Uma maioria de 89,4% dos sírios aprovou a nova Constituição, pedra angular para legitimar as reformas integrais que o governo do presidente Bashar al-Assad impulsiona.
O ministro do Interior, Mohammad al-Shaar, disse, em coletiva de imprensa que despertou grande expectativa, que 8,3 milhões de pessoas compareceram às urnas, entre as 14 milhões que estavam habilitadas para votar. Isso representa uma participação de 57,4% no plebiscito.
Segundo ele, entre os eleitores, apenas 9% rejeitam o projeto de Constituição, enquanto quase 133 mil cédulas foram invalidadas.
Al-Shaar disse que o referendo ocorreu sem maiores problemas nas 14 províncias do país. Ele qualificou como boa a participação dos eleitores, considerando as ameaças e intimidações por parte de grupos armados em algumas áreas.
"A este ambiente hostil se soma a intensa campanha midiática de distorção e instigação (ao boicote) contra a Síria, com a qual se tentou impedir os cidadãos de exercerem o seu direito ao voto livre, com o objetivo de prejudicar o processo democrático, que se desenvolveu com toda a liberdade e transparência", relatou.
O parlamentar Akram Hower, deputado à Assembleia Nacional pela Hama, disse a Prensa Latina que os sírios tiveram a oportunidade de votar livremente sobre um projeto de Constituição elaborado para atender às demandas do povo.
Hower, membro do Partido Promessa Nacional, que está localizado na oposição interna, considerou o referendo constitucional como "um passo importante para melhorar a vida política, social e econômica do país".
O presidente al-Assad disse há dias que, se o referendo fosse aprovado seriam celebradas, então, as eleições legislativas, para escolher um nova Assembleia Nacional, em, no máximo 90 dias.
Acadêmicos e políticos da oposição interna e do governo concordam que estas eleições devem ocorrer na segunda quinzena de março.
O pleito vai viabilizar a formação de um governo de unidade nacional, previu Kadri Jamil, líder do Partido da Vontade Popular, um dos novos que se situam na oposição nacional.
Para Jamil, que foi um dos membros da comissão que elaborou o projeto de Constituição, a proposta irá fomentar o pluralismo político e a democracia na Síria em uma base equilibrada, na qual as várias forças podem participar no país.
A redação de uma nova Constituição era uma das principais demandas ao início do levante popular contra o regime em março passado. A minuta da Constituição abre as portas ao multipartidismo e limita o mandato do presidente a sete anos, renovável apenas por uma vez.
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