SIGA O COLETIVIZANDO!

Livro Kindle Textos de Combate - Venda Disponível

Textos de Combate: Sem perder a ternura, jamais - Paulo Vinícius da Silva - à Venda

O livro Textos de Combate: sem perder a ternura, jamais! já está disponível!Não precisa ter kindle, basta baixar o aplicativo ou entrar no c...

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Leia em Bancários Classistas

A Caixa, os cães de guarda e os TBs





Elvira Madeira*



Já faz um tempo que as posturas adotadas pela direção da Caixa Econômica Federal não são mais surpresa, nem para os antigos empregados, que viveram os duros anos de FHC e os fins da ditadura, nem para novos bancários recém-chegados na peleja do dia a dia, mais confesso que de uns tempos pra cá até os mais experimentados, até os mais repletos da credibilidade cega pela empresa têm se surpreendido com as últimas de nossos colegas diretores.

Desde a campanha salarial passada, esperamos ansiosos um plano de funções que resolva, ou amenize, nossos problemas cotidianos, problemas diários de quem sustenta, com salário rebaixado, família, estudos e afins. E de quem se pendura no cheque especial e no cartão de crédito, esperando o dia da santa PLR pra livrar o sufoco do ano corrente, para poder brindar o ano novo e se preparar para um novo sufoco. Problemas do cotidiano de quem se indigna com CTVAs, com jornadas de oito horas, com uma vida sacrificada e com pouco reconhecimento para muita responsabilidade. Mas estes problemas, todos do cotidiano, continuam engavetados, enquanto esperamos um plano de funções que resolva nosso dia a dia e que não seja como mais uma dádiva PLReana a nos sanar o problema dos meses seguintes.

Enquanto esperamos, ansiosos, uma negociação que nunca vem, assistimos de camarote as mudanças nos normativos RH060 e RH040, que tratam das estruturas de acesso aos cargos comissionados e o formato dos famigerados PSIs. Agora, somos chamados a participar de provas constantes, com conteúdos muito maiores do que de muitos concursos com salários de R$6mil. São provas, seleções, cursos e afins, para que se ganhe, caso aprovado em tudo isso, o incrível direito de participar de um processo de seleção interna onde serão avaliados sua graduação (Ops! O concurso da Caixa não era de nível médio?), a sua pós-graduação (Ops! E o TB? Como paga uma pós?), seus milhões de cursos da Universidade Caixa (em que tempo mesmo pode-se fazer?) e o seu tempo de função (Função? Que função?). Isso mesmo, o seu tempo de função conta como pontuação para o ingresso em um processo de seleção de uma função inicial da Caixa.

E nas unidades da Caixa os empregados cochicham que o BANCOP para Analista Junior, um dos cargos iniciais da carreira, mais parece prova para ser astronauta. (mas o que é isso companheiros? Só caía administração, português, raciocínio lógico, estatística aplicada, informática, linguagem de programação, direito administrativo, o código de ética da Caixa e mais 35 normativos integralmente listados em uma relação. E a Caixa ainda deu vinte dias para estudar.), e mesmo assim para aqueles poucos que passaram, ganharam o incrível direito de concorrer em um processo de seleção, sem nenhum beneficio por isso.

Mas o mais engraçado vem agora. Para esses mesmos empregados, em sua maioria TBs, julgados incapazes de serem aprovados em uma “simples” prova e seus “justos processos seletivos”, para esses incapazes empregados “despreparados”, a Caixa coloca agora uma média de 50 a 100 seguranças contratados, em cada Edifício-Sede, para intimidar e impedir, em uma atitude ditatorial e truculenta, o piquete desgostoso dos revoltosos com essa simplória situação. Dentre tantas outras que não me cabe enumerar. Se somos tão incapazes, por que tantos cães de guarda, por vezes armados? Qual o temor que sente a direção da Caixa de seus TBs, julgados por eles mesmos, despreparados, incapazes?

A resposta, só o movimento, a luta e a união nos dirão. Enquanto isso, nos piquetes, uma leva de empregados segue cantando:

”Vem pra caixa você também... Vem!”

Elvira Madeira é Secretária de Ação Sindical do Sindicato dos Bancários do Ceará e colaboradora do Bancários Classistas

Mobilização total no BNB

Um exemplo para a categoria. Em greve desde quinta-feira, as 35 agências do Banco do Nordeste na Bahia estão fechadas, inclusive a Superintendência. São quatro em Salvador e 31 no interior.

Entre outras questões, estão na pauta específica de reivindicações, retorno da licença-prêmio para todos os funcionários, isonomia, férias de 35 dias, tíquetes e cesta alimentação para os aposentados, bolsa educação, implantação do ponto eletrônico, reintegração dos demitidos nas eras FHC e Byron, complementação dos auxílios doença, acidentário e previdenciário.

DESCONFORTO

Diferentemente de todo o resto do Estado, na agência do BNB na Barra aconteceu algo inusitado. Chamados pelo gerente, apareceram policiais militares, na sexta-feira e ontem, fazendo perguntas às pessoas do piquete, na porta da agência. Para os empregados, a postura foi uma intimidação ao movimento grevista da categoria.

O caso gerou desconforto entre os funcionários, pois, em todo o Estado, o relacionamento com os gerentes sempre foi cordial e a intimidação foi, portanto, descabida.

Bancários cobram negociação da Fenaban

O Comando Nacional dos Bancários reuniu-se no sábado (26), em São Paulo, para avaliar os primeiros dias da greve, que começou na quinta-feira, em todo o país, e discutir a estratégia de ampliação do movimento.

A primeira atitude foi encaminhar ofício à Fenaban, cobrando a retomada das negociações a partir de hoje. No documento, os bancários reafirmaram as reivindicações da categoria por aumento real de salário, PLR maior, valorização dos pisos, garantia do emprego e mais contratações, melhores condições de trabalho, saúde, segurança e trabalho, combate às metas e ao assédio moral, auxílio-educação e plano de Previdência complementar.

Nesta segunda-feira, o Comando Nacional enviou carta às direções dos bancos públicos - BB, Caixa, Banco da Amazônia e BNB -, cobrando a retomada das negociações específicas.

Na avaliação dos bancários, a greve surpreendeu pela força e amplitude em todo o país. Somente no primeiro dia da paralisação, foram fechadas 2.881 agências no Brasil.

A greve dos bancários e a truculência de quem se tornou patrão


J. Tramontini*

Mais um ano, mais uma campanha salarial, mais uma greve. Essa tem sido a rotina dos bancários, que têm data base em setembro.

Mesmo com toda a lucratividade das instituições financeiras, os banqueiros, inclusive o governo federal, insistem em reduzir direitos e arrochar o salário dos bancários. Em 2009, em que pese a rebaixada pauta de reivindicações, os bancos mantiveram sua costumeira intransigência.

No entanto, há algumas novidades. As assembleias que deflagraram a greve, realizadas na quarta-feira, 23 de setembro, contaram com uma presença muito maior de trabalhadores, o que é um sinal novo bastante positivo.

Mas como nem tudo são flores, também há péssimas novidades. O governo do presidente-operário parece que aprendeu bem a lição de casa com a banca privada. Dessa vez, a Caixa Econômica Federal, instituição 100% pública e onde os bancários encontram-se mais mobilizados resolveu voltar no tempo, relembrando a finada ditadura militar.

Por ordem de Brasília, já no primeiro dia da greve, seguranças, inclusive armados, foram postados nos edifícios da CEF, sedes nos estados, com objetivo de impedir, à força, a greve da categoria.

Inacreditável é, no governo do presidente-operário, eleito com o voto dos trabalhadores, também da grande maioria dos empregados da Caixa, a empresa tomar essa postura ditatorial.

Na mesa de negociação não se apresenta absolutamente nada e na porta das unidades Brasil afora, a Caixa apresenta seguranças para tentar obrigar os bancários a trabalhar, na marra.

Como se não bastasse a violência desse ato em si, Brasília ainda encaminhou em cada local, por via judicial, o pedido de interdito proibitório, instrumento jurídico muito utilizado por latifundiários e pelos banqueiros privados para manter seus privilégios.

Impondo impagáveis multas aos sindicatos, a Caixa pretende calar a boca de seus mais de 80mil empregados, que são diariamente submetidos a duras condições de trabalho, pela pressão, assédio, falta de funcionários e salários achatados.

Obviamente, a Caixa, empresa pública que é, não faz isso sem a anuência do governo federal, do presidente-operário, que se fez nas grandes greves de 30 anos atrás.

Fica claro, portanto, qual é a postura do governo, por intermédio da Caixa, não atender a nada das justas reivindicações dos trabalhadores, mesmo que seja pela violência.

Para todos os bancários, em especial os da Caixa, só há uma alternativa possível, endurecer e ampliar a greve nacional. Exigindo o fim da violência e a retomada das negociações. Não só para conquistar um reajuste decente a toda a categoria, mas fazendo com que o governo do presidente-operário, finalmente, lembre de onde veio, atendendo às demandas por justiça dos trabalhadores, para o qual foi eleito.


J. Tramontini é dirigente do Sindicato dos Bancários de Curitiba e membro da Coordenação Nacional dos Bancários Classistas

Nenhum comentário:

Postar um comentário