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sábado, 30 de abril de 2011
CTB, Força, CGTB, Nova Central e UGT realizam ato unificado do DF domingo às 9h00 na Cidade Estrutural
Cláudio Avelar - 9297 2591
sexta-feira, 29 de abril de 2011
Presidenta Dilma lança Pronatec no Palácio do Planalto
quarta-feira, 27 de abril de 2011
1º de Maio
Cinco centrais sindicais (CTB, Força Sindical, UGT, Nova Central e CGTB) realizarão atos unificados de 1º de maio em todo o país. A base da unidade é a "Agenda da Classe Trabalhadora", documento aprovado na Conferência da Classe Trabalhadora realizada em junho do ano passado.
Unidade programática e de ação é o caminho necessário para que os trabalhadores sejam protagonistas na luta pela afirmação do projeto nacional de desenvolvimento com valorização da força de trabalho. Por uma controvertida opção política, a CUT resolveu se afastar do Fórum das Centrais e realizar um ato próprio.
Embora seja legítima a pretensão de cada central buscar a hegemonia do movimento sindical, não é razoável que esse objetivo se sobreponha aos interesses maiores dos trabalhadores. A recomposição do Fórum das Centrais, por isso mesmo, é importante e não pode ser subestimada.
O Fórum das Centrais Sindicais pode e deve, além das lutas unitárias estritamente sindicais, dialogar e promover ações conjuntas com a Coordenação dos Movimentos Sociais (CMS). A CMS inclui, além de algumas centrais, entidades como a UNE, MST e entidades feministas, comunitárias, antirracistas, etc.
Dirigentes da CUT dizem que na atual conjunta irão priorizar a CMS. O problema é que essa nova orientação vem acompanhada do afastamento das jornadas de lutas com as outras centrais sindicais. Não se sabe ao certo as razões desse posicionamento da CUT.
Em algumas atividades já em curso (luta contra os juros altos, 1º de maio unificado e fórum das mulheres) a CUT não tem participado, dando mostras práticas de que pretende iniciar a temporada de carreira solo. Esse caminho equivocado prejudica a luta dos trabalhadores e certamente não ajudará a CUT.
Com o Fórum das Centrais e a CMS divididos, a unidade do movimento sindical e popular está em cheque. Com o governo Dilma em sua fase inicial, essa divisão favorece os setores que, dentro ou fora do governo, se colocam contra as propostas desenvolvimentistas.
Reverter essa situação é uma tarefa inadiável das lideranças lúcidas dos trabalhadores e do povo.
terça-feira, 26 de abril de 2011
Por que 1° de Maio é o Dia Internacional do Trabalhador? - Portal Vermelho
Augusto César Petta *
Aproxima-se o Dia Internacional do Trabalhador, 1° de MAIO. Trata-se de uma data relevante para a luta dos trabalhadores e trabalhadoras. É importante relembrar o significado da data.
Em 1886, a cidade de Chicago, um dos principais pólos industriais dos Estados Unidos, foi palco de importantes manifestações operárias. No dia 1° de maio, iniciou-se uma greve por melhores salários e condições de trabalho, tendo como bandeira prioritária a redução da jornada de trabalho de 13 para 8 horas diárias. Os jornais a serviço das classes dominantes, imediatamente se manifestaram afirmando que os líderes operários eram cafajestes, preguiçosos e canalhas. No dia 3 de maio, a greve continuava, e na frente de uma das fábricas, a polícia matou seis operários, deixando 50 feridos e centenas de presos. No dia 4, houve uma grande manifestação de protesto e os manifestantes foram atacados por 180 policiais, que ocasionaram a morte de centenas de pessoas. Foi decretado "Estado de Sítio" e a proibição de sair às ruas. Milhares de trabalhadores foram presos, muitas sedes de sindicatos incendiadas e residências de operários foram invadidas e saqueadas. Os principais líderes do movimento grevista foram condenados à morte na forca. Spies, Parsons, Engel e Fisher foram executados no dia 11 de novembro de 1886, enquanto que Lingg, também condenado, suicidou-se.Em 1891, no 2° Congresso da Segunda Internacional, realizado em Bruxelas, foi aprovada a resolução histórica de estabelecer 1° de MAIO, como um "dia de festa dos trabalhadores de todos os países, durante o qual os trabalhadores devem manifestar os objetivos comuns de suas reivindicações, bem como sua solidariedade".
No Brasil, as comemorações do 1° de MAIO, também estiveram relacionadas à luta por melhores salários e pela redução da jornada. A primeira manifestação registrada ocorreu em Santos, em 1895. A data foi consolidada , quando um decreto presidencial estabeleceu o 1° de MAIO como feriado nacional, em 1925. A efeméride ganhou status de "dia oficial", quando Getúlio Vargas era Presidente da República. Ele aproveitou o dia para anunciar, em anos diferentes - fruto de intensas lutas dos trabalhadores e trabalhadoras - os reajustes de salários mínimos e a redução da jornada.
Em 2011, no dia 1° de maio, serão realizadas várias manifestações, em todos os Estados, coordenadas pelas Centrais Sindicais, inclusive a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil - CTB. Destaca-se, nesse momento, a importância da unidade das Centrais Sindicais em torno de bandeiras de luta comuns, tendo pano de fundo a luta pela implantação de um Projeto Nacional de Desenvolvimento com Valorização do Trabalho e Distribuição de Renda. As reivindicações principais são: redução da jornada de trabalho sem redução de salário, fim do fator previdenciário e valorização das aposentadorias, valorização do salário mínimo, trabalho decente, igualdade entre mulheres e homens, valorização do serviço público e do servidor público, reforma agrária, valorização da educação e qualificação profissional, redução da taxa de juros.
Estas reivindicações serão expostas em praças públicas das principais cidades brasileiras, para que o Dia Internacional do Trabalhador de 2011, seja efetivamente de luta.
Para tanto, é necessário que as entidades sindicais participem intensamente do processo de organização e de mobilização, esclarecendo, aos trabalhadores e trabalhadoras, o significado da data e as principais reivindicações que serão apresentadas.
Obs: com algumas adaptações, este texto está sendo novamente publicado, em função da proximidade do Dia Internacional do Trabalhador. Foi publicado pela primeira vez, em abril de 2010.
* Professor, sociólogo, Coordenador Técnico do Centro de Estudos Sindicais (CES), membro da Comissão Sindical Nacional do PCdoB, ex- Presidente do SINPRO-Campinas e região, ex-Presidente da CONTEE.
2ª Conferência Nacional de Juventude acontece de 09 a 12 de dezembro deste ano
Brasília, 19/04/2011 – Decreto publicado no Diário Oficial da União desta terça-feira confirma a realização da 2ª Conferência Nacional de Políticas Públicas de Juventude para os dias 09 a 12 de dezembro deste ano, em Brasília.
Para o ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência da República – a qual está vinculada a Secretaria Nacional de Juventude – a Conferência deve ser um espaço formulador da nova política de juventude. “A Conferência representa um espaço de democracia, encontro e formulação de propostas e reivindicações que possam dar continuidade a todo o trabalho que já foi feito para a juventude”, afirma Carvalho.
Na opinião da secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, a conferência simboliza um instrumento mobilizador que deve contribuir para que os eixos definidos como prioridades de sua gestão – enfrentamento à mortalidade da juventude negra; trabalho decente; Plano de Banda Larga; autonomia das mulheres jovens e o estímulo à juventude rural; entre outros – se transformem em um Plano Nacional de Juventude.
A Comissão Organizadora Nacional da Conferência foi instalada no último dia 15, durante reunião do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve). Confira a lista completa dos integrantes:
- Gabriel Medina – Presidente do Conjuve / Fonajuves
- Kathia Dudyk – Instituto Paulo Freire
- Danielle Basto – Escola de Gente
- Gabriel Alves – CPC/UMES
- Nilton Lopes – CIPÓ – Comunicação Interativa
- Hélio Barbosa – Rede de Jovens do Nordeste
- João Vidal – UGT
- Maria Elenice Anastácio – Contag
- Marc Emmanuel Mendes – PMDB
- Joubert Fonseca – PSB
- Murilo Amatneeks – PT
- Alexandre Piero – PJ
- Danilo Moraes – CONEN
- Marcela Cardoso – UNE
- Paula Costa – UBM
- Ângela Cristina Santos Guimarães – Secretaria Nacional de Juventude/SG/PR
- Juana Nunes Pereira – Ministério da Cultura
- Raquel Porto Santori – Ministério do Desenvolvimento Agrário
- Maurício Boldrin Zanpaulo – Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome
- Rodrigo de Oliveira Júnior – Ministério da Educação
- Danielle Fermiano dos Santos Gruneich – Ministério do Esporte
- Guilherme Zambarda Leonardi – Ministério da Justiça
- Lílian Cherulli de Carvalho – Ministério da Saúde
- José Geraldo Machado Júnior – Ministério do Trabalho e Emprego
- Geraldo Vitor de Abreu – Ministério do Meio Ambiente
- Eliane Ferreira da Silva – Ministério da Ciência e Tecnologia
- Cintia Santana Pires de Saboia – Ministério do Turismo
- João Alves de Souza Júnior – Secretaria de Direitos Humanos
- Luciana Mandelli – Secretaria de Políticas para as Mulheres
- Luiz Barcelos – Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial
- Deputado Reginaldo Lopes – Frente Parlamentar de Defesa das Políticas Públicas de Juventude da Câmara dos Deputados
- Ismênio Bezerra – Fórum Nacional de Gestores Estaduais de Juventude
- Anízio dos Santos Freitas – Fórum Nacional de Gestores Municipais de Juventude
Veja aqui o Decreto que altera a data da 2ª Conferência Nacional de Juventude
Deputados lançam Frente Parlamentar em Defesa da Juventude
Deputados lançam Frente Parlamentar em Defesa da Juventude
O ato de lançamento da Frente Parlamentar em Defesa da Juventude acontece nesta quarta-feira, 27/4, às 9h, no auditório Freitas Nobre, na Câmara dos Deputados. A nova legislatura será presidida pelo deputado federal Domingos Neto (PSB-CE) e contará com a participação de outros parlamentares de diferentes partidos que debatem a temática de juventude.
Para Severine Macedo, secretária acional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da Repúblia, a Frente é mais um importante instrumento para que as ações para a juventude tornem-se política de Estado. “O dialogo permanente entre os Poderes Executivo e Legislativo irá fortalecer o reconhecimento político do tema e a institucionalização de políticas públicas e direitos da juventude”. A Secretária destaca ainda a importância do envolvimento dos deputados e senadores na promoção das políticas juvenis ao lembrar que, no ano passado, o Congresso Nacional aprovou a inclusão do termo “jovem” no capítulo dos Direitos e Garantias Fundamentais da Constituição Federal.
Entre os desafios da Frente estão a aprovação do Estatuto e do Plano Nacional de Juventude, ambos construídos com a participação da sociedade civil organizada, além de acompanhar projetos de leis e a implementação de programas do governo federal. De acordo com Domingos Neto, a Frente acompanhará os grandes temas que passam pela Câmara, tais como a reforma política e tributária, entre outros.
Entre os integrantes da Frente estão o deputado Wilson Filho (PMDB-PB), membro do Conselho Nacional de Juventude (Conjuve), Reginaldo Lopes (PT-MG), ex-presidente da Frente Parlamentar em Defesa da Juventude, a deputada Manuela D’ Ávila (PCdoB-RS), Ronaldo Fonseca (PR-DF), Jonatas de Jesus (PRB-RO), Hugo Mota (PMDB-PA), Alexandre Leite (DEM-SP), Bruna Furlan (PSDB-SP) e Gabriel Guimarães (PP-MG).
Assessoria de Comunicação
Secretaria Nacional de Juventude/Secretaria-Geral da Presidência da República
(61) 3411.1407
CTB-MG realizará 2º Encontro Estadual da Juventude em 27/4
A CTB-MG, por meio da Diretoria de Jovens Trabalhadores e Trabalhadoras, vai realizar o 2º Encontro Estadual da Juventude no próximo dia 27 de abril.
De acordo com a organização, os principais objetivos do encontro são lançar o Coletivo Estadual da Juventude e construir – coletivamente – um planejamento para as ações sindicais da Secretaria.
“Solicitamos a todos os sindicatos que mobilizem os jovens. Nossa meta é trazer pelo menos um representante por sindicato e/ou entidade”, diz o informe convocatório.
Confira abaixo a programação:
2º Encontro Estadual da Juventude da CTB Minas
Dia: 27/04
Local: Auditório do Sindicato dos Vigilantes de Minas Gerais (Rua Curitiba, nº 689, 9º andar – Belo Horizonte).
Horário: 9h às 18h00
– 9h00 - Inscrição dos participantes
– 9h30min - Abertura
– 10h30min - Análise de Conjuntura - Gilson Reis Presidente da CTB MG e do SINPRO
– 11h00 - Articulação e organização da Juventude Trabalhadora - Paulo Vinícius - Secretário Nacional de Juventude da CTB
– Política Nacional de Juventude, levando em conta o perfi urbano e rural - Maria Sousa - Coletivo Nacional de Juventude - FETAEMG
– 12h30 - Almoço
– 14h00 - Trabalho em grupo
– 15h30 - Apresentação dos grupos
– 16h30 - Criação do Coletivo Estadual de Juventude da CTB-MG e encaminhamentos
– 18h00 - Encerramento .
Para maiores informações: (33) 8878-0754 ou (31) 3272-5881.
E-mail: julianasouza.matias@gmail.com ou ctbminas@gmail.com
Fonte: Portal CTB e CTB MG
segunda-feira, 25 de abril de 2011
Reflexão de Fidel Castro: O Norte revolto e brutal - Portal Vermelho
Estava lendo materiais e livros em abundância para cumprir minha promessa de continuar a Reflexão de 14 de abril sobre la Batalha de Girón, quando dei uma olhada nas notícias frescas de ontem, que são abundantes como todos os dias. É possível acumular montanhas delas em qualquier semana, que vão desde o terremoto no Japão ao triunfo de Ollanta Humala sobre Keiko, filha de Alberto Fujimori, ex-presidente do Peru.
Por Fidel Castro Ruz
O Peru é grande exportador de prata, cobre, zinco, estanho e outros minerais; possui grandes jazidas de urânio que poderosas transnacionais aspiram a explorar. Do urânio enriquecido saem as mais terríveis armas que a humanidade já conheceu e o combustível das centrais eletronucleares que, apesar das advertências dos ecologistas, estavam sendo construídas a ritmo acelerado nos Estados Unidos, Europa e Japão.Obviamente, não seria justo culpar o Peru por isto. Os peruanos não criaram o colonialismo, o capitalismo e o imperialismo. Tampoco se puede culpar o povo dos Estados Unidos, que também é vítima do sistema que engendrou ali os políticos mais imprudentes que o planeta já conheceu.
Em 8 de abril último, os senhores do mundo deram à luz seu costumeiro informe anual sobre as violações dos “direitos humanos”, que motivou uma aguda análise no sitio Rebelión, assinada pelo cubano Manuel E. Yepe, baseado na resposta do Conselho de Estado da China, enumerando fatos que demonstram a desastrosa situação de tais direitos nos Estados Unidos.
“…Os Estados Unidos são o país onde os direitos humanos são mais agredidos, tanto em seu próprio país como em todo o mundo, e são uma das nações que menos garantem a vida, a propriedade e a segurança pessoal de seus habitantes.
“Anualmente, uma em cada cinco pessoas é vítima de um crime, a taxa mais alta do planeta. Segundo dados oficiais, as pessoas com mais de 12 anos sofreram 4,3 milhões de atos violentos.
“A delinquência cresceu alarmantemente nas quatro maiores cidades do país (Filadélfia, Chicago, Los Ângeles e Nova Iorque) e se registraram notáveis aumentos em comparação com o ano anterior em outras grandes cidades (Saint Louis e Detroit).
“O Tribunal Supremo decidiu que a posse de armas para a defesa pessoal é um direito constitucional que não pode ser ignorado pelos governos estaduais. Noventa milhões dos 300 milhões de habitantes do país possuem 200 milhões de armas de fogo.
“No país foram registrados 12 mil homicidios causados por armas de fogo, enquanto 47 por cento dos roubos foram cometidos igualmente com o uso de armas desse tipo.
“À sombra da seção de “atividades terroristas” do Patriot Act, a tortura e a extrema violência para obter confissões de suspeitos são prácticas comuns. As condenações injustas se evidenciam nas 266 pessoas, 17 delas já no corredor da morte, que foram absolvidas graças a exames de DNA.
“Washington advoga pela liberdade na Internet para fazer da rede de redes uma importante ferramenta diplomática de pressão e hegemonia, mas impõe estritas limitações no ciberespaço em seu próprio território e trata de estabelecer un cerco legal para lidar com o desafio que representa Wikileaks e seus vazamentos.
“Com uma alta taxa de desemprego, a proporção de cidadãos estadunidenses que vive na pobreza alcançou um nível récorde. Um em cada oito cidadãos participou no ano pasado dos programas de cupons para alimentos.
“O número de famílias acolhidas em centros para desamparados aumentou 7 por cento e as familias tiveram que permanecer mais tempo nos centros de acolhida. Os delitos violentos contra estas famílias sem teto aumentam sem cessar.
“A discriminação racial permeia cada aspecto da vida social. Os grupos minoritários são discriminados em seus empregos, tratados de maneira indigna e não são levados em conta para promoções, benefícios ou processos de seleção de emprego. Um terço dos negros sofreu discriminação em seus lugares de trabalho, embora somente 16 por cento se atreveu a apresentar queixa.
“A taxa de desemprego entre os brancos é de 16,2 %, entre hispanos e asiáticos de 22 %, e entre os negros é de 33 %. Os afroamericanos e os latinos representam 41 por cento da população carcerária. A taxa de afroamericanos cumprindo prisão perpétua é 11 vezes mais alta que a de brancos.
“90 por cento das mulheres sofreu discriminação sexual de algum tipo em seu lugar de trabalho. Vinte milhões de mulheres são vítimas de violação, quase 60 mil presas sofreram agressão sexual ou violência. A quinta parte das estudantes universitárias são agredidas sexualmente e 60 por cento das violações em campus universitários ocorre nos dormitórios femininos.
“Nove em cada dez estudantes homossexuais, bissexuais ou transexuais sofrem assédio no centro escolar.
“O Informe dedica um capítulo a recordar as violações dos direitos humanos de que é responsável o governo dos Estados Unidos fora de suas fronteiras. As guerras do Iraque e do Afeganistão, dirigidas pelos EUA, causaram dados exorbitantes de vítimas entre a população civil destes países.
“As ações ‘antiterroristas’ dos EUA incluíram graves escândalos de abuso a prisioneiros, detenções indefinidas sem acusações ou julgamentos em centros de detenção como o de Guantânamo e outros lugares do mundo, criados para interrogar os denominados ‘presos de valor elevado’ onde se aplicam as piores torturas.
“O documento chinês também recorda que os EUA violaram o direito a existir e desenolver-se da população cubana sem acatar a vontade mundial expressa pela Assembleia Geral da ONU durante 19 anos consecutivos sobre ‘A necessidade de pôr fim ao bloqueio econômico, comercial e financeiro contra Cuba’.
“Os EUA não ratificaram convenções internacionais sobre os direitos humanos como o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais; a Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra a Mulher; a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e a Convenção sobre os Direitos da Criança.
“Os dados apresentados pelo governo chinês demonstram que o funesto histórico dos EUA neste terreno o desqualifica como ‘juiz dos direitos humanos no mundo’. Sua ‘diplomacia dos direitos humanos’ é pura hipocrisia de dois pesos e duas medidas a serviço de seus interesses imperiais estratégicos. O governo chinês aconselha o governo dos EUA a tomar medidas concretas para melhorar sua própria situação em direitos humanos, que examine e retifique suas atividades nesse terreno e detenha seus atos hegemônicos que consistem em utilizar os direitos humanos para interferir nos assuntos internos de outros países.”
O importante desta análise, a nosso juízo, é que se faça tal denúncia em um documento assinado pelo Estado chinês, um país de 1 bilhão e 341 milhões de cidadãos, que possui 2 trilhões de dólares em suas reservas monetárias, sem cuja cooperação comercial o império afunda. Parecia-me importante que nosso povo conhecesse os dados precisos contidos no documento do Conselho de Estado chinês.
Se Cuba o dissesse, careceria de importância; levamos mais de 50 anos denunciando esses hipócritas.
Martí tinha dito há 116 anos, em 1895: “…o caminho que se há de fechar, e o estamos fechando com nosso sangue, da anexação dos povos de nossa América ao Norte revolto e brutal que os despreza…”
“Vivi dentro do monstro, e conheço suas entranhas”.
Fidel Castro Ruz
23 de abril de 2011, 19h32
Fonte: Cubadebate
Tradução da Redação do Vermelho
sábado, 23 de abril de 2011
EUA querem afastar a China do jogo do petróleo na Líbia - Portal Vermelho
Em entrevista à Press TV, o ex-secretário-adjunto do Tesouro dos EUA, Paul Robert Craig, fala sobre os verdadeiros objetivos dos EUA na Líbia e por que Barack Obama precisa derrubar Kadafi, quando nenhum outro presidente dos EUA o fez.
Segundo Craig, a lei já não significa nada para o poder executivo dos EUA. Os governantes já não obedecem às próprias leis, não obedecem ao direito internacional, violam as liberdades civis e enterraram o fundamental do habeas corpus, de que não há crime sem dolo, e o direito do réu a estar legalmente representado. Leia a íntegra da entrevista, concedida no Panamá.Press TV: A Rússia criticou a Otan por ir muito para além do mandato da ONU. Uma outra notícia fala de um artigo de opinião que terá sido escrito por Obama, Cameron e Sarkozy, que disseram que “deixar Kadafi no poder seria uma traição irresponsável ao povo líbio”.
Nós sabemos que o mandato não exige mudança de regime e a Administração Obama diz que não estão lá para mudar o regime, mas as coisas parecem agora um pouco diferentes, não é verdade?
Roberts Craig: Pois parecem. Antes de mais nada, note-se que os protestos na Líbia são diferentes dos do Egito, do Iêmen, do Bahrein, ou da Tunísia e a diferença é que aqui se trata de uma rebelião armada.
Há mais diferenças: outra é que estes protestos têm origem no leste da Líbia, onde há petróleo, não na capital. E temos ouvido desde o início relatos fidedignos de acordo com os quais a CIA está envolvida nos protestos, e tem havido um grande número de relatos da imprensa segundo os quais a CIA enviou para a Líbia os seus agentes líbios para comandar a rebelião.
Na minha opinião, trata-se de afastar a China do Mediterrâneo. A China tem grandes investimentos em energia e em construção na Líbia. Os chineses apontam para a África como uma futura fonte de energia.
Os EUA estão a combater isto organizando o Comando Africano dos EUA (USAC), a que Kadafi recusou juntar-se. Essa é a segunda razão por que os americanos querem mandar Kadafi embora.
E a terceira razão é que a Líbia controla parte da costa mediterrânica, e não está em mãos norte-americanas.
Press TV: Quem são os revolucionários? Os EUA dizem que não sabem com quem estão a lidar, mas considerando que a CIA está no terreno, em contacto com os revolucionários, quem são as pessoas que vão governar a Líbia numa eventual era pós-Kadafi?
RC: O fato de a Líbia ser ou não governada por “revolucionários” depende da CIA ganhar; ainda não sabemos. Como você disse anteriormente, a resolução da ONU impõe restrições sobre o que as forças europeias e norte-americanas podem alcançar na Líbia. Eles podem impor uma zona de exclusão aérea, mas não deveriam estar lá, lutando ao lado dos rebeldes.
Mas é claro que a CIA está a fazer isso. Então, estão a violar a resolução da ONU. Se a Otan, que agora representa a “comunidade internacional”, conseguir derrubar Kadafi, o próximo alvo será a Síria, que foi já diabolizada.
Porque é que a Síria é um alvo? Porque os russos têm uma grande base naval na Síria. E esta dá à marinha russa uma presença no Mediterrâneo; os EUA e a Otan não querem isso. Se forem bem sucedidos contra Kadafi, a Síria virá a seguir.
Já estão a responsabilizar o Irão pelo que se passa na Síria e na Líbia. O Irão é um alvo fundamental, porque é um Estado independente que não é um fantoche dos colonialistas ocidentais.
Press TV: Em relação à agenda expansionista do Ocidente, quando o mandato da ONU na Líbia foi debatido no Conselho de Segurança da ONU, a Rússia não o vetou. Certamente que a Rússia deve ter atenção à política expansionista dos EUA, França e Grã-Bretanha.
RC: Sim, têm de perceber isso, e o mesmo se aplica à China. É uma ameaça maior para a China, porque ela tem 50 grandes projetos de investimento no leste da Líbia. Então a questão é, porque é que a Rússia e a China se abstêm em vez de vetar e bloquear? Não sabemos a resposta.
Possivelmente, estarão a pensar deixar os americanos avançar até ao limite, ou talvez não tenham tido a intenção de confrontar os EUA com uma tomada de posição militar ou diplomática e ter uma avalanche de propaganda ocidental contra eles. Não sabemos as razões, mas sabemos que se abstiveram porque não concordavam com a política e continuam a criticá-la.
Press TV: Uma parcela considerável dos ativos de Kadafi nos EUA foi congelada, assim como em alguns outros países. Sabemos também que os revolucionários da Líbia criaram um banco central, que iniciaram a produção limitada de petróleo e que estão a negociar com empresas dos EUA e doutros países do Ocidente. Temos que colocar aqui uma questão, nunca vimos uma coisa assim acontecer no meio de uma revolução. Não acha estranho?
RC: Sim, é muito estranho e muito sugestivo. Torna a colocar na ordem do dia os relatórios segundo os quais a CIA está na origem da designada revolta e dos protestos e de que está a fomentá-los e a controlá-los de uma maneira que exclui a China dos seus investimentos em petróleo líbio.
Na minha opinião, o que está acontecendo é comparável ao que os EUA e a Grã-Bretanha fizeram ao Japão nos anos 1930. Quando impediram o acesso do Japão ao petróleo, à borracha, aos minerais; foi essa a origem da II Guerra Mundial no Pacífico. E agora norte-americanos e britânicos estão a fazer a mesma coisa à China.
A diferença é que a China tem armas nucleares e também tem uma economia mais forte que os norte-americanos. E assim, estes estão a correr um risco muito elevado, não apenas consigo próprios, mas com o resto do mundo. O mundo inteiro está em jogo com a ganância norte-americana, a arrogância norte-americana; o impulso para a hegemonia norte-americana no mundo está a levá-lo para uma guerra mundial.
Press TV: No contexto da política expansionista dos EUA, até que ponto considera que estes ultrapassarão o mandato da ONU? Iremos ver o exército dos EUA no terreno?
RC: É o mais provável; a menos que consigam encontrar uma maneira de derrotar Kadafi sem chegar a esse ponto. Desde Bill Clinton, George W. Bush e agora Obama, que aprendemos que a lei não significa nada para o poder executivo dos EUA. Eles não obedecem às próprias leis, não obedecem ao direito internacional, violam as liberdades civis e enterraram o fundamental do habeas corpus, de que não há crime sem dolo, e o direito do réu a estar legalmente representado.
Não respeitam a lei, portanto não vão dar atenção à ONU. A ONU é uma organização-fantoche dos EUA e Washington irá usá-la como cobertura. Portanto, sim, se não conseguirem correr com Kadafi, irão colocar tropas no terreno; é por isso que temos os franceses e os britânicos envolvidos. Estamos a usar os franceses também noutro ponto de África; usamos os britânicos no Afeganistão. São marionetes.
Estes países não são independentes. Sarkozy não responde perante o povo francês; responde perante Washington. O Primeiro-ministro britânico não responde perante o povo Inglês, mas perante Washington. Estes são os governantes-marionetes de um império, nada têm a ver com seu próprio povo, somos nós quem os põe no poder.
Press TV: Então esses países gostariam de ter as tropas da Otan no terreno?
RC: Claro. Eles estão no bolso da CIA. É uma operação da CIA, não um protesto legítimo do povo líbio. É uma rebelião armada que não tem apoio na capital. Está a acontecer no leste, onde está o petróleo, e está apontada à China.
Press TV: Qual o rumo da situação? Parece haver um desacordo entre os países da Otan, com a Grã-Bretanha e França a quererem reforçar a dinâmica destes ataques aéreos, enquanto os EUA dizem que não, que não há necessidade.
RC: O desacordo não é real. É apenas parte do jogo, parte da propaganda. Kadafi governa há 40 anos; vem do tempo de Gamal Abdel Nasser (antes de Anwar Sadat), que queria dar a independência ao Egito.
Nunca antes Kadafi foi chamado de ditador brutal que tem de ser deposto. Nenhum outro presidente afirmou que Kadafi tinha que sair. Nem mesmo Ronald Reagan, que chegou a bombardear o seu complexo militar. Mas, de repente, tem que se ir embora. Porquê?
Porque está a bloquear o Comando Africano dos EUA, controla parte do Mediterrâneo e deixou a China procurar aí a satisfação das suas necessidades de energia para o futuro. Washington está a tentar enfraquecer o seu principal rival, a China, negando-lhe o acesso à energia. É disso que estamos a falar, uma reação dos EUA à penetração da China na África.
Se os EUA estivessem preocupados com ações humanitárias, não estariam a matar tanta gente no Afeganistão e no Paquistão com os seus drones [n. do. t e do Vermelho.: aviões militares não tripulados. agora usados na Líbia] e ofensivas militares. Os mortos são quase sempre civis. E os EUA estão relutantes em emitir pedidos de desculpas sobre qualquer coisa. Dizem que pensavam que estavam a atingir talibãs ou qualquer outro inimigo fabricado.
Press TV: Quem irá se beneficiar de tudo isto além dos EUA? O que têm os outros países que cumprirem os desejos dos EUA a ganhar com isso?
RC: Estamos a falar apenas dos países da Otan, os estados-fantoche dos EUA. Grã-Bretanha, França, Itália, Alemanha, todos pertencem ao império norte-americano. Temos tropas na Alemanha desde 1945. Estamos a falar de 66 anos de ocupação norte-americana na Alemanha. Os americanos têm bases militares em Itália. Como se pode ser um país independente deste modo? A França foi relativamente independente até Washington pôr Sarkozy no poder.Todos eles fazem o que lhes dissermos.
Washington quer mandar na Rússia, na China, no Irão, em África, e em toda a América do Sul. Washington quer a hegemonia sobre o mundo. É isso que a palavra hegemonia significa. E Washington vai persegui-la a todo custo.
Fonte: Odiario,info. Tradução de André Rodrigues P. Silva
sexta-feira, 22 de abril de 2011
Bertolino:O Diário de Maurício Grabois e os devaneios de um jornalista
Por coincidência, acabo de ler o que seria o diário de Maurício Garbois, no exato momento em que a revista CartaCapital chega às bancas com este tema como matéria de capa. O texto, intitulado "Devaneio na selva" e assinado por Lucas Figueiredo, comenta “O diário do Araguaia”, tema anunciado como “exclusivo”. O assunto, no entanto, não é novo. Quando escrevi a biografia de Maurício Grabois, publicada em 2004 pela editora Anita Garibaldi, deparei com informações que davam conta desse diário.
A capa da revista CartaCapital desta semana traz a reportagem de Lucas Figueiredo sobre o diário de Maurício Grabois no Araguaia
Recebi, anonimamente, trechos do que seriam as anotações do comandante militar da Guerrilha do Araguaia, mas, impossibilitado de verificar a veracidade do documento, não usei as informações.
Segundo o jornalista Hugo Studart, que escreveu o livro A Lei da Selva, trata-se uma cópia preservada por um militar. Em artigo publicado pela revista Brasil História, edição de março de 2007, ele diz que o destino e principalmente o teor do diário ficaram ocultos por três décadas. “O diário foi encontrado pelas tropas que mataram Grabois, dentro de suas roupas, já estufado pela umidade. O documento chegou a Marabá no final da tarde de 25 de dezembro de 1973, para ser encaminhado na primeira hora do dia seguinte ao Centro de Informações do Exército (CIE), em Brasília”, diz ele.
Segundo Studart, um capitão da área de informações pediu o material emprestado aos colegas para examiná-lo e, sem consultar os superiores, convocou cinco soldados para que atravessassem a madrugada copiando o conteúdo à mão. Pela manhã devolveu o documento. O diário original desapareceu dos arquivos do CIE, provavelmente destruído no crematório ocorrido em fins de 1974, por ordem do presidente Ernesto Geisel, para ocultar os combates no Araguaia. Restou a cópia (mais tarde datilografada), preservada nos arquivos pessoais daquele capitão. Três oficiais superiores, antigos membros da Comunidade de Informações que tiveram acesso aos originais antes da cremação, atestam a autenticidade do conteúdo que consta na cópia.
O último combate
O jornalista diz que Grabois começou o diário três semanas após a chegada do Exército. Ele esmerou-se nos detalhes dos crimes cometidos pela repressão no Araguaia, a principal razão que levou os generais do regime militar mandar destruir a maior parte dos documentos sobre a Guerrilha, incluindo o diário do seu comandante militar. Studart descreveu o documento como rico na descrição das receitas de alimentos e medicamentos utilizadas pelos guerrilheiros, assim como na transcrição de poemas e letras de canções invocadas no cotidiano das selvas.
Grabois escreveu até dia do seu último combate, em 25 de dezembro de 1973, quando, segundo escreveu João Quartim de Moraes no prefácio da biografia que fiz, o Brasil vivia o tempo dos assassinos, dos curiós, dos sérgios fleury e congêneres. Era “também o tempo dos verdadeiros heróis, dos que em vida se comoviam até as lágrimas com a imensa miséria e o indizível sofrimento dos humilhados, dos famélicos, dos sem-infância e sem-esperança, mas que, na hora do combate final, caem de pé, olhando a morte na cara”. Grabois morreu no grande combate que ficou conhecido como o “Chafurdo de Natal”.
Descrevi, no livro, a cena nestes termos:
“No início da operação, batizada de 'Sucuri', instalou-se na região um sujeito chamado Marco Antônio Luchini, enviado como engenheiro do Incra. Era na verdade o major Sebastião Rodrigues de Moura, o Curió, ferrenho anticomunista que em 1961, como tenente, foi preso por participar da trama que tentou impedir a posse presidencial de João Goulart. No golpe de 1964, ele participou ativamente da conspiração e chegou ao CIEx. Frio e sanguinário, ficou famoso na região por receber de pistoleiros as cabeças, mãos e dedos decepados dos guerrilheiros para os quais pagava de 10 a 50 mil cruzeiros – dependendo da importância política da vítima.
Por trás da operação estava o general Antônio Bandeira. Curió foi, possivelmente, a figura que mais encarnou o espírito da “guerra suja”, que rasgou todas as leis e princípios que regem os conflitos militares e os direitos básicos do ser humano. Curió ainda iria participar de outras atrocidades praticadas pela ditadura – como a “chacina da Lapa”, quando em 1976 a repressão assassinou dirigentes do PCdoB em São Paulo – e se estabelecer na região, onde foi eleito deputado, dominou o garimpo de Serra Pelada à força e fundou uma cidade em homenagem ao seu nome – Curionópolis.
No dia 25 de dezembro de 1973, Curió comandava a patrulha que, no final daquela manhã chuvosa, por volta das onze horas e vinte cinco minutos, encontrou o grupo de guerrilheiros. O major viu entre eles aquele que o relatório do CIEx classificou como o comandante militar da Guerrilha, que destacava-se dos demais pela idade – estava com 61 anos. Maurício Grabois recebeu um tiro de fuzil no braço esquerdo, abaixou-se, puxou o revólver e de joelhos atirou até ser atingido mortalmente na cabeça. Apropriadamente, o oficial que presenciou a cena proclamou: “Foi a morte de um lutador”.
No início do dia 25 de dezembro de 1973, exatamente seis anos depois do desembarque de Maurício Grabois no Araguaia, dos 69 guerrilheiros enviados à região 41 estavam vivos, 20 mortos, 7 presos e um – João Carlos Borgeth, o “Paulo Paquetá” – havia fugido. No tiroteio contra a Comissão Militar naquela manhã de Natal, dos 15 que estavam no grupo dez sobreviveram. Os mortos foram, além de Maurício Grabois, seu genro Gilberto Olímpio Maria, Líbero Giancarlo Castiglia, o “Joca” – que chegou com ele e Elza Monnerat à região em 1967, e possivelmente foi preso ainda com vida –, Paulo Mendes Rodrigues e Guilherme Gomes Lund. Os demais guerrilheiros estavam acampados num local mais abaixo ou realizando tarefas nas redondezas.”
Para escrever a biografia, consultei muitas fontes, conversei demoradamente com pessoas que conviveram com Grabois e mergulhei fundo em seus escritos. A impressão que fiquei é de um homem à frente do seu tempo, de rara capacidade intelectual, de caráter sólido e totalmente envolvido com a causa que embala a humanidade desde tempos imemoriais: a luta pelo futuro. É daqueles que, como disse o escritor Monteiro Lobato na carta enviada a Caio Prado Júnior quando este estava na prisão, quanto mais a gente conhece, mais admira. “A regra é ao contrário: à proporção que a gente vai conhecendo um homem, vai se decepcionando – vendo-lhe as falhinhas...”, disse.
Formulação de Karl Marx
No caso de Grabois e de seus contemporâneos que reorganizaram o Partido Comunista do Brasil em 1943, na Conferência da Mantiqueira, e em 1962, aplica-se muito bem a formulação de Karl Marx, na obra O dezoito brumário de Luis Bonaparte, de que a tradição de todas as gerações mortas oprime como um pesadelo o cérebro dos vivos. “Os homens fazem sua própria história, mas não a fazem como querem; não a fazem sob circunstâncias de sua escolha e sim sob aquelas com que se defrontam diretamente, legadas e transmitidas pelo passado”, diz ele.
Esse é ponto: Grabois se destaca nos noticiários por ter participado até à morte naquela que é considerada a mais dura linha de resistência à ditadura de 1964, a Guerrilha do Araguaia, mas o seu legado oprime o cérebro dos que procuram esvaziar as suas ideias. O conjunto da sua obra nem sempre é devidamente valorizado – uma opção da mídia que, sabemos muito bem, não tem o menor interesse em retratar o alcance da Guerrilha do Araguaia.
Chutes teóricos de Lucas Figueiredo
O que causa estranheza é a opção de CartaCapital de entregar esse assunto ao jornalista Lucas Figueiredo, que se revelou um desconhecedor das elementares informações que possibilitariam um juízo mais em conformidade com os fatos descritos no diário. Já no início da matéria, ele deduz que Grabois ilude-se sobre o ânimo das “massas”, que seriam “a miserável população local que quer cooptar para fazer a revolução comunista no Brasil”. Devaneio maior, impossível.
Bastaria raciocinar não mais que cinco minutos para saber que uma “revolução comunista” era o que menos estava em questão naquele movimento. Se for para ser mais rigoroso, é possível dizer que Lucas Figueiredo não se deu sequer ao trabalho de evitar chutes teóricos para qualificar a luta armada no Sul do Pará. Seria o caso de perguntar: onde ele leu, ouviu ou obteve tal informação? Se diz que Grabois e seus camaradas queriam “fazer a revolução comunista”, deveria explicar o que vem a ser isso. É o velho vício da mídia, de disparar preconceitos sem a menor preocupação.
O esperto jornalista
Para Lucas Figueiredo, “tudo conspirava contra os guerrilheiros”, mas o ingênuo Grabois “julgava que a situação era ‘favorável’”. O esperto jornalista diz que “fica patente” no diário “que, entre o sonho e a realidade, Grabois abraça o primeiro e renega a segunda, um gesto bonito para um idealista, mas fatal para um comandante militar”. Bem, quando o assunto chega a esse tom professoral, é preciso tomar cuidado. Como sabemos, professores nem sempre gostam de ser contestados. Mas alguns pontos são tão falseados que, mesmo com esse risco, não dá para não comentar.
Lucas Figueiredo descreve Grabois como um ser tão incapacitado intelectualmente que passava horas de seu dia a ouvir as transmissões da Rádio Tirana e acreditava nas notícias que chegavam “da distante e fechada Albânia comunista”. “Grabois chega a acreditar que não só ele e seus companheiros ouvem a propaganda vermelha da Tirana (sic), a ‘melhor fonte de informações’”, escreve. Aqui a desinformação assusta. Bastaria um rápida busca na internet para saber que o PCdoB montara um sofisticado sistema de transmissão de informações, via Rádio Tirana, que vinham exatamente de onde Grabois estava. Dizer, como faz Lucas Figueiredo, que Grabois tomava propaganda como informação é o cúmulo do descaso.
Uma confusão primária
Para o jornalista, a capacidade do comandante “de se entregar ao autoengano parece infinita”. “O diário mostra que ele confundia o apoio logístico dado pela população local, que realmente existiu durante um tempo, com a nunca efetivada adesão à luta”, diz ele. Lucas Figueiredo poderia ter assistido ao documentário Camponeses do Araguaia – a Guerrilha vista por dentro (veja aqui do lado, na coluna da esquerda), do qual participei como responsável pelas entrevistas, para ver que Grabois tinha razão. Deveria também ler os documentos sobre o caráter daquela resistência para saber que ninguém, muito menos o comandante, queria que a população aderisse “efetivamente” à luta. É uma confusão primária, sabe-se lá com qual propósito.
O texto se lança em outros devaneios de menor intensidade, como as descrições de Grabois sobre as dificuldades enfrentadas na mata e a busca incessante por comida. Aí Lucas Figueiredo voa tão baixo que é impossível alcançá-lo. “O diário revela um guerrilheiro obcecado por comida”, diz ele. Depois dessa triste passagem, ele volta a atacar Grabois, “um comandante rigoroso, sobretudo com os outros”.
Palavreado rasteiro, chulo
Aparece novamente um ser ingênuo e incapacitado a ponto de escrever regras como “garantir o autoabastecimento” e “levar a cabo ações armadas contra o inimigo”. “Espera que os estudantes e profissionais liberais de pouca idade levados pelo PCdoB para a mata sejam verdadeiros Rambos”, escreve. “E quando não o são, Grabois os chama de ‘problema’, ‘acovardado’, ‘pouco desenvolto’ ‘ingênuo’ e ‘um tanto lerdo de raciocínio’”, diz o jornalista, fazendo citações descontextualizadas e demonstrando que leu o diário de forma artificial.
Mas, segundo Lucas Figueiredo, Garbois era tão estulto que “quando se tratava de analisar a si próprio como comandante e o PCdoB como Estado-Maior da guerrilha, era generoso”. O palavreado é rasteiro, chulo. “Se os 69 combatentes ‘inexperientes’ – pelo menos isso ele admitia – seguissem à risca as ordens emanadas da cúpula vermelha e da inspiração do ‘mestre da guerra popular' Mao Tse Tung, seria ‘impossível’ perder a luta contra o rolo compressor liderado pelo Exército e apoiado pela Aeronáutica, Marinha, Polícia Federal e as PMS de três estados”, escreve. Quantos devaneios!
Dignidade humana personalizada
Para finalizar, Lucas Figueiredo atribui às chuvas as derrotas sofridas pela repressão em suas duas primeiras campanhas. E na operação final fica-se com a impressão de que os bandos comandados por Curió é que estavam certos. “Em fevereiro de 1973, às vésperas do início da campanha definitiva dos militares, (Grabois) aceita em sua mente (sic) o jogo do tudo ou nada. ‘No final, como nos filmes de mocinho, tudo acabará bem. Se não acabar... azar nosso’”, escreve ele.
Grabois não merecia isso tudo. Se pudesse dizer algo para o comandante da Guerrilha do Araguaia, utilizaria ideias e palavras de Monteiro Lobato na carta a Caio Prado Júnior. Cada ato seu o eleva mais. Morreu por ser digno, honesto em uma era de desonestos, corajoso nesse tempo de covardes, limpo em um século de sujeiras. Eu aqui, da minha insignificância, Grabois, te beijo a mão comovido – como se beijasse a mão da própria dignidade humana personalizada.
*Osvaldo Bertolino é jornalista, pesquisador da Fundação Maurício Grabois e editor do portal desta instituição (grabois.org.br).
Fonte: Blog O outro lado da notícia
Leia aqui a íntegra do diário de Maurício Grabois
Homenagem a Lênin
foi homenageado. Ele tem bustos e estátuas.
Cidades e meninos tomaram o seu nome.
Discursos são feitos em todos os idiomas.
Organizam-se reuniões e manifestações,
de Shangai a Chicago, para glorificá-lo.
Mas eis como os tecelões de Kujan-Bulak,
uma pequena cidade do sul do Turkestão,
homenagearam Lênin.
Cada noite, ali, deixando seu miserável trabalho,
vinte tecelões se encontram sacudidos pela febre,
a febre que ronda a estação
cheia de zumbido de mosquitos.
Eles sobem em nuvens espessas do pântano,
atrás de um velho cemitério de camelos.
Mas o trem que de quinze em quinze dias
traz o carregamento de água e fumo,
um dia trouxe a notícia
de que a festa em homenagem a Lênin
estava próxima.
Os habitantes de Kujan-Bulak,
pessoas pobres, tecelões,
decidiram que também em sua pequena cidade
o camarada Lênin teria o seu busto de gesso.
E quando fez a coleta para o dinheiro do busto
todos eles estavam lá,
sacudidos pela febre
e com as mãos que tremiam,
para darem seus kopeks duramente ganhos.
E Stepa Gamalev, soldado do exército vermelho,
que sabe o que faz e tudo vê,
notou o interesse pela homenagem a Lênin
e muito se alegrou.
Mas também notou as mãos que tremiam.
E repentinamente propôs:
comprar com o dinheiro deste busto
um barril de petróleo
e espalhá-lo pelo pântano,
atrás do cemitério dos camelos,
de onde vêm os mosquitos, causadores da febre.
Assim combatia-se a febre em Kujan-Bulak,
homenageando aquele que estava morto,
mas cuja lembrança permanecia viva.
Foi aceita a proposta. E no dia da festa,
carregando um atrás do outro
seus baldes cheios de petróleo negro,
os tecelões regaram o pântano.
Fizeram esta homenagem prestando-se um serviço.
Prestaram um serviço a si próprios,
fazendo uma homenagem.
Compreenderam Lenine.
II
Compreendemos como os habitantes de Kujan-Bulak
Homenagearam Lênin. À noite,
já com o petróleo espalhado no pântano,
um homem, na Assembléia, se levantou e pediu
que uma placa fosse posta na estação
contando o acontecimento
e mencionando em detalhe a modificação do plano
que trocava o busto de Lênin
por um barril de petróleo para vencer a febre.
E tudo isto em homenagem a Lênin.
A homenagem estava feita.
E eles puseram a placa.
Antologia Poética / Bertolt Brecht; seleção e tradução de Edmundo Moniz – Rio de Janeiro: Elo Editora, 1982, pág. 69.
Russos homenageiam memória de Lênin no seu aniversário - Portal Vermelho
Os russos comemoraram nesta sexta-feira (22) o 141º aniversário de Vladimir Ilich Lênin, líder da revolução bolchevique de 1917. Cerca de 3 mil comunistas participaram de uma homenagem com flores em frente ao mausoléu na Praça Vermelha, onde jaz o corpo embalsamado do revolucionário.
A Praça Vermelha ficou famosa por abrigar diversos desfiles militares durante a era da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS)
"A herança de Lênin está viva agora mais que nunca", declarou o presidente do Partido Comunista da Rússia (PCR), Guennadi Ziugánov.
O líder comunista ressaltou que Lênin é o "político mais genial na história da humanidade" e fez um apelo para que não se esqueça o seu legado.
Todos os anos, nas datas do nascimento e morte de Lênin, militantes e simpatizantes do PCR vão ao seu mausoléu para homenagear a memória do líder bolchevique.
O corpo embalsamado de Lênin está exposto no mausoléu da Praça Vermelha desde o dia 1º de agosto de 1924, a exceção de 1.360 dias durante a 2ª Guerra Mundial, quando foi levado para a Sibéria.
Fonte: ABC agências, com EFE
Tradução: Luana Bonone
quinta-feira, 21 de abril de 2011
CTB Paraíba realizará 1º Encontro da Juventude Trabalhadora
Frente em Defesa da Juventude será instalada na quarta-feira - Agência Câmara de Notícias
Frente em Defesa da Juventude será instalada na quarta-feira
Será instalada na próxima quarta-feira (27), às 9h30, a Frente Parlamentar em Defesa da Juventude. O grupo terá como objetivo promover amplo debate sobre as políticas públicas de juventude, em seus aspectos éticos, morais, técnicos, científicos e, em especial, os relativos aos direitos e garantias fundamentais.
Para a instalação da frente foram convidados o presidente do Conselho Nacional da Juventude, Gabriel Medina; a secretária Nacional da Juventude, Severine Macedo; além de representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBE), da Central Única das Favelas (Cufa) e da Confederação Nacional dos Jovens Empresários (CONAJE).
A mesa do colegiado será composta pelos deputados Domingos Neto (PSB-CE), como presidente; e Alexandre Leite (DEM-SP), Bruna Furlan (PSDB-SP), Gabriel Guimarães (PT-MG), Hugo Motta (PMDB-PB), Jhonatan de Jesus (PRB-RR), Manuela D’ávila (PCdoB-RS) e Ronaldo Fonseca (PR-DF), como vice-presidentes.
A instalação será realizada no auditório Freitas Nobre (anexo 4).
quarta-feira, 20 de abril de 2011
Encontro aprova Carta Compromisso em clima de unidade - PCdoB. O Partido do socialismo.
Encontro aprova Carta Compromisso em clima de unidade
Em ambiente de unidade entusiástica, o 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido finalizou seus trabalhos no início da tarde de domingo (17). Foi aprovada uma Resolução, na forma de Carta Compromisso, dos participantes de levar a todo o Partido o lema de ousadia para o PCdoB se apresentar como alternativa política real na disputa de 2012, aprofundar o trabalho de massas e garantir, nas Conferências deste ano em todo o país, a aplicar as novas medidas organizativas indicadas, por uma eficaz Política de Quadros rumo a uma vida militante de base mais extensa e estruturada.A Carta Compromisso será levada à direção nacional – Comissão Política e Comitê Central – para ser apreciada nos termos do Estatuto partidário, bem como para indicar as consequências que trará a todo o trabalho de direção. Mas o frêmito provocado pelo Encontro já se espraia por todo o PCdoB e promete revolucionar a organização partidária.
Mais vida militante para um Partido do tamanho das nossas ideias
Carta Compromisso dos participantes do 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido:
I. A) O 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido é acontecimento inédito da vida do PCdoB. Após mais de dez anos de esforços por estender e consolidar direções intermediárias, colhe-se o fruto de reunir dirigentes de partido de centenas de comitês nas maiores cidades do país.
B) A direção nacional quer falar cada vez mais aos quadros intermediários e de base que são o elo decisivo para garantir a ação política e vida associativa regular dos militantes comunistas. Para falar a todos os trabalhadores e toda a sociedade, esses quadros são indispensáveis, ligando o partido aos anseios e lutas do povo brasileiro, falando a linguagem que vá ao encontro de seus corações e mentes por meio de uma forma que possa massificar e se fazer compreender. O povo sinaliza anseios e lutas nos municípios, onde vive, trabalha, estuda e sente os efeitos das políticas públicas. Os quadros são o elo indispensável que capta os sentimentos populares e que liga as orientações das direções à base do partido.
C) O Brasil precisa de um forte e potente partido comunista. A situação do país é favorável á luta dos brasileiros e a situação do PCdoB é propícia para alcançar 500 mil membros até o 13º Congresso, aumentar sua força eleitoral e de massas e lutar em melhores condições pelo caminho proposto por seu Programa Socialista. Essa a missão que se impõe a todos nós reunidos neste Encontro, com a condição de intensificar os esforços para dotar o partido de um mais sólido trabalho de direção em todas as esferas, nomeadamente a da esfera da organização em nível municipal, voltada para a extensão maior da vida partidária militante mais estruturada e melhor definida desde a base.
D) O 11º e o 12º Congressos promoveram fecunda reformulação programática e estratégica da luta dos comunistas e renovaram o arsenal da construção partidária com redefinições estatutárias e avançada política de quadros contemporânea do tempo e da luta política na atualidade. Ao lado disso, desde o 10º Congresso e a 9ª Conferência Nacional produziu orientações táticas cuja justeza têm sido testadas na luta, para um período de acumulação estratégica revolucionária de forças dos comunistas no país. As deliberações do Comitê Central após o êxito na luta política das eleições de 2010 apontam, agora, para atualizações na orientação política e, em especial, ajustes, desenvolvimentos e retificações na linha política da estruturação partidária.
E) O 7º Encontro está chamado a debater amplamente esses ajustes e desenvolvimentos, firmar compromissos de todos os participantes nos esforços para romper limites em sua aplicação. Para isso, na atual fase de expansão do PCdoB é crescente a responsabilidade dos Comitês Municipais, em particular nas grandes cidades, e isso demanda que o trabalho da direção nacional e direções estaduais se volte para dar total apoio a esses esforços.
II. O 7º Encontro tomou como base desta carta-compromisso as seguintes premissas:
1. O PCdoB precisa ser posto à altura das lutas do presente e desafios do futuro. A partir dos êxitos alcançados na luta política do país, na vigência da expansão do PCdoB, há potencialidades para intensificar o papel do partido na luta política e eleitoral, de massas e de idéias. Para cumprir as diretivas designadas pelo Comitê Central de perseguir o êxito do governo Dilma Rousseff no impulsionamento do desenvolvimento democrático nacional temos como desafios: constituir projeto eleitoral para 2012 que resulte no avanço da acumulação eleitoral do PCdoB; mobilizar o movimento popular em função de seus anseios para fazer avançar o governo no sentido das mudanças em prol do povo; difundir o Programa Socialista e por ele se orientar na construção da Proposta Política para 2012; lutar pelas reformas democráticas estruturantes e construir uma sólida base material.
2. A estruturação partidária é concebida como um bloco orgânico único do qual emana a orientação política no posto de comando; os ideais, convicções e motivações como amálgama; e a organização como compromisso de ação militante, unida e disciplinada em torno do projeto político coletivamente definido. Avançar na estruturação exige medidas integradas em todas essas frentes da construção partidária, na autonomia relativa de cada uma das dimensões do trabalho de direção. Essa concepção precisa se espraiar a todos os escalões da vida do PCdoB, gerando comprometimento de todos seus quadros.
3. A orientação programática e tática, a linha política de estruturação partidária e os esforços de direção em todos os níveis são um patrimônio a ser estudado, assimilado e desenvolvido na práxis cotidiana. Desenvolvem-se segundo um sistema de crescente complexidade na comunicação, formação, propaganda, finanças, ação institucional, ação de massas, em frentes temáticas como Política Urbana, Questão Agrária, Meio Ambiente, Amazônia, Questão Indígena, Código Florestal, Energia, Ciência e tecnologia, Saúde, Cultura, Educação etc., e dão esteio à ação e formação militante em todas as áreas. Em cada qual há uma orientação política e organizativa desenvolvida e, juntas, representam poderosa alavanca para nova escala para o fortalecimento do PCdoB nos municípios, permitindo responder perante o povo com precisão pelo quê luta o PCdoB, quais as bandeiras imediatas, qual a perspectiva da luta.
4. Ao mesmo tempo, em desenvolvimento contraditório, manifestam-se fenômenos negativos próprios da natureza da luta política de classes na atualidade no Brasil, que pressionam pelo rebaixamento do papel estratégico do partido comunista. Com diversas conotações de natureza objetiva e subjetiva, expressam-se na perda de objetivos de fundo da luta pela acumulação de forças de sentido estratégico, no esmaecimento da identidade comunista ou relaxamento dos vínculos com o povo e suas lutas, na prevalência ocasional de objetivos pessoais que se põem acima e por fora da vida partidária, fraturas e divisões no projeto coletivo ou dificuldades de coesioná-lo em torno de uma orientação válida para todos. Na vigência de um sistema eleitoral que enfraquece os partidos políticos no país; e considerando ainda as dificuldades da institucionalização da própria luta dos movimentos sociais, tais fenômenos solicitam atenção do PCdoB para manter sempre em foco os objetivos políticos mais de fundo da luta dos comunistas.
5. Ao lado disso, a expansão das fileiras partidárias, fruto da justa e necessária abertura das portas do partido às lideranças do povo e da sociedade, precisa ser acompanhada de medidas para incorporar, organizar e formar politicamente os novos filiados, para não gerar hiato organizativo na vida militante, no espírito e comprometimento militantes. Especialmente necessário, nas atuais condições, é a retomada da perene luta por estender vida militante mais definida, estruturada e duradoura, desde as bases, como fator da força organizada do PCdoB e diferencial partidário dos comunistas entre todos os partidos políticos do país, retificando práticas subestimadoras nesse rumo.
III. A) O 7º Encontro considera esse quadro de conjunto de forma multilateral, com espírito vigilante e igualmente confiante, para promover ajustes e desenvolvimentos na direção política, ideológica e organizativa, e seguir expandindo a força do PCdoB de modo sadio. Seus participantes manifestam a decisão, como expressão de compromisso coletivo em todos os escalões partidários, de empenhar maior energia de seus órgãos de direção até as bases militantes, em torno de medidas coesas para elevar a construção partidária a novo patamar.
1. Dar qualidades ao PCdoB como partido comunista de quadros e de massas de militantes e filiados, realçando o sentido estratégico da luta pelo Programa, a identidade socialista e a definição, com nitidez, das fronteiras que distinguem a vida partidária. Tais fronteiras são o caráter militante combativo e organizado dos comunistas, para servir à luta do povo trabalhador; a democracia em expressar opiniões e a disciplina em cumprir as decisões coletivas; a definição de projeto político unitário em cada situação e a unidade em torno desse projeto em todo o partido, sob a autoridade das direções eleitas.
2. Reforçar os centros de direção. Nova onda de esforços nos comitês estaduais e um decisivo avanço em consolidar direções nos maiores comitês municipais no país. Maior rigor na eleição dos dirigentes partidários. Mais capacitação das direções na esfera política, ideológica e organizativa e, nomeadamente, nos centros executivos de direção. Elevar a capacidade de liderança, a força e autoridade das direções para elaborar e conduzir a luta pelos projetos partidários e ajustar rumos de sua estruturação. Fazer com que todos que têm funções eletivas no partido, de qualquer tipo e de qualquer área de atuação, liderem o discurso político-organizativo de modo avançado em todo o partido, se comprometam com a estruturação e saúde das fileiras partidárias. Em particular, o modo de direção política precisa convergir inteiramente no sentido de conferir papel mais vital à atuação das bases militantes como modo dominante de falar ao povo e dizer pelo quê luta o PCdoB; procurar-se-á desenvolver a acumulação de forças partidárias nas três vertentes da luta institucional, da luta social e da luta de idéias, passando estes a serem efetivos instrumentos da ação partidária. A direção organizativa precisa assumir novos conteúdos e modos destinados para dar suporte a essa política.
3. A direção organizativa se voltará mais decididamente a dirigir efetivamente por meio da política de quadros do 12º Congresso e organizar de fato a vida militante desde a base. Em combinação com a direção política isso é a garantia de governança partidária no sentido do papel estratégico do PCdoB. A direção organizativa comporá o movimento com uma dupla dimensão e será perseguida nas maiores cidades do país, em todas as frentes em que atua o PCdoB, ligados às prioridades do projeto político em definição para 2012. A primeira dimensão é estender as fileiras partidárias à escala de 400 mil membros até o final da campanha de 2012. O PCdoB deve se dirigir amplamente aos trabalhadores, juventude e mulheres, às lideranças da sociedade civil e da vida cultural, de Estado, científica, acadêmica etc., para abrir-lhes as portas a participar da vida política nacional, mediante a via eleitoral, a luta social e a luta de ideias. A segunda é estender a vida partidária associativa dos militantes, de formas flexíveis e variadas, em volume mais extenso e duradouro, desde a base. Esse diferencial próprio do PCdoB é um patrimônio a ser cultivado como modo de elevar a consciência política, as convicções e a ação política em todos os terrenos da sociedade, designativo de um partido de caráter autenticamente orgânico em prol da luta pelo socialismo.
4. A melhor estruturação e saúde partidária solicitam fortalecimento dos sistemas de direção, construindo instâncias diretivas capazes e realizadoras, coesas e comprometidas. O sistema de direção fortalecerá secretarias executivas com condições de estrutura humana e material para realizar efetivamente o trabalho requerido, efetivos meios de comunicação entre a direção e a militância, efetiva integração segundo um plano único entre todas as secretarias executivas da direção. O sistema de direção será alargado com fóruns de macrorregião sob coordenação das comissões políticas, ampliando a esfera dos quadros que o integram. Será, ainda, aprimorado com mais justa dialética entre o papel indispensável dos comitês na definição de rumos, as comissões políticas como vértice da condução dos trabalhos e as secretarias como responsáveis pela direção concreta em cada frente, institucionalizando de modo transparente e democrático tais funções.
IV. A) Os participantes do 7º Encontro concordam que esses objetivos terão como ápice os processos de conferências municipais e estaduais de 2011 onde se fará a construção do Projeto Político Partidário para cada município, fazendo a tradução mais concreta do projeto estratégico e tático do PCdoB. Este é ano em que se dedicam maiores esforços ao labor partidário. Nesse sentido, em cumprimento das assertivas acima, direção nacional, estaduais e locais se comprometem a:
1. Promover uma revisão organizativa das bases militantes nas cidades elencadas neste Encontro, para efeitos das Assembleias de Base. Pressupostos da revisão serão fixar lócus de atuação dos militantes de modo mais definido e duradouro. Especialmente nas capitais, e nas grandes concentrações de trabalhadores, em sintonia com as Resoluções do 2º Encontro sobre Questões de Partido a revisão considerará as relações de trabalho como forma mais necessária de associação dos militantes, com base no projeto político traçado, e se apropriará do amplo manancial de formas organizativas presentes no Estatuto do PCdoB.
2. Nos Comitês Municipais, também, o modo de direção organizativa predominante se dará mediante fóruns de quadros intermediários entre os integrantes de comitês auxiliares, destinado a fixar permanentemente pauta e agenda de atividades, e controlar o desenvolvimento das propostas. Sob comando dos quadros intermediários, serão constituídos fóruns de quadros de base, como modo de implantar e alimentar o trabalho das bases militantes, reunindo-os regularmente, fixando pauta e agenda das atividades, exercendo o controle e o apoio às atividades das organizações de base.
3. É impostergável necessidade de instituir Departamentos Estaduais de Quadros, centro do trabalho de direção organizativa, composto com estrutura humana e material à altura do que representa a resolução do 12º congresso do PCdoB em 2009. A formação de secretários de organização poderá conhecer uma nova rodada nacional de cursos voltados a alavancar esse modo de direção organizativa e garantir o cumprimento desta Carta-compromisso.
4. Na campanha de filiação que terá ensejo em 2011, se ampliará a difusão do Programa Socialista entre o povo e também nas fileiras partidárias, à escala de milhões.
5. A Carteira Nacional Militante, a par de seu sentido estatutário e fator de educação partidária, será implantada em escala obrigatória para as próximas conferências para assegurar direitos dos militantes em eleger e ser eleito a funções de direção partidária.
6. O Encontro incorpora igualmente as orientações traçadas pelas diversas secretarias de direção nacional em reforço ao trabalho de estruturação partidária, que serão apresentadas na ocasião.
7. O vanguardeiro Portal da Organização, uma rede social dos militantes a serviço do debate da construção e ação partidária, será instrumento progressivo para estimular a vida militante de base. Ele permitirá que os militantes se comuniquem e associem entre si de modo não presencial, sinalizem as direções sobre as demandas da construção partidária, programem ações de combate e propaganda onde atuam. Auxiliará, do mesmo modo, com respeito à implantação em escala integral da política de quadros. É instrumento a ser apropriado por todos e todas na vida partidária, inclusive como modo de debate permanente sobre a linha de estruturação partidária já nas conferências vindouras.
V. A) Na realização desse programa de trabalho, a direção nacional, em apoio ao esforço desta Carta-compromisso, inovará o curso do militante de base, em substituição ao Curso Básico em Vídeo; renovará o papel do órgão central do PCdoB, A CLASSE OPERÁRIA; intensificará o trabalho de formação com apoio nas seções estaduais da Escola Nacional; aprimorará o papel dos órgãos de propaganda como a Fundação Maurício Grabois e a revista teórica, política e de informação. Será instituído um sistema de gestão integrada (em rede) para o trabalho da Comissão Política Nacional no papel de direção geral efetiva em todo país. O Departamento Nacional de Quadros João Amazonas avançará em estruturação, em consórcio com Departamentos Estaduais que serão instituídos em todos os Comitês Estaduais sem exceção, com base na Rede Quadros já instituída. Será lançado o projeto Estudos Estratégicos do PCdoB, mais um instrumento para formação da futura geração dirigente nacional do PCdoB, sob responsabilidade do Departamento de Quadros. Será fortalecida a construção de base material mais avançada. Por fim, já foi reforçada a Comissão Nacional de Organização, passando a contar também com integrante do RS e AM a partir de agora, e contando com uma fração para cada região do país, de modo a reforçar o controle da implantação das medidas organizativas em todo o país.
VI. A) Ousar lutar e ousar vencer é consigna também na grande gesta histórica que é a construção de um PCdoB forte e temperado no país, de caráter revolucionário e militante, que luta pelo socialismo, num período de acumulação de forças. Um partido que se orgulha, hoje como sempre, de ser o que mais dedica energias ao trabalho de construção da forma-partido, porque convicto de que sem uma força desse tipo vitórias são efêmeras; a maior de todas as vitórias será a consecução da estratégia para o socialismo no Brasil. Considera, igualmente, ser essa uma contribuição notável à democracia brasileira, fortalecendo os partidos políticos com coerência, em prol da luta pelas liberdades, prosperidade e um sistema social solidário para os brasileiros. Por isso, rechaça intentos de reforma política que soneguem direito ao povo de se ver representado por meio do voto, que desrespeitam o pluripartidarismo democrático e a representação das minorias. Defende com vigor o voto em lista e o financiamento público que são armas efetivas para fortalecer os partidos políticos brasileiros.
B) O PCdoB sempre agiu nesse intuito libertário e civilizador e o faz até este momento em que inicia a jornada do nonagésimo ano de fundação. Isso nos impulsiona a elevar a identidade comunista do PCdoB, cuja necessidade avulta nos tempos presentes em que crescem as pressões ideológicas e políticas pelo rebaixamento do papel estratégico do partido comunista. Com o legado que recebemos desde os fundadores de 1922 e que se estende às várias gerações de comunistas construíram o partido, com destaque para aqueles que, em 1962 empreenderam sua reorganização revolucionária, legado que também advém da luta travada no 8º congresso para extrair lições da crise do socialismo, no enfrentamento da onda neoliberal, até a reformulação programática, estratégica e da construção partidária renovada, queremos seguir adiante para legar às gerações futuras de comunistas um partido consciente de sua indispensabilidade para transformações revolucionárias, forte, combativo e unido, para servir ao povo trabalhador e ao Brasil. A realização de uma rica e diversificada agenda de comemorações dos 90 anos do Partido desde os municípios e suas bases faz parte do esforço por sua afirmação e construção
C) Os participantes do 7º Encontro manifestam confiança nos rumos da corrente comunista dos brasileiros e tudo farão para honrá-los, como se honram de constituir o mais antigo partido do Brasil e da história de incontáveis heróis, anônimos ou não, que permitiram que nós, participantes do 7º Encontro, possamos seguir no mesmo caminho, renovado em conteúdos, mas com as mesmas esperanças históricas.
São Paulo, 15 a 17 de abril de 2011.
O 7º Encontro Nacional sobre Questões de Partido
Pablo Neruda - Recabarren (1921)
Bonachón, corpulento, espacioso,
clara mirada, frente firme,
su ancha compostura cubría,
como la arena numerosa,
los yacimientos de la fuerza.
Mirad en la pampa de América
(ríos ramales, clara nive,
cortaduras ferruginosas)
a Chile con su destrozada
biología, como un ramaje
arrancado, como un brazo
cuyas falanges dispersó
el tráfico de las tormentas.
Sobre las áreas musculares
de los metales y el nitrato,
sobre la atlética grandeza
del cobre recién excavado,
el pequeño habitante vive,
acumulado en el desorden,
con un contrato apresurado,
lleno de niños andrajosos,
extendidos por los desiertos
de la superficie salada.
Es el chileno interrumpido
por la cesantía o la muerte.
Es el durísimo chileno
sobreviviente de las obras
o amortajado por la sal.
Allí llegó con sus panfletos
este capitán del pueblo.
Tomó al solitario ofendido
que, envolviendo sus mantas rotas
sobre sus hijos hambrientos,
aceptaba las injusticias
encarnizadas, y le dijo:
"Junta tu voz a otra voz",
"Junta tu mano a otra mano".
Fue por los rincones aciagos
del salitre, llenó la pampa
con su investidura paterna
y en el escondite invisible
lo vio toda la minería.
Llegó cada "gallo" golpeado,
vino cada uno de los lamentos:
entraron como fantasmas
de pálida voz triturada
y salieron de sus manos
con una nueva dignidad.
En toda la pampa se supo.
Y fue por la patria entera
fundando pueblo, levantando
los corazones quebrantados.
Sus periódicos recién impresos
entraron en las galerías
del carbón, subieron al cobre,
y el pueblo besó las columnas
que por primera vez llevaban
la voz de los atropellados.
Organizó las soledades.
Llevó los libros y los cantos
hasta los muros del terror,
juntó una queja y otra queja,
y el esclavo sin voz ni boca,
el extendido sufrimiento,
se hizo nombre, se llamó Pueblo,
Proletariado, Sindicato,
tuvo persona y apostura.
Y este habitante transformado
que se construyó en el combate,
este organismo valeroso,
esta implacable tentativa,
este metal inalterable,
esta unidad de los dolores,
esta fortaleza del hombre,
este camino hacia mañana,
esta cordillera infinita,
esta germinal primavera,
este armamento de los pobres,
salió de aquellos sufrimientos,
de lo más hondo de la patria,
de lo más duro y más golpeado,
de lo más alto y más eterno
y se llamó Partido.
Partido
Comunista.
Ése fue su nombre.
Fue grande la lucha. Cayeron
como buitres los dueños del oro.
Combatieron con la calumnia.
"Este Partido Comunista
está pagado por el Perú,
por Bolivia, por extranjeros".
Cayeron sobre las imprentas,
adquiridas gota por gota
con sudor de los combatientes,
y las atacaron quebrándolas,
quemándolas, desparramando
la tipografía del pueblo.
Persiguieron a Recabarren.
Le negaron entrada y paso.
Pero él congregó su semilla
en los socavones desiertos
y fue defendido el baluarte.
Entonces, los empresarios
norteamericanos e ingleses,
sus abogados, senadores,
sus diputados, presidentes,
vertieron la sangre en la arena,
acorralaron, amarraron,
asesinaron nuestra estirpe,
la fuerza profunda de Chile,
dejaron junto a los senderos
de la inmensa pampa amarilla
cruces de obreros fusilados,
cadáveres amontonados
en los repliegues de la arena.
Una vez a Iquique, en la costa,
hicieron venir a los hombres
que pedían escuela y pan.
Allí confundidos, cercados
en un patio, los dispusieron para la muerte.
Dispararon
con silbante ametralladora,
con fusiles tácticamente
dispuestos, sobre el hacinado
montón de dormidos obreros.
La sangre llenó como un río
la arena pálida de Iquique,
y allí está la sangre caída,
ardiendo aún sobre los años
como una corola implacable.
Pero sobrevivió la resistencia.
La luz organizada por las manos
de Recabarren, las banderas rojas
fueron desde las minas a los pueblos,
fueron a las ciudades y a los surcos,
rodaron con las ruedas ferroviarias,
asumieron las bases del cemento,
ganaron calles, plazas, alquerías,
fábricas abrumadas por el polvo,
llagas cubiertas por la primavera:
todo cantó y luchó para vencer
en la unidad del tiempo que amanece.
Cuánto ha pasado desde entonces.
Cuánta sangre sobre la sangre,
cuántas luchas sobre la tierra.
Horas de espléndida conquista,
triunfos ganados gota a gota,
calles amargas, derrotadas,
zonas oscuras como túneles,
traiciones que parecían
cortar la vida con su filo,
represiones armadas de odio,
coronadas militarmente.
Parecía hundirse la tierra.
Pero la lucha permanece.
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