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terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Contra a desindustrialização, centrais e empresários definem estratégia de luta

Contra a desindustrialização, centrais e empresários definem estratégia de luta
Representantes das centrais sindicais e do empresariado oficializaram nesta segunda-feira (27), em São Paulo, o calendário de lutas para enfrentar o problema da desindustrialização no país. Entre março e maio, trabalhadores e patrões estarão nas ruas de alguns estados para debater com o restante da sociedade a grave situação da indústria e suas consequências para o desenvolvimento da nação. Para iniciar esse processo, as entidades decidiram também lançar um manifesto em defesa da produção e do emprego nacionais.


Para o presidente da CTB, Wagner Gomes, a partir do momento em que trabalhadores e empresários estiverem nas ruas, haverá um cenário muito claro diante de toda a sociedade. “De um lado teremos o setor produtivo; do outro estarão os especuladores. Para que lado o governo irá?”, questionou o dirigente.

Wagner Gomes, que esteve acompanhado do vice-presidente Nivaldo Santana e do secretário de Imprensa e Comunicação da CTB, Eduardo Navarro, destacou que há também uma luta interna no governo sobre o rumo necessário para o Brasil se desenvolver. “Este nosso pacto entre trabalhadores e empresários tem força para definir esse rumo, pois a briga é bastante complicada. Os rentistas certamente não vão ficar apenas olhando. Certamente eles tentarão nos dividir”, sustentou.

Ausência ministerial

Inicialmente, a reunião desta segunda-feira deveria ter contado com a presença do ministro da Indústria e do Desenvolvimento, Fernando Pimentel. Havia o interesse de empresários e sindicalistas em debater com uma autoridade do governo federal o problema da desindustrialização. No entanto, na última sexta-feira soube-se por meio da assessoria do Ministério que Pimentel não viria.


A ausência de Pimentel gerou críticas durante a reunião. “Não deveríamos estar em lados opostos. Precisamos de todos unidos”, afirmou o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, anfitrião da reunião. Paulo Pereira da Silva, presidente da Força Sindical, criticou a postura do governo ao evitar o debate. “Para parte do governo, o atual cenário está OK. Mas nós temos pressa, pois empresas estão fechando e não é de hoje que temos alertado o governo”, afirmou. “Se a pauta da reunião fosse o agronegócio, certamente Pimentel estaria aqui”, criticou o presidente da CUT-SP, Adir dos Santos.

Calendário e manifesto

Os representantes das centrais e do empresariado já definiram quatro importantes datas para se manifestarem contra a desindustrialização. Santa Catarina será o primeiro estado, em 28 de março. No dia seguinte (29/3), será a vez do Rio Grande do Sul. Em 4 de abril, São Paulo. Em 10 de maio, Brasília.

Além desse calendário (que ainda pode ser ampliado, já que outros estados podem levar a campanha às ruas), as centrais e os empresários definiram a redação final de um manifesto, chamado de “Grito de alerta em defesa da produção e do emprego brasileiros”, documento no qual reúnem sua análise sobre o atual cenário industrial brasileiros e expõem sua proposta para enfrentar essa situação.

Para os líderes sindicais e empresariais, é preciso trazer a sociedade civil para esse debate, de modo a convencer a população dos riscos envolvidos. “Nosso movimento precisa fazer com que todos percebam qual é o Brasil que queremos”, afirmou o presidente da UGT, Ricardo Patah. “A unidade que estamos construindo aqui é algo que está no centro do desenvolvimento do Brasil”, destacou o presidente da CGTB, Ubiraci Dantas.
Por sua vez, Luiz Aubert Neto, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), resumiu com propriedade as intervenções dos empresários presentes à reunião. “Não tem governo no mundo que não se mova a partir de pressão. O governo Dilma tem que ver que há algo diferente aqui, ver que nossa movimento não é brincadeira”, finalizou.

Clique aqui para ler o Manifesto das centrais e do empresariado

Fernando Damasceno – Portal CTB

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