incerto, com a grande força dos setores conservadores, o momento internacional marcado pela agressividade e a instabilidade, os comunistas do Brasil empreenderam consciente e publicamente um movimento tático importante, nesse momento da eleição da Câmara. É um movimento de ampliação do campo e de afirmação da autonomia política do PCdoB. Ninguém se espante. Unidade e luta são da vida, a unidade é conquista, e há luta e contradições.  quadro é nebuloso, é normal haver divergência e incompreensão. A despeito das confusões, o gesto do PCdoB se afirmará,  pois consistiu de um consciencioso movimento:
1) um "t á ligado" habilidoso no hegemonismo petista e a composição de um núcleo de esquerda mais amplo, que integra o PDT;
2) A antecipação prática do que se mostrou como um ataque à legalidade do PCdoB até pelos partidos aliados, que queriam toldar sua existência, ameaçada pela Cláusula de Barreira. Esse sim foi o PIOR MOMENTO DA ESQUERDA desde a prisão do Presidente Lula (#LulaLivre). Pior porque foi um ataque, não uma divergência, e foi um ataque a quem sempre os defendeu. Escancarou o protagonismo do PCdoB e seu papel numa construção mais ampla como estratégia de cerco ao bolsonarismo e o sectarismo de quem defende isolar a esquerda. O PCdoB fez um movimento defensivo. O ataque do PSOL, que lhe é natural - fizeram pior com Lula e Dilma -, não escondeu a autoria do discurso. Acabou por semear a confusão, derrotismo e o desespero no seio do povo, além da mágoa. Isso é insustentável e um atraso para a esquerda, porque é uma mentira, é o elogio da burrice tática, e porque o PCdoB segue na luta e cumprirá imenso papel. Esse ataque e essa mentira terão custo. Menor, no entanto, porque um movimento fracassado e desmoralizado, o que ilustra o peso e a efetividade da articulação políticas do PCdoB. Orlando Silva se agigantou - de novo. A dureza do ataque, no entanto, não apenas justifica o movimento ao centro liberal dos comunistas, mas deixa um sabor amargo que se soma a muitos outros. Não terá o PT como sustentar uma tática de tamanho isolamento e - assim, perderá seu discurso radical de quem nega alianças fazendo alianças, de quem tanto já "chamou o Meirelles", pra não ter de citar outros. A postura do PCdoB demonstra que lutará pela sua tese de Frente Ampla e que não será atacado de graça. O cansaço com o exclusivismo petista e as dificuldades não apenas tornarão letra morta os ataques - prevalecerá a unidade -, mas afirmarão a justeza do movimento tático dos comunistas para a retomada da iniciativa política e a construção de um amplo movimento, que supere o campo de foças do segundo turno;
3) o aumento do Protagonismo no legislativo do PCdoB a despeito do quadro alarmante da oposição na Câmara, aonde ainda assim há possibilidades de pressão organizada. Ao contrário dos jênils do "nenhum compromisso", "cair de pé", "que feio esse negócio de política, deixa isso pra lá", PCdoB e PDT lideraram a ocupação de espaço mais efetiva, constrangidos pelo PT, mas focados no resultado. Assim, ampliou-se o campo político para além do PSOL e do PT, situação mais suicida que poderia existir. Por que? Porque resultaria em aprovação de tudo pelo governo e maioria qualificada. No fim das contas, foi o respeito ao regimento, à proporcionalidade, ao direito da minoria e ao funcionamento do parlamento. Essa amplitude e essas regras são o melhor cenário para protagonismo dos(as) parlamentares comunistas que estarão no 220 V;
4) PCdoB liderou um movimento defensivo que, além de significar auto-preservação, significa uma trincheira;
5) Mas trincheira não é pra avançar, é pra resistir. Só a mobilização popular, e digo, da juventude em aliança com a classe trabalhadora pode completar a tática da resistência. Isso não nos exime de encontrara as saídas com um pé na institucionalidade. Sem um levante do povo brasileiro - muitas vezes liderados pela aliança dos estudantes e dos trabalhadores(as) - vai avançar enormemente agenda conservadora, ultra-liberal e fundamentalista. Os números são desanimadores. Não adiantava bater o pé no chão e fazer biquinho por ser minoria. Como no passado o campo já cercou a cidade, é preciso cercar o parlamento em defesa da Educação, da Previdência, da C&T e da Amazônia e de suas populações, dos direitos e da saúde dos trabalhadores(as).
6) A defesa da Pátria em perigo, da Democracia violada, dosDireitos Humanos ameaçados, dos Direitos Trabalhistas atacados, dos Direitos iguais negada, a luta pela vida da juventude negra assassinada e contra o racismo na sociedade e no estado,as lutas pelo corpo livre das mulheres e por seus direitos e vidas segadas, em defesa dos direitos LGBT discriminados, tudo isso são caminhos para unir o povo numa GRANDE AGENDA COMUM DE RESISTÊNCIA e é em torno dessa agenda que deve se construir a Frente Ampla. Às vezes, serão temas difusos ou situações espontâneas que definirão a importância das bandeiras, mas os momentos de embate devem servir a estreitar a relação numa Frente Ampla de resistência.
7) A aliança na Câmara não significou cedência de posições, nem deles, nem nossa, quanto à agenda. Tampouco esgota nossa tática. Foi uma manobra de autopreservação institucional e democrática, um dos momentos dessa luta longa, mas não o único. Esse dado da correlação de forças não foi inventado, existe, veio das urnas. Não podemos impedir uma situação de maioria, nem achar que essa aliança foi uma trégua. Foi mais o reconhecimento dos contendores, a delimitação de espaços e as regras da luta. Ainda que não possamos reverter nessa legislatura a condição de minoria, excluídos do Executivo, do Judiciário, derrotados no Senado e com a situação complexada Câmara, podemos fazer muito, dentro das Casas, nas ruas e nas redes, sobretudo impedir o quorum de mudanças na CF de 1988. Esse realismo e essa vontade de luta é que definirão os próximos acontecimentos e se convertem, em minha opinião, em uma grande contribuição do PCdoB e do PDT à busca de caminhos efetivos para a defesa do Brasil, da Democracia e dos Direitos do povo.
7) Os desgastes serão resolvidos na luta, com o que somos, fomos e seremos. Vamos pra cima, camaradas, frente ampla, sim, com respeito, sem hegemonizamos, sem histeria vã, com realismo e ousadia para virar o jogo.
8)O ataque à legalidade do PCdoB pelos partidos aliados que queriam toldar sua existência ameaçada pela Cláusula de Barreira, esse sim é o PIOR MOMENTO DA ESQUERDA desde a prisão do Presidente Lula (#LulaLivre). Pior porque escancarou o incômodo com o protagonismo do PCdoB e seu papel numa construção mais ampla como estratégia de cerco ao bolsonarismo. Em vez de ensinar que a luta será complexa, dura e não linear, criaram uma ilusão de pureza que é só burrice para o inimigo nos atacar. Mas a compreensão virá, e precisa vir, senão será sempre 7 a 1. O movimento de conter na marra o PCdoB foi fracassado e desmoralizado, o que ilustra o peso e a efetividade da articulação políticas do PCdoB. A dureza do ataque, no entanto, não apenas justifica o movimento ao centro liberal dos comunistas, mas deixa um sabor amargo que se soma a muitos outros. A postura do Partido demonstra que lutará pela sua tese de Frente Ampla e que não será atacado de graça. O cansaço com o exclusivismo petista e as dificuldades não apenas tornarão letra morta os ataques - prevalecerá a unidade -, mas afirmarão a justeza do movimento tático dos comunistas para a retomada da iniciativa política e a construção de um amplo movimento, que supere o campo de foças do segundo turno;
8) Esgotou-se todo um período de acumulação de forças que iniciou em 1985. Precisamos de uma nova linha de massas.

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