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Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

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segunda-feira, 18 de julho de 2016

As forças dos fracos são número e astúcia - Paulo Vinícius Silva

Ante a possibilidade real de se firmar o golpe entreguista, antipopular e obscurantista, observei verdadeira escalada de críticas à esquerda consequente, que não se omitiu diante do fato público e notório de nossa situação de minoria na Câmara mais reacionária de há muito. No episódio da eleição da Presidência da Câmara, essa posição advoga não haver diferenças das candidaturas por se situarem tanto Rosso (PSD-DF) quanto Maia (DEM-RJ) no campo golpista.

O centro dessa posição ignora a correlação de forças e faz o elogio da "derrota com honra", o que mostra a sua bisonhice inaceitavel. É de uma empáfia ingênua, péssima conselheira.

A bola ainda está em campo, e não devemos aceitar o fatalismo diante do cenário dificílimo vivido. A lógica do "tá perdido, não vale a pena" é o inverso do que quer parecer. Longe de altiva, expressa o desespero dos setores médios aliados, a renegar de modo pueril a complexidade do contexto e as consequências de sua omissão face ao avanço da direita, ampliando-lhe ainda mais a força para o desmonte da Constituição de 1988 e dos avanços dos anos Dilma e Lula.

Quem critica "manobras parlamentares" da esquerda minoritária e sob o golpe, finda por ajudar a desarmar quem, em verdade, merece apoio, abrindo ainda mais o flanco para o avanço conservador. Amigos(as), é a Câmara... essa Câmara... como anatemizar as nossas manobras parlamentares!!?? Será que não nos apercebemos que isso é uma completa bobagem? Será que não vemos a própria imprensa golpista a exigir uma suposta "coerência" que nada mais é que o suicídio?

Os argumentos da centralidade de se dividir o campo golpista, de ampliar isolamento de Cunha e retomar os direitos da minoria para que a luta se dê em melhores condições ilustram a verdadeira luta contra o Golpe, e não os muxoxos de quem deserta do confronto real, que não escolhemos, e que não podemos declinar, para o bem do país, da democracia e da classe trabalhadora. Já dizia Engels do erro de se apresentar a impaciência como argumento teórico.

Quando o esquerdismo eh a reserva da direita

Numa batalha na Câmara, o elementar é saber fazer contas... Ora, mesmo de fora, eh clara a situação minoritária dos setores democráticos e progressistas. Esse é o dado de realidade. O desastre da articulação política de Dilma aí principiou, com a candidatura funesta de Chinaglia que nos rendeu a previsível vitória de Cunha e tudo que vivemos desde então. Isso já ocorreu, portanto. O realismo impunha definir o alvo e o objetivo possíveis, esta sim a política justa num campo minado. Acenar para a possibilidade de ir para o segundo turno elude o dado triste, mas real, de que a candidatura do PSOL visou a semear a ilusão de viabilidade de uma vitória progressista, quando na verdade era a reserva de mercado da vitória da direita já no primeiro turno. Eram os votos que jamais apoiariam, por exemplo, um candidato como Marcelo Castro, democrata, progressista e do PMDB. Ademais, ainda que possível fosse, isso não nos livraria da derrota no segundo turno, e uma hesitação dessa natureza favoreceria ainda mais a articulação Cunha/Temer pela eleição de Rosso. Não era marra que se exigia da esquerda, mas fazer conta, ter consequência e coragem de pegar na rodilha do pote. Tipo de missão que, historicamente, resta ao pequeno que pensa a grande política, o PCdoB.

Tempos sombrios e as táticas adequadas

Trabalhamos, estudamos, vivemos e agimos como se tudo bem estivesse, e até dizemo-lo: tudo bem. Mas não está. Vivemos um golpe. E as consequências dessa derrota podem aniquilar a democracia, as ferramentas do desenvolvimento nacional (CEF, BB, BNDES, PETROBRAS) e as conquistas desde a CLT. No mundo, a situação não é melhor. Nesse contexto, o giro da proposta do Plebiscito e a ousada costura na eleição da Presidência da Câmara devem cumprir importantíssimo papel pedagógico para o campo progressista.
Sinalizam para o fim da arrogância tão cara ao hegemonismo petista. Repõem a centralidade de ampliar o arco de alianças para dividir o adversário e chamar o povo à decisão sobre o seu futuro. São importantes alertas para a coragem da utilização de todas as armas restantes da nossa incipiente democracia. Cercada pelo aparato judiciário policial, pela imprensa golpista, pelas oligarquias, pelo sistema financeiro e pelos fundamentalistas e fascistas, não temos o direito de ser burros, de jogar a toalha.
Mais do que nunca, carecemos de povo consciente e na rua, mas também da astúcia, que é a força dos fracos, como nos ensinou Chicó, do Auto da Compadecida, do imortal Ariano Suassuna. Longe da minha reprovação, merece meu aplauso a esquerda consequente que enxergou com clareza a centralidade da batalha contra Cunha, e que fez o que era preciso.

sexta-feira, 15 de julho de 2016

Pedalada de Dilma não é crime, confirma Ministério Público - Portal Vermelho



O Ministério Público Federal (MPF) concluiu que as pedaladas fiscais não configuram crimes comuns, inclusive as que embasam o processo de impeachment de Dilma Rousseff. O procurador da República no Distrito Federal Ivan Claudio Marx pediu arquivamento de investigação aberta para apurar possível infração penal de autoridades do governo da presidenta, em parecer enviado à Justiça nesta quinta (14). Os argumentos sobre as pedaladas coincidem com os da defesa de Dilma no processo de impeachment.

 

O procurador analisou seis tipos de manobra do governo Dilma, ouviu integrantes da equipe econômica e analisou auditorias do TCU e documentos das operações. De acordo com ele, as manobras não se enquadram no conceito legal de operação de crédito ou empréstimo, portanto, não seria necessário pedir autorização ao Congresso. As informações são do jornal paulista Estadão.

O procurador concluiu, todavia, que as manobras visaram maquiar as contas públicas, principalmente em 2014, o que determinaria improbidade administrativa, um delito civil. O despacho diz que o governo não fez pagamentos nas datas acordadas, descumprindo contratos com bancos e que, em alguns casos, os atrasos em repasses tinham previsão legal e que as autoridades não tinham a intenção de fazer empréstimos ilegais.

Na semana passada, o procurador já tinha arquivado um procedimento específico sobre o BNDES e, agora, arquiva todas as outras investigações de atraso em pagamentos com o mesmo entendimento, de que se trata de "inadimplemento contratual".

“Não foram os aumentos nos volumes de débitos da União, surgidos a partir de 2013, que configuraram o crime de ‘operação de crédito sem autorização legislativa’. De modo que, desde o ano de 2000, esse crime vem sendo praticado e todos os seus praticantes devem ser responsabilizados ou nenhum o deve, no caso de se entender que não tinham conhecimento de que o tipo penal criado no ano de 2000 se amoldava àquela praxe preexistente e que permanecera até 2015 sem qualquer questionamento por parte das autoridades de controle”, disse o procurador, citando o TCU.

Clique aqui para ter acesso à íntegra do despacho.

 Fonte: Jornal do Brasil

quinta-feira, 7 de julho de 2016

LGBT TEM DIREITO DE VIVER - UNA LGBT e movimentos denunciam assassinato do estudante Diego Vieira Machado na UFRJ

O Brasil tem sua trajetória marcada pelo patriarcado e escravagismo, sempre dirigido pelo coronelismo e uma política fundamentalista que vem a cada dia desrespeitando a laicidade do estado democrático de direito. Na última década conquistamos com muita luta a ampliação do acesso e permanência da juventude pobre e preta nas Universidades, mas a cultura elitista e patriarcal permanece, mesmo com diversas ações e políticas afirmativas para a promoção da igualdade de direitos para mulheres, povos e comunidades tradicionais, LGBT e a população negra, os racismos e as LGBTfobias assim como os machismos estão enraizados em nosso sistema que se utiliza do discurso do ódio e da intolerância para aumentar a opressão e garantir os privilégios das classes elitistas brasileiras.

O Estado Brasileiro, embora tenha ampliado o acesso à educação para a população negra e pobre, não enfrentou de forma contundente os racismos, não temos uma política de educação e de permanência para nossos estudantes que valorize a diversidade e promova uma cultura de respeito às diferenças. As discriminações são de classe, são contra o povo que não está de acordo com os padrões estabelecidos por este sistema patriarcal e capitalista. O Brasil foi considerado pelo New York Times, o país mais perigoso para a população LGBT no Mundo.

No dia 2 de Julho, na Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Racismo e a LGBTfobia levaram mais um jovem à morte. O corpo do estudante Diego Vieira Machado, nortista do Estado do Pará, gay e negro, foi encontrado com sinais de espancamento às margens da Baía de Guanabara, na Ilha do Fundão. Lamentavelmente esse não é um caso isolado, o recado vem sendo dado, grupos conservadores e fascistas, legitimados por discursos odiosos e fundamentalistas, vem dando sinais de alerta, não aceitam as populações negras e de LGBT em espaços que antes eram privilégios das elites branca e heteronormativas.

É importante ressaltar que outros estudantes, inclusive a vítima, tinham recebido mensagens de ódio e ameaças originadas de grupos conservadores da universidade, endereçadas especialmente a negros e gays. Estes elementos nos remetem à conjuntura política pela qual estamos passando, o conservadorismo, o fundamentalismo religioso e diversas outras expressões de ódio são características deste processo de golpe.
Precisamos aprofundar o debate sobre as ações a serem tomadas nas Universidades, e no conjunto da sociedade brasileira, estabelecer com o conjunto dos movimentos sociais LGBT e Estudantil uma campanha a ser realizada sistematicamente nas Instituições Públicas e Privadas.

Nos solidarizamos aos familiares e amigos do Diego, de outras tantas vítimas da LGBTfobia, dos racismos e machismos e nos comprometemos em lutar diuturnamente e sem descanso para desconstruir estes padrões, enfrentar a violência e construir um novo modelo de sociedade, que considere e respeite as mulheres a população pobre, negra e LGBT.

Assinam:

UNIÃO NACIONAL DE LÉSBICAS, GAYS, BISSEXUAIS, TRAVESTIS E TRANSEXUAIS - UNALGBT

ANTRA - ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE TRAVETIS E TRANSEXUAIS

REDETRANS - REDE NACIONAL DE PESSOAS TRANS - BRASIL

ARTGAY - ARTICULAÇÃO BRASILEIRA DE GAYS

UNIÃO BRASILEIRA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS - UBES

UNIÃO NACIONAL DOS ESTUDANTES - UNE

UNIÃO BRASILEIRA DE MULHERES - UBM

UNIÃO DA JUVENTUDE SOCIALISTA - UJS

UNIÃO DE NEGROS PELA IGUALDADE - UNEGRO

GRUPO LAMBDA LGBT

UNIÃO PAULISTA DOS ESTUDANTES SECUNDARISTAS - UPES

CENTRAL DE TRABALHADORAS E TRABALHADORES DO BRASIL - CTB

terça-feira, 5 de julho de 2016

BB Digital: Bom para quem? Luíza Bezerra.

O Banco do Brasil vem implementando nos últimos meses seu novo modelo de atendimento aos clientes: o BB Digital. Trata-se da retirada das carteiras Personalizado (PF) e Empresa e Pequena Empresa(PJ) das agências, colocando-as em Escritórios Virtuais. O BB tem vendido o modelo como se fosse melhor tanto para o cliente como para o funcionário. Será mesmo?

Num mundo em que a tecnologia está cada vez mais presente no nosso dia a dia, muitas vezes facilitando a resolução das mais variadas questões, não é possível que sejamos contra a utilização dos canais virtuais, inclusive, pelos bancos. O problema não está no digital, e sim no modelo de banco que está por trás de sua implementação,  semelhante em todas as instituições financeiras: menos funcionários, mais clientes, mais metas e voltado para a alta renda. Esse modelo vem acompanhado da prática realizada pelo Banco do Brasil de jogar os clientes de baixa renda ao correspondente bancário, que nada mais é que uma terceirização (má) camuflada do trabalho bancário.

Todos esses fatores juntos indicam uma redução de postos de trabalho dentro do BB e de outros bancos que têm adotado um modelo semelhante, bem como o fechamento de mais agências bancárias (em Porto Alegre, somente nesse início da implementação, irão fechar 2 agências do BB). Os dados demonstram que essa redução de pessoal já está acontecendo: desde o final de 2012 até março de 2016, o BB acabou com 4.318 postos de trabalho. As contratações realizadas no período não compensaram as demissões e nem os pedidos de adesão ao Plano de Aposentadoria Antecipada de 2015.

Ao criar esse modelo, o BB se espelha nos bancos privados, como Itau e NU Bank. Enquanto no primeiro temos presenciado problemas de superlotação das agências por falta de funcionários e a centralização dos canais digitais apenas em São Paulo, no segundo sequer temos bancários. Ou seja, o modelo digital tem servido para atacar fortemente os postos de trabalho dos bancários e bancárias, além de precarizar o atendimento à população de baixa renda, principal cliente presencial das agências.

Além disso, o Banco não está dando opção real para seus clientes: ou migra para o BB digital ou fica com um atendimento sem gerente de contas nas precarizadas agências. O BB, sem levar em conta a questão cultural da população brasileira - pois boa parte ainda prefere o contato presencial - está fazendo com que as agências fiquem ainda mais lotadas e, agora, com menos pessoal para dar conta desse atendimento.

O Banco do Brasil precisa retomar seu papel de banco público, ajudando a desenvolver o Brasil, garantindo crédito acessível a todos, fomentando as políticas sociais do Estado e valorizando seu funcionalismo. Por isso, somos contra qualquer modelo que vise à redução dos postos de trabalho, o fechamento de agências, o aumento das metas abusivas e a segregação discriminatória de clientes. Precisamos utilizar a tecnologia a nosso favor, facilitando o relacionamento com o(a) cliente; porém, defendendo o modelo de banco que queremos: com mais funcionários, sem fechamento de agências, com o fim da terceirização do trabalho bancário, sem a imposição de metas e a serviço do desenvolvimento nacional.

Luíza Bezerra, Bancária do BB e socióloga diretora da FETRAFI-RS e da Coordenação da CTB Bancários(as)

Vídeo - Filósofa Marilena Chauí denuncia: Lava Jato é para entregar Pré-Sal - Nocaute

sábado, 2 de julho de 2016

Urariano Mota - O repórter como porta-voz da polícia, por Urariano Mota - Jornal GGN Luís Nassif


Urariano Mota

O repórter como porta-voz da polícia, por Urariano Mota Publicado, originalmente, no Diário de Pernambuco

Em artigo anterior sobre o assassinato de uma criança de 10 anos pela polícia, pude observar a falta de investigação, ora, investigação, nem mesmo um distanciamento, da reportagem da televisão que transmitia as informações mais absurdas, como foi o caso de uma criança que dirigia abrindo e fechando o vidro do carro enquanto atirava, como se fosse um supermenino, afinal executado.

Mas esta semana pude ver que o fenômeno é maior e mais amplo, ao ver no Bom Dia Brasil esta notícia: “Dinheiro de fraude pagava contas de Paulo Bernardo e Gleisi Hoffmann". O documento a que a TV Globo teve acesso é um relatório da Polícia Federal sobre o material apreendido no escritório do advogado Guilherme Gonçalves, em Curitiba, no ano passado. Serviu de base para a Operação Custo Brasil, que prendeu 11 pessoas na semana passada. Entre elas, o próprio advogado "Paulo Bernardo, ex-ministro do Planejamento no governo Lula e das Comunicações no governo Dilma”. Ao ver isso, tive um choque e uma descoberta. É que já deixou de existir a chamada imprensa investigativa. A polícia investiga pela imprensa e faz do repórter o seu porta-voz. Tão simples, e não havia notado antes.

Até entendemos que diante de uma notícia-bomba, algo como “O ex-presidente Lula matou mais de cem amantes”, o repórter nem respira, toca a inverossimilhança para a frente. Na pressa e na prensa, ele não vai deixar o furo de reportagem para outro. Mas o que espanta é o depois da bomba, a retaguarda da notícia que não apura nem põe um salutar sinal de interrogação, uma dúvida sequer na fala noticiada. Pelo contrário, a retaguarda da Rede Globo, Band, SBT, rádios, e até mesmo da imprensa escrita, se põe a levantar um autêntico castelo de cartas, uma teoria que justifique a única verdade, a versão policial.

Imagino o dia em que a Polícia Federal descobrir, por exemplo, que Deus existe, conforme documentos apreendidos em investigação no Mercado Público de Água Fria. Claro, com provas fotográficas e testemunhas. Numa delas seria visto um senhor barbudo, numa manhã de domingo a comer cuscuz com guisado em uma mesa, num boxe do mercado. Sim, e daí? Daí é que houve esta revelação: o grisalho homem não pagou a conta com dinheiro vivo ou cartão. Ele sorriu, abençoou a graça da refeição, se levantou e sumiu por uma larga porta. Intrigada, a Polícia Federal, que hoje é o próprio olho de Deus, ao qual nada escapa, perguntou ao dono do boxe por que o cidadão não pagou. E o comerciante assim lhe respondeu: “Esse homem pra mim é Deus. É meu maior amigo”. E os policiais, para não se ajoelharem, registraram a ocorrência descoberta em relatório, ao qual nada escapa.

Levada a notícia para a televisão, os apresentadores acrescentariam que essa era mais uma prova da infinita humildade e concretude da existência divina. Quando mesmo se esperava, Deus se revelara a comer cuscuz com um guisadinho no popular bairro de Água Fria. E terminaria a notícia com o ar mais grave: “o local agora é destino de imensa romaria, e de tal sorte, que Denizar, filho de Seu João do Caldíssimo, está agora de plantão ali com uma imagem de São Jorge para que seja abençoada. Fieis de um terreiro próximo, o mais antigo do Recife, o do Pai Adão, já comparecem e batem os mais lindos toques de tambor todas os dias. O dono da coalhada no bairro, única do Recife, se tornou o mais ardoroso crente diante dos lucros por sua fórmula santa de coalhar o leite. E Carlos, o barbeiro da Rua Japaranduba, afirmou que será capaz de deixar o Santa Cruz e torcer pelo Sport, se Deus assim lhe mandar”.

Tudo agora é possível.

Washington Quaquá, Prefeito de Maricá, no Festival da Utopia dá a linha, vejam o excelente vídeo - Jornalistas Livres

Día Al-Quds, la jornada mundial de denúncia a la ocupación Palestina - Hispan TV


Día Al-Quds, la voz de los oprimidos contra los opresores







Día de Al-Quds, la voz de los oprimidos contra los opresores


Hoy, más que nunca, el Día de Al Quds es un acontecimiento, reconocido como una fecha internacional en la que todo el mundo sale a las calles para defender a palestinos.

En este artículo pretendemos repasar el origen de la ocupación israelí, el nombramiento del Día Al Quds y su importancia.

Israel ocupa Palestina

El 2 de noviembre de 1917, el secretario de Relaciones Exteriores británico, Arthur James Balfour, publicó una declaración favorable a la creación de un hogar para los judíos dentro de los territorios de Palestina. Solo un año después, en 1918, el Reino Unido ocupó Palestina y entre 1919 y 1923, unos 35 mil judíos emigraron hacia allí. También, entre 1932 y 1935, otros ciento cuarenta y cinco entraron ilegalmente, con apoyo del Gobierno británico. La ola migratoria fue tal que el censo realizado en 1938 mostró un aumento del 30 por ciento en la población judía en esos territorios.

La situación continuó avanzando, al punto de que, en 1945, en un acto coordinado con Washington, Londres envió otros cien mil judíos desde Europa y EE.UU. a Palestina y, en ese año, la población judía conformaba ya el 32.9 por ciento de los residentes del país árabe. En 1948, los judíos saquearon las tierras de los palestinos y motivaron la migración de cientos de miles de ellos. En estas circunstancias, el Reino Unido dejó el Mandato de la Sociedad de Naciones sobre Palestina y el entonces premier israelí, David Ben-Gurión, declaró la independencia de su régimen dentro de los territorios palestinos.

Día de Al Quds, no a la represión

Los palestinos no toleraron la ocupación de sus tierras y desde el inicio de la usurpación israelí comenzaron a luchar para recuperar lo que les pertenecía. No obstante, el régimen israelí, que contaba y aún cuenta con el apoyo de las superpotencias, especialmente EEUU y Francia, recurrió a la presión y la guerra para socavar la voz palestina. Hasta 1979 pasaban ya unos treinta años de lucha por la supervivencia ante las balas y las bombas que mataban a sus hijos, ante los alambres de púa y los desplazamientos, ante las conspiraciones que querían que Palestina dejara de ser lo que es.

En estas circunstancias, y mientras el régimen israelí atacaba el sur de El Líbano, se había establecido un sistema islámico en Irán, cuyos principios se basan en la lucha contra la opresión y en la defensa de los oprimidos. Por esta razón, en agosto de 1979, el fundador de la República Islámica, el Imam Jomeini (que en paz descanse), quien consideraba al régimen israelí como un elemento usurpador que pretendía dominar los territorios palestinos, denominó el último viernes del sagrado mes de Ramadán como el Día de Al-Quds.

"El Día de Al-Quds es una jornada en la que tienen que esforzarse y esforzarnos para salvar Al-Quds", declaró el Imam Jomeini (P). Desde entonces, el último viernes de cada Ramadán, el alma de Palestina hace del mundo musulmán un solo cuerpo y una sola voz que grita ante la opresión.

De hecho, esa jornada no se limita solo a Al-Quds. Es también el día del enfrentamiento contra los opresores. Si bien, el Imam Jomeini determinó esa fecha en 1979, ahora, más de tres décadas después, no solo los países musulmanes la conmemoran, sino también aquellos no musulmanes. Porque Palestina es el símbolo de los oprimidos, atrapados en las garras de los opresores, y Al-Quds es el de la rebelión ante el opresor.

En ese día, Palestina se convierte en el centro del mundo. Cada año se incrementa el número de ciudades en las que confluyen mareas humanas a favor de Palestina. Blanco o negro, musulmán, cristiano o judío, basta ser humano para levantar la voz. Todos expresan su repudio a Israel, a sus bombas, a su bloqueo de odio contra Gaza, a su vergonzoso muro de separación, repudian sus asentamientos ilegales y el robo de las tierras palestinas.

Israel tiene un plan: ocupar toda Palestina y judaizar su corazón, Al-Quds. Una afirmación que se evidencia en las palabras de su premier, Benyamin Netanyahu: "No regresaremos a una ciudad [Jerusalén] dividida, desgarrada, una ciudad con cercas de alambres de púa y francotiradores en sus murallas".

El régimen israelí, en varias ocasiones, ha atacado el pueblo oprimido de Palestina en la Franja de Gaza. Un pueblo que se encuentra en la mayor cárcel del mundo, donde ni siquiera puede acceder a medicamentos o materiales para reconstruir sus casas arruinadas por las guerras israelíes.

Incluso el régimen de Israel está intensificando su cerco a Gaza para continuar su proyecto de construir un muro subterráneo de hormigón en torno a los más de 96 kilómetros de límites de la asediada Franja.

Unos crímenes que, además de violar las leyes internacionales, provocan el odio hacia sus autores, por lo que no resulta extraño que, hoy en día, no sean solo los musulmanes quienes celebren el Día de Al-Quds, sino también todos los pueblos de otras religiones del mundo.

Muestra de ello es la creciente ola de a favor del boicot a productos israelíes, tanto en Europa como en Latinoamérica. Una iniciativa de grupos pro palestinos que, solo en 2015, causó pérdidas superiores a los 31 mil millones de dólares para el régimen israelí. En este sentido, el secretario general del partido de la Iniciativa Nacional Palestina, Mustafa Barghouti, saludó la decisión del Consejo de Derechos Humanos de las Naciones Unidas (CDHNU) de hacer una lista negra de compañías israelíes e internacionales que operan directa o indirectamente en los asentamientos ilegales israelíes de Cisjordania, en Al-Quds (Jerusalén) y en el Golán, una iniciativa que está dando fruto y a la que cada día más países se incorporan.

Cabe destacar que en la actualidad, desde Francia, Holanda, Italia, el Reino Unido, hasta los países de América Latina, además de otros Oriente Medio se han incorporado al Movimiento de Desinversión y Sanciones (BDS) que está despertando la conciencia del mundo sobre las atrocidades del régimen contra los palestinos.

Otro de los eventos que presiona y aísla al régimen de Tel Aviv, es la ola de reconocimiento de ese pueblo como un Estado. La gran mayoría de los países del mundo ya lo han hecho. En Europa, Suecia se convirtió el 30 de octubre de 2014 en el primer país de la Unión Europea (UE), casi 67 años después de la ocupación del país árabe por el régimen israelí.

También, los Parlamentos de otros países de este continente, como el Reino Unido, España, Francia, Portugal, Irlanda y Bélgica han pedido a sus propios gobiernos seguir los pasos de Suecia, provocando así la ira de las autoridades del régimen de Tel Aviv.

Con todo lo expuesto, se puede destacar la importancia de eventos como el Día Al Quds, una iniciativa para concienciar a la opinión pública internacional acerca de los actos de represión y las violaciones de derechos humanos de algunos regímenes, en este caso el de Israel. Además, la conmemoración de tales fechas y eventos sirven para dar una voz a los pueblos oprimidos y aislar, aún más, a sus represores.

Diputada Hanin al-Zoabi amenazada por sus críticas sobre asesinatos en la flotilha de solidaridad a Gaza (2010) - HispanTV



La diputada árabe del parlamento israelí Hanin al-Zoabi.


El primer ministro israelí planea expulsar a la diputada árabe del parlamento israelí Hanin Zoabi por llamar a los soldados israelíes "asesinos".

El premier israelí, Benyamin Netanyahu, afirmó que pretende poner en marcha el proceso de expulsión de Hanin Zoabi del parlamento israelí, después de que la diputada dijo en una sesión parlamentaria, en la misma jornada, que los comandos israelíes que mataron a nueve activistas turcos en su ataque contra una flotilla de ayuda a la Franja de Gaza en 2010, eran “asesinos”.

"Hablé de nuevo esta tarde con el fiscal general para considerar el avance del proceso de expulsión de Hanin Zoabi de la Knesset (parlamento del régimen israelí). En sus acciones (…) ha cruzado todas las líneas y no tiene lugar en la Knesset", afirmó Netanyahu.


Exijo una disculpa para todos los activistas políticos en el Marmara (…). Todos ustedes necesitan pedir perdón, todos los miembros de la Knesset aquí", dijo la parlamentaria. "Los que asesinaron necesitan disculparse, tiene que pedir disculpas", recalcó la diputada árabe del parlamento israelí, Hanin Zoabi

La sesión del miércoles del parlamento israelí, donde habló Zoabi se celebró para discutir el acuerdo sobre la normalización de las relaciones entre el régimen de Israel y Turquía. La sesión fue estridente mientras hablaba y ella fue retirada de la sesión cuando varios otros diputados israelíes intentaron interrumpir su discurso e incluso atacarla.

Zoabi, quien es famosa por sus críticas a los crímenes de lesa humanidad israelíes, se refirió a la disculpa dada por el régimen israelí a Turquía, llamando la atención sobre la ironía de que, hace seis años, los activistas a bordo del buque turco fueron llamados "terroristas", y ahora se les da una compensación.
Una corte israelí condena a cárcel a una diputada propalestina - -...

"Exijo una disculpa para todos los activistas políticos en el Marmara (…). Todos ustedes necesitan pedir perdón, todos los miembros de la Knesset aquí", dijo la parlamentaria. "Los que asesinaron necesitan disculparse, tiene que pedir disculpas", recalcó.

En otra parte de sus declaraciones condenó el bloqueo israelí contra Gaza y dio su apoyo a este tipo de convoys humanitarios como el turco que intentan romper el cerco de Gaza.

"Mientras hay un bloqueo [en Gaza], voy a oponerme al bloqueo, y hay una necesidad de organizar más flotillas", agregó.

Las declaraciones de Zoabi se produjeron un día después de que el régimen de Israel y Turquía firmaron un acuerdo de reconciliación para la restauración de los lazos que habían sido cortados después del episodio del Mavi Marmara.

tmv/ktg/msf