O Comitê Nacional Constitucional anunciou nesta terça-feira (7) que completou a redação do projeto da nova Constituição, pedra angular do processo de reformas integrais que o governo do presidente Bashar al-Assad impulsiona.
O Comitê, do qual fizeram parte especialistas em ciências jurídicas, inclusive representantes da oposição nacional, precisou por meio de comunicado que agora apresentará o rascunho ao mandatário para sua avaliação final antes que a proposta seja apresentada ao público, em virtude do decreto presidencial de 15 de outubro de 2011.
Depois da publicação, a nova Constituição será submetida a um plebiscito nacional em princípios de março.
Trata-se de elemento chave para todo o processo de reformas integrais que o governo de Assad leva adiante, em especial porque define a separação e independência de funções dos poderes Executivo, Judiciário e Legislativo.
Também porque assegurará o marco legal sobre eleições, criação de partidos, de informação e imprensa, entre outras, que Assad promulgou por meio de decretos presidenciais e assim evitar o dilatado processo de debate legislativo, e poder impulsionar o processo de reformas que emanou de diálogos com todos os setores da sociedade síria desde que começou a crise.
O anúncio coincidiu com a visita do chanceler russo, Sergei Lavrov, a quem o presidente Assad ratificou a decisão de seu governo de completar o projeto de reformas e levar a cabo um diálogo nacional com todas as forças sírias.
Lavrov confirmou o apoio da Rússia à Síria e a esse abrangente plano de mudanças nos terrenos político, social e econômico.
Hostilidade externa
A comunicação do Comitê Constitucional também coincide com uma escalada de hostilidade política contra a Síria por parte dos Estados Unidos, seus aliados europeus e as monarquias petroleiras do Golfo Pérsico, que no início da crise exigiram a Damasco reformas democráticas e agora ignoram o processo que está sendo levado a cabo.
Depois dos Estados Unidos, que fechou sua embaixada e retirou seus diplomatas acreditados na Síria, foi a vez das monarquias reacionárias do Golfo, aliadas do imperialismo, de hostilizar a Síria na mesma direção e retiraram seus embaixadores de Damasco.
A decisão foi tomada um dia depois que Washington e Londres fizeram o mesmo, embora ambas as potências tenham esclarecido que não o gesto não significa o rompimento de relações.
A Arábia Saudita fez a comunicação oficial dos membros do chamado Conselho de Cooperação do Golfo, que é integrado também por Catar, Bahrein, Omã, Emirados Árabes Unidos e Kuweit.
Essas seis monarquias petroleiras são as principais aliadas das potências imperialistas ocidentais na hostilidade contra a Síria. Inclusive, a Arábia Saudita exigiu ao restante dos países da Liga Árabe que adotassem a mesma postura.
Essas embaixadas, segundo fontes do governo sírio ouvidas pela agência Prensa Latina, tinham se transformado em centros de fomento de subversão, sedição e tráfico de informação de inteligência para açular os grupos antigovernamentais; inclusive distribuíram ajuda financeira, em especial as do Catar e da Arábia Saudita.
Compra de jornalistas
O Catar pagou milhares de dólares por mês a alguns jornalistas russos para que criassem um portal digital e fabricassem notícias e fatos artificiais sobre a Síria, evidencia um documento publicado nesta terça (7) pela agência noticiosa síria Sana.
A documentação obtida pela fonte contém um balanço contábil que especifica os nomes e as quantias em dinheiro distribuídas entre os redatores russos escolhidos.
Também inclui um folheto que um indivíduo identificado como Mahmoud al-Hamza, que se apresenta como chefe de um grupo chamado Comitê de Apoio à Revolução Síria, enviou ao embaixador do Catar em Moscou com toda a informação sobre esse projeto antissírio e identifica as pessoas que receberam dinheiro do governo de Doha.
A documentação, datada de 10 de janeiro, revela os nomes dos participantes no projeto, entre eles Al-Hamza, Bassam al-Buni, Osama al-Halabi, Nasr al-Yousef, Omar al-Shaar, Raed Jabr, Mazen Abbas e alguns cidadãos russos.
Esta evidência se soma à coleção de provas que demonstram que o Catar apoia os grupos armados terroristas, além de sua guerra midiática contra a Síria através da Al-Jazeera e outros canais de televisão.
Por outro lado, a agência de notícias síria Cham Press denuncia que os canais por satélites, particularmente o catarense Al-Jazeera e o saudita Al-Arabiya, fomentam a sedição e instigam a violência terrorista na Síria.
Esses canais dedicados à provocação e à distorção não se limitaram somente a difundir falsidades, mas têm assumido o papel de centro de operações a partir do qual emanam ordens a agentes e mercenários do Conselho de Istambul para matar, assassinar, sequestrar cidadãos e militares, assim como atacar estabelecimentos públicos e propriedades civis, denuncia a agência.
Fonte: Prensa Latina
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