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sábado, 29 de agosto de 2009

Não devemos lamentar a queda do superávit fiscal


Umberto Martins *

O superávit primário do setor público consolidado (Banco Central, Tesouro, Previdência, governos estaduais, municipais e empresas estatais) somou R$ 3,180 bilhões em julho, valor 71,2% inferior ao registrado no mesmo mês do ano passado (R$ 11,057 bilhões), de acordo com informações do Banco Central (BC), divulgados nesta quarta-feira (26). A direita neoliberal chiou, mas a classe trabalhadora e as forças progressistas não têm porque lamentar.

O superávit primário é a diferença entre as receitas e as despesas do setor público, excetuando os gastos com pagamentos de juros. Na verdade, é uma economia que o Estado faz para pagar os juros (extorsivos) da dívida interna, tirando dinheiro da saúde, educação, reforma agrária, aposentadorias, infra-estrutura e outras áreas.

Transferência de riqueza

A política monetária conservadora provocou o agigantamento dos débitos (que estão concentrados nas mãos de grandes investidores) e da carga de juros. Os recursos do orçamento destinados aos serviços da dívida configuram uma custosa transferência de riqueza do conjunto da sociedade para a oligarquia financeira, em detrimento dos interesses da população. É uma forma de redistribuição perversa da renda nacional, promovida pelo poder público, que requer uma carga tributária alta.

É por esta e outras razões que a CTB e outras centrais sindicais reivindicam o fim do superávit primário, bem como a redução substancial da taxa básica de juros (que serve de parâmetro para remunerar os títulos da dívida pública) e do aberrante spread bancário (diferença entre o que os bancos pagam para captar dinheiro e o que cobram nos empréstimos). Menos dinheiro para pagamento de juros a banqueiros e especuladores insaciáveis significa mais recursos para a saúde, a educação, a reforma agrária, a infra-estrutura, o funcionalismo.

Canto de sereia

A direita, pela pena dos colunistas e editorialistas da mídia capitalista, afinados com os interesses da oligarquia financeira, criticam a redução do superávit e vociferam contra a suposta “gastança” do governo, cobrando mais cortes nas despesas públicas, que na prática significam menos saúde, menos educação, menos reforma agrária, menos infra-estrutura.
A classe trabalhadora e o movimento sindical não devem se deixar levar pelo canto de sereia neoliberal. Os problemas da economia nacional não são provocados pelos gastos e investimentos públicos, que precisam crescer mais. Resultam precisamente da hipertrofia do sistema financeiro, que suga uma parte considerável da poupança nacional, subtraída da sociedade através dos tributos e desviada para pagar dívidas. Daí provém o mal que nos incomoda e que obstrui os canais do desenvolvimento nacional.

Círculo vicioso

É conveniente lembrar que a dívida pública brasileira não foi contraída para financiar gastos e investimentos destinados a melhorar a qualidade dos serviços públicos e a vida do nosso povo. Foi produzida pela política econômica tucana, refletiu os juros altos, que criaram um círculo vicioso, levando o governo a emitir mais títulos para pagar seus credores, ou seja, a contrair dívida nova para bancar a velha, elevando o estoque de débitos.

Na verdade, o Brasil exibe uma carga tributária equiparável à europeia e um serviço público de qualidade deplorável, pois o grosso da arrecadação acaba sendo apropriado pelos credores. A demanda do movimento sindical pelo fim do superávit e uma mudança radical da política monetária, assim como da política econômica, é que pode quebrar este círculo.

Não é demais acrescentar que as despesas do setor público também têm um papel fundamental no amortecimento dos efeitos da crise econômica mundial. Não há razão para lamentar a queda do saldo entre receita e despesa primária em julho. Ademais, a sobra de 3,1 bilhões de dólares em julho não é desprezível e deveria ser canalizada para outras finalidades.

Reflexo da crise

Conforme esclarece a nota do BC, o resultado das contas públicas está associado à "queda da arrecadação das receitas federais, influenciada pelo menor nível de atividade e pelas medidas de desoneração adotadas para fazer frente à crise financeira internacional, que continua repercutindo sobre o resultado acumulado do ano".

Prudentemente, o governo resolveu ignorar a crítica dos neoliberais e reduziu a meta do superávit primário de 3,8% para 2,5% do PIB e excluiu a Petrobras do cálculo do saldo com o objetivo de aumentar a capacidade de gastos e investimentos em meio à crise internacional. Conforme admitem muitos analistas, esta orientação contribuiu para reduzir os impactos da crise. Neste sentido, o governo reconheceu implicitamente que as centrais sindicais têm razão ao criticar a política fiscal e cobrar mais gastos e investimentos do Estado.

Economia excessiva

Apesar dos pesares, o peso da economia feita pelos governos para pagar juros sobre o orçamento é grande. Nos 12 meses encerrados em julho, o superavit primário ficou em R$ 52,085 bilhões,valor que corresponde a 1,76% do PIB. Em julho, o Governo Central (Tesouro, Previdência, Banco Central) economizou R$ 1,691 bilhão. Os governos estaduais pouparam R$ 1,269 bilhão, ao passo que os municipais registraram déficit de 472 milhões.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, observou uma modesta redução do pagamento de juros neste ano, que chegou a R$ 16,169 bilhões em julho e a R$ 95,106 bilhões nos sete meses do ano. Esses valores foram menores do que os registrados nos mesmos períodos do ano passado: R$ 18,939 bilhões e R$ 107,833 bilhões, respectivamente, o que provavelmente reflete a redução da taxa básica de juros (Selic).

Em função disto, o déficit nominal do setor público (resultado entre despesas e receitas incluindo o pagamento dos juros) deve fechar o ano em torno de 3% do PIB, um dos menores do mundo neste momento de crise. Para se ter idéia, o rombo dos EUA pelo mesmo critério supera 13% e os neoliberais ficam de bicho fechado, não ousam criticar. Afinal, a conduta imperial paira acima de qualquer suspeita do ponto de vista dos súditos e lacaios.



* Jornalista, membro da Secretaria Sindical Nacional do PCdoB.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Tiro pela culatra: o papelão de Waldvogel e o fiasco da Globo

www.vermelho.org.br

A jornalista Monica Waldvogel protagonizou um dos maiores papelões da grande mídia nos últimos tempos. Para discutir, nesta terça-feira (25), a "crise da Receita", ela reuniu no programa Entre Aspas, da Globonews, um trio de entrevistados que estava simplesmente na contramão do script golpista da emissora. Eram eles o ex-secretário da Receita Federal (no governo FHC), Everardo Maciel, o presidente do SindiReceita, Paulo Antenor, e um advogado tributarista.

Waldvogel iniciou o programa com uma leitura apocalíptica sobre o "aparelhamento da Receita" pelo governo Lula, mostrando Lina Vieira como uma “vítima” de interesses poderosos (Sarney, Petrobras, etc.). Todas as teses da introdução de Waldvogel foram, no entanto, rejeitadas e rebatidas pelos participantes do programa. Segundo eles, o aparelhamento foi feito, na verdade, pela própria Lina Vieira.

Para o jornalista Luis Nassif, o comentário inicial de Waldvogel foi "vergonhoso, antijornalístico e desonesto", “a Globonews perdeu o rumo”, e a apresentadora “desrespeita os telespectadores ao antecipar conclusões falsas”. Ao final do programa, constrangida, a jornalista ainda perguntou: “Mas então houve uma manipulação da opinião pública?”. Os três entrevistados concordam.

Veja a íntegra do programa.




Leia abaixo o texto de Luis Nassif, publicado em seu blog

O comentário inicial lido por Mônica Waldvogel é vergonhoso, antijornalístico, desonesto, porque desmentido ao longo de todo o programa pelos três entrevistados convidados. A Globonews perdeu o rumo.

Os três convidados são unânimes em afirmar que politização ocorreu na fase de Lina Vieira, não agora. Mônica atropela as conclusões da mesa redonda, desrespeita os telespectadores ao antecipar conclusões falsas. Principalmente sabendo-se que a abertura sempre é feita após o programa, com base nas conclusões levantadas.

Paulo Antenor, presidente do SindiReceita, sindicato dos Analistas-Tributários da Receita Federal, denuncia o aparelhamento da Receita… por Lina. Mostra que o pedido de demissão coletiva dos antigos superintendentes foi apenas uma antecipação para demissões que ocorreriam. O advogado tributarista nega crise na Receita. Disse que está mais preocupado com as taxas de juros dos bancos e temas mais relevantes.

Mônica tenta se socorrer do ex-Secretário da Receita Everardo Maciel, da gestão FHC, pedindo que confirme a politização. Everardo diz que a politização ocorreu com Lina e que agora não há ingerência política, porque é atribuição do Ministro definir o Secretário.

Depois disso tudo, Mônica volta ao papo de que Mantega estaria pressionando para não apertar os grandes contribuintes. Os entrevistados negam. Everardo mostra que esse foco nos grandes contribuintes começou em sua gestão. Mônica diz que houve aumento na arrecadação dos grandes contribuintes na gestão Lina. Everardo desmonta com números.

Mônica vem com a história da opção do regime de caixa pela Petrobras foi manipulação. Everardo é incisivo: a Petrobras está certa. O factóide criado foi para justificar a queda da arrecadação na gestão Lina - embora admita que a queda tem muitos outros fatores deflagradores, entre os quais a crise.

Mônica: se fosse tão clara a possibilidade de mudar o regime no meio do ano, não haveria essa controvérsia.

Everardo: a regra é clara e foi feita em 1999 justamente para enfrentar o problema da desvalorização cambial.

Mônica: mas até agora a Receita está para soltar um parecer.

Everardo e os demais: já foi feito, concordando com a Petrobras. Essa prática existe há muito tempo, não existe qualquer ilegalidade ou manobra contábil.

Mônica, balbuciando: a lei foi feita. Houve então uma manipulação da opinião pública?

Todos concordam com a cabeça.

Aí ela deriva a entrevista para o caso Sarney, perguntando se é legítimo pressionar a Receita para abrandar a fiscalização.

O presidente do Sindicato disse que é impossível essa pressão, que nunca essa informação correu na Receita. Disse que sempre trabalhou próximo à chefia da Receita, tanto no governo FHC e Lula, e nunca viu esse procedimento. O chefe da Receita conversa com políticos todos os dias. Mas esse tipo de ingerência é novidade para a gente.

Everardo disse que se ocorreu, o momento certo seria na época em que foi feita. Se não fez, cometeu prevaricação.

Conclusão final dos três entrevistados: Lina foi um desastre para a imagem da Receita e caberá a todos os funcionários trabalharem para o resgate de sua imagem.

Assista o programa e depois volte à abertura.

PS - O programa é ao vivo. Então na abertura Mônica definiu conclusões que não foram avalizadas, posteriormente, pelos entrevistados.

Da Redação, com informações da Carta Maior

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

21 /08/ 2009

CTB repudia assassinato de trabalhador sem-terra no Rio Grande do Sul

Desde que a Fazenda Southall foi declarada improdutiva pelo Incra e determinada a desapropriação dos mais de 13 mil hectares de terra, os conflitos são eminentes no município de São Gabriel. O desfecho previsto há anos se consumou na manhã de hoje (21), com o covarde assassinato do trabalhador rural sem-terra Elton Brum da Silva, 44 anos, vítima de um tiro, durante a desocupação pela Brigada Militar na Fazenda Southall.

Mais uma vez o Governo do Estado demonstra que o jeito tucano de governar é através da covardia, do abuso do comando, da brutalidade sem precedentes na história dos gaúchos, um povo de tradição democrática, que se vê diante selvageria promovida pelo braço armado do Governo - a Brigada Militar – sob o comando de Yeda Crusius.

A CTB – Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil manifesta seu mais impetuoso repúdio a ação da Brigada Militar e responsabiliza o Governo do Rio Grande do Sul pelo assassinato desse trabalhador rural e exige punição.

Não aceitamos que o Estado seja instrumento para defender a propriedade privada e em contrapartida trate os movimentos sociais à bala. Nenhum tipo de repressão poderá conter nosso sonho de uma sociedade justa e igualitária. Os movimentos sociais não vão recuar no livre direito de manifestação democrática.

Reforma agrária já! Essa luta é nossa!

CTB RS - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil.


quarta-feira, 19 de agosto de 2009

Por lutar por aumento maior, Jeferson Tramontini sofre perseguição política no SEEB Curitiba




BANCÁRIOS QUEREM DEMOCRACIA

A Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) sempre pautou sua atuação pela construção da unidade de todos os segmentos da classe trabalhadora. Unidade que não pressupõe cabrestos nem adesões, mas o respeito às diferentes opiniões, visando um objetivo comum.

Da mesma forma, os militantes da CTB se mantém firmes na defesa do que acreditam ser os melhores caminhos pra as categorias onde atuam. Assim também é a ação dos organismos da CTB entre os bancários de todo o país.

Com essa visão, a CTB construiu um acordo político no Sindicato dos Bancários de Curitiba com a CUT para a eleição sindical de 2008. O acordo tratava da construção da unidade, sem adesões. Assim, com o voto da categoria e decisão de assembléia, ficou liberado o companheiro Jefferson Tramontini, pós-98 (TB) da Caixa, para o trabalho sindical.

Foi por essa razão que os sindicatos filiados e os núcleos de base da CTB pautaram, nas assembléias de aprovação da minuta de reivindicações 2009, Brasil afora, modificações substanciais no texto original. Mudanças como a elevação do índice de reajuste a um patamar mais justo (inflação+10%); a necessidade da recomposição das perdas salariais desde o plano Real; a isonomia plena entre novos e antigos; e a contrariedade ao acordo de 2 anos.

Na visão da CTB, são as assembléias de base que detém o poder de fato de decidir os rumos da categoria e seus sindicatos. Não devendo, a base, ficar reféns de questionários ou pesquisas contratadas, mas opinando e votando naquilo que realmente é seu desejo.

Mas nem todos pensam dessa maneira. Após a assembléia de 29 de julho, a diretoria executiva do Sindicato dos Bancários de Curitiba, órgão composto exclusivamente por membros da CUT, decidiu romper, unilateralmente, o acordo construído em 2008. Assim, resolveram cassar a liberação do companheiro Jefferson Tramontini (único TB liberado no estado), que também é dirigente da CTB-Paraná. Sem nenhuma cerimônia, rapidamente convocaram uma assembléia para esta quarta-feira, dia 19 de agosto, por exigência estatutária. Obviamente, pelo curto tempo, essa assembléia será muito mal convocada, pois, certamente, a maior parte da base não será comunicada.

Segundo as palavras do presidente do sindicato, a campanha salarial deste ano não será baseada nas questões econômicas. Esse é o conflito. A CTB buscou colocar o salário de cada bancário no centro da campanha. Assim, com o falso argumento de uma suposta “quebra de confiança”, a direção majoritária do sindicato (CUT) quer tentar calar as vozes que discordam, que tentam elevar a luta da categoria a um novo patamar.

Para impedir que o Sindicato dos Bancários de Curitiba tenha essa postura anti-democrática, a CTB chama todos os bancários e bancárias a defender a liberdade de expressão, comparecendo à assembléia dia 19 de agosto, mostrando à diretoria da entidade que o movimento se constrói com pluralidade, respeito às diferentes opiniões e democracia.

CTB - Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - Ramo Financeiro

Núcleo Sindical de Base - Curitiba e Região

domingo, 16 de agosto de 2009

Unidade marca Jornada dos Movimentos Sociais

Movimentos

14 de Agosto de 2009 - 17h44


Militantes dos movimentos sociais de todo o Brasil foram às ruas nesta sexta-feira (14) para defender a redução da jornada de trabalho, mais empregos e direitos, reforma agrária e urbana, ratificação das Convenções 151 e 158 da OIT, fim do superávit primário e mais investimentos em saúde, educação e moradia. A Jornada Nacional Unificada de Lutas 2009 foi marcada por muita unidade e mobilização em pelo menos 12 capitais.

Presença de diversos movimentos marcou ato político que encerrou passeata no MASP

Em São Paulo, a organização do ato anunciou a presença de 25 mil manifestantes na Avenida Paulista. A concentração do ato em São Paulo foi na Praça Oswaldo Cruz. Muitas bandeiras, faixas e militantes dos mais diversos movimentos: sindical, estudantil, do campo e da cidade, mulheres, movimento negro, por moradia, pela democratização da comunicação, partidos de esquerda, coletivos jovens e militantes sociais das mais diversas naturezas se unificaram em torno de reivindicações e de uma plataforma comum para o desenvolvimento do país. A passeata foi até o vão livre do MASP onde ocorreu o ato político final com falações das lideranças sindicais e do movimento social e teve duas paradas estratégicas: em frente à Petrobrás e em frente à FIESP.

Marcha do MST engrossa passeata

A barreira da polícia só não era maior que a belíssima marcha do MST, que se somou ao ato ainda na concentração, após mais de uma semana de marcha no estado de São Paulo. Mas não houve confronto e o trânsito não foi completamente parado, os manifestantes deixaram uma faixa da avenida paulista livre para o tráfego.

Para Wagner Gomes, presidente da CTB, o movimento já obteve uma vitória, visto que o Projeto de Lei que prevê a redução da jornada de trabalho de 44h para 40h sem redução de salários foi aprovado por unanimidade na Comissão de Trabalho da Câmara dos Deputados. Entretanto, o sindicalista alerta que a aprovação em plenário será um grande desafio, e a forma de enfrentá-lo será uma grande campanha pública das centrais em unidade pela redução da jornada. O presidente da Força Sindical, Paulinho, disse que a idéia é colocar telões em praças públicas pelo país e mobilizar 100 mil trabalhadores no dia da votação em plenário.

Para Arthur Henrique, presidente nacional da CUT, é tempo de fazer uma campanha de convencimento dos parlamentares em defesa do PL da redução da Jornada de Trabalho. Para seguir com as manifestações, a bandeira estará presente como pauta importante em cada campanha salarial deste semestre.

Unidade marca atos pelo Brasil

Para além da pauta da redução da jornada de trabalho, a maioria das lideranças considera que a unidade construída na organização do ato já foi uma vitória importante, que abre caminho para outras manifestações desta proporção. “Mais uma vez todo o movimento social se unifica em torno de bandeiras comuns. Esta é a tradição da sociedade organizada no Brasil e é assim que conquistamos as transformações e mudanças até hoje”, comemora o presidente recém empossado da UNE Augusto Chagas. A fala do líder do MST, João Paulo Cunha, foi na mesma linha: “o MST reafirma seu compromisso de lutar pela Reforma Agrária, mas sobretudo pelos direitos dos trabalhadores, do campo e da cidade”. João Paulo fez cobranças ao governo Lula sobre verbas para garantir os assentamentos e convocou o conjunto dos movimentos sociais a realizar uma jornada permanente para debater e lutar por “um projeto popular para o Brasil”.

Em Brasília, todas as pautas

No DF, além das pautas presentes do documento de convocação da jornada, militantes de sindicatos e movimentos sociais exigiram a realização da 1º Conferência Nacional de Comunicação de forma democrática, ampla e popular. Durante a caminhada, os manifestantes realizaram atos em frente aos ministérios do Planejamento, da Agricultura, do Emprego, da Comunicação e da Fazendo, onde fizeram falações específicas sobre a pauta de reivindicação do movimento. Em frente ao Congresso Nacional, os trabalhadores aproveitaram para pedir ao governo brasileiro que se pronuncie oficialmente pelo retorno da democracia em Honduras através da volta de Manuel Zelaya, deposto da presidência do país em 28 de junho deste ano.

Os trabalhadores dos Correios também aproveitaram a marcha da Jornada Unificada de Lutas para anunciar que entrarão em campanha salarial e que exigem a melhora das condições de trabalho, além do atendimento à pauta da categoria. "Negocie (governo) com os trabalhadores porque senão em setembro nós entraremos em greve de novo", ameaçou um representante dos trabalhadores dos Correios.

No RS, Fora Yeda!

Em Porto Alegre as atividades começaram às 7h30 na frente da Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul – FIERGS. A situação política atual de governo instalada no Rio Grande do Sul foi destaque nas manifestações ocorridas na capital gaúcha. Já no início da manhã professores realizaram um ato no Palácio da Polícia quando entregaram à Brigada Militar nove bonecos algemados, confeccionados em tamanho natural, representando os nomes citados na ação de improbidade administrativa do Ministério Público Federal contra representantes do governo gaúcho, entre eles a Governadora Yeda Crusius. Às 11 horas, na Praça da Matriz, outro ato teve como evidência a questão estadual. Cerca de 5 mil manifestantes se reuniram em uníssono para clamar pelo "Fora Yeda já".

Jornada do RJ terminou em frente à Petrobrás

Partindo do ponto tradicional de mobilizações, a Candelária, a jornada carioca contou com cerca de 2 mil manifestantes, segundo os organizadores. Além da pauta de defesa dos direitos dos trabalhadores perante a crise do capitalismo e da pauta de redução da jornada de trabalho, a passeata no Rio de Janeiro foi marcada também pela defesa da queda dos juros e do superávit primário e pela democratização dos meios de comunicação. Os estudantes também mandaram o seu recado, manifestando-se contra a possibilidade de transferência de verbas públicas para salvar universidades privadas via BNDES, como informa o diretor da UEE-RJ Theo Rodrigues. O final do ato foi em frente à Petrobrás, onde foi realizado ato político em defesa da utilização das verbas do pré-sal para Saúde, Educação e Seguridade Social.

Em Pernambuco, ocupações de terra

Em Pernambuco, as principais mobilizações foram do MST, que ocupou três áreas na madrugada de sexta-feira (14), dentro da Jornada Nacional de Luta pela Reforma Agrária, que integra a jornada unificada dos movimentos sociais. De acordo com o movimento, 960 pessoas foram mobilizadas nas ações - 800 ocuparam a Fazenda Baixa Grande, no município sertanejo de São José do Belmonte; 100 participaram da ocupação da Fazenda Ipanema, em Pesqueira, no agreste, e outras 60 reocuparam, pela terceira vez, o Engenho Xixaim, no município metropolitano de Moreno.

Trabalhadores dos Correios se destacam em ato no PR

Mais de dois mil manifestantes pararam ruas do centro de Curitiba. O protesto começou às 08h00, com concentração na Praça Santos Andrade, aonde ocorreram discursos e apresentações culturais. Uma hora mais tarde, os manifestantes saíram em caminhada até a sede estadual da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos e se solidarizaram com os carteiros que iniciaram hoje a campanha salarial. Lá, também se posicionaram contra as tentativas de privatização dos serviços postais. O último protesto aconteceu por volta do meio dia, com realização de um grande ato político-cultural onde lideranças das centrais sindicais e dos movimentos sociais fizeram discursos inflamados contra a crise e suas consequências.

Houve atos ainda na Bahia, no Ceará, no Espírito Santo, no Maranhão, em Minas Gerais e no Piauí.

Por Luana Bonone, de São Paulo

terça-feira, 4 de agosto de 2009

QUE OS BANCÁRIOS(AS) DECIDAM SOBRE A CAMPANHA SALARIAL!

Quer dizer que isto é uma assembeia?!



POR UMA ASSEMBLEIA DEMOCRÁTICA, 5a. no CEBOLÃO, às 18h30

Na primeira noite eles se aproximam e colhem uma flor em nosso jardim. E não dizemos nada. // Na segunda noite, já não se escondem pisam as flores, matam nosso cão, e não dizemos nada.// Até que um dia, o mais frágil deles, entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua, e, conhecendo nosso medo, arranca-nos a voz da garganta.// E, porque não dissemos nada, já não podemos dizer nada". Maiakovski

Colega bancário(a), uma torpe manipulação quer impôr à categoria reivindicações rebaixadas na campanha salarial de 2009 sem ouvir os bancários.

E não é a direção dos bancos, mas a do sindicato que faz o serviço sujo. Na última 4ª feira forjaram uma “assembléia” às pressas, sequer citada no boletim do sindicato, só exposta no site na véspera para validar a infâmia.

Não é à toa. O congresso bancário de BSB reuniu umas 120 pessoas. A conferência nacional, cerca de 600, em São Paulo, no Holliday Inn. Nestes espaços, sob a hegemonia da CUT, desenharam-se as reivindicações da categoria. Fora da cúpula, é na assembléia que o bancário real, que trabalha, que enfrenta as metas e o assédio, a hostilidade de clientes e a insegurança, é lá que podemos ver e decidir sobre o que fazem em nosso nome e com nosso dinheiro. Nós é que somos o sindicato, mais que a diretoria, e o sustentamos. Por isto eles não queriam que você participasse, que você decidisse.

Foi este o direito de nós tirado, com truculência e na cínica aposta de que nada faremos, que não ligamos, que o movimento é da minoria. Não houve debate. Menos de 100 pessoas, diretores e amigos no subsolo do sindicato – bem ilustrativo – fingem que fazem uma assembléia. Só a muito custo permitiram, aos gritos e intimidações, que uma voz se opusesse àquela ópera bufa. Tudo para fazer valer uma pauta de reivindicações que não resgata a dignidade dos bancários.

A razão destas subterrâneas decisões é simples. A CONTRAF e seus sindicatos nos empurram uma minuta rebaixada na campanha salarial de 2009:

Apenas 10% de índice. Em 2008, com mais de 30 dias em greve, tivemos 10% para a maioria. E agora, pediremos 10%? Os banqueiros, que nem viram a crise, aplaudem.

O abandono da recuperação das perdas nos 8 anos de FHC, mais de 60% nos bancos públicos. Pedir recuperá-las até 2014 foi rechaçado sem que se dissesse o porquê. Quando chegará a vez dos bancários?

Uma remuneração variável que reforça as metas e as tarifas escorchantes. Em vez de reforçar o caráter público do sistema financeiro, fazermo-nos cúmplices dos banqueiros contra a sociedade.

Entendeu a clandestinidade da Assembléia, e porque não se dá a palavra aos bancários? Exigimos um verdadeiro debate. Os(As) bancários(as) é que devem decidir. Por isso, com base no próprio estatuto do sindicato, exigimos uma assembléia democrática na praça do Cebolão nesta 5a. Feira às 18h30. Assine o edital, participe, mude esse enredo!

OPOSIÇÃO BANCÁRIA DE BRASÍLIA ESQUERDA BANCÁRIA


NÚCLEO DE BASE