Hala Misrati, a mais conhecida apresentadora de televisão da Líbia e defensora do governo de Muamar Kadafi, foi encontrada morta neste domingo (19) na prisão. O anúncio do falecimento da jornalista acontece no momento em que a ONU (Organização das Nações Unidas) e diversas organizações de direitos humanos denunciam práticas de tortura e assassinatos contra simpatizantes do regime de Kadafi desde a execução do coronel.
Segundo a agência de notícias Al Arabija, ainda não foram apuradas as circunstâncias da morte de Misrati, porém, os primeiros indícios indicam que se tratou de um homicídio cometido por membros do CNT (Conselho Nacional de Transição). Misrati, de 31 anos, teve especial destaque no início da guerra civil líbia, em fevereiro de 2011, ao discursar frente às câmeras contra os opositores do coronel e à invasão da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), coordenada pela França.
Após ser presa, Misrati foi exibida como um troféu. A última aparição diante das câmeras aconteceu em 30 de dezembro passado, quando ela apareceu em silêncio, segurando uma folha com a data da gravação, e com o rosto cheio de hematomas. Depois disso, mais ninguém soube do paradeiro da jornalista.
A ONU, a Anistia Internacional e a ONG Médicos Sem Fronteira afirmam que desde a morte de Kadafi e da consequente subida ao poder do rebeldes, inúmeros casos de violações e assassinatos contra simpatizantes do antigo governo foram registrados na Líbia. Cerca de oito mil pessoas estão presas e sofrem torturas constantes, de acordo com os Médicos Sem Fronteiras. Segundo a Anistia Internacional, a violência na Líbia está totalmente “fora do controle”.
Fonte: Opera Mundi
Nenhum comentário:
Postar um comentário