O coroamento do golpe de Estado de 2016
A vitória de Jair Bolsonaro em 28 de outubro foi o coroamento do golpe de Estado de 2016, que inaugurou no Brasil uma era de retrocessos para a democracia, a soberania, o desenvolvimento nacional e os direitos e conquistas da classe trabalhadora e do povo. Os golpistas instrumentalizaram a Lava Jato e a mídia burguesa para semear na sociedade o ódio de classes, a intolerância, a demonização do PT, abrindo com isto o caminho à ascensão da extrema direita.
Outro capítulo decisivo do golpe foi a prisão injusta do maior líder popular da nossa história, o ex-presidente Lula, que poderia vencer a corrida presidencial, mas teve a candidatura interditada e foi proibido até de responder entrevistas. Tudo isto foi determinante para a vitória de Bolsonaro.
Luta de classes
O caráter de classes da disputa transpareceu durante a campanha. O capitão de vocação fascista teve o apoio hegemônico do capital, seja este de origem nacional ou estrangeira, financeira ou industrial. Paulo Skaf, presidente da Fiesp - candidato fracassado ao governo paulista e pioneiro do golpe travestido de impeachment -, tomou posição ao lado do militar já no primeiro turno.
O engajamento dos empresários ficou visível no comportamento do mercado de capitais e no financiamento ilegal da campanha de fake news no Watsapp, que consumiu centenas de milhões de reais através do Caixa 2 empresarial, mas não se resumiu nisto. Muitos patrões também cometeram a infâmia de coagir seus empregados a votar contra Haddad com ameaças de demissões e argumentos chantagistas, o que faz lembrar o voto de cabresto da República Velha. O MPT registrou nada menos do que 200 aberrações do gênero, 80% na região Sul.
Bolsonaro promete radicalizar a agenda de restauração neoliberal aberta por Temer, orientada pelos interesses dos banqueiros, grandes capitalistas, latifundiários e, destacadamente, da Casa Branca, traduzidos no chamado Consenso de Washington. Em Miami ele não se envergonhou de expor o complexo de vira-lata que acomete alguns “patriotas” ao prestar continência à bandeira dos EUA e jurar lealdade ao presidente Donald Trump. Veremos uma flexão ainda mais à direita na política externa.
No plano econômico, acena com a radicalização da política fiscal imposta pelo governo golpista de Temer. Seu mais que provável ministro da Fazenda, o economista Paulo Gueses (instruído em Chicago), é um neoliberal radical, defensor do Estado mínimo. Em seu cardápio constam a reforma da Previdência, igual ou pior do que a proposta por Temer, privatizações do que nos resta de estatais, a preservação do congelamento dos investimentos públicos e déficit primário zero, o que significa maiores sacrifícios para a saúde, a educação e o funcionalismo.
Direito do Trabalho
O progama do novo presidente prevê a instituição de uma nova carteira de trabalho sem as garantias da CLT, cujas normas seriam definidas pela negociação individual entre patrão e empregado, sem a intermediação dos sindicatos. É um passo a mais na direção do fim do Direito do Trabalho, que aprofunda a reforma de Temer e a terceirização irrestrita.
No plano político os riscos são ainda maiores. Bolsonaro é um notório defensor da tortura e da ditadura, além de misógeno, preconceituoso e intolerante. Durante a campanha ele prometeu tipificar ações dos movimentos sociais, nomeadamente do MST e MTST, como “terroristas”, criminalizando e reprimindo com dureza as lutas sociais. Pregou o fim dos sindicatos e ameaçou os opositores que não capitularem à sua odiosa ideologia com a prisão ou o exílio.
Frente ampla
Embora no segundo turno, por orientação dos marqueteiros, ele tenha moderado o tom e procurado se apresentar como um bom moço, um pacato cidadão, democrata e patriota, não é prudente baixar a guarda e menosprezar as óbvias ameaças que representa à frágil democracia brasileira, já combalida pelo golpe de 2016, que atropelou direitos fundamentais como a presunção de inocência, deu vazão ao arbítrio de toga e reinstituiu a prisão política, mascarando-a com a insidiosa e falsa campanha de combate à corrupção.
Impõe-se à classe trabalhadores, aos democratas, aos patriotas e seus representantes no Parlamento, nos governos e nos movimentos sociais, o caminho da resistência enérgica contra a nova onda de retrocessos anunciada no resultado final do pleito. Urge formar uma ampla frente democrática e popular em defesa da democracia, dos interesses sociais e da soberania nacional. O tempo não para e a luta continua. O futuro não pode pertencer ao fascismo.
Umberto Martins
* Jornalista e autor do livro O golpe do capital contra o trabalho
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terça-feira, 30 de outubro de 2018
Guedes anuncia ataque a direitos, entreguismo e corte de gastos - Portal Vermelho
Guedes anuncia ataque a direitos, entreguismo e corte de gastos - Portal Vermelho:
Anunciado como todo poderoso ministro da Economia de Jair Bolsonaro, Paulo Guedes antecipou que o foco de sua atuação será o controle de gastos públicos. Adepto da máxima liberal segundo a qual "quanto menos Estado, melhor", ele confirmou que sua gestão aprofundará o programa de Michel Temer. Serão prioridades a reforma da Previdência, as privatizações e o enxugamento da máquina pública. Traduzindo: ataque a direitos do trabalhador, entreguismo e corte de gastos sociais.
"O programa econômico tem um diagnóstico claro. O Brasil teve 30 anos de expansão de gastos públicos, descontrolados”, afirmou, em sua primeira entrevista após divulgado o resultado das urnas. Ele falou no hotel Windsor Barra, no Rio de Janeiro.
“Primeiro grande item (dos gastos públicos) é a Previdência. Precisamos de uma reforma da Previdência”, disse o economista. O próprio Bolsonaro já havia se referido às mudanças na aposentadoria, assim como o seu vice, o general Hamilton Mourão.
O novo governo não deve, contudo, colocar em votação o projeto apresentado pelo governo Temer e que tramita no Congresso. A ideia é ou fazer modificações no texto, ou elaborar uma nova proposta.
Inicialmente, a intenção da equipe de Bolsonaro é a de aumentar a idade mínima de aposentadoria para o serviço público de 60 para 61 anos, e o tempo de contribuição de 35 para 36 anos. E criar uma regra progressiva, em que esse limite aumente em mais um ano a cada período de tempo.
O candidato do PSL propõe também introduzir o regime de capitalização, em que cada pessoa é responsável por acumular sua própria reserva para a aposentadoria. A proposta tem inspiração no modelo chileno, implantado durante a ditadura de Augusto Pinochet e que é alvo de protestos massivos até hoje, já que provocou o empobrecimento dos idosos do país.
Hoje, o regime brasileiro é de repartição, no qual trabalhadores da ativa custeiam a aposentadoria dos mais velhos, de forma solidária. Assim, nenhum aposentado recebe menos que o salário mínimo.
Com o novo modelo, o trabalhador passará a receber apenas a partir daquilo que contribuiu. Se ao longo da vida não contribuiu muito, terá que se contentar em amargar uma velhice na miséria. A ideia de Guedes é que, para quem não conseguir poupar, o governo garanta uma renda mínima, que, contudo, seria menor que o salário mínimo.
Especialistas apontam que esse modelo, além de socialmente perverso, levaria ao colapso da Previdência, pois acarretará diminuição das receitas do instituto previdenciário, fazendo cair sua renda, mas mantendo as despesas.
Sobre a reforma da Previdência, o futuro ministro da Casa Civil, o deputado federal Onyx Lorenzoni (DEM-RS), defendeu nesta segunda (29) separar a assistência social da previdência social. Atualmente, a Previdência Social trata do pagamento de aposentadorias e de diferentes auxílios, como auxílio doença e salário maternidade e inclui também, por exemplo, benefícios de assistência social para idosos ou pessoas com deficiência de baixa renda.
Privatizar tudo o que for possível
Na entrevista concedida no domingo, Paulo Guedes apontou ainda a venda do patrimônio público como forma de reduzir a dívida pública, uma receita utilizada por Fernando Henrique Carrdoso, na década de 1990, e que não deu resultados positivos. Ao contrário. Não só o país vendeu seu patrimônio a preço de banana, como a dívida se multiplicou no período.
"O segundo grande item do controle de gastos públicos, é a despesa de juros. Vamos acelerar as privatizações, porque não é razoável o Brasil gastar 100 bilhões de dólares por ano em juros da dívida. O Brasil reconstrói uma Europa todo ano, o Plano Marshal, que tirou a Europa da miséria do pós-guerra, o Brasil reconstrói uma Europa por ano sem conseguir sair da miséria, então a política é errada" disse Guedes.
Ataque ao déficit e ao trabalhador
De acordo com ele, a terceira iniciativa prioritária é uma "reforma do Estado", que reduza os gastos com a máquina pública. Segundo ele, haverá um "ataque ao déficit fiscal" e a tentativa será no sentido de ter superávit já em 2020, algo que, para se concretizar, exigiria um corte de despesas tão profundo, que inviabilizaria a prestação de serviços públicos, como saúde e educação. "Nós vamos ter que reduzir privilégios e desperdícios”, disse. Em outras palavras, a ideia é aprofundar o ajuste fiscal.
Guedes também disse que a gestão Bolsonaro irá promover uma “abertura gradual” da economia, o que tem preocupado o setor produtivo. A indústria brasileira teme perder competitividade e que se aprofunde o processo de desindustrialização do país, com a invasão de produtos importados. O cenário projetado representaria empresas fechando e mais brasileiros sem emprego.
O futuro governo pretende ainda extinguir o Ministério da Indústria e Comércio, que irá ser incorporado ao tal Ministério da Economia de Guedes. Com vínculos fortes com o setor financeiro, o grupo que chegará ao poder em janeiro quer convidar um empresário para comandar a secretaria que ficará responsável pelas políticas para a indústria. O titular, contudo, não deve ter relação com entidades como a Confederação Nacional da Indústria.
"Aliás, Paulo Guedes costuma referir-se à CNI como uma turma que ainda está 'nas trincheiras da Primeira Guerra Mundial'. Ou seja, são empresários estão fora do seu tempo, exageradamente protecionistas", informa o colunista Lauro jardim, em O Globo, mostrando que o governo estará mesmo ao lado das finanças e não so setor que gera emprego e faz girar a economia.
Guedes também deixou claro que o ataque aos direitos trabalhistas iniciado na gestão Temer terá continuidade. O argumento usado é o mesmo da atual gestão, que já se mostrou falacioso. Segundo o futuro ministro, serão eliminados "encargos e impostos trabalhistas sobre a folha de pagamento para gerar em dois, três anos 10 milhões de empregos novos”.
A promessa de redução do desemprego, alardeada por Temer, nunca se cumpriu, pelo contrário. Qualquer melhora no mercado de trabalho tem se dado em cima de vagas precarizadas e informais.
Mercosul não é prioriodade
Sobre o papel do Mercosul, o economista liberal aproximou-se do discurso do próprio Bolsonaro, que tenta falsamente dividir o mundo e as relações internacionais como se ainda estivésse em plena Guerra Fria. Disse que o Brasil ficou "prisioneiro de alianças ideológicas" nos últimos anos. “Mercosul quando foi feito (foi) totalmente ideológico. É uma prisão cognitiva, não será conosco. Foi, no sentido de que só negocia com gente que tiver inclinações bolivarianas”, disse.
Ao ser questionado por uma repórter do jornal argentino Clarín se o Brasil continuaria no bloco, Guedes respondeu: “Não vamos quebrar nenhum relacionamento”. “Se eu só vou comercializar com Venezuela, Bolívia e Argentina? Não. Nós vamos comercializar com o mundo, serão mais países. Nós faremos comércio. E se eu quiser comercializar com outros países?”, respondeu, mostrando desconhecimento sobre os países que integram o bloco formado por Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai. A Venezuela está suspensa e a Bolívia não faz parte.
O economista insistiu que o programa econômico será pautado pelo controle de gastos e não pelo Mercosul. “É isso que você queria ouvir? Mercosul não será prioridade”, disse ele, de forma agressiva à repórter argentina. De acordo com ele, o seu estilo combina com o do presidente eleito. "A gente fala verdade, não está preocupado em te agradar. Eu conheço esse estilo", exaltou-se.
Do Portal Vermelho
CTB, CUT e Força Sindical: Unidade em defesa do direito do trabalhador
Após a vitória de Jair Bolsonaro para a presidência da República neste domingo (28), três centrais sindicais afirmaram após a apuração que a unidade dos trabalhadores é o caminho para evitar mais retirada de direitos trabalhistas e sociais. Previdência Social e soberania nacional também foram temas mencionados em notas e declarações de dirigentes da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) e Força Sindical.
Por Railídia Carvalho
Privatizações e retomada da reforma da Previdência estão no programa do novo presidente. Para a CTB, a perspectiva é de mais retrocesso e a luta contra a entrega do patrimônio pública precisa ocupar as ruas e o Congresso Nacional.
"O caminho da classe trabalhadora e seus representantes é o da resistência enérgica contra a nova onda de retrocessos anunciada pelo resultado final do pleito. Urge formar uma ampla frente democrática e popular em defesa da democracia, dos interesses sociais e da soberania nacional. A luta continua", afirmou o presidente nacional da CTB, Adilson Araújo.
A direção da Força Sindical se reuniu nesta segunda-feira (29) e divulgou nota assinada pelo presidente interino Miguel Torres. A central reafirmou a defesa da democracia e reivindicou que o novo presidente respeite os direitos trabalhistas, previdenciários direitos individuais e assegure a liberdade de imprensa. Segundo a Força, o novo presidente e a oposição que se consolida devem falar para todos os brasileiros.
“a Força Sindical vai cumprir seu papel histórico e institucional: vai representar os trabalhadores e sua luta por emprego decente, por uma aposentadoria justa, pela retomada do crescimento e em defesa do patrimônio nacional. Reafirmamos a necessidade da unidade de ação das centrais sindicais, buscando fortalecer o diálogo com as forças institucionais constituídas na construção de um País mais justo e igualitário”.
Na opinião da CUT, Jair Bolsonaro vai aprofundar a agenda neoliberal em curso desde o golpe que levou Michel Temer à presidência e derrubou a presidenta eleita Dilma Rousseff. Segundo a entidade, o Brasil viverá o agravamento do desemprego, arrocho salarial e aumento do custo de vida além da retomada da reforça da Previdência, retirada de direitos e privatizações das empresas públicas.
“Além disso, vai tentar perseguir e reprimir o movimento sindical, os movimentos sociais, bem como os setores democráticos e populares em geral.Temos um enorme desafio pela frente. É hora de unidade das forças democrático-populares para resistir. A CUT dará continuidade a sua trajetória de luta e conclama suas bases a continuarem mobilizadas e a resistirem a qualquer ataque contra os direitos e a democracia”, diz a nota assinada pelo presidente da entidade Vagner Freitas.
Leia também:
Dirigentes sindicais afirmam que momento exige amplitude democrática
Do Portal Vermelho com agências
terça-feira, 23 de outubro de 2018
MINICURSO CINEMA PALESTINO - CIÊNCIAS SOCIAIS - UNB - 5 a 7 de novembro
MINICURSO DIA 05, 06 E 07 DE NOVEMBRO DE 2018, DAS 14H ÀS 16H NO AUDITÓRIO DO ICS.
EVENTO SOB ORGANIZAÇÃO DA PROF.ª BERENICE BENTO(UNB).
sábado, 13 de outubro de 2018
Conheça o Mestre Moa do Katendê - 2015 - Blog Congo de Ouro
Congo de OuroCapoeira e Percussão Romário Itacaré
Môa do Katendê nasceu em Salvador (BA) e é um artista ligado às tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, descobriu suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN”, terreiro de sua tia e incentivadora. Em 1977, consagrou-se campeão do Festival da Canção Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, e em Maio de 1978 fundou o “Afoxé “Badauê”, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e tornou-se campeão do carnaval na categoria de afoxé. Em 1995 com a união de colegas e admiradores da cultura afro-brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”.
Mestre Môa do Katendê é baiano de Salvador. Artista ligado às tradições Afro-baianas; compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, tendo descoberto suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN” terreiro de sua tia e incentivadora.
Em 1995, com a união de colegas e admiradores da cultura afro brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”, que neste mesmo ano participou do carnaval em São Paulo na Cohab José Bonifácio. Em 1996 o grupo viaja a Salvador reintegrando os componentes do “Badauê” e outros afoxés e desfila no carnaval, estabelecendo assim um intercâmbio entre Bahia e
São Paulo. Atualmente Mestre Moa do Katendê vem ministrando oficinas de afoxé na Bahia, Sudeste e Sul do Brasil e na Europa
e é o coordenador geral do afoxé “Amigos de Katendê”.
Mestre Moa do Katende fala sobre a “reafricanização” da juventude da Bahia e do processo batizado por Antonio Risério de “reafricanização” do carnaval na Bahia, e atribui este processo a própria dinâmica interna da vida baiana.
Enumera os marcos fundamentais deste processo: a forte presença de organizações e clubes negros nos carnavais da Bahia o “renascimento” do Afoxé Filhos de Gandhi, um dos símbolos do carnaval baiano organização carnavalesca fundada em 1949 por trabalhadores da estiva do Porto de Salvador, um ano antes, portanto do aparecimento do Trio Elétrico, e que no início do dos anos 1970 praticamente desaparecera – e o surgimento do Ilê Ayiê, o primeiro dos muitos Blocos Afro surgidos neste período.
Extrapolando os limites de uma mera participação no carnaval os Blocos Afro ocupam física e culturalmente espaços da cidade, alguns, antes estigmatizados por serem “lugar de preto”, outros, hegemonizados desde sempre pelas elites .
Assim como o surgimento do Trio Elétrico, em 1950, veio revolucionar e particularizar o carnaval da Bahia, o processo de “reafricanização”, especialmente com a entrada em cena dos “blocos afro” precipitando a reação africanizante e explicitando marcadamente um caráter étnico hegemonizam do ponto de vista estético, musical e gestual, transformam radicalmente a trama carnavalesca baiana . As pessoas que criaram as novas entidades “afrocarnavalescas” da Bahia assumem e explicitam a matriz negra da cultura baiana numa dimensão nunca antes registrada como é o caso, por exemplo, do próprio Moa do Katendê fundador do Afoxé Badauê, onde vemos a importância assumida pelos cantores na expressão de valores afros entre a comunidade negromestiça de Salvador a consciência da africanidade e da nova poesia afro-baiana, baseada em reminiscências e jogando com a sonoridade das palavras africanas extraídas do vocabulário dos candomblés, textos da autoria de Paulinho Camafeu, Moa do Catendê, Caetano Veloso, Antonio Risério, Heron, Curimã, Moraes Moreira, Gilberto Gil, Ivo do Ilê, Milton de Jesus, Charles Negrita, Chico Evangelista, Jorge Alfredo, Ana Cruz, Cebolinha, Alírio do Olodum, Lazinho Boquinha, Jailton, Egídio e Buziga.
Tamo junto Mestre
Môa do Katendê nasceu em Salvador (BA) e é um artista ligado às tradições afro-baianas. Compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, descobriu suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN”, terreiro de sua tia e incentivadora. Em 1977, consagrou-se campeão do Festival da Canção Ilê Aiyê, o primeiro bloco afro do Brasil, e em Maio de 1978 fundou o “Afoxé “Badauê”, que desfilou pela primeira vez no ano seguinte e tornou-se campeão do carnaval na categoria de afoxé. Em 1995 com a união de colegas e admiradores da cultura afro-brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”.
Mestre Môa do Katendê é baiano de Salvador. Artista ligado às tradições Afro-baianas; compositor, dançarino, capoeirista, ogã-percussionista, artesão e educador, tendo descoberto suas raízes aos oito anos de idade no “ILÊ AXÉ OMIN BAIN” terreiro de sua tia e incentivadora.
Em 1995, com a união de colegas e admiradores da cultura afro brasileira, surge o grupo de afoxé “Amigos de Katendê”, que neste mesmo ano participou do carnaval em São Paulo na Cohab José Bonifácio. Em 1996 o grupo viaja a Salvador reintegrando os componentes do “Badauê” e outros afoxés e desfila no carnaval, estabelecendo assim um intercâmbio entre Bahia e
São Paulo. Atualmente Mestre Moa do Katendê vem ministrando oficinas de afoxé na Bahia, Sudeste e Sul do Brasil e na Europa
e é o coordenador geral do afoxé “Amigos de Katendê”.
Mestre Moa do Katende fala sobre a “reafricanização” da juventude da Bahia e do processo batizado por Antonio Risério de “reafricanização” do carnaval na Bahia, e atribui este processo a própria dinâmica interna da vida baiana.
Enumera os marcos fundamentais deste processo: a forte presença de organizações e clubes negros nos carnavais da Bahia o “renascimento” do Afoxé Filhos de Gandhi, um dos símbolos do carnaval baiano organização carnavalesca fundada em 1949 por trabalhadores da estiva do Porto de Salvador, um ano antes, portanto do aparecimento do Trio Elétrico, e que no início do dos anos 1970 praticamente desaparecera – e o surgimento do Ilê Ayiê, o primeiro dos muitos Blocos Afro surgidos neste período.
Extrapolando os limites de uma mera participação no carnaval os Blocos Afro ocupam física e culturalmente espaços da cidade, alguns, antes estigmatizados por serem “lugar de preto”, outros, hegemonizados desde sempre pelas elites .
Assim como o surgimento do Trio Elétrico, em 1950, veio revolucionar e particularizar o carnaval da Bahia, o processo de “reafricanização”, especialmente com a entrada em cena dos “blocos afro” precipitando a reação africanizante e explicitando marcadamente um caráter étnico hegemonizam do ponto de vista estético, musical e gestual, transformam radicalmente a trama carnavalesca baiana . As pessoas que criaram as novas entidades “afrocarnavalescas” da Bahia assumem e explicitam a matriz negra da cultura baiana numa dimensão nunca antes registrada como é o caso, por exemplo, do próprio Moa do Katendê fundador do Afoxé Badauê, onde vemos a importância assumida pelos cantores na expressão de valores afros entre a comunidade negromestiça de Salvador a consciência da africanidade e da nova poesia afro-baiana, baseada em reminiscências e jogando com a sonoridade das palavras africanas extraídas do vocabulário dos candomblés, textos da autoria de Paulinho Camafeu, Moa do Catendê, Caetano Veloso, Antonio Risério, Heron, Curimã, Moraes Moreira, Gilberto Gil, Ivo do Ilê, Milton de Jesus, Charles Negrita, Chico Evangelista, Jorge Alfredo, Ana Cruz, Cebolinha, Alírio do Olodum, Lazinho Boquinha, Jailton, Egídio e Buziga.
Tamo junto Mestre
Missa de sétimo dia de Mestre Môa do Catendê - que lindo - Venceremos o Fascismo! #Haddad13
Missa de sétimo dia de Mestre Môa do Catendê
Quando a gente vê uma cena dessa, em meio de uma tristeza tão funda o povo devolver com união e beleza, a gente percebe aforça do Brasil, e havemos de vencer essa batalha e a guerra, por uma pátria livre, democrática e com o povo em primeiro lugar!
Mestre Môa do Catendê, Presente!
O fascismo será derrotado!
Vamos com #HaddadPresidente!
Mestre Môa do Batendê - o primeiro artista assassinado pelo fascismo de 2018 - Pedro Sanchez - Farofafá
O baiano Romualdo Rosário da Costa, conhecido como Môa do Katendê, tem sido tratado como capoeirista no obituário sobre seu assassinato a facadas por um eleitor de Jair Bolsonaro, numa discussão na madrugada pós-eleitoral de 8 de outubro, em Salvador. Moa é, além disso, o primeiro artista a sucumbir à onda protofascista que emerge das urnas no Brasil de 2018. Compositor ligado a blocos afro como Ilê Aiyê e Badauê, ele foi iluminado nacionalmente primeiro por Caetano Veloso, que gravou uma vinheta de “Badauê” no disco Cinema Transcendental, de 1979: “Misteriosamente/ o badauê surgiu/ sua expressão cultural/ o povo aplaudiu”. (À época, o nome do artista foi grafado como Môa do Catendê.)
Caetano citou o Badauê e o Ilê de Môa noutras canções daquele período, como as espontaneamente antifascistas “Beleza Pura” (“não me amarra dinheiro, não,/ mas elegância/ não me amarra dinheiro, não,/ mas a cultura/ dinheiro não/ a pele escura/ dinheiro não/ a carne dura/ dinheiro não/ moço lindo do Badauê/ beleza pura/ do Ilê Aiyê/ Beleza pura”), também de 1979, e “Sim/Não” (“No Badauê/ gira menina, macumba, beleza, escravidão/ no Badauê/ toda a grandeza da vida no sim/não”), de 1981.
O Ilê Aiyê gravou outro “Badauê” de Môa: “Na Liberdade/ e na cidade/ sua crioulada engalanada/ 100% emocionada/ delirando toda a massa cantando assim/ badauê”. Num contexto ainda mais explícito que o da execução da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Pedro Gomes, em março passado, Môa foi assassinado pelo barbeiro Pedro Sérgio Ferreira de Santana, militante do PSL de Bolsonaro, após defender voto no PT. Na terça-feira 9, o jornalista Ricardo Boechat disse ao vivo, na BandNews FM, que não vê agressividade na presente campanha eleitoral e classificou o assassinato de Môa do Katendê de “uma bobagem, minha gente”.
Veículos comprometidos com a frente antifascista em formação, como Opera Mundi e CartaCapital, têm publicado material de fundamental importância para o enfrentamento da onda fascista. A mídia internacional já repercute o Mapa da Violência Política elaborado de forma colaborativa a partir do site Opera Mundi.
- (Este texto foi produzido originalmente para a edição 1.025 da revista CartaCapital.)
quinta-feira, 11 de outubro de 2018
Comentário sobre: Um militar que não vota em Bolsonaro - As votações dele Congresso
O depoimento do militar é excelente reflexão sobre o nosso país. É uma reflexão do primeiro turno, mas que reúne importantes lições e polêmicas legítimas sobre os projetos em disputa.
A desqualificação do candidato da extrema direita é escondida por uma campanha midiática sem paralelo na História política do país. Uma campanha que estimula o ódio e a divisão do país e que esconde a diversidade que é a grande força do nosso país. E o primeiro que fazem é impedir o debate pela demonização do outro, num baixo nível doentio e violento. É preciso recuperar a condição do diálogo e da defesa da humanidade.
Isso não implica a concordância com tudo o que ele observa, ainda que reconheça o mérito da lucidez. É absolutamente aceitável discutir os erros do socialismo no século XX. É uma reflexão rica, que já fizemos e estamos bem para o diálogo, temos inclusive um Programa Socialista para o Brasil, que defende as formas mistas de propriedade, o pluralismo, mas sobretudo coloca como primeira tarefa a defesa do Brasil ameaçado pela ganância do imperialismo.
A interdição do debate e o ataque à esquerda se dá por um posicionamento em defesa da soberania brasileira. Defendemos as estatais. Defendemos o gás e a gasolina mais baratos por um preço regulado pela Petrobras que deve fazer a autossuficiência servir ao povo e com transportes públicos de massa eficientes. Defendemos a ELETROBRAS, o BB, a CEF, a Amazônia, o programa do submarino nuclear brasileiro, a modernização das forças armadas brasileiras, defendemos que a base de Alcântara lance o veículo brasileiro e JAMAIS seja entregue aos estadunidenses.
Então, para além do debate moral, comportamental, resta a questão de como é possível desconsiderar a suma importância do debate nacional na vida brasileira. A constituição do nosso Exército e uma das consequências não previstas da Guerra do Paraguai - um ato genocida de nosso país - foi o fortalecimento da luta contra a escravidão, que avançou até a Lei Áurea como corolário da maior mobilização nacional já vista e que é o verdadeiro ato fundacional da Nação Brasileira. Não é à toa que o Hino da Proclamação da República diz:
Nós nem cremos que escravos outrora
Tenha havido em tão nobre País...
Hoje o rubro lampejo da aurora
Acha irmãos, não tiranos hostis.
Somos todos iguais! Ao futuro
Saberemos, unidos, levar
Nosso augusto estandarte que, puro,
Brilha, ovante, da Pátria no altar !
Liberdade! Liberdade!
Abre as asas sobre nós,
Das lutas na tempestade
Dá que ouçamos tua voz
É a Lei Áurea que se quer abolir.
A terceirização infinita instaura o intermediador de mão-de-obra, em conjunto com a Deforma Trabalhista, acaba por ser o mais brutal ajuste contra os trabalhadores no mundo, precarizando o trabalho, favorecendo os acidentes de trabalho, calote dos empregadores, trabalho intermitente, exposição de mulheres e lactantes ao trabalho insalubre e à culpabilização pecuniária e moral do demandante na justiça do trabalho. Ademais, institui-se a indenização segundo o salário do atingido, e não pelo dano que atingiu a vítima. Diminuiu as multas dos que violam as leis trabalhistas.
É, concretamente, uma lei que favorece as formas de trabalho análogas à escravidão, a precarização do trabalho, à perda de poder aquisitivo de todos e todas, às injustiças no trabalho e à dificuldade de se demandar à justiça, é uma violência que leva a classe trabalhadora brasileira para um patamar anterior à CLT de Getúlio Vargas. A Deforma Trabalhista de Temer que foi votada pelo candidato fascista é a neo-escravidão. e eles acharam um pouco Querem Acabar com 13º salario criar uma carteira sem nenhum direito, será a plena aplicação da deforma Trabalhista de Temer.
Isso implodir área as categorias profissionais e levará a uma perda salarial massiva. A venda do patrimônio público terá um efeito pior do que a mudança da política de combustíveis. Estaremos entregando as principais ferramentas do desenvolvimento nacional construídas por gerações de brasileiros a uma banda de entreguistas, o Brasil está mesmo ameaçado.
O povo brasileiro é uno, a classe trabalhadora não é uma segunda classe. Votar em Haddad 13, votar em Manuela 13, é defender a integridade social da nação brasileira e é defender a democracia, porque a democracia social e política devem andar juntas para fazerem sentido como defesa da Nação Brasileira, feita de gente, de povo.
Mais adiante, debaterei o tema do socialismo.
sábado, 6 de outubro de 2018
Tudo, menos o PT”. Antipetismo empedernido ou o perfeito bode expiatório das forças conservadoras. - Daniela Gontijo
Como uma pessoa que estuda violência há 15 anos eu tenho algumas coisas a dizer sobre o momento político que estamos vivendo. Fiz uma tese de doutorado sobre violência, mímesis, contágio. Estudei a estratégia do bode expiatório que, para mim, vem tomando proporções escabrosas no Brasil.
Entendo a estratégia do bode expiatório como um dos pilares do golpe que podemos sintetizar no Grande Acordo Nacional – “Tem que mudar o governo para estancar essa sangria", disse Romero Jucá. Trocando em miúdos, trata-se de uma estratégia para desmontar o estado de bem estar social que já era capenga, para servir aos interesses do grande capital.
Não sou petista e fiz muita oposição ao Governo Dilma e às escolhas catastróficas de um modelo econômico conservador e predatório. Mas é tão óbvio que o PT se tornou um bode expiatório e que o ódio ao PT é um catalisador de temores e insatisfações, projeto das elites e da grande mídia pra manipular pessoas. Eu tenho visto tanta gente conhecida que já não reconheço: de uns tempos pra cá enrubesce ao falar, trava o queixo, baba de ódio. O fenômeno tem sido relatado por amigas/os também sobre familiares e colegas.
Não tem nada com mais força na sociedade que catalisar os ódios num insígnia única. É densamente amalgamador e se potencializa numa espécie de tautologia, como se tudo passasse a justificar esse ódio e o ódio também passasse a balizar tudo.
Um sinal contundente do êxito da estratégia do bode expiatório é a relativização de todo o resto. Quem comprou o “Ódio ao PT” não odeia, não de um modo contundente e avassalador, o Jair Bolsonaro, o Michel Temer, o Aécio Neves, o Gilmar Mendes, o golpe jurídico-midiático, o “grande acordo nacional, com Supremo, com tudo”. Não discursa, com indignação contra nenhum deles. PEC do congelamento, retrocesso de direitos, fascismo, homofobia, racismo, machismo, apologia ao estupro, apologia à tortura. Não odeia nada disso. As coisas mais hediondas não cabem na indignação de quem comprou o ódio único ao PT. Mas o antipetismo empedernido é nada mais, nada menos que um projeto de manipulação feito em modelos consolidados historicamente.
O antropólogo René Girard dedicou uma vida ao estudo do tema com centenas de livros publicados. Em sociedades em crise, as massas, focadas no bode expiatório, elegem a vítima sacrificial, que nunca é a verdadeira culpada. Hordas sociais catapultam o ódio e expurgam a vítima. Apesar de parecer um movimento espontâneo, há sempre o interesse de uma elite por trás, que precisa poupar o verdadeiro culpado e zelar pelo status quo. Por isso, a vítima sacrificial é sempre uma figura que foi marginalizada, que carrega um estigma, o que torna mais fácil sua designação como bode expiatório.
Evidente que o PT não é uma quadrilha, tampouco o partido que mais roubou na história do país. Muito pelo contrário, tirou o país do mapa da fome e estamos aí, nesse exato momento, vendo retrocessos na educação, na saúde, na assistência social etc. Teve Fies, teve Prouni, teve “Ciência sem fronteira”, teve “Fome zero”, teve “Minha casa, minha vida” e tanta política pública acertada que o Lula tem recolhido reconhecimento em todo canto do mundo e acaba de ganhar seu 35o honoris causa. Teve problema? Teve muito! Mas nada diferente nem pior do que os que sempre estiveram no poder. E certamente nada que justifique catalisar ódios num partido só. E em geral, quando a pessoa vem com o “fora todos”, é eleitora do inominável, se não no 1o, no 2o turno, e sequer se dá conta de como seu ódio segue exclusivista. Porque outro sintoma que constato do bode expiatório e da onda de ódio é o ofuscamento para o restante.
O ódio, já dizia Sara Ahmed, é pegajoso. Mobiliza-se mais gente que se junta contra algo do que a favor. O ódio tem essa potência do expurgo. Nada é mais agregador que o ódio. E a estratégia de manipulação via bode expiatório tem dado certo por toda a história mundial. No Brasil, agora vemos no “tudo, menos PT”, a ascensão do autoritarismo, o declínio do diálogo e o escalonamento da intolerância e agressividade. Pra quem brinca com fogo e acha que Jair não fará o que diz, Jessé Souza já nos relembrou que Hitler já avisara tudo que faria. Se você é do tipo “tudo, menos PT”, você cogita votar num ser extremamente perigoso, que propaga e estimula o ódio, banaliza a violência e cuja propaganda é uma mão em forma de arma. Um ser que diz que “o erro da ditadura foi torturar e não matar”, e que já deveria estaria preso, se nosso país fosse sério. Se você cogita votar nele, você certamente foi tomado/a pelo Ódio Único e anda relativizando o oco. O oco é a cara do fascismo. O oco tem a cara de uma pessoa que não articula nem o bê-a-bá da economia, que já foi condenado por apologia ao estupro e comentário racista, que tem como herói um torturador sanguinolento, responsável por 45 mortes e desaparições, exaltado pelo Jair em rede nacional. O oco é a cara do seu ídolo Brilhante Ustra, que torturou uma mulher grávida de 7 meses e levou duas crianças, uma de 4, outra de 5 anos, para assistir os pais torturados, sujos de fezes e vômito.
Horror não se relativiza. Não queiramos ver o oco. Todo mundo perde.
Muçulmanos e judeus se unem no Brasil em manifesto - #eleNAO
Uma dúzia de entidades das comunidades judaica e muçulmana divulgou uma declaração conjunta nesta sexta-feira contra o candidato do Partido Social Liberal (PSL) à presidência do Brasil, Jair Bolsonaro.
"Nós, muçulmanos e judeus, sabemos os horrores da islamofobia e antissemitismo, temos a sensibilidade aguçada para perceber que de todas as barbaridades proferidas por este candidato, o mais emblemático, afetando diversos segmentos, foi que a as minorias devem se curvar à maioria", diz um fragmento da nota.
Os signatários do manifesto enfatizam que estão unidos "contra o inimigo comum" de muitos setores de minoria, mas o estresse que sua luta não se limita ao candidato presidencial", e sim "tudo o que ele representa e todos que reproduzem seu discurso".
"Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus, é parar todas as formas de violência, preconceito e qualquer outro elemento que baseie o projeto fascista daquele homem e seus seguidores", disseram eles.
Entre os signatários do manifesto são organizações "muçulmanos contra Bolsonaro", "manifesto muçulmano contra o fascismo", a mesquita Sumayyah Bint Khayyat de Embu das Artes (São Paulo), a delegação do Brasil do partido sionista de esquerda Meretz judaica, e o Fórum dos Judeus-Sionistas-Socialistas Pró-Palestina.
Em 29 de setembro, membros de alguns desses grupos participaram das manifestações que as mulheres organizaram em todo o país e em várias cidades do mundo contra o candidato de direita.
Bolsonaro lidera as intenções de voto antes das eleições que acontecem no domingo, 7 de outubro. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Datafolha, ele tem 35% de apoio, bem à frente do segundo colocado Fernando Haddad (PT), que tem o apoio de 22%.
"Nós, muçulmanos e judeus, sabemos os horrores da islamofobia e antissemitismo, temos a sensibilidade aguçada para perceber que de todas as barbaridades proferidas por este candidato, o mais emblemático, afetando diversos segmentos, foi que a as minorias devem se curvar à maioria", diz um fragmento da nota.
Os signatários do manifesto enfatizam que estão unidos "contra o inimigo comum" de muitos setores de minoria, mas o estresse que sua luta não se limita ao candidato presidencial", e sim "tudo o que ele representa e todos que reproduzem seu discurso".
"Nossa bandeira comum, como muçulmanos e judeus, é parar todas as formas de violência, preconceito e qualquer outro elemento que baseie o projeto fascista daquele homem e seus seguidores", disseram eles.
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Em 29 de setembro, membros de alguns desses grupos participaram das manifestações que as mulheres organizaram em todo o país e em várias cidades do mundo contra o candidato de direita.
Bolsonaro lidera as intenções de voto antes das eleições que acontecem no domingo, 7 de outubro. De acordo com a pesquisa divulgada pelo Datafolha, ele tem 35% de apoio, bem à frente do segundo colocado Fernando Haddad (PT), que tem o apoio de 22%.
A imprensa mundial denuncia o fascismo defendido pela imprensa brasileira - Manchetes de jornais do mundo todo
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Fascista garoto propaganda da indústria de armas - #eleNão
— Vivicarabina Lula da Silva🌹🔫 (@vivicarabina17) 6 de outubro de 2018
sexta-feira, 5 de outubro de 2018
Carta à comunidade da UnB em defesa da democracia
UnB-http://noticias.unb.br/publicacoes/69-informe/2543-carta-a-comunidade-em-defesa-da-democracia
Administração superior ressalta valores e fundamentos da sociedade brasileira e incentiva reflexão sobre o voto nas eleições deste fim de semana
Do Gabinete da Reitoria
05/10/2018
Hoje, quando celebramos o trigésimo aniversário da promulgação da Constituição Cidadã, estamos a exatos dois dias de uma eleição crucial para os destinos da jovem democracia brasileira. Estamos diante de um novo momento histórico, sendo convocados a reafirmar a liberdade, a dignidade humana, a democracia e a justiça social, como fundamentos do Estado e da sociedade brasileira.
A Constituição Federal de 1988 encerrou 21 anos de ditadura, um passado doloroso que não podemos esquecer, sob pena de retrocedermos na história. A Universidade de Brasília sofreu a violência e o horror da ditadura, tendo sido palco de invasões policiais, prisões de estudantes, demissões arbitrárias de professores e intervenções constantes, em uma escalada repressiva contra seu projeto de vanguarda para a educação superior e às mobilizações estudantis pela democracia. Perdemos 238 docentes brilhantes, dos 305 que a UnB tinha em 1965, e, entre outros, Honestino Guimarães, estudante de Geologia da UnB, líder do movimento estudantil e desaparecido político desde outubro de 1973.
Embora difícil e doloroso, é de extrema importância que nós nos recordemos do horror vivido. Nosso Estado demorou muito para olhar para essa ferida e para buscar meios de repará-la – que, sob alguns aspectos, não foi e jamais será passível de remissão.
Quando hoje nos deparamos com manifestações públicas que atentam contra a democracia brasileira ou com atos que contrariam os valores estabelecidos em um Estado democrático de direito, não podemos ignorar. Não podemos aceitar a negação de nosso passado autoritário. Tampouco podemos relativizar tais declarações e atos, que, em sua essência, ameaçam direitos tão duramente conquistados pela sociedade brasileira.
A Universidade de Brasília, que nasceu alicerçada sobre os ideais libertários e humanistas de Anísio Teixeira e Darcy Ribeiro, e que tem como um dos seus princípios estatutários o compromisso com a paz e com a defesa dos direitos humanos, deve continuar firme na defesa dos princípios e valores constitucionais e atuando para honrar seus fundadores. Anísio e Darcy conceberam uma universidade única, na qual um projeto pedagógico inovador se aliou à missão de formar cidadãos conscientes e comprometidos com a transformação da sociedade brasileira.
Por isso, conclamamos docentes, estudantes, técnicos e terceirizados a fazer valer o direito de voto por nós conquistado e não poupar esforços para fazer emergir das urnas neste domingo uma democracia mais forte, voltada para a emancipação social e alinhada com a defesa dos direitos humanos.
Márcia Abrahão
Reitora
Enrique Huelva
Vice-reitor
quarta-feira, 3 de outubro de 2018
Pastor Ed René Kivitz - Intoleráveis falas de preconceito e de ódio de Bolsonaro - Vídeo
Pastor batista chamou de intoleráveis as falas preconceituosas e os discursos de ódio de Bolsonaro.
Publicado em 02/10/2018.
Pastor Ed René Kivitz.
Em um culto no último domingo (30) na Igreja Batista da Água Branca (Ibab), em São Paulo, o pastor Ed René Kivitz chamou de intoleráveis aa falas preconceituosas e os discursos de ódio de Bolsonaro, candidato de extrema-direita à presidência da República pelo PSL. Ed abordou as falas por ocasião das eleições que se aproximam e o envolvimento de várias igrejas e líderes no pleito, inclusive apoiando Bolsonaro.
O pastor lembrou do adúltero do rei Davi com Bate-Seba, mulher de Urias, um dos homens do exército dele. Após engravidá-la, tentar fazer com que que Urias acreditasse que o filho dele mesmo e não conseguir, Davi manda seu súdito fiel ao campo de batalha para ser morto. E assim aconteceu, como está relatado no livro de 2 Samuel, capítulo 11. Após isso, Davi tomou Bate-Seba para si, como esposa.
Repreendido por um profeta, Davi estava tão alienado que não conseguiu reconhecer seus próprios erros. Dessa angústia, nasceu o Salmo 51, uma oração do rei Davi a Deus, pedindo desculpas por seus erros e crimes, até um assassinato, pois suas mãos estavam sujas de sangue.
Ed René lembrou que o Davi era um homem “segundo o coração de Deus”, íntimo de Deus, piedoso, mas mesmo assim foi capaz de cometer tais atrocidades.
“Eu me pergunto por que um homem de Deus, um homem íntimo de Deus, piedoso, faz um mal nessas proporções?”
Segundo ele, a resposta está em forças monstruosas que todos temos dentro de nós:
“A palavra de Deus me informa que existem em nós forças, que nos vêm dos nossos antepassados. Forças atávias, que, se não forem mantidas sobre controle, despertam monstros. E nos levam a fazer coisas que só podem ser explicadas porque fomos arrebatados do nosso juízo, da nossa razoabilidade, do nosso senso.”
Isso explicaria também nosso contexto político atual e a aceitação de discursos extremistas, como os de Bolsonaro:
“Os monstros tomaram conta de nós. É isso que a Bíblia chama de tentação, quando a nossa carne assume o controle. Essas forças e esses monstros estão dentro de nós, mas também estão nas nossas sociedades. E os fenômenos sociais fazem com que esses monstros apareçam. E de repente, uma sociedade se torna monstruosa. Estou com muito medo de que isso esteja acontecendo no nosso país.
Sim, estou me referindo ao nosso processo eleitoral, às nossas eleições de domingo e aos monstros que estão soltos na nossa sociedade.”
Ed diz que essas forças estão dentro das igrejas também:
“A violência, a intolerância, os extremismos, os monstros de todos os lados, que são acordados, eles despertam. E esses monstros tomam conta da sociedade, e inclusive da igreja.
Nos já vimos a igreja, por exemplo, comprometida com a Ku Klux Klan. Diáconos e pastores batistas membros de uma seita racista e do movimento de segregação racial nos Estados Unidos. Nós já vimos o Apartheid na África do Sul, e a igreja estava presente sustentando o regime racista. A igreja protestante na Alemanha sustentou o nazismo.”
Por fim, o pastor aborda as falas de Bolsonaro:
“Eu fico chocado com as expressões do Jair Bolsonaro dizendo que ‘o problema da ditadura é que torturou mas não matou, poderia ter matado mais’, ‘não estupraria você porque não merece’. Eu fico chocado com a brincadeira ‘vamos metralhar os petralhas’, com uma criancinha fazendo sinal de revólver.
Fico chocado quando Jair Bolsonaro, no legítimo exercício da sua cidadania, é esfaqueado em praça pública.
Os monstros estão soltos. E estão soltos também entre nós.
O discurso racista, homofóbico, classista, machista, está presente dentro das nossas comunidades.”
Ed afirma que qualquer homem é capaz de qualquer coisa, assim como Davi foi capaz de assassinar um súdito seu, para ter sua esposa.
“A santidade não é um comportamento, não é prática rotineira de atividade religiosa. A santidade é um tipo de coração, é uma postura diante de Deus, um coração quebrantado, que Deus não despreza. É colocar nossos monstros diante de Deus e pedir misericórdia, que apague nossas transgressões, para que não nos abandone.”
Assista à pregação na íntegra abaixo.
Vídeo – Santidade como quebrantamento
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