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domingo, 24 de novembro de 2024

O encontro do Rei do Baião com o Louro Massagista - Paulo Vinicius da Silva

 


O vídeo abaixo me leva a uma lembrança familiar. Meu pai, Seu Louro, tinha um amor todo especial pela música e pela TV. Mais que isso; tendo sido jogador, ele se sabia parte daquela turma, representando o esporte. Ele tinha um quê de artista e valorizava muito qualquer pessoa que, por exemplo, lançasse um LP. E, claro, lá em casa todo mundo foi amorosamente educado na fé Católica, e no amor ao Padre Cícero, à Nossa Senhora e ao Luiz Gonzaga. Tipo um kit nordestino básico pra enfrentar a cidade grande ou a selva mais cerrada, por gerações.

Seu Louro Massagista, meu pai, foi chamado certa vez ao hotel em que Luiz Gonzaga se hospedara, em Fortaleza. Massagista profissional de times e clubes, ex-goleiro de times com o Ferrim, o Avante e o Remo, Louro Massagista era o nome do José Freire na boca do povo. Por isso, talvez, fora chamado para dar um lenitivo naquele homem que por tantos anos, de pé, suportou o peso e o remelexo da sanfona, fazendo a alegria e dando identidade a seu povo. Ele era o Rei do  Baião, meu Pai era o Louro Massagista.

E ele foi. Claro, acompanhado de Dona Lourdes. Lembro do esgar, a careta que Seu Louro fazia, ao lembrar-se da visão dos joelhos dele, muito inchados, já muito comprometido.
Papai dava um excelente atendimento. Fazia ele próprio o seu óleo de massagem, desdobrando e agregando qualidades. O quente e o gelo, forno e mesmo imobilizações com plantas como o mastruz, enfaixado e/ou tomado com leite. Quiropraxia, relaxamento, massagem superficial e profunda e aquelas duas mãos de goleiro, de boxeador e de massagista esportivo. Agora os conhecimentos de enfermagem básica, prática. Ele tinha quatro anos de escolaridade, mas só chamava pelo nome  técnico cada osso, cada músculo, que sabia onde estava em cada um de nós. Para bater ou para curar, dependia do freguês.

Seu Louro e Dona Lourdes nos legaram a prova da efetividade do atendimento, aquele dia em que o Louro Massagista atendeu o Luiz Gonzaga, Rei do Baião. E restou o disco O Fole Roncou, e aquela capa, com a letra trêmula, dedicada à "Lourdes Massagista", esposa do Louro Massagista.

*Quando Luiz Gonzaga ouviu Caetano, no exílio, gemendo a Asa Branca.*
https://www.instagram.com/reel/DCY06bZx7Yn/?igsh=emJvZ3ZxMXFhNmlt

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