Companheira habitual tem sido essa saudade da Loira Desposada do Sol, de seus bares e de seus cultos párias etilicamente claudicantes. Saudade das calouradas, dos saraus, da poesia tão comum quanto a cerveja nos bares alencarinos Saudades da Ponte Metálica, a velha, e do violão tocando Legião.
As conversas, tão ásperas e sarcásticas e até gritos, e as pazes feitas a seguir, semvergonhamente. As piadas dolorosamente incorretas e ainda assim risíveis. As confissões. A cordialidade entre inimigos nos neutros lugares do congraçamento moleque. A dose de gim para a coragem do beijo proibido, e a certeza de que tudo era normal, e que apesar das piadas, ninguém, em verdade, ligava.
A embriaguez mais erudita e poética sempre a encontrei por ali, da Adolfo Herbster até a Meton de Alencar, com todo o fulgor daquele cruzamento mágico da Treze de Maio com a Avenida da Universidade.
O mundo fez-se vasto como a força do tempo, inexoravelmente. Mas é para o Ceará, para Fortaleza, que o meu peito se volta como o muçulmano para Meca, comovida e respeitosamente. Padeço também dessa determinação eterna e pulsante do cearense que - por mais vitórias que tenha, longe de seu verde mar - não deixa de acalentar a esperança de voltar.
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