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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Um espectro assusta os caciques da política paulistana: Netinho de Paula, do PCdoB.

Paulo Vinícius Silva


Ele não sabia que era impossível. Foi lá e fez.
Jean Cocteau





O Netinho tem um grave problema... Ele é muito bom. Capaz, articulado, ousou ir para o Partido Comunista (ai, Jesus, aí a direita e os troscos e os socialdemocratas mooooorrrreeeeem!), e o povo adora o cara. Ele anda na rua e os mais pobres, aqueles para quem a esquerda não consegue muitas vezes falar, os trabalhadores que fazem essa locomotiva que os devora, esses lhe abraçam, querem tocá-lo. Com o povo, é um peixe dentro d´água. E o negão abre aquele sorriso cativante, e conversa, de igual pra igual. E ele estuda, ele se forma, ele abriu a cabeça e o coração para essa antológica capacidade dos comunistas formarem quadros. Foi inclusive pra sociologia. Veio do povo, mas postou-se na vanguarda, e quer levar o povo consigo.

O problema do Netinho é ele saber o que está fazendo, surpreender pela positiva. É se reinventar dia após dia e melhorar sempre. Vindo do povo mais humilde, passo a passo ele ascende e mostra que é possível ser negro, pobre, da periferia, discriminado, e vencer. E, já no alto, ele disse: quero ser comunista! E, pouco a pouco, vimos o PCdoB de São Paulo ser cada vez mais samba, estar mais perto do povo. A Leci que o diga. Não ia ser de graça. Nessa cidade tão conservadora, tem coisa que não se perdoa.

E ele tem a virtude mais difícil nesses tempos de individualismo insano: Netinho faz autocrítica. Autocrítica é coisa de comunista. É o mais difícil de fazer. Como é difícil reconhecer o erro e mudar... Qual foi o brasileiro que errou com uma mulher e se expôs ao público na autocrítica implacável contra o seu erro? Quem, senão ele, teve coragem de levar e encarar a Maria da Penha em cadeia nacional de TV e dizer: eu errei? Ele pagou pelo seu erro, e fez autocrítica. E, curiosamente, aqueles que lhe condenam e exige para elem o magma eterno, trazem o inequívoco esgar da hipocrisia de quem não assume seus interesses ocultos ou preconceitos inconfessos. Interesse de o prejudicar eleitoralmente. Preconceito inconfesso contra esse negro, pobre e da periferia, cujo êxito incomoda, ainda que não se o diga.

Já ele, mostra que não é chegado a preconceitos. Afinal, quando já tinha vencido, quando não precisava, quando ninguém esperava, optou pelo socialismo. Ele, que não sabia fazer política, é o candidato que pode alterar o jogo eleitoral de São Paulo, presa na mediocridade de uma suposta luta binária que não representa nem a esquerda nem o povo paulistano. Netinho incomoda. Netinho dará trabalho. Netinho tem votos. Netinho é do povo. Netinho é do PCdoB.

Quem estranha que a ele se contraponham máquinas potentíssimas e ferozes? Quem duvida que a imprensa venal seguirá a trucidá-lo, por não admitir que um astro como ele tenha optado pelos encarnados? Quem negaria que ele é um obstáculo concreto ao cômodo jogo eleitoral que dura já duas décadas e que sempre beneficiou os tucanos? Quem pode ignorar a sua coragem e a de seu Partido em remar contra a maré, apenas com a esperança em que a força do povo saberá reconhecê-lo como um dos seus, como gente de sua gente?

Tantas virtudes encontraram no terno e vermelho coração dos comunistas um campo fértil. A militância o adora e está disposta a carregá-lo nos braços ante toda intempérie. Estão acostumados a enfrentar batalhas impossíveis - e a vencê-las. Estão acostumados a enfrentar da elite a cara feia, e sem temê-la. E você também, não é? Quem diria que chegaria aonde chegou?! A sua existência e garra animam as pessoas que mais precisam, e que se espelham nas coisas boas que você representa. Você é a voz, a cara, a força do povo que não cabe na São Paulo da Avenida Paulista. Há a classe em si, e a classe para si. Você é São Paulo para si, é o povo se a levantar e a querer participar da disputa de sua cidade.

Com Netinho de Paula, o PCdoB inscreverá com o vermelho de sua bandeira e com a negra pele desse filho da periferia uma nova página na luta política de São Paulo e do Brasil. O Brasil e a esquerda podem ousar mais. Um espectro assusta os caciques da política paulistana: Netinho de Paula, do PCdoB.

Um comentário:

  1. Grande texto, meu camarada! Você captou essência do fenômeno, provando que tem a sensibilidade que o povo tem, e não a mochila de preconceitos que a intelectualidade transporta nas costas o tempo todo.
    Abraços

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